A-TROUXA-QUE-VIROU-BRUXA



CAPÍTULO 6


 


A-TROUXA-QUE-VIROU-BRUXA


 


 


 


 


 


 


 


 


_Quem é o senhor e como entrou? _ perguntou Janine, olhando admirada para o senhor idoso, de olhos azuis cintilantes, cabelos e barba um pouco longos e brancos como a neve, trajando um terno Saville Row cinza-escuro e usando óculos de meia-lua.


_Sinto muito se as assustei. Eu precisava falar com vocês e a porta estava aberta. As sentinelas foram bastante prestativas quando apresentei minhas credenciais.


_O senhor é inglês, não é? _ perguntou Marilise _ Seu Português é muito bom, mas o sotaque é perceptível. Aceita um chimarrão?


_Aceito, há tempos que não tomo um. _ disse ele, pegando a cuia e sorvendo a bebida _ Excelente qualidade, com certeza a erva é gaúcha. Sim, sou inglês e vim especialmente pelo que aconteceu com a Srta. Sandoval. Meu nome é Alvo Percival Wulfric Brian Dumbledore.


_O que aconteceu com ela? O que o senhor quer dizer, Sr. Dumbledore?


_O ocorrido com sua filha foi exatamente o que vocês descreveram, Sra. Sandoval.


_Pode me chamar de “Marilise”.


_Tudo bem. Como eu dizia, ela executou um teletransporte mágico, que tem o nome técnico de “Desaparatação”. Foi uma manifestação de magia.


_Magia? Então ela ainda existe? _ perguntou Janine _ Sempre pensei que não existissem mais magos.


_Existe. E o que aconteceu com você foi uma coisa inédita, que ajuda a confirmar uma teoria que estou desenvolvendo há anos, de que todos os seres humanos possuem potencial para a magia, independente da sua linhagem. A magia se manifesta na infância, seja em crianças de linhagem mágica pura, mestiça ou não-mágica. A idade limite é por volta dos dez anos e, quando não se manifesta, permanece latente pelo resto da vida. Você, Srta. Sandoval, é a primeira pessoa de que se tem conhecimento, que manifestou dons de magia na adolescência, após os dez anos.


_E isso é bom ou ruim, Sr. Dumbledore? _ perguntou Marilise.


_Por um lado é bom, Marilise, pois abre um mundo totalmente novo para Janine. Por outro, demanda alguns cuidados. A primeira manifestação foi muito intensa, significando que ela tem um grande poder, mas que ainda não tem controle sobre ele, apesar das capacidades paranormais que ela já manifestou, as quais não têm relação com a magia mas permitem que ela perceba coisas que seres humanos comuns não percebem. É esse controle que ela precisará adquirir e desenvolver, o que nos leva à terceira opção para os estudos de Janine. Uma escola de magia.


_Isso ainda existe nos dias de hoje? _ perguntou Janine, admirada.


_Não só existem várias ao redor do mundo, algumas aqui mesmo no Brasil, como eu sou Diretor de uma, na Grã-Bretanha. Ela se chama “Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts”. Embora conste do Guia de Estabelecimentos de Ensino, não há mais detalhes sobre ela, somente o nome da escola e do seu Diretor.


_Não seria mais lógico estudar em uma escola de magia daqui do Brasil, mesmo? _ perguntou Marilise.


_Seria, mas há circunstâncias especiais. O próprio Ministro da Magia do Brasil solicitou que eu viesse falar com vocês. As características inéditas do caso de Janine podem atrair a atenção de bruxos das Trevas.


_Bruxos maus? _ perguntou Janine.


_Sim. Infelizmente nem todo bruxo é bom, existe uma constante luta entre o nosso lado e o lado das Trevas, que tem o objetivo de adquirir poder absoluto e dominar tanto o povo mágico quanto o não-mágico ou “trouxa”, como são conhecidos os não mágicos.


_Vejo que as coisas não são muito diferentes nos dois mundos. Intolerância e sede de poder são as mesmas. _ disse Marilise, cevando outro chimarrão e oferecendo a cuia a Dumbledore.


_Não, infelizmente não são. _ concordou Dumbledore, fazendo a cuia roncar e devolvendo-a a Marilise, que cevou um novo mate e tomou _ E me arrisco a dizer que Janine corre perigo.


_Por que, Sr. Dumbledore? _ perguntou Janine.


_Seu caso é inédito na Bruxidade, uma manifestação de magia na adolescência. Eles podem querer seqüestrá-la para descobrir a razão ou então para matá-la, a fim de que ninguém mais saiba como ocorreu. Além disso, Janine nasceu trouxa, não há nenhum registro de bruxos em sua linhagem. Para os bruxos das Trevas, que são quase todos de sangue puro ou seja, de linhagens inteiramente bruxas, um bruxo nascido trouxa é uma pessoa de categoria extremamente inferior e eles costumam usar o termo ofensivo “Sangue-Ruim” (“Mudblood”) para designá-los.


_Começo a entender. _ disse Janine, pegando a cuia que sua mãe lhe oferecia e tomando _ Uma pessoa nascida trouxa, ainda mais manifestando magia tardiamente, cria neles o temor de que qualquer dia todos os trouxas possam manifestá-la e assim criar uma suposta ameaça a eles.


_Exato. E a melhor opção seria você estudar em nossa escola.


_Voltar à Inglaterra? _ perguntou Marilise _ E os procedimentos de transferência, vistos, etc?


_Tudo pode ser providenciado imediatamente, com a colaboração do Ministro da Magia. Mesmo que o Brasil seja uma terra mais tranqüila para bruxos, onde a magia é mais objeto de curiosidade e estudo para aqueles que não têm conhecimento do nosso mundo e, para os que sabem de nossa existência, a postura é de tolerância, fazendo com que a Ordem das Trevas não seja muito forte por aqui, Janine estará mais segura conosco, onde Lord Voldemort não poderá alcançá-la.


_Quem é esse? _ perguntou Janine.


_É o líder da Ordem das Trevas, está desaparecido, mas ainda é influente e já tentou voltar por duas vezes. Um vilão bruxo muito poderoso que já foi aluno de Hogwarts, de 1936 a 1943. Eu o conheci quando ele era estudante e fui seu professor. Na época, ninguém desconfiava que ele seria o maior bruxo das Trevas da atualidade, maior até mesmo do que Sibelius, o Ardiloso, que foi o mais cruel da Idade Média e Renascença e Adolf Gellert Grindelwald, que espalhou o terror durante as duas Guerras Mundiais e a Guerra Civil Espanhola.


_Já vi que existe gente perigosa. Ainda bem que Janine sabe se defender de ataques físicos. _ disse Marilise.


_E essa é uma vantagem, pois a imensa maioria dos bruxos das Trevas despreza as artes marciais, considerando-as “bobagens de trouxas” e negligenciando essas disciplinas do corpo e da mente. Inclusive, nosso professor titular de Defesa Contra as Artes das Trevas é um Auror licenciado e Sucessor da Linhagem Bruxa de Togakure.


_Mas o Sucessor de Togakure é Masaaki Hatsumi, que foi meu treinador no Budokai. _ disse Janine, passando a cuia à mãe, que cevou e passou para Dumbledore.


_Na verdade há duas linhagens. O Sucessor da Linhagem Trouxa é, realmente, o Sr. Hatsumi. Mas havia outro Mestre Ninja da Escola Togakure que, durante a mobilização japonesa na II Guerra Mundial, refugiou-se na escola de magia do Japão, o Dojo de Magia Shinobi, que fica nas montanhas de Kôga. Ele era um pacifista e estava sendo perseguido pelos belicistas. Passou a ensinar Ninjutsu aos alunos daquela escola e, depois, sua filha adotiva recebeu os direitos de sucessão, inaugurando a Linhagem Bruxa, paralelamente à Linhagem Trouxa. O filho dela e atual sucessor, é Auror e professor em Hogwarts, mas está em uma missão, fora do país.


_O que é um Auror, Sr. Dumbledore? _ perguntou Marilise.


_Bem, poderia ser comparado a um 007 bruxo, com treinamento de Comandos. São agentes especializados no combate contra as Trevas. O Ministério da Magia do Brasil, na pessoa do meu amigo Leonardo Mafra, já concordou em custear uma bolsa integral para Janine e, se for preciso, dispensá-la para disputar o Budokai, onde quer que se realize.


_Quanto a isso, não é preciso se preocupar, Sr. Dumbledore. Entrei em contato com os Coordenadores do Budokai e coloquei o meu título à disposição da comissão. Não pretendo voltar a competir nunca mais. _ disse Janine _ Depois de três participações, “Janine Saiyajin” anunciou sua aposentadoria do circuito de lutas. O Budokai não me traz boas lembranças. Então, o melhor será voltar à Inglaterra e me tornar aluna de Hogwarts, não é? OK, pode contar comigo.


_Eu não ponho nenhum obstáculo a isso, ainda mais porque o Sr. Dumbledore explicou as circunstâncias. _ disse Marilise _ Quando ela poderá ir?


_Hoje mesmo poderemos ir e, depois de adquirirmos o material, a senhora poderá retornar ao Brasil. Janine será transferida para o terceiro ano, mas terá bastante trabalho, pois precisará de aulas de reforço das matérias do primeiro e segundo anos. Será um aprendizado bastante intensivo, mas eu já tenho a solução para isso.


_O PNR será desocupado dentro de uma semana. Depois disso, irei para São Borja. É, será bom retornar à Inglaterra, por uns dias. Gostei bastante do tempo que passamos lá nos últimos dois anos, durante a última missão de Adriano, como Adido Militar na Embaixada do Brasil, em Londres. _ disse Marilise, uma lágrima descendo por seu rosto ao lembrar-se do esposo _ Por essa razão, já estamos de malas prontas.


_Então, vamos indo. _ disse Dumbledore, tirando do bolso do paletó um objeto e fazendo um movimento de varinha, despachando as malas das duas para Londres, em um piscar de olhos _ Mantenham-se tocando este prendedor de notas juntamente comigo e fechem os olhos. Um, dois e... TRÊS!


 


Um brilho azulado e os três rodopiaram, rumo à Rua Charing Cross, em Londres. Ressurgiram no Caldeirão Furado, onde Tom cumprimentou o grupo.


_Prof. Dumbledore, há quanto tempo! Damas, sejam bem-vindas ao Caldeirão Furado, o hotel-restaurante bruxo que dá acesso ao Beco Diagonal.


_Obrigado, Tom. _ disse Dumbledore _ E quanto aos quartos que reservei?


_Estão prontos, um para o senhor e o outro para as duas damas.


_Excelente. Bem, está na hora de tirar este terno. “Indumentaria Cambio”. “Finite Incantatem”.


 


Com um movimento de varinha, o terno Saville Row de Dumbledore cedeu lugar a um conjunto de vestes bruxas vermelho-vinho e um chapéu cônico, enquanto os cabelos e a barba do bruxo cresciam até seu tamanho original.


 


_Fantástico, Sr. Dumbledore. _ disse Marilise.


_Eu não poderia me apresentar a vocês em trajes bruxos e com meus cabelos e barba no comprimento original. _ disse ele _ Vocês certamente estranhariam.


_Como o astrônomo do livro “O Pequeno Príncipe”, ao qual não deram crédito quando ele anunciou sua descoberta com os trajes de seu país, somente acreditando nele quando vestiu fraque e cartola. _ comentou Janine _ Mas suas vestes bruxas são lindas.


_Muito obrigado. Devo isso a Madame Malkin, que também será a responsável pela confecção dos seus uniformes. Bem, creio que é hora de apresentá-las ao Beco Diagonal. _ Dumbledore conjurou capas para as duas e foram para os fundos do restaurante. No muro, o bruxo tocou com a varinha uma seqüência predeterminada de tijolos e uma passagem se abriu, permitindo que os três adentrassem a área bruxa.


_Nunca imaginei que houvesse um lugar como esse, em pleno coração de Londres. _ disse Marilise _ A arquitetura é tipicamente vitoriana, mas há elementos que lembram as pequenas cidades da República Tcheca, da Romênia e da Itália.


_É o resultado de reunirmos bruxos de várias partes do mundo, acabamos agregando seus estilos. Aquela é a Livraria Floreios & Borrões, onde seu material será adquirido. Ali, serão comprados os ingredientes para poções e logo adiante é o atelier de Madame Malkin. Será bom ter uma coruja, para a correspondência. A loja de animais é logo ali. Naquela outra loja, você poderá comprar sua vassoura e naquela outra veremos sua varinha.


_Parece que teremos um dia cheio. _ disse Marilise _ Por onde começaremos?


_Creio que será melhor começarmos pelos uniformes. Se tirarmos as medidas agora, ao final da tarde estarão prontos.


_Tão rápido assim? _ admirou-se Janine.


_Sim. Como as aulas já começaram, o fluxo de encomendas não é tão grande.


 


Os três seguiram para a loja e foram cumprimentados por Madame Malkin.


 


_Ora, Prof. Dumbledore! Mas o que o traz aqui?


_Uniformes para uma aluna transferida da Sepé Tiaraju, no Brasil, para Hogwarts. Foi um pedido do próprio Leonardo.


_Aquele lá não nega que é gaúcho. _ disse Madame Malkin, que conhecia o gaúcho Leonardo Mafra, Ministro da Magia do Brasil, enquanto Janine e Marilise sorriam _ Tratamento VIP para ela, então. Eu me lembro de que ele jamais se separava de sua mateira, onde carregava a cuia, a bomba, uma térmica com água quente e um pacote de erva-mate.


_Continua o mesmo, eu estive com ele, em Brasília.


 


As medidas foram tiradas e foi marcada a hora para retirarem os uniformes. Em seguida, foram para a Floreios & Borrões. A saca de livros acabou sendo maior, pois Janine teria de fazer um intensivo das matérias do primeiro e segundo anos. Ingredientes para poções, um caldeirão de estanho, penas e pergaminhos. Retornaram ao Caldeirão Furado, onde guardaram o material adquirido e fizeram uma pausa para o almoço, antes de retornarem para adquirir o restante do material.


 


_Como é que localizam uma criança que manifesta magia, Prof. Dumbledore? Há algum sinal especial? _ perguntou Marilise.


_Bem, quando ocorre em uma família na qual já existam bruxos fica mais fácil, pois a própria família entra em contato com o Ministério da Magia de seu país, que envia um orientador. Mas no Ministério da Magia de cada país há uma sala com um livro, no qual uma pena mágica escreve os dados de uma criança, no momento em que ela manifesta magia pela primeira vez. Quando a pena registrou Janine em Brasília, o Ministro em pessoa foi chamado à sala para confirmar, pois todos pensaram que a pena tivesse apresentado algum defeito. No campo “idade”, a pena escreveu “treze anos”. Foi a primeira vez, em toda a história da Bruxidade, que alguém havia manifestado magia após a infância. Leonardo viu que era algo de muito importante e entrou em contato comigo no dia seguinte, que fui imediatamente de Hogwarts para o Brasil. Passei alguns dias observando vocês, para ver se nenhum bruxo das Trevas havia tomado conhecimento do fato. Graças a Deus e a Merlin que isso não aconteceu. Procure manter em segredo sua condição, Janine, até que seja seguro revelá-la.


_Certo, Prof. Dumbledore. _ disse Janine _ Qual será o próximo passo?


_Abrir uma conta no Gringotes e transferir parte do seu saldo do Banco do Brasil para ela. Vou com você, para que os duendes do Gringotes não tentem bancar os espertos. São muito competentes, mas se houver a oportunidade...


_... Fazem como os Ferengi de Star Trek. _ disse Janine _ Sempre tentam tirar vantagem.


_Exatamente. _ disse Dumbledore, enquanto iam para o Gringotes, onde fizeram a abertura de conta e a transferência de saldo. Realmente, a presença do poderoso bruxo proporcionou a melhor cotação possível do câmbio de reais para galeões. Dali os três seguiram para a “Artigos de Qualidade Para Quadribol”, onde foram adquirir a vassoura.


_Não imaginava que existissem tantas marcas e modelos de vassouras, Prof. Dumbledore. _ disse Janine, admirada com a variedade.


_E vamos escolher a mais adequada para você. Vejamos, terá de ser uma vassoura esportiva, mas não uma “top of line” de competição. Então não será preciso que seja uma Firebolt, pois seria desnecessariamente cara. As Comet são muito bonitas, mas seu desempenho deixa a desejar. As Shooting Star estão ficando obsoletas. As melhores escolhas recairiam entre as Cleansweep e as Nimbus, sendo que as Nimbus levam certa vantagem. A Nimbus 2000 deixou de ser fabricada, mas alguns exemplares ainda podem ser encontrados. É a vassoura que Harry Potter utiliza, desde o primeiro ano.


_Infelizmente todas acabaram, Prof. Dumbledore. _ disse Carstairs, o funcionário da loja _ Quando a série 2000 foi encerrada, houve uma verdadeira corrida às lojas, devido aos preços promocionais e pelo fato de ser o modelo de vassoura escolhido por Harry Potter.


_O senhor já mencionou o nome de Harry Potter ainda há pouco, Prof. Dumbledore. Quem é ele? _ perguntou Janine.


_Aluno de Hogwarts e Apanhador da equipe de Quadribol da Grifinória.


_Quadribol? _ perguntou Marilise.


_Um esporte bruxo, no qual o jovem que mencionei, Harry Potter, é um verdadeiro ás. Você saberá mais sobre o Quadribol e também conhecerá Harry e vários outros, pois ele também está no terceiro ano. Então, as Nimbus 2000 não estão mais disponíveis, Carstairs? Uma pena, pois as Nimbus 2001 são meio pesadas, mais caras do que as 2000 e mais apropriadas para competição. As 2000 servem tanto para competição quanto para uso pessoal.


_Bem, a fábrica lançou um modelo intermediário entre a 2000 e a 2001, que reúne o design competitivo da 2001 e a leveza da 2000, uma série limitada e de preço mais acessível, denominada “Nimbus 2001 Lite”, que também é bastante boa para uso pessoal. Recebi algumas, ontem. Vamos vê-las.


 


Carstairs trouxe uma Nimbus 2001 Lite do estoque e colocou-a no chão, à direita de Janine.


 


_Agora estenda o braço direito e ordene que a vassoura suba até sua mão, Janine. _ disse Dumbledore.


_ “SUBA”! _ disse Janine. Imediatamente, a elegante vassoura subiu até sua mão direita _ Ela me obedeceu bem, Prof. Dumbledore.


_Monte nela, vamos ver como você se sai.


 


Janine montou na vassoura e elevou-se no ar até uns dois metros, em seguida descendo suavemente até o solo.


 


_Equilibrou-se muito bem, Janine. _ disse Dumbledore.


_O surf me ajuda a ter um bom equilíbrio. É uma ótima vassoura, Prof. Dumbledore. _ disse ela, vendo o valor e sorrindo, satisfeita _ E o preço não é nenhum absurdo.


 


Pagaram pela vassoura e saíram da loja. A parada seguinte foi na loja do Sr. Olivaras.


 


_Prof. Dumbledore, mas há quanto tempo! Diga-me do que precisa e atenderemos. _ disse o Sr. Olivaras.


_Preciso de uma varinha nova para esta jovem, que vem do Brasil para estudar em Hogwarts. Sua varinha antiga foi destruída por um feitiço errado de uma colega.


_Certo, vamos tirar as medidas. _ disse o Sr. Olivaras, pegando a fita métrica mágica _ Destra ou canhota?


_Canhota, Sr. Olivaras. _ disse Janine, enquanto a fita mágica terminava de tirar as medidas e a Pena de Repetição Rápida transcrevia os resultados para o bloco de anotações.


_Muito bem, vamos ver qual a varinha que irá escolhê-la pois, como sabe, a varinha escolhe o bruxo.


_Sim, vamos ver. _ disse Janine, lembrando-se de que Dumbledore lhe havia explicado aquilo.


_Tente esta. Bétula e corda de coração de dragão.


 


Janine tentou aquela, mas o resultado não foi satisfatório. Em seguida, foram tentadas várias outras combinações, sem que o Sr. Olivaras se desse por satisfeito, dizendo que a harmonia entre varinha e bruxa não havia sido satisfatória.


_Está meio difícil, Sr. Olivaras. _ disse Janine.


_Pois é, mas se há uma varinha que combine com você, ela certamente está nesta loja. Vamos fazer um teste meio incomum. _ disse o Sr. Olivaras, abrindo um cofre e tirando de lá uma caixa, da qual retirou uma caixinha _ Aliás, por onde anda Derek Mason, Prof. Dumbledore? Preciso avisá-lo de que as varinhas experimentais que criamos estão prontas. Tente esta aqui, Janine.


 


No momento em que Janine empunhou a varinha, ela emitiu um brilho azul forte, que envolveu o corpo da garota aquecendo-o e, em seguida, lançou um jorro de faíscas azuis e douradas. Ela havia sido escolhida por aquela varinha diferente de todas as outras.


 


_Fantástico, Sr. Olivaras. _ disse Dumbledore, diante dos olhares admirados de Janine e Marilise _ Que varinhas são essas?


_São as varinhas experimentais para Aurores, que eu e Derek projetamos. Madeira de acácia, telescópicas, para que o Auror possa ocultá-las, tendo este botão que as estende até o tamanho normal de trinta centímetros. O cerne é de três pêlos de cauda de unicórnio trançados e, para evitar o desgaste da madeira pelo atrito, criamos um revestimento metálico com uma liga de aço, ouro e Mirtheil.


_O Mirtheil é um metal perigoso e instável, você sabe muito bem.


_Derek e eu encontramos a proporção exata de aço e ouro, para manter o Mirtheil sob controle. _ disse o Sr. Olivaras _ O resultado é uma varinha poderosa e obediente, que escolhe seu bruxo pelo seu mérito pessoal. Além disso, são indetectáveis pelos Sensores de Atividade Mágica. Jovem Janine, se uma varinha especial para Aurores a escolheu, a senhorita deve ser uma garota muito especial. Bem, creio que não precisamos procurar mais. Sua varinha é essa, portanto.


_Já havia ouvido falar de Mirtheil, em lendas e nos livros de Tolkien, embora ele usasse a palavra Mithril. _ disse Janine.


_Metal inteligente, que é leal ao seu senhor, mas que pode fugir do controle, se utilizado puro. Vem das fontes de Drachenslafcht.


_ “Onde o dragão adormece”. _ disse Janine _ Creio que Tom Townsend pesquisou algumas lendas para escrever “Panzer Imortal”.


_Já o li. _ disse o Sr. Olivaras _ Como eu havia dito, uma varinha com essa liga somente escolheria um bruxo ou bruxa de boa índole, alguém que se comprometesse com a causa da Luz. Prof. Dumbledore, a jovem Janine não é apenas uma garota transferida de outra escola, estou certo?


_No momento nada posso dizer, Sr. Olivaras. Mas ela está indo para Hogwarts a pedido do Ministro da Magia do Brasil.


_Leonardo. Lembro-me dele, sempre com a cuia de chimarrão nas mãos. Ele está bem?


_Sim, está bem e mandou um grande abraço a todos os velhos conhecidos. _ disse Dumbledore _ Obrigado por tudo.


 


Despediram-se e foram à etapa seguinte: animal de estimação. Na loja, Janine decidiu-se por uma coruja cinzenta, à qual foi dado o nome de “Gaudério”. Ao final da tarde, buscaram os uniformes com Madame Malkin, os quais haviam ficado excelentes.


 


_Amanhã teremos de ir ao Ministério. Será a última etapa, antes de irmos para Hogwarts. Eu irei com você, no trem. _ disse Dumbledore.


_No Ministério? _ perguntou Janine _ Por quê?


_Como você é menor, será preciso registrá-la para o “Traço”. Menores não podem utilizar magia sem supervisão de um bruxo adulto e o “Traço” detecta o seu uso irregular. Além disso, vamos pegar algo de que você irá precisar no decorrer deste ano.


 


Na manhã seguinte, os três entraram na lareira do Caldeirão Furado e Dumbledore lançou um punhado de pó de Flu.


_Ministério da Magia, Átrio. _ logo em seguida as chamas verdes os envolveram e eles foram parar no Átrio do Ministério. Como estavam todos com vestes bruxas, Marilise sequer foi notada. _ O pessoal do Departamento de Mistérios precisa conversar com você, Janine, devido ao caráter inédito de sua situação. Não se preocupe, pois os “Inomináveis” são bons em guardar segredos.


_ “Inomináveis”? _ perguntou Janine.


_É o nome que têm os integrantes do Departamento de Mistérios. Ora, mas que bom vê-los. _ disse Dumbledore para três bruxos no corredor.


_Prof. Dumbledore, já não nos vemos há algum tempo. O que o fez vir a Londres? Harry e Algie andaram aprontando mais alguma?


_Não, Lílian. Pode ficar descansada. _ disse Dumbledore.


_Se bem que o ano mal começou. _ disse o bruxo que estava de mãos dadas com ela.


_Mas no ano passado os nossos garotos já começaram a aprontar mesmo antes do início das aulas., com o carro voador. _ disse o terceiro bruxo, alto, ruivo e meio calvo.


_Marilise, Janine, quero lhes apresentar Arthur Weasley, Lílian e Tiago Potter. Lílian é Medi-Bruxa, Tiago é Auror e Arthur é chefe do Departamento de Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas. Aliás, entregue a ele o seu telefone celular, para que seja tecnomagizado.


_Como assim? _ perguntou Janine e Arthur respondeu.


_Aparelhos eletrônicos têm uma estranha tendência a não funcionarem direito em locais com maior concentração de energia mágica. A Tecnomagia, uma iniciativa pioneira do meu Departamento, enfeitiça-os e melhora seu desempenho, permitindo seu funcionamento em locais mágicos. _ disse Arthur.


_Em um lugar como Hogwarts, por exemplo, ele poderia até mesmo derreter no seu bolso. _ disse Dumbledore _ Estas são Marilise e Janine Sandoval, do Brasil. Janine está sendo transferida para Hogwarts e vou levá-la para registrar o “Traço”. Vocês poderiam fazer companhia a Marilise, enquanto levo Janine até Mafalda Hopkirk?


_Com certeza. _ disse Lílian _ Vamos dar uma volta, Marilise. Vou lhe mostrar os lugares interessantes do Ministério. Vem conosco, Arthur?


_Não, Lílian. Vou tecnomagizar o telefone de Janine. E você, Tiago?


_Terei de ir com Dumbledore, preciso passar na Seção de Aurores, mas vamos nos encontrar para o almoço. Foi um prazer, Marilise. _ disse Tiago.


_Da mesma forma, Tiago. _ e Marilise acompanhou Lílian.


 


No caminho para o Departamento de Mistérios, cruzaram com uma figura que impressionou Janine. Alto, cabelos brancos, uma perna mecânica, um olho artificial e o rosto cheio de cicatrizes, inclusive com parte do nariz faltando.


 


_Bom dia, Alastor. _ disse Dumbledore _ Como vai?


_Bem, Dumbledore. Bom dia, Tiago. É bom se manter em atividade. E essa jovem, quem é?


_Janine Sandoval, do Brasil. Está sendo transferida para Hogwarts.


 


Alastor Moody examinou a garota com seu olho mágico artificial e sorriu, distendendo seu rosto marcado.


 


_Ela é especial, Dumbledore. Principalmente porque foi aceita por uma das varinhas experimentais de Mason.


_Como o senhor descobriu? _ perguntou Janine.


_Este olho mágico me permite ver muitas coisas. Tive de colocá-lo, quando perdi o meu, em um combate contra Death Eaters.


_Death Eaters? _ perguntou ela.


_Bruxos das Trevas, a tropa de elite de Voldemort... ora, mas que beleza. A senhorita não treme ao ouvir o nome dele.


_E por que eu deveria? Um nome é um nome, por pior que seja seu dono.


_Dumbledore, ela realmente tem algo mais. Sou capaz de apostar que a “transferência” não passa de história. Depois você me conta.


_Contarei, Alastor. _ disse Dumbledore _ Agora temos de ir.


 


Despediram-se e continuaram.


 


_Aquele era Alastor “Olho-Tonto” Moody. _ disse Tiago _ Auror aposentado, um dos melhores da corporação. Muitos ferimentos em ação, como você pôde ver. Atualmente, presta serviços como Consultor de Segurança. Bem, eu vou indo. Até mais.


 


Janine acompanhou Dumbledore até a sala de Mafalda Hopkirk, onde ela foi registrada para o “Traço”, que desapareceria automaticamente quando ela atingisse a maioridade bruxa, aos dezessete anos. Em seguida, dirigiram-se ao Departamento de Mistérios, onde Janine foi entrevistada pelos “Inomináveis” para obterem detalhes sobre sua manifestação de magia na adolescência. Ao sair da sala onde estivera conversando com Bode e Croaker, encontrou-se com Dumbledore, que a esperava no corredor, com Cornelius Fudge.


 


_Janine, este é Cornelius Fudge, o Ministro da Magia. Cornelius, esta é Janine Sandoval, do Brasil. _ disse Dumbledore.


_Muito prazer. _ disse ela, respeitosamente, cumprimentando o Ministro, que lhe estendeu a mão.


_Ela está sendo transferida para Hogwarts e o próprio Leonardo pediu que eu a acompanhasse. _ explicou Dumbledore.


_A Inglaterra lhe dá as boas-vindas, Srta. Sandoval. _ disse ele, com um sorriso _ Está em boas mãos, Dumbledore é um dos melhores bruxos que conheço. Com licença, Lucius marcou um horário comigo e preciso ver o que ele quer.


 


Depois que Fudge saiu em direção ao seu gabinete, Dumbledore e Janine encontraram-se com Lílian e Arthur, na cafeteria do Ministério.


 


_Lílian estava me contando algumas coisas sobre a sociedade bruxa e parece que não há muitas diferenças na estrutura. _ disse Marilise, enquanto os dois sentavam-se à mesa e pediam chá _ Ela e Tiago são pais de Harry Potter, o jovem de quem Dumbledore falava. E Arthur é pai da namorada dele, Gina.


_Aqui está o seu telefone, Janine. Deu um pouco de trabalho, porque ele tem muitas funções e, quanto mais sofisticado o aparelho, mais demora para ele ser tecnomagizado. Achei bem interessante, ele possui câmera e tocador de música. Você vai gostar das fotos que tirar com ele, serão fotos-bruxas, nas quais as pessoas retratadas se movem.


_Obrigada, Sr. Weasley. _ disse Janine _ Qual a próxima etapa, Prof. Dumbledore?


_Dia livre. Iremos para Hogwarts amanhã pela manhã, de trem.


 


Depois do chá, despediram-se de Arthur e retornaram para o Caldeirão Furado.


_Aquele Auror, o Sr. Moody, parecia saber quem sou. Como isso é possível, se foi a primeira vez que nos vimos? _ perguntou Janine.


_Ele sabia, sem que fosse preciso ninguém dizer. O olho mágico que ele tem revela muitas coisas. Ele assusta um pouco no começo, mas é uma excelente pessoa e totalmente leal à causa da Luz. Já Cornelius, embora seja o Ministro, acaba ficando sem saber de certas coisas, para sua própria segurança. Não é uma má pessoa, mas é meio precipitado e algumas pessoas podem acabar tirando vantagem disso, a exemplo do bruxo que tinha um horário marcado com ele, Lucius Malfoy.


_Esse nome é conhecido. _ disse Marilise _ Um bilionário excêntrico, magnata do comércio internacional, que quase não aparece em público. Poucos sabem como ele é.


_Na verdade ele é um bruxo. _ disse Dumbledore _ Anos atrás, durante o período conhecido pela Bruxidade como “Dias Negros”, muitos bruxos aderiram ao lado das Trevas. Alguns por convicção, outros sob ameaça. Depois do desaparecimento de Voldemort, várias famílias foram submetidas a inquéritos e os Malfoy não foram exceção. Foram absolvidos, pois chegou-se à conclusão de que Lucius ajudava Voldemort porque sua esposa e seu filho eram ameaçados.


_Lílian me contou algumas coisas sobre os “Dias Negros”. E que Voldemort desapareceu, depois de um atentado frustrado contra os Potter. Por isso, são conhecidos como “A-Família-Que-Sobreviveu”. _ disse Marilise.


_Há muitas coisas sobre nossa história. _ disse Dumbledore, entregando cartões a ambas _ Esta é a identidade bruxa de Janine. Transforma-se em qualquer documento que for necessário. E este é o seu cartão, Marilise. Permite acesso a locais bruxos e conhecimento de assuntos não-sigilosos. São classificados em níveis que vão do 1 ao 5. Familiares mais próximos de bruxos têm o Nível 3. O Nível 5 é privativo de Chefes de Estado e de Governo e de diplomatas.


_Então a Rainha e o Primeiro-Ministro têm cartões Nível 5?


_Sim. E a Rainha já esteve em Hogwarts algumas vezes. Durante a II Guerra, foi sugerido à Família Real que se refugiassem em Hogwarts, mas ela se recusou, preferindo permanecer em Londres. _ disse Dumbledore _ E o Nível 4 é de assessores e elementos de ligação entre o governo e o Ministério da Magia.


 


Entre esclarecimentos, o dia foi passado em visitas a amigos do período de aditância do Coronel Sandoval, principalmente as famílias Collingwood e O’Rourke, cujas filhas, Lauren Collingwood e Shanna O’Rourke haviam sido colegas de escola de Janine e seus pais eram assessores do Primeiro-Ministro, respectivamente Douglas Collingwood e Liam O’Rourke.


No dia seguinte, os três estavam na estação ferroviária de King’s Cross, entre as Plataformas 9 e 10. Janine empurrava o carrinho com sua bagagem, mais o material e a gaiola com Gaudério. Pararam em frente a uma das colunas que separavam as plataformas.


 


_E agora, Prof. Dumbledore? _ perguntou Marilise.


_Me acompanhem. _ disse o bruxo, oferecendo o braço a Marilise. Janine foi atrás deles, empurrando o carrinho, os três indo direto para a coluna. Em vez de baterem contra uma superfície sólida, atravessaram a passagem e saíram em uma outra gare, com apenas uma plataforma, na qual uma locomotiva a vapor vermelha e preta aguardava.


_Mas que lugar é este, Prof. Dumbledore? _ perguntou Janine, admirada.


_Bem-vindas à Plataforma 9 ½. Este é o lado mágico da estação King’s Cross e vocês só puderam entrar porque Janine é bruxa e Marilise tem o cartão de acesso Nível 3. Sem isso, a passagem não se abriria e qualquer outro colidiria com uma parede sólida. Vamos agora despachar a bagagem de Janine.


_Fantástico. _ disse a garota _ E este trem nos levará a Hogwarts?


_Sim. Ele faz duas viagens diárias, entre Londres e Hogsmeade, a outra estação terminal. É o único povoado totalmente bruxo da Grã-Bretanha e de lá iremos para Hogwarts. _ explicou Dumbledore _ A composição só viaja completa em duas datas, na ida e na volta dos alunos. Durante o resto do ano, o número de vagões é conforme o número de passageiros. Normalmente bastam dois vagões normais, um vagão-restaurante, um Pullmann e dois de bagagens.


 


O apito do Chefe da Estação fez com que Dumbledore consultasse seu estranho relógio, que tinha doze ponteiros e doze planetas em lugar dos números (“Como é que ele vê as horas nesse relógio tão diferente”, pensou Marilise). Eram quase 11:00 h.


 


_Está na hora, querida. _ disse Marilise, abraçando Janine, já com saudades da filha, que entraria em uma aventura totalmente nova _ Não deixe de mandar corujas.


_Pode deixar, mamãe. _ disse Janine, dando um beijo no rosto da mãe, emocionada com a novidade _ Mandarei notícias com freqüência.


 


Janine e Dumbledore embarcaram e entraram na cabine que havia sido reservada para eles. O Expresso de Hogwarts partiu pontualmente, às 11:00 h, rumo a Hogsmeade e Marilise retornou ao Caldeirão Furado, onde fez o check-out e, após despedir-se de Tom, acionou a Chave de Portal que recebera de Dumbledore, retornando ao Rio de Janeiro, de onde partiria para a casa de seus pais, na Estância Paraíso, em São Borja.


 


No Expresso de Hogwarts...


 


_A repercussão do atentado foi grande. _ disse Dumbledore, folheando o “Profeta Diário” _ Mesmo os jornais bruxos estão dando destaque ao acontecimento.


_Fala do atentado às torres gêmeas do World Trade Center, que ocorreu há alguns dias? _ perguntou Janine.


_Exatamente. Muitos dos funcionários dos escritórios eram bruxos e contribuíram para que a tragédia não fosse maior, salvando quantas pessoas puderam. Mas a Defesa Civil, os bombeiros e policiais de Nova York merecem o destaque proporcionado pela mídia. São verdadeiros heróis. _ disse Dumbledore.


_Sim, o senhor me disse que grande parte dos bruxos têm atividades trouxas como fachada, para interagir com eles. _ disse Janine _ Talvez eu até já tenha conhecido bruxos antes, sem perceber.


_Certamente, Janine. _ disse Dumbledore, passando um saquinho de veludo para as mãos da garota _ Ah, aqui está algo que vai ajudá-la em seus estudos, como prometi. As instruções de uso estão aqui e, caso tenha quaisquer dúvidas, ficarei feliz em esclarecê-las.


 


À noite, o trem chegou à estação de Hogsmeade e os dois desembarcaram, dando de cara com Hagrid, que estava na plataforma, esperando por eles.


 


_Boa noite, Prof. Dumbledore. Boa noite, senhorita. Aqui estou, conforme o senhor me pediu. _ disse o enorme professor, diante de uma admirada Janine. A garota já vestia o uniforme de Hogwarts _ Aluna transferida? Seja muito bem-vinda. Queira me acompanhar até o barco. O senhor vai tomar um coche, Diretor?


_Não, Hagrid. Irei de barco com vocês, para matar a saudade dos tempos de estudante. A primeira vez que alguém vai a Hogwarts deve fazê-lo atravessando de barco o Lago Negro. _ disse Dumbledore para Janine. Os três acomodaram-se nos bancos e a pequena embarcação tomou o rumo do castelo.


 


Uma nova vida começava para Janine. E prometia muitas aventuras.


 


 


 


*NOTA DO AUTOR: Assim como na Série Bruxos-Ninjas, algumas alterações de datas foram feitas na Série Alter Orbis, Alter Scenarium, para que alguns eventos pudessem ser incluídos nas histórias, como o atentado ao WTC, por exemplo. Para isso, o nascimento de Harry teve de ser mudado de 1980 para 1988. Mas as alterações não comprometem o enredo principal da história.*

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