Prólogo

Prólogo

 

A primavera do ano de 1148 estava particularmente esplêndida. Apesar do clima ainda estar constituído de diversas rajadas de ventos gelados e muitas nuvens escuras ainda estarem presentes no céu, era notável o fim do terrível inverno e o começo da encantadora primavera. Os campos de flores, cheios de branquíssimos lírios e delicadas tulipas, já se enchiam novamente de cor e vida. As árvores de diversas espécies já se mostravam carregadas de flores. O denso gelo dos lagos e rios se derretiam com os raios solares. Já era possível sentir o doce aroma da grama e da flora renascendo em torno do antigo castelo. Era o início da primavera.

 Naquele ano, porém, o povo do grande reino de Lorenna teria mais uma notícia para se comemorar naquela época do ano, além do desabrochamento das flores e do renascimento das belas paisagens do reino. Seria o ano do nascimento do mais novo herdeiro do trono. A criança que um dia se sentaria sobre todo o povo do reino, e governaria com bravura e honra todo o espaço que dependia daquele reinado.

Reinado que, há poucos anos, acontecera uma delicada mudança. Por ter enfrentado uma gravidez muito difícil, a rainha Ellen não pôde mais dar a luz á outra criança, tendo assim apenas a pequena Hermione como herdeira de Lorenna, o que era um tanto complicado, já que existia uma grande preferência por herdeiros homens. Assim, cabia a Hermione casar-se com algum de seus pretendentes, severamente escolhidos por seus pais, quebrando a antiga regra de ser o príncipe a escolher uma dama para ser sua esposa.  

Como a tradição mandava, um baile foi executado para que a jovem princesa, de apenas dezenove anos, conhecesse os cavalheiros e, no final de quinze dias, anunciasse o homem escolhido para governar o reino ao seu lado. Porém, Hermione era uma princesa um tanto diferente. Depois de fazer os cumprimentos cordiais de sempre aos convidados e valsar algumas vezes com seu pai, começou seu curto discurso de despedida a todos os nobres presentes no baile, com a educação e doçura de sempre, sendo capaz de conquistar cada um dos ouvintes. Assim, a princesa começou seu longo caminho até seus aposentos, dando uma pequena pausa nos jardins, local que se encontrava vazio e escuro àquela hora da noite.

Porém, a escuridão não a assustou, como sempre, deixando-a ainda mais á vontade para perambular por entre os arbustos e árvores do majestoso local. E, enquanto Hermione observava um belo cipreste que tinha acabado de ser plantado, a sombra de uma figura ali perto a alarmou. Apesar de estar com medo da sombra, a curiosidade despertava nela um desejo de aproximar-se, mesmo que cautelosamente.

O que ela viu, porém, era bem diferente do que imaginava. Achava que se tratava de algum animal perdido, ou até uma criança convidada para o baile, que decidiu fazer um passeio noturno. Como ela se enganara! O que projetava a comprida sombra era apenas um rapaz, muito provavelmente um jardineiro que fazia seu trabalho a noite. Continuou seu caminho por entre os corredores formados por diversos arbustos, ignorando a presença constante do jardineiro, que apesar de estar disfarçando, a princesa percebia claramente que ele a seguia.

Depois de vários minutos neste jogo, onde Hermione tentava se esgueirar por entre a vegetação e fugir do jardineiro de modo discreto e educado, ela perdeu a paciência:

— Por acaso o senhor não está me seguindo, está?

O jardineiro, que na hora fingia estar podando alguns ramos das belas rosas que por ali cresciam, se assustou com a súbita exclamação da princesa, levantando-se em um pulo. Após se curvar com exagerada honra, o rapaz respondeu, timidamente:

— Perdoe-me se dei a entender isso, vossa majestade. Desejava apenas me certificar que vossa senhoria não corria perigo.

Apesar de sua paciência não ter aumentado, a resposta do jovem, juntamente com a excelente educação e — algo que Hermione esforçava-se para não pensar — os brilhantes olhos azuis do jardineiro, diminuíram consideravelmente a raiva da princesa. E, após esta perdoar o mal entendido, seguiu novamente para o castelo, a fim de finalmente receber seu merecido sono.

Porém, o que ela menos fez naquela noite foi dormir. Por mais que ela tentasse não pensar, suas lembranças sempre voltavam ao encontro com o jardineiro, juntamente com o tímido sorriso e os diferentes olhos que este possuía.

A partir daí, tudo foi ocorrendo de uma forma bem rápida. Os tímidos e reservados encontros que a princesa e o simples jardineiro compartilhavam foram logo descobertos pela rainha Ellen, que tratou de escondê-los de seu marido, para o bem da felicidade de sua filha. Porém, depois de alguns meses de sigilosos encontros com Ronald, o divertido, encantador e teimoso jardineiro, Hermione decidiu oficializar sua relação, e contou tudo para seu pai.

Como era de se esperar, o rei Henrique não aceitou que sua filha se encontrasse ás escondidas com um jardineiro, proibindo-a de vê-lo novamente. Depois de diversas insistências por parte da esposa, a romântica rainha Ellen o convenceu a permitir que Hermione voltasse a se encontrar com Ronald, causando uma imensa alegria na filha, que se encontrava depressiva durante vários dias. Porém, Henrique propôs uma condição ao novo genro: separar-se definitivamente de sua filha, ou casar-se nos próximos dias.

Assim, após algumas semanas, um belo e simples matrimônio aconteceu na capela do palácio de Lorenna, significando a união da princesa Hermione Granger e do comum jardineiro, Ronald Weasley.

Passado alguns anos, a rainha Ellen veio a falecer, trazendo imensas tristezas para todo o reino. O rei Henrique, se sentindo incapaz de continuar seu reinado sem a presença e o apoio de sua esposa, decidiu passar o trono ao genro e sua filha. Assim, o jovem casal subiu ao trono, como rei e rainha de Lorenna. Ocorreu então uma delicada mudança no reinado, pois o trono passou da família Granger, que durante séculos governou aquele povo, para a família Weasley, uma família simples e pobre, porém bem antiga naquelas terras.

E neste ano, quando a primavera voltava para ressurgir as belas paisagens de Lorenna, o povo receberia o mais novo herdeiro do trono, pois a rainha Hermione, com seus vinte e três anos, estava vivendo sua primeira gravidez. A imensa barriga da rainha já mostrava claramente que o bebê nasceria naquela mesma primavera, fazendo todo o povo acreditar que era o nascimento do novo herdeiro a causa para todo aquele esplêndido espetáculo que as paisagens de Lorenna realizavam.

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As encantadoras rosas azuis foram com certeza as protagonistas daquela estação. Com suas cores suaves e vivas ao mesmo tempo, suas delicadezas sempre presentes e os afiados espinhos as protegendo constantemente, foi a inspiração para a escolha do belo nome da filha.

E, sinceramente, ele não achava que sua pequena filha, a princesinha Rose, combinava com qualquer outro nome. Aquele nome, com toda certeza, foi feito para ela, um bebê encantador, delicado e protegido como uma verdadeira rosa. E, como se já não existissem mais semelhanças, a princesa ainda possuía os poucos fios de cabelo ruivo e os curiosos olhos azuis, que ela havia puxado dele, seu pai, mostrando para todos que ela era definitivamente uma rosa. A rosa mais bela do reino.

Ah, como ele estava feliz! Com uma encantadora e inteligente esposa ao seu lado, auxiliando-o em qualquer assunto que precisasse e sempre o confortando-o com aquele doce sorriso que apenas ela, sua Hermione, possuía; um reino próspero e feliz, com súditos leais e amigáveis; e uma linda filhinha, seu maior tesouro. Quem diria que um dia ele se sentiria tão bem, mesmo exercendo aquela posição, a posição de um rei, a posição de um aristocrata.

 

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N/A: Desculpem pelo atraso gigante, gente! Mas meu fim de ano estava corrido e só agora, que entrei de férias, consegui postar. E, sobre o prólogo, espero de verdade que tenham gostado! Esse foi apenas uma introdução sobre o universo da fic, é no primeiro capítulo que a história realmente começa. Não se esqueçam de comentar! Beijos,

Dani.

 

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