Terceiro Capítulo

N/A: Gente, capítulo um pouquinho especial, começando com um flashback de uma cena que sempre imaginei acontecer entre os dois. Isso só pra comemorar meu aniversário, tá? Não vão se acostumando! Hahahahaha.

Terceiro Capítulo

 

Sete anos antes

Sexto ano:

— Ah, então você duvida? — Rose Weasley perguntou irritada.

— Ei, calma aí, cenourinha! Só quis dar minha opinião sobre você já ter...— ele parou de repente ao vê-la tirando a varinha do bolso.

— Eu já te falei que eu odeio quando me chama de cenoura, Malfoy! E isso é pelo que você me disse sobre eu nunca ter beijado alguém! — ela pronuncia uma azaração fazendo com que ele caia no chão imediatamente.

— Ótimo showzinho, Weasley. Mas só consegue me fazer cair? Achava que você era melhor em feitiços, sinceramente.

— Então tente se levantar! Já que é tão bom como diz, vamos ver se você sabe o contrafeitiço para a Azaração das Pernas Bambas — ela fala rindo enquanto se afasta pelo longo corredor, deixando-o sozinho.

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Já se passava das seis da tarde quando Rose se sentou em baixo de uma árvore para ler seu livro. A garota, que estava distraída, se sobressalta quando escuta uma voz aparentemente irritada chamando seu nome, e já tem a certeza de quem seria. Com um rolar de olhos, continua sua leitura quando percebe a aproximação do dono da voz.

— Sabe Weasley, você até me convenceu de que sabe pelo o menos um pouco de feitiços. — Scorpius afirmou com um tom irônico em sua voz. — Mas continuo com a mesma opinião sobre aquele assunto.

— Que assunto? — Rose perguntou enquanto ele se sentava ao seu lado.

— Até parece que você não se lembra, cenoura! Aquele assunto de você nunca ter beijado alguém... — ela corou enquanto olhava pra ele com os olhos arregalados  — mas não se preocupe. Decidi que, pela primeira e única vez, irei te ajudar.

— O q-quê? Como assim me ajudar? — ela perguntou ficando cada vez mais vermelha e com os batimentos cardíacos cada vez mais rápidos.

— Só tente não falar nada, ok? — ele dizia enquanto chegava perto do rosto da garota, que estava imóvel para fazer qualquer coisa.

 

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Época Atual

 

— Você aceita algo para comer senhorita? Já vamos decolar. — perguntou uma aeromoça que passava com o carrinho de lanches.

Com um pouco de susto, Rose quebra o contato visual que tinha, até aquela enxerida da aeromoça aparecer, com ninguém menos que seu ex-namorado, Scorpius Malfoy.

— O quê? Ah sim! Na verdade, gostaria de te perguntar se aquela senhora aceitou fazer a troca... — atrás do carrinho de lanches, alguém a interrompe subitamente:

— Ela aceita um pacote de amendoins. — Rose o olha com um misto de surpresa e timidez, mas ele continua — Você continua gostando de amendoins, não é?

Enquanto ela tomava sua consciência novamente e formulava alguma resposta, ele se sentava ao seu lado, na poltrona 23-A. Scorpius olhou pra ela a espera de alguma mísera palavra, mas ela só o olhava com os olhos arregalados e as orelhas tremendamente vermelhas. Rindo um pouco da situação, decidiu que o melhor a fazer era ele mesmo começar o diálogo.

— Bem, primeiramente gostaria de pedir desculpas por fazer o voo atrasar. Minha mãe não parava de me abraçar e implorar para que eu ficasse mais alguns dias em casa. Sabe como é Astoria, não é?

Não, ela não sabia. E desejava gritar, com todas as suas forças pra ele, alegando que já não via sua ex-sogra há longos seis anos, nem aquela mansão ridiculamente imensa que ele chamava de casa. Queria lhe dizer palavras pouco amigáveis por invadir o avião dela, e por começar uma conversa qualquer ignorando totalmente o fato de que não se viam há seis anos. Mas em vez disso, ela agiu totalmente diferente.

— Tudo bem, eu nem esperei muito pelo avião. — ela disse tímida — Mas... O que você faz aqui? Digo, em um voo?

— Bem, você sabe que nunca fui muito bom em aparatação, e sempre achei as aeronaves fascinantes, assim como outras invenções dos trouxas. E precisava de algum jeito para voltar pra Roma!

Como assim, voltar pra Roma? O que ele tinha em Roma para querer voltar pra lá, e não ficar em Londres, onde era sua verdadeira casa e, diga-se de passagem, a onde ela, Rose Weasley, morava? E desde quando ele achava as invenções trouxas fascinantes? Ele sempre dizia que os trouxas tinham que se contentar com, nas palavras dele, “aquelas criações estúpidas”! Se ele tivesse falado que as achava fascinantes anteriormente, enquanto ainda estavam em Hogwarts, não teriam brigado tanto! E isso, é claro, anteciparia o namoro dos dois pelo o menos um ano!

Não querendo que soasse curiosa de mais, ela preferiu não tocar no assunto sobre voltar pra Roma, e decidiu procurar a aeromoça, que já tinha sumido a procura de um pacote de amendoim, para perguntar se poderia finalmente mudar de poltrona. Então uma sensação de tristeza e frustração tomou conta dela, após esse último pensamento. Trocar de poltrona significava trocar de acompanhante de banco. E, trocar de acompanhante significava trocar Scorpius Malfoy pelo gordo da rosquinha. Por duas horas, duas longas horas!

Olhou rapidamente para o lado. Ele ainda estava observando-a levemente, talvez esperando que ela falasse mais alguma coisa. “Até parece, querido! Não vou dar esse gostinho pra você de falar comigo como se nada tivesse acontecido entre nós dois. Humpf! Nem pensar que vou conversar com você a viagem inteira, como deve estar esperando que eu faça. Não vou deixar você falar com toda essa pose que você se casou já faz dois anos e só não me chamou para a linda e emocionante cerimônia porque tinha se esquecido de sua pobre ex-namorada, Rose Weasley. Não vou deixar você me perguntar se eu fiz o mesmo, me casei e já tenho uma penca de filhos, só para eu falar que, ao contrário de você, não fiz nada disso. Não vou, em hipótese nenhuma, dirigir a palavra para você mais uma vez!” Ela pensou agressivamente.  

— Rose, você está bem? — ele perguntou com sinceridade — você está muito vermelha. É por causa da viagem? Se quiser, tenho uma poção aqui que vai te deixar mais calma...

— É Weasley! E não, não é por causa da viagem e eu não preciso da sua ajuda! Estou muito calma, na verdade! — ela falou entre os dentes, o fuzilando com os olhos.

— Desculpe-me, mas eu preciso insistir. Você está precisando realmente se acalmar, e a viagem só está começando, o avião nem decolou!

Ela olhou para a janela para se certificar que o avião ainda estava no chão. Maldição! Paradinho, com as rodas pousadas no solo, sem nenhum mísero centímetro de distância! Ah, com certeza ela irá reclamar dessa companhia que, sem se contentar em fazer os pobres passageiros esperarem duas horas em uma sala de espera fria e um pouco escura, os fazia esperar mais naquele avião, que não tinha nem levantado do chão! Sem contar com o acompanhante de banco, é claro!

— Vou te dizer o que está me irritando, Malfoy. — ela disse se virando bruscamente para ele, que passou de uma expressão solidária á uma expressão de temor. — Você! Você com essa sua falsa preocupação comigo! Você, com essa sua conversinha amigável, como se fôssemos bons amigos! Você, com esse seu sobretudo cinza que humilha totalmente minha calça jeans velha e desgastada! Você, com esse seu cabelo perfeitamente arrumado e puxado levemente pra trás! Você, com essa sua educação toda pra cima de mim! Você, dizendo que as invenções trouxas são fascinantes! Você, dizendo que vai voltar para Roma! Você, que atrasou esse voo duas horas! Você, que está sentado bem ao meu lado! Você, o meu ex-namorado de Hogwarts!

Ela respirou fundo depois de ter falado tudo que estava entalado na garganta. Bem, nem tudo. E o olhou novamente, percebendo que ele estava com os olhos arregalados e uma expressão bem surpresa. Nesse momento, a aeromoça passa e Rose vê sua chance de sair dali rapidamente.

— Com licença, aeromoça. Posso trocar de poltrona agora? — ela pergunta evitando olhar para Scorpius, que parecia estar em choque.

— Ó, claro que sim, senhorita. Minhas sinceras desculpas, eu realmente me esqueci!

Ela pegou sua bolsa rapidamente e se levantou, tentando passar por Scorpius sem esbarrar nele. Com um leve esbarrão, ela se vê livre das poltronas 23, e toma seu rumo até sua nova poltrona, do lado do gordo da rosquinha, a onde, depois de esperar a senhora que ocupava o lugar se levantar, se senta dando um rápido oi para seu novo acompanhante.

— Passageiros do Voo 472, nossas sinceras desculpas pelo atraso. Estamos decolando agora, e iremos chegar a nosso destino daqui á duas horas. Aproveitem a viagem e obrigada por escolher nossa companhia. — a voz de uma aeromoça soou nos alto-falantes do avião.

Com um suspiro, Rose tenta se acomodar em sua nova poltrona, sentindo o avião decolar.

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N/A: Final um pouquinho triste, eu sei. Mas logo vai melhorar, prometo! O próximo capítulo deve chegar sexta, e quero todo mundo comentando. Beijos!

 Dani

 

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