Capítulo 11
Hermione havia passado a tarde inteira na tenda das oficinas. Assistira a uma palestra sobre Como as notas dos N.I.E.M.s influenciam na escolha de uma profissão e estranhava o fato de McPhee não se encontrar por lá, já que demonstrava tanto interesse pelos estudos.
“Onde deve estar agora?”, ela se perguntava. Sempre que pensava no garoto, era obrigada a se estremecer lembrando-se daqueles braços fortes que tocavam-lhe a cintura, o rosto, a boca... E ela não podia negar que o beijo dele era perfeito. Havia beijado apenas uma pessoa na vida antes e essa pessoa era Vitor Krum. Já podia então ter a certeza de que o beijo de McPhee tinha um quê de avassalador e inebriante.
Gina e Lia passaram a tarde também na tenda das oficinas, mas não tão empolgadas e concentradas quanto Mione. Gina, por exemplo, estava ali apenas em corpo, pois sua mente viajava pelos jardins daquele acampamento ansiando por encontrar Dino e resolver logo sua situação.
À noite, mais uma vez, as três chegaram juntas à tenda das festas. Mas dessa vez, foi Lia quem as deixou primeiro. Pois Simas a chamava de longe e a garota resolveu obedece-lo.
Minutos depois, Gina disse a Mione que precisava procurar alguém. E Mione sabia muito bem de quem se tratava.
- Toma cuidado pra não se magoar dessa vez, Gi – falou em tom maternal.
- Pode deixar, Mione... – respondeu Gina, colocando uma mão sobre o ombro da amiga.
Mione agora estava sozinha e esperava mais uma vez encontrar McPhee para passar uma outra noite agradável. Mas o tempo ia passando e ela continuava só.
Repassava em sua mente, como um filme, tudo o que havia passado com o garoto já e refletia: “Será que eu to me apegando a ele?”.
- Oi, Hermione! – chamava uma garota atrás.
Mione se virou e verificou que era Lilá. Ela estava só, finalmente! “Cadê o Rony?”
- Você viu o Rony por aí? – perguntou a loira.
- O Rony? Não... Faz tempo que não o vejo...
- Ah, então acho que ele deve ta pagando detenção, mesmo...
- Quê? Como assim? Detenção, por quê?
- Ah, você não está sabendo? – surpreendia-se Lilá.
- Não... de quê? – Mione agora estava preocupada.
- Ele partiu pra cima do McPhee hoje à tarde em Hogsmeade. Mas eu supunha que você já estaria sabendo, né...
- Ele o quê?? – Mione se espantou.
- Ele e McPhee tiveram uma briga, mas até onde sei foi o Rony quem começou.
Lia e Simas já estavam sentados em um banquinho do lado de fora da tenda há um bom tempo. Os assuntos eram dos mais variados possíveis: iam de matérias na escola até acontecimentos familiares engraçados ou trágicos.
Simas encantava-se com cada gesto, cada palavra, cada passada de mão no cabelo, cada sorriso, cada movimento que Lia dava. Ele nunca sentira-se tão admirado por alguém antes de modo que essa novidade o deixava mais bobo ainda.
Lia percebia que Simas estava diferente, mais concentrado, mais simpático e mais gentil. De início pensava que era porque estava conquistando sua amizade, mas agora começava a suspeitar que o garoto sentia algo a mais por ela. Algo que ela não sabia se poderia corresponder.
- E namorados... – perguntou Simas após ter dito algo engraçado que a fizera rir. – Você já teve muitos?
“Ih, lá vem...”, pensava Lia encabulada.
- Na verdade – ela sentia-se corar. – não...
- Como assim?
- Não tendo, ué...
- Mas porque você não quis, né! Falta de opção não deve ser...
Lia agora sentia-se realmente sem graça. Ela passava as mãos no cabelo demonstrando o nervosismo.
- Quê isso... – Foi só o que conseguiu dizer.
- Mas é sério! Você não é simplesmente bonita, mas uma pessoa incrivelmente maravilhosa para se conviver. E olhe que eu to te elogiando de verdade, é raro eu elogiar alguém assim!
Lia não conseguia acreditar no que ouvia. Há tempos que não se sentia tão bem na presença de algum garoto. Todos com quem conversava falavam apenas de coisas fúteis e isso lhe causava uma repulsa extrema. Tinha que admitir que Simas não era um garoto dos mais bonitos, mas possuía lá seus encantos. Era doce com quem queria ser e seus olhos revelavam uma vontade extrema de ser feliz. Ela podia jurar até que via ali uma vontade de se entregar ao amor, de se apaixonar. Sentiu então uma admiração pelo garoto, algo que começava a chegar perto de uma atração.
Os dois estavam sérios. Ela porque refletia em um milhão de coisas ao mesmo tempo e ele porque desejava beija-la na boca, toma-la para si ao menos uma noite... Aproximou-se lentamente então do rosto corado de Lia e olhando para a sua boca, tocou-lhe o rosto com a mão direita.
Lia fechou os olhos e resolveu levar-se pelo momento. Uma avalanche de arrepios inundara-lhe a espinha no momento em que teve o rosto acariciado pela mão de Simas. Seus lábios se encontraram suavemente e o beijo começou lento e calmo.
Simas sentia-se nos céus. Tinha nos braços a garota que desejava há dias e com quem nunca imaginaria ter alguma chance.
Passaram minutos se beijando, poupando papo até que Lia perguntou o que não devia:
- Simas... Seja sincero comigo... Você realmente confia no Dino?
Ele queria contar o que vira, queria que ela e Gina soubessem a verdade, mas não sabia ainda se era a hora certa.
- Bom, Lia... Ele é meu melhor amigo!
- Sim, eu sei... Mas você sabe o que eu to querendo dizer. Ando muito preocupada com a Gina. Tenho medo de que eles voltem e ele a faça sofrer mais ainda...
Ele tinha que contar! Não podia esconder aquilo de duas pessoas tão boas e inocentes como Gina e Lia.
- Que foi, Simas? – perguntou Lia, percebendo que o garoto estava parado, olhando para o mesmo ponto.
Gina passara dois dias refletindo sobre o que sentia por Dino. Descobriu que realmente o amava e que se desse espaço, outras tomariam seu lugar rapidamente, e essa idéia a apavorava de um jeito, que parecia ser melhor morrer de ciúmes ao lado dele do que sozinha.
Dino estava em frente à mesa de bebidas, se culpando por tudo que acontecia entre ele e Gina e entre ele e Padma. Não sabia ao certo com quem deveria ficar, mas tinha certeza de que o correto não seria contar a Gina o que fizera na noite anterior. Tinha que resolver com quem ficar, mas sem magoa-la. Toda essa dúvida o aterrorizava e a opção mais fácil para livrar-se dela no momento era beber. Estava já em seu terceiro copo de hidromel e começava a sentir uma alegria repentina, uma noção de que tudo pode dar certo.
- Di! – ele se virou um pouco cambaleante. Era Gina, e como ela estava linda!
- Oi, meu amor! – Dino abraçou a garota e deu-lhe um beijo alvoroçado como se tivesse medo de perde-la.
- Dino, você... – tentava dizer a ruiva, soltando-se do namorado. – você bebeu! Eu nunca o vi beber antes!
- Ah, amor... eu bebi pouco! Se preocupa, não! O que importa é que eu to aqui, você ta aqui, e eu te amo tanto!! – tentou beija-la à força mais uma vez.
Gina de início se irritou com a atitude do namorado, mas em seguida chegou até a achar engraçado.
- Nunca o vi assim, tão... empolgado! – Gina sorria, tendo o pescoço envolto por um braço de Dino e a cintura pelo outro.
- Vamo’ lá pra fora ficar mais à vontade...
- Quê? – Gina se espantava. Mas não pôde resistir. – Vamos!
Os dois andaram abraçados a caminho das árvores escuras do campo. Era bom sentir o perfume do namorado e saber que ele a desejava. Finalmente, as coisas pareciam estar se ajeitando.
Chegaram embaixo de uma árvore imensa e Dino olhou ao redor. Não havia ninguém. Apenas risos e vozes distantes.
Sentaram-se ao pé da árvore e pondo uma das mãos sobre a face de Gina, Dino beijou-a com toda a empolgação que lhe restava. A outra mão passava pela cintura e pelas costas da garota. Gina respirava fundo e sabia onde o namorado estava querendo ir. No momento, ela também o desejava. Mas lembrou-se da briga que tiveram dois dias antes e do ciúme que sentia dele com Padma. Não, ela não podia continuar. Afastou-o com as mãos em seu rosto e balançou a cabeça negativamente.
- O que foi, mô?
- Isso ta errado...
- Mas...
- Ainda não, Dino! – a garota parecia despertar de um sonho e descobrir que a realidade era outra.
- Tudo bem, então, amor... – disse Dino, compreensivo, passando-lhe a mão sobre a cabeça. Puxou-a para si num abraço aconchegante e continuou: - Eu te entendo...
- Lia, tem algo que eu preciso te contar...
- O que, Simas? – Lia se espantou.
- É sobre o Dino... Eu... eu não sei se devo...
- Simas! Me conte o que você sabe! Você precisa me contar...
- E-ele... e a Padma...
- Eles ficaram? – perguntou Lia agora furiosa.
Simas apenas balançou a cabeça afirmativamente.
- Ah, eu sabia!! Aquele idiota...
Lia não parecia a mesma. Levantou-se imediatamente decidida a encontrar Gina e contar-lhe tudo. Sua amiga não podia continuar sendo enganada.
Simas vinha atrás quase arrependido de ter posto a perder toda a sua amizade com Dino. Será que fizera o certo? Agora já era tarde. Tudo o que ele podia fazer era acalmar Lia.
- Lia, espera!
Lia nem sequer virou o rosto. Ele correu um pouquinho e encostou a mão em seu ombro.
- Calma, eu vou com você...
Lia não respondeu nada. E andaram assim em silêncio ao longo de toda a tenda das festas por um bom tempo sem encontrar Gina.
Foi quando Lia encontrou Mione conversando com Lilá Brown e correu para saber se a garota não sabia de alguma coisa.
- Logo depois que você saiu pra conversar com o Simas, a Gina saiu e disse que precisava encontrar uma pessoa, mas... – respondeu Mione preocupada com a expressão no rosto de Lia. – O que houve?
- Depois te conto, Mione! Só me diga uma coisa... Você acha que essa pessoa era o Dino?
- Hum... Tenho quase certeza que era!
Lia ainda passou um bom tempo procurando a amiga pelos arredores do acampamento, mas não obteve sucesso algum. Sua raiva por Dino a impediu de dormir direito, mas estava decidida de que assim que encontrasse sua amiga falaria tudo o que sabia.
N/a:
Gente, queria agradecer a todos vocês que estão comentando, me mandando emails... Muito obrigado!! É isso que me incentiva a continuar escrevendo.
Por isso, continuem comentando, ok? Dêem suas sugesões...
Mil bejos,
Lina.
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