Capítulo 12



Lia foi acordada pelo barulho que Gina fazia em sua cama ao lado enquanto re-arrumava a mala.

- Bom dia, Li! – disse uma Gina sorridente.

- Bom dia, Gi... – respondeu Lia, repreensiva.

- Nossa, que cara de defunto! – analisou Gina.

- Nah... É você que está feliz demais. O que houve?

- Eu e o Dino... A gente ta melhor!

Lia não agüentava ver a amiga enganosamente feliz. Sabia que se contasse o que sabia a deixaria extremamente para baixo, mas era isso o que devia ser feito.

- Gi... Preciso te contar uma coisa... Uma coisa nada agradável.

- O que, Lia? – Gina se espantou.

- O Dino ta te enganando, ‘miga... E você precisa saber a verdade.

- Que verdade, Lia? Me fala logo!

O brilho do rosto de Gina sumiu de repente. Lia agora começava a se sentir culpada, mas precisava ir até o fim.

- Gina... Eu não queria que isso fosse verdade, porque eu não queria te ver sofrer, mas... Se eu não contar isso, vou me culpar para o resto da vida!

- Então conta logo, Lia! – Gina já possuía uma voz trêmula de quem se prepara para chorar.

- Ele e a Padma estiveram juntos antes-de-ontem e...

- Não! Não... não... não!! – Gina balançava a cabeça como quem quer espantar alguma idéia da cabeça.

- E o Simas viu, Gi! Ele também não pôde acreditar, brigou com o Dino e tudo!

Gina desabou no choro que parecia ser o pior de toda a sua vida. A sensação de ser deixada de lado, desrespeitada e substituída a enlouquecia de maneira avassaladora. Cobria o rosto com as mãos e continuava ajoelhada na cama. Sentiu que Lia a abraçava, e tentou se encolher entre os braços da amiga.

Tudo o que queria era ir embora para casa.

Mione se acordou com um choro ao seu lado e surpreendeu-se ao notar que esse choro pertencia à sua amiga. Imediatamente perguntou:

- Foi o Dino?

Lia apenas assentiu com a cabeça. Mione correu abraçar Gina também e depois de um tempinho disse como quem quer resolver um problema grave:

- Não podemos contar ao Rony!

- Não, mesmo! – concordou Lia. Sabia muito bem que se Rony fosse informado, a primeira coisa que faria era partir para cima de Dino.

- Gente, vão tomar café – disse Gina com uma voz fonha enquanto tentava enxugar as lágrimas com as palmas das mãos. – Por favor, vão... Eu preciso ficar um pouco sozinha...

- Não, Gina! A gente não vai te deixar só – disse Lia, firme. – Mione, você poderia ir e trazer alguma coisa pra nós duas?

- Ah, claro! – respondeu Mione enquanto pegava a toalha para tomar banho.

No caminho para as mesinhas do café da manhã, Mione só conseguia pensar em uma coisa: na briga de Rony e McPhee. Não fazia a mínima idéia de qual poderia ser o motivo, mas o fato de Rony ter iniciado a briga a intrigava.

Assim que chegou ao local encontrou McPhee ao longe sentado com dois amigos. Não pensou duas vezes e andou em sua direção.

O garoto notou sua presença e virou-se receoso. “Será que ela já sabe?”

- Posso falar com você? – perguntou Mione.

- Hum, sim... Claro!

McPhee se levantou imediatamente. Os dois andaram para um lugar um pouco mais afastado e quando pararam, ela disse:

- Erh... Eu soube que você e o Rony brigaram ontem...

- Ahm, é! Foi... Ele veio pra cima de mim.

- E por que foi?

“Então ela não sabe...”

- Hum, na verdade nem eu sei direito! Só sei que, quando menos espero, ele vem e dá um murro na minha cara. Só isso.

E como Mione aparentava ceticismo diante de tal resposta, McPhee continuou:

- Na verdade... Eu acho que deve ser ciúme. Ele deve ter ciúmes de você, Mione. E um ciúme doentio.

Mione se espantou com o comentário e, vendo que Rony a observava da mesa em que estava, lembrou-se que precisava comer e levar alguma coisa para as amigas.

- Tudo bem... Eu preciso ir comer. A gente se vê mais tarde?

- Espero que sim – respondeu McPhee abrindo um sorrisinho.

Mione girou nos calcanhares e foi decidida ao encontro de Harry e Rony. Ainda não estava muito satisfeita com a resposta que recebera de McPhee, mas perguntar a Rony não parecia a melhor coisa a se fazer.

- Eu não confiaria nele se fosse você – comentou Rony sem nem olha-la no rosto enquanto a garota sentava-se à sua frente.

- Ai, RONY!! Ta bom! Já chega dessa sua intriga besta com o McPhee! Eu não agüento mais... Pensei que já estivesse satisfeito com o soco que deu nele ontem.

Rony fez menção de quem ia contar tudo o que viu, mas Harry o impediu com um simples olhar.

- Que foi, Rony? Que é que ce quer falar? – Mione se exaltava. – Que eu não sei escolher as pessoas que me acompanham? O quê? Me diga, senhor-sabe-tudo!

Rony bufava, mas agora era seu orgulho quem o impedia de expor a verdade a Hermione.

- Dá licença – disse, com muita raiva, enquanto jogava os talheres no prato e levantava-se da mesa.

- Que que deu nele? – perguntou Mione quando Rony já tinha saído.

- Você vai entender, Mione... Ce vai entender... – respondeu Harry misteriosamente deixando Mione ainda mais encucada.

***


Gina passou a manhã inteira deitada, achando-se o ser mais ridicularizado do universo. Suas amigas tentavam reanima-la e faze-la comer. Mas nada mudava sua expressão de apatia no rosto.

Decidiu que ia embora, mas até falar com os monitores não podia contar para Lia e Mione da idéia, pois sabia que fariam de tudo para que ela não fosse.

Levantou-se de um sobressalto, pegou a toalha e disse que iria tomar banho.

- Tem certeza que quer ir sozinha? – perguntou Lia preocupada.

- Gente, eu não sou nenhuma criancinha indefesa, não. Posso andar com as pernas, ainda.

- É só que a gente...

- Vocês se preocupam comigo, eu sei. Mas tem problema, não. Eu vou só.

Enquanto andava a caminho da tenda dos monitores passou os olhos pelo acampamento e pôde ver pessoas animadas que sorriam e namoravam em meio ao verde vivo que cobria o local. O sol realmente estava belo aquele dia, e algumas pessoas até tomavam banho no laguinho.

- Gina?

Ela se virou. Era Harry.

- O banheiro não fica pra esse lado, não... – comentou sorridente.

- Ah! – ela se lembrou da toalha que carregava. – Não... É que eu ia... Mas... Nem vou mais... Erh...

- Tudo bem. Mas... – observou o rosto inchado de Gina. – Você ta estranha. O que houve?

- Comigo? Erh... Nada, não... Nada, não.

- Tem certeza que não aconteceu nada?

Harry possuía um olhar tão reconfortante que, como se uma força maior a obrigasse a fazer aquilo, ela o abraçou. E como ele era maior, encostou a cabeça sobre o seu peitoral.

Harry ficou sem reação de início. Mas mesmo sem saber do que se tratava, retribuiu o abraço da ruivinha. Depois de um bom tempo assim, percebendo que a garota soluçava, Harry não pôde deixar de perguntar, sem enxergar-lhe o rosto:

- O que foi, Gi?

Gina apenas balançava a cabeça. Segundos depois respondeu:

- Eu não posso te dizer, Harry...

- Mas assim ce ta me deixando preocupado. O que houve? Tem algo que eu possa fazer?

Gina soltou-se de Harry e, antes de encara-lo de frente, passou as mãos freneticamente pelo rosto, tentando enxugar as lágrimas.

- Tem, sim. Você não pode contar nada ao Rony! Por favor... Eu sei do que ele seria capaz de fazer...

- C-claro! Eu não conto nada.

- Jura, Harry?

O garoto assentiu de cabeça.

- Eu vou embora pra casa.

- Mas por quê?

- E-eu e o Dino... A gente ta pra acabar.

- E isso vai te fazer ir embora? – ele, com os braços cruzados sobre o peito, balançava a cabeça negativamente como repreensão.

Gina apenas respondia com um sim de cabeça, mordendo o lábio inferior, pois sabia que talvez se abrisse a boca naquele momento um gemido de choro sairia de dentro.

- Vocês estão pra acabar ou já acabaram?

- A gente nem conversou direito. E pra ser sincera, eu nem sei se quero conversar...

- Então além de ir embora, você vai embora fugindo? – mais uma vez, Gina respondeu um sim de cabeça. – Mas essa não é uma atitude típica sua, Gina! – Harry segurava os ombros dela como que para acorda-la.

Uma lágrima percorreu um caminho solitário pelo rosto rosado de Gina. Harry instantaneamente passou um dedo sobre aquele caminho e a abraçou em seguida.

- Gina, você não pode ir embora. Não você, que tanto desejou esse acampamento! Que tanto fez planos... Nós não vamos permitir que você deixe tudo isso aqui por causa do Dino. Por acaso ele te fez alguma merda? – Harry mudou o tom de voz para fazer essa pergunta.

A ruivinha nada respondeu. E, sabendo que quem cala consente, Harry continuou:

- Ele fez alguma merda. Não fez?

Ela se desencostou do corpo de Harry mais uma vez.

- Por favor, Harry... – disse. – Eu fico aqui no acampamento se você quiser, mas por favor... Não conta nada pro Rony! E você também... Não vá fazer nada com ele! Por favor...

- O que foi que ele te fez? – Harry começava a ficar furioso.

- Não importa agora... Eu só peço que você não faça nada com ele! Por favor... Eu suplico!

- Tudo bem, Gina... Eu não vou fazer nada. Mas só porque quero que você continue. Senão...

Pela terceira vez, ela caiu no choro e foi logo envolta pelos largos braços de Harry.

Não sabia ele que, há poucos metros de distância, uma garota morena os observava com uma pontinha de ciúme. Era Parvati Patil.

***


- Acho que já vou dormir – disse McPhee.

Ele e Mione estavam juntos na tenda das festas e não havia 2 horas ainda que tinham se encontrado, mas o garoto já dizia se sentir cansado.

- Ahm, tudo bem. – foi só o que disse Hermione.

McPhee lhe deu um beijo e levantou-se. Mione continuou sentada, observando-o sair da tenda. Não estava cansada, mas uma noite bem dormida cairia-lhe bem pelo menos uma vez. Levantou-se também e quando já estava do lado de fora da tenda, percebeu que McPhee não tomara o caminho da tenda masculina. Na verdade, andava em direção às árvores.

Mione sentiu-se intrigada, já que, pelo visto, havia sido enganada. Não parecia a opção certa, mas acabou indo atrás do garoto.

“O que será que ele quer encontrar nesse campo escuro?”, perguntava-se.


***


N/a: Gente, queria mais uma vez agradecer a vocês que estão comentando! Confesso que estava meio desestimulada enquanto fazia o capítulo 11, mas depois que vi os comentários fofos de vocês, fiquei muito feliz! Foi o que me empolgou a fazer um capítulo 12 como esse! E já tenho em mente o que vem a seguir... Acho que vai ficar super fofa a fic. Espero que continuem gostando e comentando!

Queria mandar beijinhos especiais para: Carol Black, Lyla, Nanda Evans Potter, Mary K., July Ribeiro, Carina Ribeiro, Maira Daróz, Ju Barbosa (minha prima linda!), Bárbara Ribeiro, Flah Ribas, Brendocca (que sumiu de novo... hehehe), Thaina Santana, Manoella Coimbra, Leticia Weasley e Mione Marina Potter.

Ufa! Quanta gente! E olhe que tem também as meninas que me mandam email... Mas para reduzir a lista, coloquei aqui apenas as que deixaram comentários por aqui... Queria muito agradecer vocês, ok? Bjão!

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