Louco! Completamente!



Capítulo três



Louco! Completamente!



O dia estava lindo através das janelas do castelo, eu estava caminhando para o café da manhã, quando cheguei ao salão, dei uma olhada para a mesa da Grifinória, como eu queria ir naquela direção, ser daquela casa, ficar com os meus amigos, enfim... Coisas que não vão acontecer, a realidade é diferente, a minha mesa era do outro lado, todo o salão estava cheio, e naquela mesa, que era tão estranha pra mim, não sabia onde me encachar, e ninguém sabia como me aceitar, eu me encaminhei para lá e me sentei, é estranho poder estar sentado no mesmo lugar onde a pessoa que quis matar o seu pai se sentou, mas acho que não é bom pensar nisso, é melhor esquecer! A mesa estava farta, tudo que eu gostava estava ali, torrada, torta, bolo, ovos mexidos, mingau, pão, queijo, etc. tudo era revigorante, a comida me fazia esquecer do que eu deveria fazer, mandar uma carta para minha mãe, a Sra. Gina Potter, e sinceramente eu não queria nem pensar em como ela iria reagir se soubesse que eu tinha ido para a Sonserina, isso se ela ainda não soubesse, ainda bem que eu só precisava mandar uma carta e não dar a noticia pessoalmente, caso ao contrário, iria preparado para o meu enterro.



Uma enxurrada de corujas entrou no salão, uma linda coruja branca como a neve, pousou em meu braço, era Edwiges II, o nome é em homenagem a uma antiga coruja de meu pai, que se parece muito com essa, ela segurava em seu bico um envelope vermelho, eu sabia o que era aquilo, e não queria abrir, não ali.



- Um berrador? É melhor você correr, se não já sabe... - Scorpius tinha se aproximado e sentado ao meu lado sem que eu percebesse, como ele poderia me dirigir à palavra? Ainda mais depois do que aconteceu...- Me desculpe por ontem, no expresso, eu não deveria ter dito aquilo, fui inconsequente.



"EU SABIA! Sabia que estava sonhando, não era possível um Potter entrar na Sonserina e mais impossível ainda um Malfoy pedir desculpas a um Potter, ou pedir desculpas para qualquer um, que sonho mais louco esse!".



Quando percebi que não era um sonho eu acenei com a cabeça, fiquei sem fala, não é todo dia que isso acontece.



- Meu irmão devolveu-lhe a varinha?



-Sim, junto com uma bomba de bosta na minha cabeça!- fiz uma cara um tanto estranha, receber uma bomba de bosta não deveria ser nada agradável. - É, é nojento mesmo!- ele completou assim que viu minha expressão.



O berrador caiu da boca de Edwiges e eu tentei pegalo no ar, mas não adiantou, ele passou entre meus dedos e se abriu instantaneamente quando parou na mesa, não, aquilo não podia estar acontecendo, eu fechei os olhos e esperei...



- ALVO SEVERO POTTER, que história mal contada é essa de você ter entrado na Sonserina? E ainda não escreveu para a sua mãe? Sua mãe que te ama tanto e faz tudo por você? É melhor você me mandar uma carta explicando tudinho se não eu vou estuporar essa sua cabeça tonta!- O berrador gritou para todo o salão, todos tinham ouvido, e eu acho que se eu estivesse na lua também poderia ouvir, mas pelo menos não ficaria igual a um pimentão.



"James, eu te mato...".



Como meu próprio irmão tinha me traído daquele jeito, eu ia dar a noticia, ele não tinha o direito! Estava saindo do salão quando o encontrei descendo as escadas.



- James! Como você pode fazer isso? Você sabia que eu ia falar uma hora ou outra, você não tinha o direito!- disse me aproximando, com a voz um pouco alterada, ele estava rodeado por seus bajuladores e me olhou com descaso.



- Dá pra sair da minha frente, Sonserino imundo? – ele disse, Fred, que estava na frente dele, me empurrou e seguiu em frente, essas foram as ultimas palavras que ouvi saindo da boca do meu irmão, eu fiquei parado, o olhando se afastar cada vez mais, entrar no salão e se sentar com seus amigos, meu irmão tinha virado as costas para mim porque eu virei um Sonserino, um Sonserino imundo para ele, pode não parecer, mas isso me magoou, profundamente.



 



Já faz cinco dias que isso aconteceu, naquela mesma noite eu mandei uma carta falando tudo que tinha acontecido para a minha mãe, o que eu estava sentindo e como era estranho tudo aquilo, de manhã eu recebi uma resposta, minha mãe sabia confortar alguém com palavras, mesmo que fosse através de uma carta, minha primeira semana de aula foi ótima, na medida do possível, eu tinha perdido alguns pontos por chegar atrasado às aulas, mas sempre recuperava com os pontos que ganhava na aula de poções, já que toda poção que o Sr. Horácio Slughorn passava "eu fazia com maestria", pelo menos, isso com certeza seria o que ele diria, nessa semana eu também me aproximei de... Scorpius Malfoy, isso mesmo, depois do pedido de desculpas, ele começou a sentar do meu lado e me seguir para onde eu fosse, era quase impossível não falar com ele, muito menos se aproximar, por conta disso a Rose parou de falar comigo, ela não diz o porquê, mas eu sei que ela o crucifica por ser um Malfoy, o crucifica por coisas que ele nunca fez e TALVEZ nunca faça. O que foi? Ele é um Malfoy, é bom sempre ter um pouquinho de desconfiança com um Malfoy, se ele quiser vai precisar conquistar minha confiança, e não é fácil.



O que mais me incomodava era que nessa semana inteira, meu pai não tinha me mandado nada, será que ele pensava igual ao meu irmão? Que eu sou um Sonserino imundo? Não é qualquer coisa o primeiro Potter de uma geração inteira entrar na Sonserina, querendo ou não, mesmo com aquela ultima conversa na estação meu pai ficaria decepcionado, minha mãe e toda a minha família também, James era a prova disso. Mas agora não há tempo, estou correndo pelos corredores do primeiro andar para chegar à sala de DCAT, já estou atrasado, após passar por inúmeros corredores, encontro uma porta fechada com vários alunos em volta do lado de fora da sala, na porta estava escrito "Sala de aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Não são permitidas maldições.", quando eu me reuni com o resto da turma a porta se escancarou, a sala era enorme, as paredes eram feitas inteiramente de pedra, janelas iluminavam toda a sala, o chão era em pedra negra, e seu teto alto, as carteiras ficavam em um canto, o que deixava bastante espaço no restante da sala, ao fundo da classe, atrás da mesa do professor, existia uma escada em espiral, que deveria dar a um aposento qualquer, minha professora estava sentada, terminando de tomar uma xicara de chá, quando ela começou a se levantar eu corri para me sentar ao lado de Scorpius.



-Bom dia, alunos. - ela disse abrindo um grande sorriso, ela era extremamente linda, seus olhos eram verdes e seus cabelos castanhos, sua pele era dourada, como se tivesse tomado bastante sol em uma praia da Florida e esquecido de passar protetor solar. - Meu nome é Charlotte Wilson, hoje eu vou ensinar a vocês como surgiu a DCAT, boa parte desse conteúdo se encontra no livro, mas eu vou dar uma pequena introdução.



Ah não, ela vai começar a falar, a aula que eu esperava ser a melhor vai começar assim? Com essa chatice?



"Defesa Contra as Artes das Trevas é uma das antigas matérias estudadas por bruxos. Ela foi inventada na Idade das Trevas, no ano de 1326, após a queda do império bizantino e romano, onde muitos bruxos e bruxas se revelaram e começaram a estudar a Arte das Trevas...".



Alguns meninos começaram a babar na mesa, inclusive Scorpius, quando olhei para o lado lá estava, segurei a vontade de rir, era irresistível, a cara do meu colega era um chamariz para isso.



"Com o intuito de afastar jovens Magos das Artes do mal, dois bruxos da época começaram a combater essas forças, eram eles Lucian Tremor e Ankou Mekhet. Os motivos que os motivaram foram simples, vocês verão detalhadamente no livro...".



O restante da sala estava quase igual, quer dizer, somente os meninos, e eu acho que ouvi um deles suspirando, talvez fosse uma ilusão da minha cabeça, mas eu tenho certeza que vi um garoto ao fundo da sala limpando a baba que caia da boca.



"Muitos bruxos da época eram contra as artes das trevas, mas não se preocupavam em detê-la, muitos chamavam Lucian e Ankou de loucos por tentar acabar com as artes malignas, já outros os admiram por serem valentes bastante para lutar contra o mal, então outro bruxo famoso se juntou a essa causa, o nosso querido Merlin...".



As meninas anotavam tudo que a professora dizia, e na outra fileira eu vi uma Rose perturbada tentando acordar um Thomas tonto, parecia que todos estavam encantados pela beleza da professora, menos eu, já que a beleza que realmente me chamava atenção era de uma loirinha na primeira fileira, ouvindo tudo que a professora dizia, seu rosto ficava lindo com aquele semblante serio, seus cabelos estavam iluminados por um raio de luz que vinha da janela e seus olhos brilhavam com uma intensidade enorme.



-Vocês vão saber mais lendo toda a historia a partir da pagina 14 do livro, quero um resumo de 50 centímetros do que vocês entenderam na próxima aula.



E assim se deu a primeira aula de DCAT, a aula que todos esperavam acabou com todos lendo e escrevendo em um pergaminho sem graça, aquilo com certeza não era o que eu esperava!



 



 



-Ela é linda!- disse Scorpius, pulando pelo corredor.



Eu e ele estávamos a caminho do salão principal para almoçarmos, minha barriga estava roncando de tanta fome, na verdade ela estava gritando...



-Não se esqueça de que ela é professora, Scorpius, você não tem nenhuma chance. - disse rindo da cara do meu... amigo, por falta de palavra melhor.



-Você também não tem chance com aquela loirinha!- ele disse rindo.



-O que?- isso foi a única coisa que consegui falar, como ele sabia? eu não contei! mais uma vez ele me pegou de surpresa, eu ainda vou dar o troco nesse Malfoy.



-Você acha que eu não percebi você olhando pra ela?- ele disse alto demais e logo em seguida soltou uma gargalhada estridente.



-Fica quiet...- Eu ia completar a frase, mas tinha esbarrado com algo, na verdade com alguém, pra ser mais exato um grandalhão, que derrubou meus materiais, ninguém derruba os meus materiais.- Ei, toma cuidado, mais um pouco e as pessoas vão achar que você é cego!



-Toma cuidado você! Se não quiser virar o Potter zarolho saia da minha frente. – Não o reconheci de primeira, mas depois, observando bem, vi que era um dos capangas que estavam com Scorpius no expresso, ele me empurrou com o ombro e abriu passagem entre meus materiais até Scorpius, seu alvo final, eu não ia me intrometer, a conversa não era comigo. – Malfoy, preciso falar com você, vem comigo. - o grandalhão disse, eu estava pegando meus materiais do chão, olhando aquela cena, mas quando ele disse que tinha que conversar com o Malfoy o meu olhar mudou instintivamente para o meu mais novo amigo, o que ele queria com o Scorpius?



-E se eu não quiser, Theo Cooper?- Ele respondeu com toda a coragem que tinha, totalmente tremulo.



-Você não tem essa opção. - O grandalhão disse, pegando Scorpius pelo colarinho e o puxando pelo corredor. E você deve estar se perguntando o que eu fiz, né? Fiz uma burrice como sempre faço, me levantei, reuni toda a minha pequena coragem e apontei minha varinha de 35cm, maleável, feita de tronco de cerejeira e núcleo de pena e pelo de Grifo para o trasgo tosco, chamado Theo Cooper a minha frente.



- Expelliarmus!- gritei, Cooper foi atirado para longe, soltando a gola do Malfoy, que correu em minhe direção se pondo atras de mim, aos poucos ele começou a se levantar e apontou a varinha para a minha direção, mas antes mesmo que ele lançasse algum feitiço eu gritei.- Protego!- uma proteção invisível se fez e absorveu o feitiço que ele tinha jogado no mesmo instante que o meu.



- Bombarda! Confundus!- ele falou os dois feitiços um atrás do outro, não me dando tempo para pensar, o primeiro feitiço bateu em minha proteção e explodiu, o segundo me atingiu em cheio, com tamanha eficácia que cai no piso frio, tudo girava, o chão parecia que ia se abrir debaixo de mim, tentei olhar pra cima, mas vi varias figuras humanoides na minha frente, pareciam pessoas, mas com vários olhos e braços, figuras duplicadas...-Wingardium Leviosa!- ouvi o feitiço vindo de longe, abafado, com um ruído que me incomodava, era como se fosse uma cobra se rastejando, senti meu corpo sair do chão, tentei apoiar minha mão no mesmo, mas não conseguia alcança-lo, eu estava voando sem ter asas, eu podia voar, bati os braços para baixo com a intensão de subir e estava funcionando, eu poderia fazer qualquer coisa naquele mundo estranho, até que...



-Expelliarmus!- Scorpius lançou o feitiço e Cooper foi atingido e eu cai no chão com um baque, recuperando alguns sentidos, meu corpo doía, e a minha cabeça girava, dois Scorpius estavam vindo em minha direção para me ajudar, mas enquanto eu estava levantando ele foi atingido pelo mesmo feitiço que lançou e sua varinha caiu longe junto com ele, dois Coopers se aproximava de dois Malfoys, com um olhar psicótico e a varinha em posição de ataque, eu precisava fazer alguma coisa, era o meu dever ajudar, mesmo tonto e vendo tudo como dois eu me levantei, reuni todo o resto de força que tinha e corri como um condenado até os dois Scorpius, que na verdade era apenas um, quando cheguei até ele Cooper já tinha abrido a boca para lançar outro feitiço.



- Incendio!- um jato de fogo saiu da varinha do garoto, vindo em minha direção e na direção de Scorpius, eu só conhecia um feitiço que podia combater aquele, e com certeza eu ia usar, só precisava apontar para o lugar certo.



- Aqua Eructo!- gritei, e um jato d’agua saiu da ponta da varinha, transformando a junção de água e fogo em vapor, que invadiu todo o corredor, o chão estava molhado e eu também, estava pronto pra qualquer coisa, qualquer feitiço, maldição ou azaração, mas no exato momento em que o feitiço de Cooper se extinguiu e o meu o encharcou, o feitiço de desarmamento foi ouvido de longe e a minha varinha junto com a do meu oponente voaram.



- O que esta acontecendo aqui?- Perguntou o professor Neville.



- Aquele garoto é louco! Louco! Completamente!- Scorpius disse apontando para Cooper,depois de se levantar do chão, e mesmo estando desnorteado, dolorido, molhado e caído no chão, eu sabia que estavamos em uma tremenda encrenca.



 



N.A.:



Gente, essa é a minha primeira batalha, não ficou tão boa assim, é que uma certa pessoa aqui em casa me apressou, eu queria perdir desculpas pelos erros, e agradecer a Lilian Potter 10, pelo comentario, não esperava que uma das minhas escritores preferidas aqui do Floreios gostasse da minha fic ou pelo menos perdesse tempo para le-la, estou lisonjeada, vou continuar escrevendo sim, pode ficar tranquila, e sinceramente, obrigada pelo primeiro comentario da fic, que venham outros, bjs!



Existem informações muito importantes para a construção da fic nesse capitulo, nada, absolutamente nada, que eu escrevi foi em vão, mais pra frente vocês vão entender tudo o que o cerca, e o proximo capitulo vai ser narrado em terceira pessoa, só narrei esse em primeira porque queria que vocês soubessem como Alvo se sentia. Até o próximo!!


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Comentários (2)

  • Ivana R

    Interessante a mudança da narrativa. Estou curiosa para ler mais. :)

    2016-07-24
  • Lilian Potter 10

    Nossa! Excelente capitulo! Fiquei com muita dó do Alvo, coitado. Estou adorando a construção da amizade dele com o Scorp : )Só uma observação: acho que o nome do personagem é Scorpius. No mais, agradeço o seu carinho : ) 

    2016-07-05
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