M.O.V.



CAPÍTULO 7


- MEDULA ÓSSEA VERMELHA -





- Rose, o que... o que aconteceu? – perguntou uma voz conhecida que acabara de atravessar o buraco do retrato. Era Glenn, voltando da ronda.


Com a carta de Astoria apertada na mão, ela não conseguiu responder. As lágrimas a dominavam. A preocupação com Scorpius encobria a sua mente, agora mais forte do que antes.


Preocupado, Glenn correu até o sofá em que Rose estava e sentou-se ao seu lado. Cuidadosamente, puxou a menina para perto de si, aninhando-a em seu peito. Ela se deixou levar. Não ofereceu resistência.


- Eu estou aqui com você, Rose – disse o rapaz, beijando o topo da cabeça ruiva.


Rose nada disse. Apenas o abraçou com mais força, sem deixar de chorar. E foi assim que ela adormeceu. Envolvida pelos braços do ex-namorado. Chorando pela doença de seu amigo.


***


- AHA! PEGUEI VOCÊS!


Rose coçou os olhos e os abriu. Ainda estava deitada no sofá do Salão Comunal com Glenn, que ainda dormia. Os primeiros raios de sol entravam pela janela. E, à sua frente, estava James, com um sorriso maroto nos lábios.


- Não é nada disso que você está pensando – murmurou Rose, guardando a carta de Astoria no bolso.


- A clássica frase – disse o ruivo, revirando os olhos – Nunca pensei que ouviria isso de você, priminha.


- James, eu estou falando sério! – defendeu-se.


- E como você quer que eu acredite? – perguntou ele, fingindo-se ofendido – O Wood, francamente! Amigo da onça! Aproveitando-se da minha priminha no Salão Comunal! E se alguém pega vocês aqui antes de mim?


Rose avançou para James. Queria bater nele. Como tinha a audácia de falar aquilo?


Antes que pudesse erguer a mão, porém, James a segurou e disse:


- Calma, priminha, estou só... – ele parou a meio caminho de terminar a frase, prestando atenção nos olhos azuis da prima. Inchados. – Rosie, você estava chorando?


- Não – disse, mentindo descaradamente e se livrando da mão de James, que segurava seus pulsos. Ele ignorou a resposta.


- É por causa do Wood?


- James, eu já disse que não estava chorando! – disse, correndo para o dormitório feminino, sem esperar a reação do ruivo.


Suas colegas ainda dormiam profundamente. Era domingo; é óbvio que aproveitariam para acordar mais tarde.


Rose entrou no banheiro e se olhou no espelho. Seus olhos realmente estavam bastante inchados. Resolveu tomar um banho bem quente.


Como era óbvio que não conseguiria dormir de novo, vestiu-se e desceu para tomar café. Glenn não estava mais deitado no sofá. E, no Salão Principal, havia poucos alunos. Na mesa da Grifinória, somente James.


Ela se sentou defronte ao primo, dizendo:


- Bom dia, James.


- Bom dia, Rose – respondeu, com a boca cheia de ovos mexidos.


- O que te levou a acordar tão cedo hoje? – perguntou, curiosa, servindo-se de cereal.


- Perdi o sono – respondeu, engolindo o que estava em sua boca – E acho que te devo desculpas. Por causa das minhas brincadeiras, mais cedo. O Glenn me disse que não aconteceu nada entre vocês. E depois foi para o dormitório, dormir de novo. Você me desculpa, Rosie?


- Desculpo, sim, James – respondeu, começando a comer o cereal.


- Rose... me desculpa a curiosidade, mas... o que fez você chorar e dormir naquele sofá com o Glenn? Todos nós achávamos que vocês tivessem terminado – falou James, servindo-se de suco de abóbora e de panquecas.


- Nós terminamos, sim – disse Rose em voz alta pela primeira vez – E não voltamos.


James não disse nada. Lembrou-se de Lily dizendo que, às vezes, era preciso dar um tempo à pessoa até que ela se sentisse confortável o suficiente para falar sobre alguma coisa. Concentrou-se em comer as panquecas. Rose, por sua vez, terminou de comer o cereal vagarosamente, pensativa.


- James... – começou, baixinho – Você pode guardar um segredo?


- Claro, priminha – respondeu, sério.


- Bem... eu recebi uma carta ontem à noite... da Astoria Malfoy – ela fez uma pausa, esperando a reação do primo. Ele continuou comendo as panquecas, embora seu olhar estivesse fixo em Rose. Ela continuou - Nessa carta, a Astoria me disse que o Scorpius ainda não voltou para Hogwarts porque ele não está bem. Ele foi internado ontem. Ele... ele está com leucemia.


- Leucemia? – repetiu James, abismado, parando de comer subitamente.


- Exato – confirmou Rose, os olhos marejando novamente – Mas você não pode contar a ninguém. A condição para a Astoria me contar foi essa. O Scorpius não quer que ninguém saiba.


- Nem a Laura e o Miguel?


- Nem a Laura e o Miguel.


- Não entendo – disse James, afastando de si o prato com panquecas.


- Nem eu – falou Rose – Mas o que fazer?


- Priminha... me explica uma coisa: por que você me contou sobre a doença do Scorpius se ele não quer que ninguém saiba? – perguntou o ruivo, claramente intrigado.


- Porque eu preciso de alguém em quem confiar, James. Eu preciso conversar sobre isso!


- E por que eu? Por que não a Lily?


- Porque foi você quem me ajudou a descobrir tudo – James fez cara de quem não entendeu, e Rose continuou: – Peguei a Capa e o Mapa emprestados ontem para ir até a Mansão dos Malfoy.


- Até a mansão? – repetiu o rapaz, boquiaberto – Uau... isso é o que eu chamo de verdadeiro sangue grifinório!


Rose sorriu tristemente e se serviu de panqueca e de suco de laranja. James começou a pegar torradas e a empilhá-las em um prato, passando geleia em cada uma delas, enquanto escutava, atenciosamente, a prima contando tudo o que acontecera no dia anterior.


- Peraí, priminha – disse James, interrompendo-a – Dúvida: por que você aceitou o abraço do Glenn? Ainda gosta dele?


- Não sei, James – respondeu sinceramente – Até hoje não sei muito bem como Glenn e eu nos afastamos... é confuso tentar entender como nós deixamos as coisas chegarem a esse ponto.


- Você sente falta dele?


- Às vezes, sinto falta de como era o nosso relacionamento no início – desabafou – Mas, se fosse para continuar como estava, eu não sinto falta. Nenhuma.


- Continuo sem entender como vocês acabaram dormindo juntos – comentou James, confuso.


- Eu também não entendo – admitiu Rose – Acho que fiquei tão desnorteada com a notícia que, se a lula gigante aparecesse e me oferecesse um pouco de conforto, eu aceitaria.


James sorriu e perguntou:


- E como os Malfoy puro-sangue descobriram que loiro filho tem é leucemia?


- A Astoria escreveu na carta que essa era a doença que o representante britânico na Noruega tinha. Talvez eles tenham convivido com esse cara. E percebido a semelhança dos sintomas – opinou a ruiva.


- Tenho que admitir que é a hipótese mais plausível – disse James, terminando de comer as torradas que empilhara.


Em silêncio, os dois ruivos terminaram de tomar café. Rose consultou o relógio: 8h. Para um domingo, ainda era madrugada.


- Que tal fazermos uma revisão básica das matérias? – sugeriu James, espreguiçando-se.


- Já fiz – respondeu Rose.


- Certo – ele disse, sem se surpreender – Então eu faço minha revisão e você pode ir adiantando suas matérias. Para distrair um pouco, sabe como é.


- Então, vamos – concordou ela, levantando-se.


Mais tarde, embora estranhando a atitude de James, Alvo, Lily, Roxanne, Frank e Alice juntaram-se a ele e Rose para estudar também. Ela teve que admitir que o dia fora divertido, até. Todos faziam piadas sempre que possível, e a melhor parte foi quando todos foram à cozinha para fazer uma boquinha à tarde.


Glenn, embora lançasse olhares furtivos para o grupo, não saiu de perto de seus amigos monitores e, embora estivesse se roendo de vontade de conversar com Rose, não conseguiu planejar exatamente o que falar com ela.


O restante do mês foi até tranquilo, para os padrões de Hogwarts. Rose a cada dia se aproximava mais e mais de James e ficava surpresa em perceber que o primo não era exatamente o despreocupado e “tô-nem-aí-para-vocês” que muitas vezes demonstrava ser. Ele a escutava sempre, e, apesar de não falar muito, sempre dizia algo para amenizar um pouquinho o estado de espírito da ruiva, o que ela já considerava o suficiente.


Rose recebeu mais duas cartas de Astoria. A primeira, enviada uma semana depois daquela em que contava que Scorpius tinha era leucemia, dizia que ele estava recebendo transfusões de sangue diariamente. Demonstrava, ainda, a surpresa da mulher em saber que os tipos sanguíneos eram diferentes, e identificados por letras. Mais: ela se mostrou surpresa, particularmente, em ser informada de que ela e Scorpius tinham o mesmo tipo de sangue – O negativo, ao passo que Draco era B negativo, tal qual Narcissa, e Lúcio era A negativo. Por fim, ela escreveu: Acho que isso apenas demonstra a ignorância de alguns bruxos em identificar uns aos outros pela pureza de sangue. Se isso realmente fosse verdade, todos de nossa família poderiam doar sangue para o Scorpius tranquilamente – afinal, todos somos puro-sangue, seguindo tal concepção. Definitivamente, existem coisas em que os trouxas são bem mais desenvolvidos que nós, bruxos – e de uma maneira fascinante! Agora vejo que Estudo dos Trouxas é uma matéria indispensável para quem não tem a menor noção a respeito do mundo deles. O difícil, mesmo, é repor o sangue do banco – tá vendo? Mais uma coisa que eu não sabia que existia – porque não conhecemos trouxas ou bruxos mestiços que se disponham a fazer isso. O que mais me surpreendeu foi o Lúcio ter feito uma doação – por insistência da Cissa, é claro, mas mesmo assim, né? Draco agora passa os dias nas ruas de Londres tentando convencer as pessoas de quanto é importante doar sangue periodicamente.


A segunda carta que Rose recebeu chegou no dia 30 de outubro, e trazia notícias que ela não sabia, ao certo, se identificava como boas ou ruins: Pois é, Rose, agora o Scorpius vai fazer um transplante de medula óssea vermelha – acho que é assim mesmo que se diz. Não sei quem é a alma caridosa que vai fazer tal doação, mas todos fizemos o teste de compatibilidade (até o Lúcio – de novo, pela Cissa) e somos todos incompatíveis com o Scor. O médico disse que isso não era exatamente o que ele esperava, mas que ele faria junto com sua equipe uma pesquisa no banco de doadores, mas que isso podia levar meses. Ou anos. Por isso, foi uma surpresa quando ele disse que havia localizado um doador – e que o transplante será feito amanhã! E o doador virá para o mesmo hospital em que o Scorpius está. Mas ele disse que não pode nos dizer quem é o doador, porque é informação sigilosa e só podemos conhecê-lo se ele se dispuser. Eu espero que sim. Afinal, gostaria muito de poder agradecê-lo por ajudar meu filho.


- Algum problema, Rosie? – era James. Ele havia acabado de chegar do Salão Principal, onde estivera jantando e tinha acabado de se sentar em uma poltrona do Salão Comunal defronte a prima.


- Carta da Astoria – respondeu, mostrando o pedaço de pergaminho – O Scorpius vai ser submetido a uma cirurgia de transplante de medula amanhã.


- E o doador é quem?


- Não sei. Todos da família dele são incompatíveis. É alguém cadastrado no banco – respondeu.


- Você não me disse que o Scorpius ia precisar de transplante – disse James, vasculhando a própria memória.


- Eu não sabia – defendeu-se Rose – Recebi a carta há poucos minutos.


- Mas isso leva tempo, Rosie. Não se lembra das aulas de biologia da escola trouxa? – perguntou James, franzindo a testa – Até que se investiguem todos os possíveis doadores ou ache alguém compatível no banco, não é exatamente coisa simples. Demora.


- Eu sei – disse Rose – Também não estou entendendo – confessou.


- Tenho uma hipótese – falou James, arranjando-se na poltrona de modo que ficasse deitado – Acho que a Astoria não despejou tudo em cima de você de uma vez para não te deixar preocupada. Aposto que se ela falasse que ninguém era compatível e que o médico ia procurar um possível doador no banco, você teria surtado.


- É, você tem razão – disse Rose, dobrando e desdobrando a carta distraidamente, tentando imaginar o cenário que o primo delineava.


- E ela devia saber isso desde o dia em que o Scorpius foi internado – continuou especulando – Ele foi internado, o quê, no início do mês?


- Foi – confirmou a ruiva.


- É, o caso deve ser sério. O mês nem acabou ainda e ele já vai ser transplantado! – disse James.


- Acho que o Scorpius já estava doente há muito tempo, James – disse Rose.


- Como assim? – perguntou ele, curioso, sentando-se novamente.


- Desde o Natal passado, eu achei que ele estava tão mais pálido do que sempre foi. Achei que havia algo errado com ele. E só há pouco tempo os sintomas vieram com força total – supôs Rose.


- Realmente, priminha... hipótese interessante.


Rose voltou o olhar para a janela. O céu estava limpo, estrelado. Ventava suavemente. Ela suspirou.


- Queria tanto poder ver o Scorpius.


- Amanhã é 31 de outubro?


- É – respondeu a ruiva, intrigada com a súbita mudança de assunto.


- Então amanhã é a inauguração da loja de roupas da Victoire e da Dominique, certo?


- Certo – respondeu, ainda sem entender aonde James queria chegar.


- E a diretora Williams nos autorizou a ir...


- James, o que foi? – perguntou, sem paciência.


- Bem, você vai ver seu amigo amanhã, priminha – disse ele, levantando-se – Confie em mim.


- Mas... – começou Rose.


- Não vou dizer nada ainda – afirmou, convicto – Só confie em mim, ok? – dito isso, ele beijou a testa da prima carinhosamente e foi para o dormitório masculino.


Rose guardou a carta de Astoria na mochila e olhou para os livros à sua frente. Não conseguiria estudar. Guardou todos na mochila novamente, um a um. Foi quando Alvo e Lily apareceram no Salão Comunal; a pequena parecia preocupada de verdade.


- Então conversa com a Rose – dizia Alvo – Você vai ver que eu tenho razão.


- O que aconteceu, Al? – perguntou Rose quando os primos já estavam próximos o suficiente para ouvi-la.


- Lily está preocupada com o Teddy – esclareceu Alvo, sentando-se na poltrona em que James estivera há pouco.


- Por quê, Lily? – quis saber Rose, observando-a se sentar também.


- Teddy foi convocado para fazer uma doação de medula amanhã. E ele vai – disse.


- Eu já disse a ela que isso é uma coisa boa, Rose – falou Alvo – O Teddy é um cara legal. E para ele, como doador, é um procedimento simples. Não tem porque a Lil’ se preocupar.


- Mas existe a chance de algo dar errado! – argumentou ela.


- Sim. Chance ínfima – falou Alvo.


Rose não estava mais prestando atenção na conversa deles. Teddy foi convocado para fazer uma doação de medula amanhã. De repente, flashes começaram a passar diante de seus olhos.


Meus pais foram Remo Lupin e Ninfadora Tonks, dizia um Teddy orgulhoso a Rose e Lily, no aniversário de cinco anos desta.


Ninfadora Tonks era prima do meu padrinho, Sirius Black, dizia Harry em frente à tapeçaria com a árvore genealógica dos Black no Largo Grimmauld. Rose tinha dez anos, e estava lá com seus pais, Hugo, os tios Harry e Gina, além de James, Alvo e Lily, para saber um pouquinho mais sobre a guerra. Tonks era filha de Andrômeda, prima em primeiro grau de Sirius, mas ela foi tirada da árvore por ter se casado com Ted, que era nascido-trouxa, continuou Harry, apontando para um buraquinho redondo queimado na tapeçaria. Sirius também não está aqui. A mãe dele o considerava um filho indigno. E vejam só: as irmãs de Andrômeda continuam aí, porque fizeram casamentos respeitáveis com puros-sangue, dizia Harry, apontando os dois círculos ao lado do nome de Andrômeda: Bellatrix Black, casada com Rodolfo Lestrange (Foi Bellatrix quem matou Sirius. Mas ela levou a pior contra a avó de vocês) e Narcissa Black, casada com Lúcio Malfoy. Desta união, havia um círculo apagado, assim como o de Andrômeda.


Para Rose, tudo fez sentido naquele instante. Lúcio chamara Astoria de traidora do sangue. Andrômeda era irmã de Narcissa. Agora tudo se encaixava como em um quebra-cabeça.


- Rose? Você ouviu o que eu falei? – a pergunta de Lily trouxe a ruiva de volta à realidade, arrancando-a de suas divagações.


- Lily, me desculpa por isso, – disse ela, levantando-se e colocando a mochila sobre os ombros – mas eu preciso ir. É urgente.


- E o Teddy? – disse Lily, desolada.


- Ele vai ficar bem. Ele é forte, Lily. Vai ajudar uma pessoa que precisa disso para sobreviver. Confie no Teddy, sim? Ele não faria nada que fosse prejudicá-lo ou afastá-lo da Victoire e de você – dito isso, Rose saiu correndo em direção ao dormitório masculino do 6º ano.


- James – disse, abrindo a porta com pressa – Eu acabei de descobrir... – o que ela ia dizer parou por aí. James não estava lá. Somente Glenn. Vestido apenas com a calça do que parecia ser um pijama. Sem camisa. E com uma toalha nas mãos, que usava para secar o cabelo.


- Rose? – disse ele, surpreso. Ela corou furiosamente.


- Cadê o James?


- Tomando banho – respondeu Glenn, apontando para a porta do banheiro – Acabou de entrar. Posso ajudar?


- Pode. Vista-se de maneira decente – exigiu – Tem uma menina no recinto.


Glenn jogou a toalha em cima da cama e aproximou-se de Rose.


- Uma menina intrusa. Que não deveria vir aqui.


Ela desviou o olhar do rapaz. Ele estava coberto de razão. E tinha um corpo maravilhoso. Merlin, Rose, o que é isso?


- Se eu soubesse que você estava aqui, nem teria vindo – disse, encarando o chão.


- Mas você precisa falar com seu primo, certo? E, pelo jeito, é urgente – constatou.


- Não é nada que não possa esperar uns dez minutos – disse, virando-se para ir embora. Glenn segurou seu braço. Firmemente, mas sem machucá-la.


- Enquanto isso, a gente pode conversar.


- Eu não tenho nada para falar com você.


- Mas eu tenho.


- Não estou interessada em escutar.


- Mas vai.


- Não vejo por quê.


- Você vai me fazer um favor.


Rose virou-se e o encarou, os olhos magoados.


- Só vou escutar porque você me consolou há algum tempo... e eu ainda não agradeci por isso. Obrigada – terminou, com a voz um pouco embargada, um nó formando-se em sua garganta. Glenn a soltou.


- De nada – respondeu – Eu queria falar sobre nós dois.


- Não existe mais “nós dois”, Glenn – falou, triste – Nossa história acabou.


- Rose, eu sinto tanto a sua falta... – começou, encarando-a com uma espécie de adoração.


- Se você sentisse minha falta de verdade, não teria sido preciso a gente terminar – interrompeu Rose, magoada – O Matt sempre arruma tempo para a Dominique. Mas você não podia arrumar cinco minutos para mim.


- Você não sabe o quanto eu me arrependo – murmurou Glenn – E aquela noite, em que você estava chorando e eu te abracei, só fez com que tudo voltasse, Rose. Todos os sentimentos afloraram de novo. – Rose fungou, mas nada disse. Ele continuou: – Quando você terminou comigo, fiquei bravo com você. Achava que você estava sendo injusta comigo...


- Ridículo – murmurou a ruiva. Glenn prosseguiu como se não tivesse ouvido:


- O Matt me fez ver cada um dos erros que eu tinha cometido com você. Um a um. Mas o orgulho me cegou, Rose, e eu jurei que ia te esquecer – os olhos de Glenn estavam cheios de lágrimas – Mas aquele dia em que eu te encontrei chorando... é como eu já disse, tudo voltou. Com mais força. Percebi que era meio inútil eu tentar te esquecer... a todo tempo, eu estava procurando um jeito de ficar perto de você.


- E onde foi que você errou, Glenn? – perguntou Rose, curiosa.


- Eu não te dei atenção. Não respeitei sua opinião a respeito da profissão que escolhi. Deixei você falando sozinha. Não fiz o menor esforço para me desculpar por tudo isso. Tentei jogar toda a culpa para você. Ignorei o seu aniversário. E o pior de tudo: acreditei piamente que eu era o único certo nisso tudo. Rose, por favor, me perdoa.


 Ela o encarou firmemente. Conhecia-o bem demais para ter certeza de que não mentia. E é verdade que sentia falta da época em que o namoro deles ia bem. Mas como garantir que não iria se machucar de novo? Como garantir que ele continuava a ser o mesmo Glenn daquela época?


- Glenn... não dá. – disse simplesmente.


- Por que não, Rose? Você não sente minha falta?


Ela mordeu o lábio inferior.


- Sinto falta da época em que estávamos bem – confessou – Mas nada me garante que tudo voltará a ser daquele jeito.


- Me dá mais uma chance, Rose. Por favor. – pediu ele, pegando a mão direita de Rose com cuidado e segurando-a sobre o próprio peito. A ruiva sentiu o coração dele batendo aceleradamente. E tinha um palpite: o dela estava do mesmíssimo jeito.


Ficaram em silêncio durante algum tempo. Ela apenas sentia o coração dele.


Sem perceber, foram se aproximando aos poucos. Rose deixou a mochila cair no chão. Glenn a envolveu pela cintura, levando-a para mais perto de si. Ela envolveu o pescoço dele com as mãos. E, no instante seguinte, seus lábios se encontraram.


O beijo era calmo. Saudoso. Cuidadoso. Mas a urgência logo tomou conta. Rose sentiu suas costas encontrando a parede. O corpo de Glenn cada vez mais próximo. E ela se deu conta novamente de que ele estava sem camisa. Perigo. Mas não conseguia parar.


- Que perversão é essa aqui no dormitório? – era James, saindo do banheiro. Rose e Glenn se separaram num ímpeto. – Rosie, tenho que admitir que você realmente tem me surpreendido ultimamente. Primeiro no Salão Comunal, agora aqui?


Rose jogou a toalha de Glenn no primo com força, tentando machucá-lo, mas ele simplesmente a segurou e jogou a um canto do quarto.


- Eu vim aqui para falar com você.


- E aproveitou que eu não estava para se divertir um pouco? – disse James, com um sorriso maroto nos lábios.


- James, você pode brincar depois, por favor? O assunto é sério.


- Tudo bem, priminha. Já estou indo. – James entrou no banheiro novamente.


Glenn lançou um olhar para Rose, que o desviou.


- Isso quer dizer que eu estou perdoado?


- Eu posso até te perdoar. Mas não sei se devemos ficar juntos de novo – disse ela, corando furiosamente.


- Vamos lá, priminha. Pode me dizer o que você quer – disse James, aparecendo novamente. Rose pegou a mochila do chão e fez sinal para que o primo a seguisse para fora do dormitório.


- É o Teddy o doador do Scorpius – murmurou Rose em um sussurro quase inaudível.


- QUÊ? – fez James, surpreso – Como você sabe?


Rose contou a ele brevemente a conversa que tivera com Alvo e Lily e as lembranças que vieram à tona.


- Tudo faz sentido, Rose – admitiu James – Tudo. Acho que você está coberta de razão.


- Isso muda seus planos? – perguntou Rose, preocupada.


- Muda. Tudo fica mais fácil agora – disse James, abrindo um sorriso enorme.


- James...


- Confia em mim, priminha. Vai dar tudo certo – e ele saiu, deixando-a sozinha.


Sem saber o que fazer, Rose foi para o próprio dormitório. Chegando lá, encontrou Lily sentada em sua cama.


- O que aconteceu, Lily? Confundiu os dormitórios? – disse, em tom de brincadeira, guardando a mochila.


- Não – respondeu Lily, seriamente – Preciso falar com você.


Rose se sentou ao lado da prima, tensa. Sempre que Lily falava algo do tipo, ela sabia de alguma coisa. Ou suspeitava.


- Você teve alguma notícia do Scorpius, Rose? Porque a Laura conversou comigo na hora do jantar aos prantos, dizendo que nem ela nem o Miguel sabem mais o que fazer. Ela acha que o Scorpius não quer vê-los nunca mais. – disse a pequena de uma só vez.


Oh, céus. Lily era realmente muito astuta.


- A Laura não precisa pensar assim – respondeu, vagarosamente – O Scorpius disse que ela é como uma irmã para ele. E o Miguel também.


- Quando ele disse isso?


- No Natal – explicou Rose, preocupada com o que viria a seguir.


- E você teve alguma notícia do Scorpius nesse meio-tempo?


- Lily, por favor, não me pergunte isso – pediu ela – Eu não posso falar. Ele me fez prometer que eu não diria nada a ninguém. Muito menos à Laura e ao Miguel.


Lily pareceu refletir um pouco.


- Tudo bem, eu entendo – disse, por fim.


- Obrigada – agradeceu Rose, aliviada.


- E mais uma coisa.


- O quê? – perguntou Rose, tensa novamente.


- Amanhã, nós vamos à inauguração da loja. Mas o Teddy não vai poder ficar lá o tempo todo por causa do transplante. E a Victoire não vai poder ir com ele na hora. Meus pais não conseguiram dispensa do serviço. Então, quando o Teddy for para o hospital, eu vou com ele. Como acompanhante. Até a Victoire chegar lá. Você quer ir comigo?


O coração de Rose começou a bater descompassadamente. Era a chance que tinha de ver Scorpius. Não precisaria do plano de James.


- Por que eu, Lily? – perguntou, calmamente, sem entender direito.


- Sugestão do James. – disse, simplesmente. Rose se alegrou com o primo. Tinha se enganado. Ele já havia começado a pôr o “plano” em prática. – Ele
falou que ele e Al seriam péssimos ajudantes para ficar com o Teddy, porque eles mal sabem cuidar de si mesmos!


- Eu vou, então – disse Rose, mais alegre.


- Certo. Até amanhã, Rose! – disse Lily, saindo do quarto.


 Depois disso, Rose tomou um banho demorado e foi dormir. Achou que fosse adormecer rapidamente e ter uma noite de sono tranquila, afinal, iria ver Scorpius! Mas ela se enganou. Sonhos perturbadores e confusos tomaram conta de sua mente, e ela acordava a toda hora, assustada. Bebia um pouco de água fresca e se deitava novamente. Quando adormecia, tudo voltava do mesmo jeito.


Os rostos de Teddy, Scorpius e Glenn confundiam-se no seu sonho. Teddy passava mal, Scorpius se recuperava e zombava da bondade dele, enquanto Rose, inconformada, via Lily e Victoire chorando desconsoladamente. No minuto seguinte, Rose via a si mesma de volta aos braços de Glenn, feliz e decepcionada com Scorpius.


Rose acordou no dia seguinte encharcada de suor. Todas as suas colegas ainda dormiam. Supôs que devia ser bem cedo ainda. Ao menos para um sábado. E sua cabeça latejava. Como nunca acontecera antes. Ela tentou se levantar, mas não parecia ter forças para tal. Sabia que tinha que sair de lá em algum momento, que suas primas a esperavam para inaugurar a loja, Lily a esperaria para irem ao hospital e lá estaria Scorpius. A pessoa que ela mais desejava ver neste instante.


Estava anormalmente cansada. Não sabia exatamente o porquê. Mal se lembrava dos sonhos perturbadores que tivera. Sabia apenas que não tinham sido lá muito agradáveis. Mas o conteúdo deles era confuso, uma profusão de cores, rostos e vozes que não conseguia identificar.


Levantou-se com algum esforço e tomou um banho rápido, apenas para se livrar do suor. Escolheu com cuidado o que vestir, afinal... ela não sabia. Queria apenas causar uma boa impressão nas primas, que estariam lançando a própria grife. E em Scorpius também.


Em Scorpius?


Sacudiu a cabeça, como se tentasse afastar pensamentos ruins. Desceu para o Salão Principal, onde encontrou James, Alvo, Lily, Roxanne e Hugo já tomando café.


- Bom dia, Rose! – disseram, animados.


- Se você demorasse mais, eu iria te chamar – disse Roxanne, servindo-se de suco de laranja – Antes que Lily nos enlouquecesse.


- Ei! – protestou a ruiva – Eu não disse nada sobre a demora da Rose! – defendeu-se.


- Por enquanto, Lily – disse Roxanne – Aposto que se ela tivesse demorado mais uns dez minutos você começaria a reclamar.


- Não ia!


- Lily, por favor. Todos sabemos que você está louca para ver a loja e o Teddy – argumentou a mais velha.


- Mas eu já cheguei – falou Rose, entrando na conversa para encerrar o assunto – E nós não vamos nos atrasar, então podem ficar despreocupados.


No minuto seguinte, James começou a pirraçar Roxanne e Lily, ensinando a Hugo como devia fazer para irritá-las profundamente.


- Rose – chamou Alvo, baixinho, sentado ao lado dela, aproveitando a distração dos demais – Está tudo bem com você?


- Está sim, Al – respondeu, no mesmo tom de voz – Por quê?


- Você não me parece estar com uma expressão muito boa... – explicou, vagamente.


- Obrigada pela preocupação, Al – disse, sorrindo de leve – Mas está tudo bem, não esquenta.


- Se você assim diz... – disse ele, conformado, voltando a atenção para o prato de panquecas.


Depois que todos terminaram o café da manhã, foram para a sala da diretora, onde foram até o Caldeirão Furado por meio de Pó de Flu. De lá, andaram às pressas até a loja que outrora fora de Madame Malkin.


Um punhado de curiosos já andava pela rua, ansiosos pela inauguração da nova loja. O letreiro dela estava tampado por um pano preto. Em frente às portas de vidro, havia um laço vermelho. Ao lado dele, uma placa anunciava: “INAUGURAÇÃO EM 31 DE OUTUBRO”.


- E agora? – perguntou Hugo – Será que elas querem que a gente entre?


- Oi, crianças! – era Gina.


- Oi! – responderam em uníssono.


- Tia, eu achei que a Lily tivesse falado que você não tinha conseguido dispensa do trabalho – falou Rose, confusa.


- E não consegui – falou, sorrindo, apontando para a câmera fotográfica que carregava e para um bloco de anotações – Vim cobrir a notícia sobre a inauguração da loja das sobrinhas do famoso Ron Weasley. É como um teste para eu trabalhar na seção de moda do Profeta Diário. Cansei de escrever só sobre goles e balaços.


- E nós vamos entrar ou não? – repetiu Hugo.


- É claro que vão! – respondeu Dominique, aproximando-se com uma sacola nas mãos. – Vic e eu precisamos de toda a ajuda possível. A única pessoa que estamos pagando para nos ajudar é a Nicole. Não nos sobrou muita grana.


- Nicole é aquela que o Fred quer namorar? – perguntou Roxanne.


- Ponto para você, Rox! – disse a loira, fazendo sinal para eles se aproximarem.


Todos pularam a fita vermelha e Dominique abriu as portas com um feitiço, trancando-as rapidamente para que ninguém visse como estava a loja. Victoire e Nicole estavam arrumando manequins, vestindo-os cuidadosamente, ao passo que Fleur estava com Teddy e Matthew, ensinando-os a dobrar e guardar roupas nas prateleiras.


- Olá, primos queridos! – disse Victoire, animada, ao vê-los. – Oi, tia Gina! – acrescentou – Não sabia que você também viria.


Cumprimentaram os outros presentes e foram ajudar Fleur, Teddy e Matt com as roupas que faltavam. Dominique conversava com Gina sem parar, respondendo às perguntas da tia sobre a loja. Ela queria cobrir tudo o que pudesse sobre a inauguração. Do canto em que estava separando as roupas de acordo com o tamanho e o modelo, Rose olhou para a prima loira atentamente. Ela parecia ter perdido o ar de arrogância que lhe era tão característico. Parecia mais feliz. Sem dúvida, parecia ainda mais bonita. A felicidade que emanava dela parecia realçar cada traço veela que tinha. Estava realmente estonteante.


Matt também parecia radiante. E como não estaria, tendo conseguido conquistar a mulher que mais amava no mundo?


Victoire e Teddy, um caso à parte. Felizes, sim. Muito. Iriam se casar em breve. Ser, finalmente, uma família. Um casal que se encaixava, se entendia.


Rose fitou Nicole. Era diferente das meninas com que costumava ver Fred. Tradução: ela não tinha pinta de periguete. Tinha longos cabelos pretos ondulados, cortados de forma repicada. Eles caíam por suas costas em uma cascata. A pele alva contrastava com a cor de seus cabelos. As bochechas, muito coradas. Branca de Neve, pensou a ruiva, sorrindo internamente. Nicole era o retrato perfeito da princesinha. Torceu para que Fred conseguisse conquistá-la, assim como Matt fizera com Dominique. Tinha certeza de que eles seriam um casal muito feliz também.


- Lily, você sabe se o Fred vem? – perguntou à prima.


- É claro que ele vem, Rose! – respondeu James.


- Mas hoje não é o dia que ele cuida da Gemialidades Weasley? – perguntou Lily.


- Eu sei, Lily. Ele trocou com o tio George. Ou você acha que ele vai perder a chance de ficar perto da Nicole? – perguntou James. – Cara, o Fred realmente tem muito bom gosto, devo admitir.


- Vocês não acham que ela parece a Branca de Neve? – perguntou Rose.


- Ah, priminha, por favor, né? – falou James, com ar cansado – Isso lá é hora de falar sobre contos de fadas? Trouxas, ainda por cima?


Em resposta, Rose mostrou a língua para o primo.


Mais tarde, depois que tudo estava arrumado e que o restante dos Weasley que iam acompanhar a inauguração chegou, Victoire e Dominique cortaram a fita em frente à loja e revelaram o nome dela, que era o mesmo da grife que haviam criado: DomiVic. “Não é exatamente criativo”, disse Victoire a Rose, “mas foi o melhor que conseguimos arrumar”. As duas desenhavam vestes e roupas trouxas femininas, que amavam, e vendiam os tradicionais uniformes de Hogwarts, tanto para os meninos quanto para as meninas.


Quando deu a hora de Teddy ir para o hospital com Lily e Rose, Victoire, Dominique e Nicole estavam muito ocupadas atendendo os primeiros clientes e Fleur e Roxanne, atenciosas, tentavam ajudá-las como podiam. Gina, por sua vez, transitava entre vendedoras e clientes em busca de informações interessantes.


Teddy despediu-se da noiva rapidamente e dos outros familiares presentes. Juntos, ele, Lily e Rose foram para a Londres trouxa até o hospital de oncologia que lá havia.


- Dizem que é um dos melhores hospitais do mundo – disse o rapaz, quando os três entraram na recepção. E, de fato, o hospital era magnífico. Tudo era absolutamente limpíssimo e não havia aglomeração de pessoas em lugar algum.


Dirigiram-se para a recepcionista loira e simpática que lá estava e Teddy se identificou como doador e disse que Rose e Lily eram suas acompanhantes.


- O Dr. Thompson já está te esperando, sr. Lupin. Vou pedir para uma enfermeira os acompanhar – disse ela, depois de conferir os dados do rapaz em uma ficha.


Uma enfermeira morena os acompanhou até um quarto localizado em uma seção cujo nome era: MOV – DOADORES. Ela ajudou Teddy a se preparar para a pequena cirurgia e conversou bastante com Lily, acalmando-a. Depois de terminar os procedimentos que lhe cabiam, chamou o Dr. Thompson e o anestesista, que pediram às meninas que se retirassem por alguns minutos. Instantes depois, mal tinham saído do quarto, Victoire apareceu, afobada, com as bochechas vermelhas, parecendo que tinha acabado de correr uma maratona.


- Vic? Já conseguiu vir? – surpreendeu-se Lily.


- Eu não consegui ficar lá – explicou – e deixar o Teddy aqui, sem saber exatamente o que está acontecendo. Tia Angelina e tia Audrey se ofereceram para ficar no meu lugar e disseram para eu vir. Que eu devia obediência a elas, por serem minhas tias.


- Bem... acho que, nesse caso, o Ted não precisa mais da  minha presença. Ele está muito bem acompanhado – disse Rose.


- Rose, deixa de bobagem! – ralhou Victoire.


- Não, Vic, é sério. Você é noiva do Teddy e a Lily é a irmãzinha dele. Eu... não sou nada. Eu vou embora. Depois vocês me contam tudo. Vejo você em Hogwarts, Lily – disse e saiu dali, apressada.


Victoire lançou a Lily um olhar confuso, ao que a pequena disse:


- A Rose tem outros assuntos para resolver. Confie em mim. O coração dela vai ficar mais leve se ela for embora.


Rose começou a andar pelos corredores do hospital tentando ver um indício, qualquer um, de onde estaria Scorpius. Mas o hospital era imenso, cheio de elevadores, escadas, enfermeiros, médicos, acompanhantes, pacientes... ela não sabia onde ir. Como fazer para achá-lo. Andou por uns bons dez minutos, passando por seções como “Oncologia infantil”, “Quimioterapia”, “Radioterapia”, “Sala de exames”, “Esterilização” e até “Cafeteria”, quando uma mulher mais velha e vestida com uma roupa de faxina lhe perguntou:


- Precisa de ajuda, menina? – falou, olhando-a com carinho.


- Eu... eu estou bem, obrigada – disse, sem graça. Não sabia por que dizia aquilo. Oras, ela estava oferecendo ajuda, afinal! Não era exatamente o que precisava naquele instante?


- Tem certeza? – insistiu a mulher, agora com um olhar astuto.


- Não exatamente – respondeu, sem compreender o que fazia. – Eu vim visitar uma pessoa, mas não sei onde ela está.


- E qual é o nome dessa pessoa?


- Hm... – Rose hesitou. Fala sério, era uma mulher bondosa que conversava com ela. Não era Ron Weasley, que provavelmente surtaria se soubesse o que a filha estava fazendo. – Malfoy. Scorpius Malfoy. – disse, por fim, corando levemente.


- Desculpe-me a curiosidade, mas... ele é seu namorado?


Rose corou furiosamente até a raiz dos cabelos.


- Não, senhora, ele é... – ela hesitou novamente – Um amigo. Só isso.


- Como é o seu nome? – perguntou a mulher, surpreendendo a menina. – Não me leve a mal, moça, mas você lembra minha neta.


- Rose. Rose Weasley – disse, rapidamente. – E o seu? – acrescentou, achando que pareceria mal educada se não o fizesse.


- Mary Hopkins – respondeu – Mas vá visitar o seu amigo. Ele está no andar de cima, no quarto 610. Vá rápido, porque daqui a pouco ele vai passar por um transplante.


- Obrigada, sra. Hopkins – disse a ruiva, correndo para as escadas.


Não foi difícil achar o quarto 610. Ao vê-lo, Rose sentiu a garganta secar e o coração começar a bater descompassado. Não ouvia vozes vindas de dentro do quarto. Devia simplesmente entrar ou devia bater primeiro e esperar para ver se alguém atendia?


Seu momento de hesitação teve fim quando uma voz conhecida se aproximou e disse, surpresa:


- Rose? O que você está fazendo aqui? – era Draco.


- Sr. Malfoy! – disse ela, aliviada, ao vê-lo. – Vim visitar o Scorpius.


- E tem autorização para estar fora da escola?


- Sim, senhor.


- Seus pais sabem que está aqui?


- Não. – respondeu, um peso no coração. – Mas a Lily sabe.


- Lily é a filha do Potter? – perguntou Draco.


- É, sim. Mas, por favor, sr. Malfoy, não conte aos meus pais.


Draco a olhou desconfiado, mas, por fim, disse:


- Certo. Pode entrar comigo. Acho que o Scorpius vai ficar feliz em vê-la. E, Rose, não se assuste, mas ele não está com uma aparência muito boa – acrescentou, girando a maçaneta da porta.


A ruiva mal teve tempo de se preparar. No instante seguinte, estava seguindo Draco para dentro enquanto ele dizia:


- Filho, você tem uma visita.


- Visita? – falou Scorpius, surpreso, deitado em sua cama. Astoria estava sentada em um sofá ao lado dele.


Cautelosamente, Rose saiu de trás de Draco.


- Oi, Scorpius – disse, aproximando-se da cama.


- Rose? O que você está fazendo aqui? – perguntou, entre curioso e feliz.


Draco fez sinal para Astoria e, juntos, saíram do quarto enquanto Rose se aproximava de Scorpius. De fato, a aparência dele não era das melhores. Estava bastante magro e o rosto, mais pálido do que Rose jamais vira.


- Eu vim aqui com a Lily e o Teddy e encontrei seu pai no caminho – mentiu. – Daí ele me contou tudo.


- Tem certeza? – perguntou Scorpius, desconfiado.


- Tenho – respondeu ela, rezando para que a mentira não transparecesse em seu rosto.


- Porque eu achei que você tivesse ido lá em casa e minha mãe tinha te contado tudo. – disse ele, encarando-a com firmeza – Bem, pelo menos foi essa a versão do Bob. – acrescentou.


- Me desculpa, Scorpius – disse Rose, rapidamente – Me desculpa. Mesmo. Mas a sua mãe disse que só me contaria se eu não dissesse a ninguém, porque você não queria dizer nada a ninguém. Eu estava desesperada por qualquer informação e acabei aceitando. E ela me fez prometer que eu não diria nada nem mesmo a você.  


- Fica calma, Rose. – disse ele, simplesmente, ajeitando-se na cama – Eu entendo.


- Sério mesmo?


- Sério mesmo – confirmou, sorrindo. – E até me alegra saber que você fez tudo isso só para saber o que tinha acontecido comigo – acrescentou, alargando o sorriso.


Rose sentiu o alívio perpassando o corpo.


- E como você está? – perguntou, genuinamente preocupada.


- Estou bem. Estou vivo – disse, simplesmente.


- Scorpius, não...


- Não fala assim? – disse, interrompendo-a. – Por que não, Rose? Essa é a verdade, não é? Não é preciso ficar escondendo isso de mim. Sabe, eu não sou mais criança.


- Eu não disse isso – defendeu-se Rose.


- E precisa dizer?


- Scorpius, eu... só estou tentando... não sei, te mostrar que existe uma luz no fim do túnel. Sua mãe disse que você conseguiu um transplante.


- Sim. Mas há risco de rejeição, o médico falou – acrescentou.


- O risco é mínimo! – disse Rose, abismada com o modo como o loiro encarava tudo. – Não é como em um transplante de rim! É muito mais tranquilo!


- E como você sabe disso? – falou Scorpius, cético.


- Aulas de biologia. Eu, Hugo, James, Alvo e Lily frequentávamos a escola trouxa antes de ir para Hogwarts.


Scorpius ficou pensativo por longos segundos.


- É verdade, Rose? Que existe transplante de rim?


- Claro que é verdade. Também existe de fígado, de córnea, de coração... apesar de que o de coração é bem mais complicado... acho que é o mais difícil de todos.


- Uau – falou Scorpius, baixinho – Os trouxas são mesmo fascinantes.


- São. – concordou a ruiva – Eles têm solução sem magia para várias coisas.


- Será que ninguém vê que nós, bruxos, também devíamos estudar essas técnicas de medicina?


- Você acha? – disse ela, surpresa.


- Sem dúvida. – disse ele. – Talvez muitos males que acometem os bruxos que os Curandeiros não identificam pudessem ser resolvidos pela medicina trouxa. Olha para mim, Rose. Eu sou o maior exemplo disso.


Ela nada disse.


- Mas acho que você disse que o Teddy e a Lily vieram aqui com você. Por quê? Está tudo bem com eles? – falou Scorpius.


- Está, sim. – falou Rose, pensando se deveria falar que era Teddy o doador de medula. Ela foi salva por uma batida na porta de uma enfermeira.


- Bom dia, Scorpius! – disse ela, animada – Tem uma pessoa aí fora querendo te ver.


- Quem é? – perguntou, curioso.


- O seu doador. – explicou. – Quer conhecê-lo? O Dr. Thompson acabou de tirar uma parte da medula dele e já está preparando a sala de cirurgia para você.


- Quero. – respondeu imediatamente.


- Então eu vou chamá-lo. – disse ela, sorrindo e saindo do quarto. – Pode entrar – disse para alguém que estava do lado de fora.


No minuto seguinte, Teddy adentrou o quarto, acompanhado de Lily e Victoire.


- Ted? – disse Scorpius, surpreso. – É você o doador?


Teddy olhou para Scorpius e dele para Rose, também surpreso. Victoire parecia surpresa também, assim como Lily.


- Sim, sou eu – disse, simplesmente.


Antes que pudessem pensar em algo mais para dizer, Lúcio e Narcissa entraram no quarto.


- O que é isso? – disse ele, surpreso. – O que todos vocês estão fazendo aqui?


- Rose veio me visitar. Assim como Ted, Lily e Victoire – respondeu o loiro.


- E por que eles vieram te visitar? – disse, a fúria parecendo crescer dentro de si.


- Por que eu sou o doador – falou Teddy.


Lúcio agora parecia fora de si.


- Você não vai receber doação de um mestiço imundo! – gritou. – NÃO VAI! EU NÃO VOU PERMITIR!


- Qual é, vô? O senhor quer que eu morra? – disse Scorpius, indignado.


- O que é isso? – disse Draco, entrando com Astoria. Ao ver o pai furioso, falou: – Pai, vai embora! O senhor só sabe aprontar escândalo atrás de escândalo? Isso aqui é um hospital, por Merlin!


Lúcio encarou o filho, indignado, mas foi embora. Narcissa o seguiu, mas disse a Draco antes, baixinho:


- Eu vou conversar com ele, filho. Já passou da hora de acabar esse preconceito.


- Mamãe, papai, é o Ted quem doou a medula para mim – contou Scorpius assim que os avós saíram do quarto.


Astoria se aproximou dele, os olhos cheios de lágrimas.


- Obrigada, Ted. Nem sei como agradecer. Você sabe que pode salvar a vida do Scorpius, não sabe?


- Bem, eu acho que a senhora pode só dizer “obrigada”. Já está de bom tamanho – disse, em tom de brincadeira.


- Obrigada! – disse a mulher, abraçando-o com força.


Draco se aproximou também.


- Obrigado – falou, apertando a mão do rapaz firmemente.


- Ei, Ted, eu também agradeço – falou Scorpius lá da cama.


- De nada – disse ele, simplesmente.


Draco se aproximou da cama do filho, dizendo:


- Filho, você sabia que o Ted é da nossa família? Deve ser por isso que ele é compatível com você.


- De verdade? – disse o rapaz, encarando o pai, surpreso.


- De verdade. – respondeu – Ted?


- Minha avó Andrômeda era irmã de sua avó Narcissa, Scorpius – falou Teddy. – Então, minha mãe era prima de seu pai.


- Então nós somos primos? – falou Scorpius, surpreso – Por que ninguém nunca me disse nada?


- Nunca soube ao certo como me aproximar do Ted – confessou Draco – Sempre imaginei que, tendo por padrinho o Potter, ele seria bem cuidado. E que talvez Potter não deixasse eu me aproximar dele. Afinal, Andrômeda sempre foi rejeitada pela família Malfoy. Principalmente depois que Dora se casou com o Lupin.


- Que era lobisomem – falou Teddy – e tinha um caráter exemplar.


- Ele foi meu professor em Hogwarts – contou Draco – E tenho que admitir que foi o melhor de DCAT que passou por lá enquanto eu era estudante.


- Meu Deus, que loucura. – murmurou Scorpius – É muita informação de uma vez só.


- Então eu também sou prima do Scorpius? – disse Lily, surpresa.


- Não, porque...


- Sou sim! – disse Lily, interrompendo Draco – O Teddy é como se fosse meu irmão mais velho!


- Teddy? – chamou Victoire – Acho que a gente precisa rever a lista de convidados do casamento.


- Precisamos, sim – concordou imediatamente – Se eles concordarem em ir. – acrescentou.


- Vocês nos convidariam? – perguntou Draco, surpreso.


- Convidaríamos – afirmou Teddy – Agora vocês têm um meio de se aproximar de mim. São a única família de sangue que me resta.


- É claro que nós vamos, não é, pai? – falou Scorpius.


- Com certeza, filho. Temos que aproveitar a segunda chance.


Astoria parecia radiante:


- E quando é o casamento?


- Em julho – respondeu Victoire – Queremos que nossos primos que ainda estão em Hogwarts também possam aproveitar a festa ao máximo possível.


- Sem falar que sem daminha de honra não tem casamento – disse Lily. – E como serei eu a daminha... eles têm que esperar minha disponibilidade.


Scorpius sorriu. A enfermeira que há pouco estivera no quarto voltou.


- Scorpius? O Dr. Thompson já está te esperando na sala de cirurgia.


Todos os presentes voltaram o olhar para ele, em expectativa.


- Certo. Eu já estou pronto – falou, confiante.


- Só um minuto que eu vou chamar o pessoal da maca. – disse ela, saindo do quarto novamente.


Astoria, Draco, Teddy, Victoire e Lily se aproximaram do loiro para lhe dizer algumas palavras antes de ele se submeter à cirurgia. Quando todos saíram de perto, ele disse:


- Rose? Não vai se despedir de mim? Sabe, essa pode ser a última vez em que você me vê.


- Não fala assim, Scorpius. – disse a ruiva, aproximando-se dele – Vai dar tudo certo. Você vai ver. Vai voltar para Hogwarts, fazer os NOMs, vai ao casamento do Teddy e da Vic...


- Podem entrar – era a enfermeira que havia voltado, acompanhada de dois homens que empurravam uma maca.


- Até mais, Scorpius – finalizou Rose, dando-lhe um beijo na testa e se afastando para os homens poderem colocá-lo na maca.


Todos observaram Scorpius sair. Astoria abraçou o marido com força.


- Sr. Lupin, o Dr. Thompson disse que é para o senhor voltar para o quarto com suas acompanhantes. Deve ficar em observação durante o resto do dia, sim? Daqui a pouco eu passo lá para vê-lo – disse a enfermeira a Teddy antes de sair.


Com isso, Astoria e Draco foram para a cafeteria do hospital para tomar um café antes de irem ficar de plantão na porta da sala de cirurgia. Teddy, Victoire, Lily e Rose, por sua vez, foram para o quarto em que o rapaz deveria ficar em observação.


A enfermeira não demorou muito a aparecer para examiná-lo rapidamente. Depois disso, os quatro ficaram conversando sobre amenidades, embora Rose não prestasse muita atenção no que diziam. Manifestava-se somente quando era solicitada. Mais tarde, Harry e Gina foram visitar Teddy, levando James e Alvo. Para o quarto não ficar muito cheio, Rose e Lily foram “conhecer o hospital”.


- Vamos para a ala de cirurgia oncológica, Lily? – sugeriu a mais velha, ansiosa em ter notícias de Scorpius.


- Vamos – concordou ela, puxando Rose para um lado – Acho que é por aqui.


De fato, era exatamente pelo caminho que Lily indicava. Não demoraram muito a achar Astoria e Draco sentados lado a lado em um sofá, de mãos dadas.


- Oi, meninas – disse Astoria – Já íamos lá no quarto do Ted para lhes dizer que a cirurgia acabou há pouco.


- E como foi? – perguntou Rose na mesma hora.


- O médico disse que correu tudo bem. O Scorpius ainda deve ficar por aqui uns dias para os primeiros cuidados, por volta de uma semana. Depois ele volta para casa e a gente mesmo cuida dele – contou Astoria.


- E onde ele está? – quis saber Rose – Quero vê-lo uma última vez. Daqui a pouco temos que voltar para a escola.


Astoria apontou para uma porta no finzinho do corredor.


- Pode ir lá, Rose. Só não demore muito. O médico disse que deu a ele remédio para dormir. O Scorpius só vai acordar amanhã.


Sem pestanejar, ela foi praticamente correndo até lá. Abriu a porta com cuidado e a fechou do mesmo modo. Aproximou-se de Scorpius, deitado. De fato, dormia profundamente. Parecia tão sereno. Ressonava lentamente. Estava recebendo soro na veia.


- Você vai ficar bem, Scorpius. – murmurou, passando os dedos pelos cabelos loiros dele. – Eu tenho certeza.


Os olhos azuis de Rose o fitavam com ternura e carinho surpreendentes. Naquele momento, ela não podia ver a própria expressão em um espelho, mas, se pudesse, com certeza se surpreenderia. Nunca, jamais, havia fitado alguém daquele modo. E, naquele momento, olhando para o loiro, tinha certeza que ele seria parte importante de sua vida. Estava aliviada por ele ter conseguido o transplante. Por saber, no íntimo, que ele ia ficar bem. Por saber que ele não iria deixá-la. Não pôde deixar de conter uma lágrima teimosa que insistia em marejar um de seus olhos. Sem dúvida, não era lágrima de tristeza. Era a mais pura felicidade.  


- Rose? – ela se virou. Era Mary Hopkins, sorrindo bondosamente. – Tem um moço de óculos e cabelos pretos aí fora te chamando para ir embora.


- Ah, obrigada pelo aviso, sra. Hopkins. Eu já vou. – de novo, ela beijou a testa de Scorpius. Ainda mais carinhosamente, se é que isso era possível.


Ela saiu, despedindo-se de Mary, que colocava lençóis e toalhas limpos em um armário do quarto. Encontrou-se com os tios Harry e Gina, juntamente com Lily, James e Alvo.


- É hora de voltar para a escola, mocinha – falou Harry. – Gina e eu vamos deixar todos vocês lá.


- E o Hugo e a Roxanne, já foram?


- Há muito tempo – disse Gina – E o Teddy acabou de ter alta. A Victoire está com ele lá em casa enquanto levamos vocês para a escola.


Despediram-se de Draco e de Astoria e foram de carro até o Caldeirão Furado em silêncio. Usariam Pó de Flu para voltar a Hogwarts.


Enquanto Gina conversava com os filhos, dando-lhes várias recomendações, Harry chamou Rose. Queria conversar com ela.


- E então, Rosie? O que você e o Scorpius têm um com o outro?


- Por que a pergunta, tio? – disse, assustada.


- Mera curiosidade – explicou, olhando-a astutamente.


- Scorpius e eu somos amigos – disse ela, explicando a ele brevemente sobre o último Natal.


- Certo. – disse o moreno, por fim.


- Tio Harry, eu agradeceria muito se você ainda não comentasse sobre isso com o meu pai. Quero achar um jeito de eu mesma contar tudo a ele. E à minha mãe também.


- Tudo bem, Rosie. Eu não digo nada. Deixo a responsabilidade com você. – disse ele, sorrindo carinhosamente para a sobrinha. – E se porventura você precisar de ajuda com o seu pai, pode contar comigo.


- Obrigada, tio – disse ela, abraçando-o.


- Harry! Já é hora de eles irem! – chamou Gina.


Rose e Harry aproximaram-se dos demais e, um a um, os adolescentes entraram na lareira. Rose estava, finalmente, com o coração em paz. Agora tinha certeza: em pouco tempo, Scorpius também voltaria a Hogwarts. E, dessa vez, tudo seria diferente.

***

N.A.: Oi, gente! Demorou, mas eu voltei com o capítulo 7, enfim! Primeiro, quero destacar que a fic tem capa agora... feita pela Tortuguita na fic "Tortucapas - Capas para fic". Ela fez outras três opções de capas para mim e estão todas postadas lá. Se vocês preferirem outra que a não essa que eu escolhi, sintam-se à vontade para se manifestar, ok?

Agora, quero agradecer aos comentários postados no capítulo anterior. Obrigada, mesmo! E comentem sempre, sim? Senti falta de algumas leitoras dessa vez... gente, se não gostarem de algo, me avisem também, certo? Bem, respondendo individualmente agora:
juliana vieira: obrigada por acompanhar e comentar sempre! E espero ter resolvido sua dúvida quanto ao cara da Noruega.  
Beatriz Facchin: uma das melhores fics que você já leu? *_* Nossa, me sinto lisonjeada!
tamires wesley: obrigada por cada um de seus comentários! Sério mesmo, li todos com bastante atenção e eles me alegraram muito. E não se preocupe, vou postar a fic até o fim... mesmo que às vezes demore um pouquinho, não desista. Ela vai ter fim, sim!
nataaalia: a história de te fez chorar?????????? Por essa eu não esperava... espero que continue gostando... e é ótimo saber que você não acha a fic clichê! Sério, eu tinha medo desse rótulo!

Bem, por hoje é só... espero os coments e as notas, sim? Beijos e até o próximo!          

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Comentários (8)

  • L.Oliveeira

    Que lindooo *--------------------* tipo, o Teddy é uma fofura só, não é? Espero que seja diferente mesmo quandop ele voltar para a escola, sem aquelas guerrinhase briguinhas sem fundamento. Quero dizer, se a medula do Teddy for mesmo compatível. E o James foi tãaao lindo *--*-* Não é a toa que ele é meu :) Desculpem, meninas

    2013-03-09
  • Ana CR

    Luhna, encare isso como uma ameaça! Estou indo dormir, e amanha quando voltar do trabalho vou ler o próximo capítulo... Então, se tem algo que você sabe que eu não vou gostar, voce tem muitas horas para mudar!hauahauhauahauhauahuahauBrincadeira, amei o capítulo, o melhor de todos.E se o Score, não, pensamento positivo sempre!Bjs Ana CR 

    2013-02-04
  • Dark Moon

    Gostei do desenrolar desse capitulo, muito legal como vc ligou as coisas e tudo mais. Muito bom mesmo.

    2012-12-14
  • Lana Silva

    Emocionante - é a palavra que descreve o capitulo. Foi lindo, interessante. Mais uma vez eu vou dizer que a Lily me surpreendeu, mas além dela o James também me surpreendeu ele foi muito bom como primo ajudando a Rose e agora acho meio dificil ela voltar com o Gleen depois disso tudo com o Scorpiuus, ela gosta dele, tá na cara, e espero que não deixe isso passar. Achei muito linda a cena do Ted e do Scorpiuus e tal, foi muiiiiiiiiiiiiito fofa, sua fanfic é maravilhosa e a cada capitulo comprovo mais isso, não tem como não gostar. Entre nós dois já se tornou uma das minhas R/S favoritas *-*bjoos! 

    2012-10-22
  • tamires wesley

    a sua fic eh d+, to amando, essa preocupaçao d rose para scorpius e realmente linda!! S2 parabens amei o cap, vo ler ate o fim concerteza, esperando ansiosa para o proximo capitulo..0/  

    2012-09-21
  • juliana vieira

    ai, que bom que deu tudo certo! a rose, realmente tem um grande carinho por scorpius, será que ela já está se apaixonando por ele? adoro a fic, esperando o proximo capitulo bjos

    2012-09-06
  • Rhanna

    Que lindo ! A Rose está apaixonada por ele , e ainda não percebeu :D .O scorpius também está caidinho por ela <3

    2012-09-05
  • H. Granger Malfoy

    oooow que lindos!!! tou muito apaixonada por essa fic, serio mesmo!! bjs

    2012-09-05
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