Cinco

Os pais de James chegaram alguns dias depois. Tentaram de tudo, mas aparentemente a garota não tinha pais ou família, ou qualquer pessoa a procurando. Não sabiam seu nome – nem ela conseguia dizê-lo – então Sara e Alan Potter, ao perceberem a quase súplica nos olhos do filho, deixaram-na ficar ali, confiando-a ao rapaz. Sabiam o homem que tinham criado, portanto, não havia o que temer, ou do que desconfiar. Por outro lado, ficaram com a pulga atrás da orelha sobre a insistência muda no olhar do garoto para estar sempre perto dela. Parecia algo perto de obcecado.

Remus e Sirius foram para a casa deste primeiro, por conta da nova hóspede, da qual Sirius não gostava muito. Para ele, parecia uma boneca, e James não olhava para outra coisa quando ela estava no cômodo. Ele dava atenção aos amigos, mas estava sempre a ajudando e servindo-a, o que enervava o rapaz.

James cuidava dela como se fosse uma criança, fazendo o que era adequado – ela conseguia erguer os talheres e copos, caminhar e ir ao banheiro, sozinha. Não conseguia, porém, fazer outras coisas, como tomar banho, e o sangue do rapaz fervia toda vez que imaginava Hofundur a banhando, enquanto ordenava às elfas que a ajudassem.

Durante a noite, James tentava mudar de quarto, ou de cama, para que a garota não o seguisse. Inútil. E se trancava a porta, sua ou a dela, ela dormia encostada à madeira, sentada no chão. No fim cedeu, sem deixar nem um instante de ficar tenso quando ela se apoiava nele como se fosse o seu mundo.

Logo, por insistência dele, ela começou a falar mais. Quando queria alguma coisa, esforçava-se para repetir o nome que ele tinha ensinado para as coisas, e sorria quando ele a congratulava por conseguir. Não formava sentenças inteiras, mas estava indo muito bem.

Sara e Alan Potter continuaram a tentar achar parentes ou responsáveis para a garota, começando a ficarem desconfortáveis com aquela presença. Aquilo estava estranho, e prometia ficar mais, no curso que seguiam.

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