Capítulo 8
Estava anoitecendo e, mais uma vez, todo mundo parecia se preparar para a próxima festa. Mione, Lia e Gina estavam cada uma em suas respectivas camas a conversar, já que aparentavam ser as únicas na tenda que não se encontravam dispostas ainda a se arrumar.
- Então ele é amigo da Cho Chang? – perguntou Gina abafando a voz.
- É... Bom, os dois estão no 7º ano da Corvinal, então estudam juntos... – respondeu Mione.
- Pois é, mas isso não quer dizer que precisam ser amigos – comentou Lia.
- Ou mais que amigos, né! – frisou Mione. – Tipo, pela maneira como se olhavam... Acho que já deve ter rolado algo antes... Se é que não rola mais!
- Ai, não acredito! – exclamou Lia. – Essa menina também quer todos pra ela! Primeiro o Cedrico... Owww, o Cedrico... Depois o Harry, agora o McPhee?! Putz, peraê, né!
- Ah, é verdade... – disse Mione.
- Sim, mas o que é que tá rolando entre vocês? – perguntou Gina. – Não foi maravilhoso hoje à tarde?
- É, né... Foi, até ela chegar... Parecia que ele tava me deixando de lado...
- Ow, amiga... Vamo’ ver o que acontece hoje à noite, né... – disse Lia. – Mas acho que ele já tá caidinho por você! Aquela música que ele cantou te olhando... Foi lindo demais!
Mione sorriu sem-graça.
- Sim, mudando de assunto... – continuou Lia, olhando agora para Gina. – Como é que foi a conversa com o Dino?
- Ah... A gente fez as pazes! Acho que agora tudo se ajeita... Espero que finalmente ele tenha entendido que eu não gosto da Padma, né!
- Ele não é besta de não entender – comentou Mione. – Ah, Lia! Eu vi você e o Simas saindo pra conversar... – ela tinha um olhar malicioso. – Que que tá rolando?
- Ai, gente... Nada haver... – respondeu Lia sem jeito. – A gente é só amigo.
- Desde quando? – perguntou Gina. – Eu sempre te vi implicando com ele, Lia! Como assim essa amizade repentina?
- Ah, Gina... Eu realmente implicava com ele, mas percebi esses dias que ele pode ser uma pessoa ótima pra se conversar... A gente começou conversando sobre você e o Dino e a partir daí foram surgindo outros assuntos...
- Hummm, sei! – disse Gina.
- Ow, pára! É sério!
Harry pensou direito sobre a maneira com que tratara Parvati logo cedo. A bebida havia lhe dado ânimo para se chegar nela na noite anterior, mas lhe causara ânsia de vômito de manhã impossibilitando-o de cumprimentá-la corretamente. Decidira-se, mais uma vez, corrigir seu erro. E dessa vez sóbrio.
Assim que chegou à tenda das festas com Rony deu logo de cara com Lilá. Mas Parvati não estava com ela.
- Cadê a Parvati? – perguntou a Lilá após Rony cumprimentá-la.
- Ah, ela tava andando por aí com a irmã.
Harry resolveu então andar sozinho. Não havia cabimento ele ficar lá segurando vela de Rony e Lilá. Mas não demorou muito e logo avistou Parvati e Padma conversando a um canto da tenda. Como se chegaria nela? E se ela fosse fria com ele?
- Oi – disse, após tomar coragem.
Parvati não estava muito simpática. Mas, longe de ser chata, abriu um sorrisinho forçado e olhando da irmã para Harry respondeu:
- Oi, Harry...
O garoto cumprimentou sua irmã e depois perguntou se podiam conversar.
- Tudo bem, mana – disse Padma. – Eu tenho que procurar uma pessoa...
Harry se viu sozinho de frente para Parvati. Não sabia bem como começar a conversa, mas alguma coisa tinha que dizer.
- Bom... Eu queria te pedir desculpa pela minha frieza hoje de manhã...
Parvati virou o olhar do rosto dele para o chão. Ele continuou:
- É que... Eu não sei se você percebeu, mas ontem eu meio que exagerei na bebida... – viu Parvati assentir com a cabeça. – Então... Daí hoje eu não tava muito bem. Tava realmente me sentindo mal...
- Eu sei, Harry... Tudo bem... Mesmo que não esperasse por aquele seu comportamento, eu sei que você não deve satisfações a mim.
- Claro que sim, Parvati! – disse Harry, pegando nas mãos da garota. – A gente teve algo ontem. E foi muito bom... Eu não queria ter estragado tudo da maneira como eu fiz hoje de manhã.
Parvati olhou suas mãos sendo tocadas pelas dele e abriu um sorrisinho.
- Então tudo bem!
Harry percebeu que não havia mais nada a ser dito e a beijou como tinha feito na noite anterior e adorara.
Mione, Lia e Gina chegaram juntas à festa novamente. Mas logo de início, Gina foi atrás de Dino. Mione e Lia continuaram andando.
Dessa vez Mione não pôde deixar de ver Rony e Lilá muito bem próximos e animados. Aquilo lhe irritava de um modo inexplicável. Odiava a maneira como Lilá sorria para Rony e passava os dedos no seu cabelo; a maneira como ela o abraçava e repousava a cabeça no ombro dele; a maneira como ele beijava-lhe o rosto lentamente; a maneira como ele tinha Lilá aos braços e não ela... Sim, Mione podia abafar esse sentimento dentro de si, mas ultimamente não podia deixar de notar o ciúme que sentia do amigo. Imaginava-se com ele, envolvida por aqueles braços... Acariciando aquele rostinho bravo...
Mas agora ele estava ocupado demais com Lilá. E ela própria agora pensava também em uma outra pessoa... Sim, porque seu relacionamento – seja lá qual fosse – com McPhee estava indo muito bem, obrigado. Até que o viu... E conversando com Cho Chang! Aquilo não podia ser possível... Como uma pessoa consegue ter ciúmes de duas pessoas ao mesmo tempo?
Lia percebeu sua indignação, mas ao ver que McPhee abriu um sorrisão ao ver Mione e deixou Cho Chang para vir falar com ela, percebeu que era hora de procurar outra pessoa para conversar.
- Vou atrás do Simas – disse Lia com a intenção de deixar Mione sozinha.
- Tudo bem... – respondeu Mione, tendo que logo em seguida se virar para cumprimentar McPhee.
O garoto a beijou e depois disse mais uma vez um “Como você está linda!”. Pois é, parecia estar tudo indo bem, mas pouco depois quando estavam andando pelo acampamento ela não conseguiu evitar a pergunta:
- Você e a Cho Chang já... Já tiveram alguma coisa?
- Por que cê quer saber isso? – perguntou McPhee surpreso.
- Hum... Não sei... Vocês parecem mais íntimos.
McPhee sorriu.
- Você é perceptiva, hem... Bom... Esse ano a gente teve um certo rolo... Mas era muito complicado.
- Por quê?
- É que eu era amigo do Cedrico, sabe...
No outro dia de manhã, Harry e Rony não conseguiam encontrar Parvati e Lilá. Mas a idéia de encontrá-las durante o dia, à tarde e à noite parecia meio assustadora. Aproveitaram então para assistir a uma palestra com Hermione.
Mione sentia-se diferente perto de Rony, e qualquer movimento muito próximo que ele fizesse, causava-lhe um arrepio e uma palpitação acelerada. E quando viu que os dois se aproximavam de sua cadeira na tenda das oficinas, sentiu até um rubor na face. Fez de tudo para disfarçar, pois apesar de ser tudo muito novo não queria que Harry e Rony percebessem que estava encabulada.
Mas Harry notava... Aliás, ele notava a tensão que vinha tanto da parte de Hermione quanto da parte de Rony. O fato de os dois se gostarem era claro para Harry, mais claro até do que para os dois próprios. Talvez porque não queriam estragar a amizade, ou talvez porque eram simplesmente muito teimosos.
- Olá – disse Hermione sorridente quando os dois se sentaram.
- Cadê ele? – perguntou Rony.
- Ele quem? – Mione não entendia.
- O cara que não larga mais do seu pé, ué! Que milagre é esse ele não tá aqui?
- Não tem ninguém no meu pé, Rony! – Mione se exaltava e não podia esconder a vermelhidão em que seu rosto se tornava.
- E aquele George McPhee que não sai de perto?
- Ai, Rony, nada a ver! Pra falar a verdade, você é que tem alguém no pé e não percebe!
- Quê? – perguntou Rony olhando de Mione para Harry. – Só se for o Harry!
- Ei, não me coloquem aí no meio! – disse Harry.
- O Harry? Ah, Rony, você sabe muito bem do que eu tô falando!
- Ta bom, ta bom! Parem de brigar vocês dois! – interrompeu Harry.
- Shh! Vai começar! – disse uma garota abusada que estava na frente de Mione.
Dino e Simas se acordaram tarde mais uma vez e antes de se levantar para tomar banho e comer alguma coisa, rolavam na cama conversando besteiras.
- Ei, pô... – disse Simas.
- Diz... – respondeu Dino distraído.
- Tipo... Que você acha da...
- Da Lia? – completou Dino prontamente para o espanto de Simas.
- Como você sabe?
- Ah, pô! Eu tenho visto vocês dois conversando.
- Pois é... Mas tipo... Acho que pra ela é só amizade, mesmo... Quero dizer, acho que ela nunca iria querer algo comigo, né... Que você acha?
- Como assim?
- Você acha que ela só me vê como amigo?
- Como é que eu vou saber, Simas?
- Ah, sei lá... Você acha que ela poderia sentir algo por mim?
- Pô, Simas... O que cê tá me perguntando é bem difícil de se responder, sabe...
Silêncio. Simas pensava nos olhos dela, naquele sorriso sincero, aquele balançar do cabelo... Era tudo tão sincronizado, tão perfeito...
- Tá se apaixonando é, Simas? – perguntou Dino jogando uma almofada na cara do amigo.
Horas depois, quando o céu mudava sua cor de um azul forte para um incrível tom alaranjado, Gina andava sozinha ao longo do acampamento à procura do namorado. Não sabia ao certo onde encontra-lo, até porque a última vez que o tinha visto foi na noite anterior. Torcendo muito para não dar de cara com Padma ao lado dele, sentiu-se aliviada ao vê-lo conversando com Simas e uns outros garotos da Grifinória perto de um laguinho bem arejado e ventilado.
- Oi, mô! – disse sorridente ao chegar perto do grupo.
Dino fez sinal aos amigos de que voltaria mais tarde e, sorrindo de volta para a ruivinha, puxou-a para mais perto do laguinho.
- Já tava com saudades...
- Seu mentiroso... – respondeu Gina enquanto era abraçada.
- Por que eu estaria mentindo?
- Ah, não sei... Pra me agradar, talvez?
Dino lançou-lhe um olhar de repreensão, no que disse:
- Gina, se você ta querendo voltar ao assunto que a gente tanto já discutiu...
- Não, Di! Não é isso... Mas você deve concordar que não seria estranho se você quisesse me agradar mais do que o normal diante de tudo o que vem acontecendo...
- Gina, que “tudo isso” você ta querendo dizer? Nem aconteceu tanta coisa assim... A não ser seu ciúme repentino pela Padma e...
- Peraí! Ce ta querendo dizer que esse meu ciúme não tem cabimento?
- Não, Gina! Agora você já ta tirando palavras da minha boca. Em momento algum eu disse que seu ciúme não tinha cabimento. Aliás, se você parar pra pensar direitinho vai ver que...
- Eu não to acreditando, DINO!! – Gina agora cruzava os braços e expressava no rosto uma verdadeira exaltação. – Eu não mereço isso, não... A gente não consegue passar mais um minutinho sequer sem brigar! Vai ser assim até quando?
- Até essa sua raiva esfriar, Gina... Até que seu orgulho seja vencido...
- Ah, Dino! Quer saber de uma coisa? Pra mim chega de tanta confusão! Eu acho que a gente precisa de um tempo para pensar... Tudo bem que vai ser inevitável a gente se esbarrar por aí esses dias, mas assim pelo menos não ta dando certo... Eu ainda não consegui vencer o ciúme que sinto de você e a Padma e acho que não vou conseguir tão cedo, porque sempre que tiver de te ver vou me lembrar da cena em que vocês dois se abraçavam e aí vou jogar toda a raiva em cima de você...
- Mas, Gina!
Dino sabia que nunca conseguiria entender as mulheres, mas essa atitude de Gina parecia ir além da conta. Ele não fizera nada! Absolutamente nada. Questionava por que causava tanta raiva à namorada, pois queria fazer de tudo para mudar a situação, até porque ia acabar se irritando com ela também.
A garota agora já se encontrava a metros de distância e ele continuava ali, imóvel, sem saber se voltava para os amigos ou se corria atrás dela. Seria tudo aquilo um jogo? Ele não tinha como saber, mas decidiu-se por atender ao pedido que Gina fizera. Talvez fosse mesmo melhor para o relacionamento.
N/a: Não sei se todo mundo percebeu, mas acabei mudando um pouco o modo de escrita da fic. Espero que não tenha prejudicado a leitura, muito pelo contrário, é para a adequação do sentido da história. ;)
Demorei bastante para postar o capítulo 8, pois fiquei vários dias impossibilitada de utilizar o computador! Agora que estou de férias – mesmo que por pouco tempo –, espero não decepciona-los!
Comentem, ta? Preciso saber o que pensam. :}
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