Capítulo 9
Gina não se sentia bem, mais uma vez, para ir à festa daquela noite. Precisava de um tempo só, distante do namorado. Encontra-lo agora só iria piorar as coisas, pois sentia que o ciúme a sufocava a ponto de faze-la odiar Dino.
- Tem certeza de que vai ficar bem aqui sozinha? – perguntava Lia antes de se arrumar, sentada à cama da amiga.
- Lia! Quantas vezes eu vou ter que te dizer que gosto de ficar só de vez em quando?! Não se preocupem, vão se arrumar e ficar bem bonitas, vão! Que eu fico aqui na minha, relaxando, lendo... Isso não é novidade pra mim.
- Ah, Gina... Mas a gente fica preocupada, sim! – respondeu Mione.
Não teve jeito. Gina insistiria até a morte que preferia ficar sozinha e tudo o que as amigas poderiam fazer era ir à festa.
Logo de início, Lia encontrou-se mais uma vez sozinha ao ver que McPhee veio ao encontro de Mione. Restava-lhe apenas andar, à procura de mais alguém. Talvez passaria mais uma noite inteira conversando com Simas e essa idéia agora começava a soar-lhe monótona.
- Oi, lindinha! – disse uma voz masculina muito próxima ao seu ouvido, quase em um sussurro.
- Ã? – Lia virou-se de imediato.
Era um garoto loiro aparentemente arrogante e bêbado da Sonserina. Sabia que seu nome era Draco Malfoy, embora nunca tivesse trocado uma palavra sequer com ele.
- Está só? – perguntou ele com aquele olhar de superioridade.
- E desde quando isso é da sua conta? – retrucou Lia se afastando devagar do garoto. Mas isso não adiantava, pois ele vinha sempre atrás.
- Uau! E ela é abusada!
Lia agora andava para trás, mas, poucos passos depois, acabou encostando as costas e a cabeça numa parede que delimitava o espaço da tenda.
- Não precisa fugir, não! Eu não mordo.
- Quanto a isso eu não sei, mas é melhor não arriscar.
- Calma, eu só quero conversar.
Mas aquele olhar superior e aquela voz imperativa não mudava.
- Pois é, mas eu não estou muito pra papo hoje, sabe...
- É uma pena... – disse Draco passando a mão direita no cabelo de Lia.
- SAI!! ME LARGA, SEU NOJENTO!! – ela tentava sair de perto, mas era impossibilitada pela barreira que o garoto criava.
- MAS O QUE É ISSO??
Lia reconheceu aquela voz como sendo a de Simas e sentiu-se aliviada, mas não queria que os dois brigassem e vendo que Draco não havia gostado nem um pouco da interrupção de Simas, postou-se entre os dois e disse:
- Ca-calma... Não foi nada demais, Simas! Ele ta bêbado... Vamos sair daqui.
- Não, Lia! Eu vi que esse otário tava querendo te forçar a alguma coisa! Isso não vai ficar assim...
- E o que você vai fazer? Me bater? – zombava um Malfoy arrogante. – A gente tava conversando, você não viu, não?
Simas queria partir para cima de Malfoy, mas Lia o puxava insistentemente para longe dali.
- Deixa ele pra lá! Vamos, vamos...
- Mas, Lia! – ele ainda tentava se desvencilhar.
- Por favor, Simas, não vale a pena brigar com ele. Você sabe disso!
E Simas realmente sabia disso, pois tudo o que queria era agradar Lia.
McPhee estava um fofo. Não havia sinal na tenda de Cho Chang, o que era um grande consolo para Hermione, agora que se sentia mais à vontade com o garoto.
- Vamos lá pra fora? – disse ele após um beijo demorado.
- Como assim? Por quê? – perguntou Mione, ainda abraçando McPhee pelo pescoço.
- Hum, porque esse acampamento é muito lindo, pra gente ficar aqui dentro o tempo todo. A gente bem que podia andar um pouquinho... E sem falar que essa música já ta dando nos nervos.
Mione sorriu concordando. Era verdade, ela também não agüentava mais ouvir aquele “tuntz-tuntz” irritante. Perguntava-se se o garoto não possuía segundas intenções querendo leva-la para um lugar mais afastado dos amigos, mas ainda que isso fosse verdade, ela saberia se defender.
- Tudo bem, então – respondeu sorridente.
McPhee andava na frente segurando-lhe a mão e Mione pôde ver claramente Rony ao longe observando-os de esguelha. O que ele estaria pensando disso tudo? “Ah, o Rony que se dane! Ele ta lá agarrando a Lilá, não devo satisfações algumas a ele...”, pensava Hermione.
Ela e McPhee passaram pela entrada da tenda e quando já andavam a campo aberto, ele passou a mão pela cintura dela, de modo que começaram a andar meio que abraçados. Diminuíam o passo à medida que se aproximavam do laguinho. Vendo uma árvore por perto, McPhee puxou Mione para o encontro dela. Encostou-se no tronco e puxou a garota pela cintura para mais próximo dele. De início, Mione hesitou, mas não resistiu e acabou cedendo ao beijo que o garoto preparava para lhe dar.
Mas Hermione se espantava com a empolgação de McPhee e quando o garoto tentou deslizar a mão por dentro de sua blusa, saltou para trás de um pulo e percebeu que nunca se sentira tão envergonhada.
- De-desculpa... – disse McPhee assustado. – Eu não sabia que você...
- Não sabia que eu não sou qualquer uma? Eu não acredito que aceitei vir com você até aqui... – Mione cobria o rosto com as mãos.
- Calma... Eu... Não se preocupe! Eu prometo que não faço mais isso! – McPhee agora passava a mão na cabeça de Mione.
- Não, tudo bem... É que eu... Ai, que vergonha...
- Ok, então... Ta tudo bem – disse McPhee beijando a testa de Hermione enquanto a abraçava. – Eu não faço mais nada disso...
Rony e Lilá não conversavam muito em seus encontros. Rolava muito mais beijo e abraço do que qualquer outra coisa. Mas às vezes ele se pegava pensando em Hermione com McPhee e não conseguiu disfarçar sua indignação ao ver os dois passando de mãos dadas em direção à porta de entrada.
- Rony? – chamou Lilá.
- Ã? Oi?
- Eu tava perguntando o que você acha do Harry e a Parvati... – ela procurava descobrir o que Rony tanto olhava.
- Ah, sim... Claro! É... eu não sei...
- Rony! Você ta comigo de verdade?
- Ã? Como assim?
- É que às vezes parece que você não ta aqui comigo! Ta sempre pensando em outra coisa, ou outra pessoa...
- Não, Lilá! Não é isso... É só que...
- É ela, né?
- Ela quem? O quê?
- A Hermione! É nela que você ta sempre pensando, né...
- Ce ta maluca? – Rony parecia indignado.
- É, sim, Rony... eu percebo quando você pára de prestar atenção em mim e fica observando ela...
- Não, Lilá! Ela é só minha amiga, nada mais que isso! É minha melhor amiga e eu me preocupo com ela...
Mas por dentro Rony se questionava o que realmente sentia quando via a amiga sendo abraçada por outro garoto. Seria só preocupação de amigo? Não, não era... Havia algo mais e ele finalmente reconhecia isso.
E como que para tirar todos esses pensamentos da cabeça, Rony tomou Lilá para si e ela agora parecia menos irritada.
Tudo ia bem entre Harry e Parvati. Esta noite, ele nem precisara de tática alguma para conquista-la, pois ela própria já o esperava.
Harry era o primeiro garoto com quem Parvati prolongava um relacionamento. Já ficara com dois meninos antes, mas nenhum tinha sido tão prestativo e carinhoso quanto Harry Potter. Ela tinha até medo de se apaixonar por ele, pois o tempo que passavam juntos era sempre tão indescritível...
Dino andava sozinho no lado de fora da tenda, questionando-se o que deveria fazer para salvar seu namoro com Gina. Gostava muito dela e a idéia de perde-la para sempre o apavorava. Já começava a se irritar com a situação e expressava essa revolta passando a mão insistentemente na cabeça ao mesmo tempo que chutava pedrinhas que encontrava no caminho.
Se ao menos soubesse como resolver tudo aquilo...
- Dino? – ele sentiu uma mão repousando sobre seu ombro.
- Oi, Padma... – Dino olhava ao redor receando encontrar alguém conhecido.
- O que houve, Di? Ta com medo de mim agora?
- Não, não é isso... É só que... Vem cá.
E foi puxando a garota para algum lugar mais distante.
- Peraí, Di! – ela parou no meio do caminho. – Eu não to entendendo... Pra quê isso?
- Vamo’ sentar naquele banquinho ali que eu te explico!
Padma não estava gostando daquela reação do amigo, mas estava curiosa para saber o que acontecia.
- Brigou com a Gina de novo? – perguntou a garota após sentar-se ao lado de Dino.
- Sim... E ela não pode nos ver conversando juntos...
- Mas!! – a garota começava a explodir. – E nossa amizade vai ser clandestina agora? Como assim, Dino?
- Eu queria que você me entendesse, Padma... Eu gosto muito da Gina. Tenta ser compreensiva pelo menos agora... – Padma balançava a cabeça, soberba. – E a Gina... bom, ela tem ciúmes de você! Dá pra acreditar? – ele agora parecia achar engraçado o que acabara de dizer.
- Dá pra acreditar, sim, Dino... – Padma estava séria.
Dino levantou a cabeça e ficou contemplando aquele olhar misterioso de Padma.
- Parece que só você não nota o que rola entre a gente...
Um silêncio incômodo pairou por alguns instantes até que Dino resolveu quebrar o gelo. Ele tinha que dizer alguma coisa, afinal de contas, notava sim o que rolava entre eles. Só não tinha coragem de desistir de Gina ainda e sabia o quanto Padma conseguia ser inconstante.
- Na verdade...
- Na verdade o quê? – perguntou Padma ansiosa.
Tinha que ser agora. Ela estava ali tão linda... E não havia ninguém por perto. Só assim ele poderia testar...
E a beijou. Padma não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Finalmente seu amor estava ali, entregue. O beijo estava maravilhoso e parecia que tudo se encaixava. Por que não havia sido antes? Padma se perguntava. Mas não importava, nada importava agora. Apenas que os dois estavam ali, juntos... Escondidos, mas estavam juntos.
Após ter sido “salva” por Simas das garras de Malfoy, Lia ainda passou um tempo conversando com o amigo. Mas algumas horas se passaram e ela estava começando a ficar com sono. Despediu-se então de Simas com um beijinho na bochecha de agradecimento, deixando-o flutuar no céu.
Agora Simas andava pelo acampamento observando a quantidade de casais que conversavam e se beijavam ao longo do campo aberto. E eram muitos. Aliás, parecia que a cada noite eles se multiplicavam, assim como sua admiração por Lia.
Enquanto margeava o laguinho achou ter visto Dino distante em um banquinho afastado com alguém. Não podia ser ele, pois sabia que Gina estava dormindo essa noite e supunha que o amigo resolvera fazer o mesmo. E só para tirar a dúvida resolveu chegar mais perto.
Não podia ser! Sim, era Dino! E o pior: ele estava aos beijos com Padma! A indignação de Simas foi tanta que ele quase interrompia os dois. Mas pensou direitinho e viu que o melhor a fazer seria conversar com o amigo no dia seguinte. Gina não merecia aquilo...
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