Retorno
CAPÍTULO 8
- RETORNO -
Rose estava visivelmente incomodada. Sim, estava muito feliz por Dominique e por Matthew, afinal, tinham acabado de noivar e se casariam junto com Victoire e Ted. Também ficara contente quando Dominique a convidara para ser daminha de honra, o que deixou Lily igualmente feliz. “Estaremos juntas, Rosie!”, comemorara a pequena, visivelmente alegre. Mas aquele olhar em cima dela a incomodava profundamente. Era como se ele estivesse tentando – e conseguindo – perscrutar tudo o que se passava em seu interior.
Rose se virou de costas para ele, enquanto Lily tagarelava ao seu lado alegremente, sem realmente escutar uma palavra do que a prima dizia. Ela sentia o olhar dele sobre si. E já não sabia mais o que fazer a respeito.
- Vou ao banheiro, Lily – falou, largando o copo de cerveja amanteigada em cima da primeira mesa que viu à sua frente. – Me espere aqui, pode ser? Não vou demorar.
Sem esperar resposta da prima mais nova, Rose entrou no Chalé das Conchas e se trancou dentro do banheiro, aliviada. Estava sozinha. Longe dos olhares de Glenn.
Há poucos dias, fora o Natal. Dominique e Matt tinham resolvido fazer uma pequena comemoração de seu noivado na praia do Chalé. Como estava frio, eles tinham lançado um feitiço sobre a praia para que a temperatura ficasse em torno de 22 e 25º C. Todos os Weasley estavam lá, para variar. Nicole Geller também. Tinha se tornado a melhor amiga das irmãs Delacour-Weasley. Os pais e os avós de Matt, assim como o seu irmão. Glenn. Encarando Rose o tempo todo. Ela não sabia o que fazer a respeito. Todas as vezes em que achava que o relacionamento deles nunca mais teria volta, ele reaparecia, mexendo com ela de algum modo. Como naquela vez em que se beijaram no dormitório masculino. E as outras dezenas de vezes durante todo o semestre letivo.
Quando seus pais ficaram sabendo do término do namoro, Ron lamentou profundamente, ao passo que Hermione não se manifestou. Achava que a filha tinha que tomar tais decisões sozinha. Mas achava que tudo não passava de uma briga infantil, e que, no fundo, eles ainda se gostavam. Torcia para que tudo terminasse da melhor forma possível.
Cansada, e consciente de que não poderia ficar ali o resto da noite, Rose abriu a torneira e lavou o rosto. Pouco se importou que a água não estivesse tão morna quanto desejava. Fechou a torneira, devagar, e encarou o próprio reflexo no espelho, arrumando os cabelos ruivos.
Você ainda gosta dele. Ele ainda mexe com você, dizia uma vozinha irritante no fundo de sua mente. Ela sacudiu a cabeça, afastando tais pensamentos. Respirou fundo, destrancou a porta e saiu do banheiro.
Quando voltou para fora, viu Matt conversando com Glenn seriamente. Agora ele a ignorava, diferentemente do que estava fazendo há poucos minutos. Fred conversava com Nicole, que não parecia lá muito interessada no que ele tinha a dizer. Lily conversava com Roxanne, divagando sobre como seria o próprio casamento dali a uns quinze anos. Os avós de Matt conversavam com os srs. Weasley. De alguma forma, todos pareciam ocupados. E foi por isso que Rose se serviu de mais cerveja amanteigada e se sentou sozinha na primeira mesa que encontrou, vendo George dançar com Angelina em um entusiasmo contagiante.
- Boa noite – disse Glenn, sentando-se a sua frente. Estivera tão distraída observando seus tios que nem vira ele se aproximar.
- O quê...? – começou, confusa. Eles já haviam se cumprimentado quando chegaram.
- Você é uma garota muito bonita, sabia? – falou Glenn em tom casual, interrompendo-a.
- Obrigada – respondeu, ainda confusa a respeito da atitude do garoto. É, definitivamente, ele estava estranho.
Glenn bebeu um pouco de cerveja amanteigada, observando George e Angelina.
- Gosta de dançar?
- Você já sabe a resposta. – disse Rose, sem se abalar.
- Sei? – falou Glenn, com cara de desentendido.
- Qual é o seu problema? – falou Rose, olhando-o abismada – Nós já namoramos, não se lembra?
- Não. Eu realmente seria um garoto de muita sorte se algum dia conseguisse conquistar uma garota como você. – disse, nem um pouco abalado.
- Uma garota como eu? – repetiu Rose, curiosa com o que ele falaria a esse respeito.
- Sim. Uma garota fascinante como você – explicou ele, fitando-a intensamente.
A ruiva corou. Glenn bebeu um gole de cerveja amanteigada e levou a mão ao bolso, tirando de lá a corrente que ele dera a Rose no Natal, com o pingente de rosa.
- A propósito, acho que isso é seu. – falou, colocando-a em cima da mesa.
- Não é mais. Eu não quero – disse, mal-educada.
- Seus pais nunca te ensinaram que é grosseria recusar presentes? Pelo jeito, foi isso que você fez com esse, especificamente – disse ele, olhando-a de esguelha.
Rose abriu a boca, fechando-a imediatamente. Não sabia o que dizer. Pelo jeito, Glenn tinha tirado a noite para fazer com que ela endoidasse com todo aquele comportamento esquisito.
Ele não a encarava mais. Estava observando os demais Weasley afastando mesas e cadeiras para se juntarem a George e Angelina. Assim, Rose voltou o olhar para a correntinha em cima da mesa. A rosa estava voltada para baixo, o que fez com que ela percebesse a ausência da gravação My rose. Sem acreditar no que via, a moça tomou a correntinha nas mãos, olhando- a de perto. De fato, não tinha nada gravado lá. Era como se tal gravação nunca houvesse existido.
- Cadê a gravação que havia aqui? – perguntou, sem se conter.
- Tinha uma gravação aí? – perguntou Glenn, voltando o olhar para ela.
- Não me responde com outra pergunta, por favor.
- Como eu vou saber? Achei isso aí por acaso. O que prova que, se você tivesse mais cuidado com seus pertences, eles estariam exatamente do jeito que você os deixou.
Rose ia abrir a boca para xingá-lo, pedir para ele parar com tanto teatro; fala sério, que ridículo era tudo aquilo... mas antes que pudesse pensar em algo bom o suficiente para tal, Glenn falou:
- Quer dançar?
- Quero – respondeu de imediato, sem pensar no que dizia. – Não, eu... – começou, tentando corrigir o erro.
- Agora já era – disse ele, levantando-se para puxar Rose para si, com cuidado.
Tocava uma música lenta no velho rádio da sra. Weasley. Glenn abraçou Rose e ela sentiu um arrepio involuntário percorrer suas costas. Deixou-se levar pela proximidade com o rapaz, sentindo o cheiro inebriante que vinha de sua camisa.
Ele roçou os lábios no lóbulo da orelha da ruiva, sussurrando:
- Aliás, qual é o seu nome?
E então a ruiva finalmente entendeu. Glenn não tinha enlouquecido nem nada do tipo. Estava tentando começar de novo. Sem grandes compromissos. E ela se viu querendo tentar também. Afinal, tinham brigado por um motivo fútil, sem muita relevância.
- Rose – respondeu, simplesmente. – E o seu?
- Glenn – respondeu ele, afastando-se para encará-la. Olhos azuis nos castanhos. – Você é linda, Rose.
Ela sorriu, encabulada, consciente de que todos os familiares tinham parado tudo o que faziam para observá-los. Merlin, eles nem se importam em tentar disfarçar.
Cuidadosamente, Glenn tirou do rosto da moça uma mecha ruiva que insistia em cair em seu rosto, passando-a por trás da orelha. Ele se aproximou e beijou a garota de leve, afastando-se em seguida.
- Fica mais um pouco, Glenn – pediu ela, segurando o braço dele.
- Quer mesmo que eu fique? – perguntou, curioso. Ambos sabiam o peso que tinha tal pergunta neste exato instante.
- Quero – respondeu, confiante.
*
Os dias que se seguiram foram bastante tranquilos. Ron estava radiante por, aparentemente, Rose e Glenn terem reatado o namoro, mas como a ruiva não cansava de repetir para o pai, eles estavam apenas se dando mais uma chance, sem muito compromisso, para ver no que ia dar.
- Mas você até voltou a usar o colar de rosa! – repetia o pai coruja, sem entender. – Mione, você não acha os jovens de hoje meio estranhos? – perguntou, buscando apoio na esposa.
- Ron, eles já são grandinhos o suficiente para decidir o que fazer. Não acho que sejam estranhos – disse ela, simplesmente, lançando um olhar furtivo para a filha. Achava meio estranho que, em tão pouco tempo, sua filha tivesse se tornado amiga de Scorpius Malfoy, terminado o namoro com Glenn, visitado Scorpius em um hospital trouxa e, ainda por cima, tivesse reatado o namoro com Glenn!
Na noite anterior, Rose havia contado tudo à mãe sobre Scorpius, sobre Glenn... Hermione não fez objeção alguma quanto à nova amizade, afinal, dizia sempre que os filhos não são cópias dos pais nem devem pagar pelos erros destes. Além disso, ela, Rose e Hugo chegaram à conclusão de que era melhor não dize nada a Ron por ora. A reação dele, obviamente, seria péssima, e Hermione achava melhor “preparar o terreno” antes. No dia seguinte, Rose e Alvo iriam passar o dia na nova casa dos Malfoy a convite de Scorpius, e foi apenas a chegada do convite que motivara a menina a contar tudo para a mãe.
Quando a ruiva subiu para o quarto, dizendo que ia dormir, Hermione foi atrás e, ao entrar no quarto, fechou a porta.
- Filha, você disse ao Glenn que vai visitar o Scorpius amanhã?
- Não. – respondeu, enquanto procurava o pijama dentro do guarda-roupa.
- Acha que não precisa? Ele pode ficar com ciúmes. – insistiu Hermione.
- Mas Glenn e eu não estamos exatamente namorando! – argumentou – Estamos apenas... hm... ficando. Não há compromisso entre a gente de novo. Ainda.
- Se você dissesse a ele, acho que aumenta as chances de vocês reatarem o namoro de vez. Ele vai sentir que pode confiar plenamente em você – continuou insistindo.
Rose nada disse. Continuou procurando o pijama.
- Rose, coloque-se no lugar dele. E se o Glenn fosse passar o dia na casa de uma das amigas dele sem dizer nada a você? Como você se sentiria?
Depois de alguns instantes de silêncio, a ruiva disse, por fim:
- Você tem razão, mamãe. Acho que eu ficaria bravíssima com ele. Vou escrever uma carta agora mesmo! – dito isso, ela sentou-se à escrivaninha e pegou pergaminho, pena e tinteiro.
Hermione suspirou e saiu do quarto. Não sabia exatamente o porquê, mas tinha a leve impressão que algo ainda acabaria mal nisso tudo.
*
As férias acabaram rápido, para alegria de Rose e desespero de Alvo. Ela queria muito voltar para a escola e, finalmente, poder conviver em paz com Glenn e Scorpius. Quanto a ele, estava em pânico por causa dos NOMs.
- Relaxa, Al – disse a ruiva, enquanto entravam na cabine após se despedirem dos pais – Vai dar tudo certo. Eu prometo não te deixar na mão.
- Nem com História da Magia? – perguntou ele, desconfiado. Afinal, Rose sempre brigava com ele por não tentar prestar atenção no que o prof. Binns falava.
- Nem com História da Magia – afirmou, convicta, sentando-se no banco ao lado de Lily.
- Caramba – comentou James, arregalando os olhos – Quem é você e o que fez com Rose Weasley?
- Também estou surpreso – disse Hugo – É a primeira vez que não vejo minha irmã surtar porque não sabe absolutamente nada a respeito do que vai cair na prova.
- Cadê o Glenn, Rose? – perguntou Lily, cortando o assunto.
- Reunião com alguns monitores que não fizeram o serviço direito no semestre passado. – explicou.
- Olá, amados! – falou Laura, entrando na cabine seguida de Miguel e Scorpius. – Senti saudades de vocês!
- Oi, pessoal – falou Miguel, sentando-se. Scorpius ficou parado na porta.
- Qual é o teu problema, Malfoy? Não sabe andar? – alfinetou James.
- James! – disse Roxanne, em tom de censura.
- Não vai entrar, Scorpius? – perguntou Rose.
- Posso? – quis saber, inseguro. Alvo revirou os olhos.
- Claro que sim! – disse Rose, calmamente – Você agora faz parte do nosso grupinho. Se quiser.
- Olha só, priminha, não sei se quero o oxigenado andando com a gente não. Ele não tem nem coragem de entrar na nossa cabine! – disse James, em tom de brincadeira.
Sem paciência, Laura se adiantou e o puxou pela mão, fazendo com que ele se sentasse ao lado dela e de frente para Rose.
- Assunto resolvido! – disse a morena.
A cabine ficou em silêncio durante algum tempo. Scorpius sentia-se nitidamente desconfortável. Tinha se aproximado bastante de Rose e Alvo, principalmente depois que eles passaram o dia em sua casa, e até mesmo de Lily, que insistiu na história de que eram primos... mas não sabia o que esperar de Hugo, de Roxanne ou de James. Pouco os conhecia, e o último contato que tivera com eles fora em sua primeira ida a Hogwarts, quando James o fizera tropeçar e Roxanne riu sem se preocupar em esconder isso dele. Além do mais, temia a hora que Glenn entrasse.
- Sabe, Malfoy, gracinhas à parte, nenhum de nós morde – falou James – Seja bem-vindo.
- É isso aí! – apoiou Roxanne, sorrindo.
- Sério? – disse ele, aliviado.
- Sério – confirmou James – Quem é amigo da priminha é nosso amigo também, não é, galera?
Todos confirmaram, inclusive Hugo.
- Sabe, Scorpius, me parece que você está começando a engordar – comentou Lily.
- Não seja indiscreta, maninha! – disse James, em tom de censura. – A Barbie pode ficar ofendida, sabe? Ninguém realmente quer ser gordo.
- James, dá pra parar com esses apelidos ridículos? – disse Rose, irritando-se.
- Não tá mais aqui quem falou! – disse James, fazendo um gesto como quem passa um zíper na boca.
- Se você ficasse um mês na minha casa com dona Astoria fazendo lanches para você de hora em hora, com certeza recuperaria a forma... de barril! – disse o loiro em tom de brincadeira.
Rose sorriu, enquanto o observava iniciar uma conversa animada com os outros meninos, Roxanne e Lily sobre quadribol. Apenas Laura parecia não ser fã do esporte, tal como a ruiva. Olhando de perto, ela achou que a prima mais nova tinha razão. Apesar de Scorpius ainda estar um pouco mais magro do que costumava ser, não estava esquálido como na vez em que o visitaram no hospital. Além disso, suas bochechas estavam bem coradas, o que a surpreendeu, pois o menino sempre fora pálido, mesmo antes da leucemia.
Minutos depois do que pareceram ser horas para Rose, Glenn apareceu e se sentou ao seu lado, cumprimentando os demais e, particularmente, Scorpius, com uma educação invejável.
- Seja bem-vindo de volta, Malfoy.
- Obrigado – disse ele, simplesmente.
- As coisas não mudaram muito por aqui, se você quer saber. A gente ainda esmaga a Sonserina na Taça de Quadribol todos os anos – disse Glenn, seriamente.
Scorpius sorriu e respondeu:
- Talvez agora que eu voltei as coisas comecem a mudar, não? – disse – Como se fosse para comemorar minha volta.
Sem esperar a resposta, Glenn apenas deu de ombros. Laura resolveu, então, contar como fora a viagem dela e de Miguel para Minas Gerais para rever os parentes, e demorou-se longamente falando das comidas típicas, o que manteve a atenção de James e Hugo, que praticamente babaram nas roupas que vestiam.
Feijão tropeiro, tutu, galinhada, torresmo, couve, costelas fritas, goiabada, pão de queijo, doce de leite com muçarela, requeijão, biscoitos fritos de polvilho, frango ao molho pardo, arroz de forno, arroz doce, balas de leite e de mel, rosquinhas de nata... a menina contava tudo e mostrava, animada, as fotos que ela e Miguel haviam tirado.
- Merlin, você quer nos matar de fome, Laura? – falou Hugo, externando o que se passava também na cabeça de James.
- Hugo, você acabou de tomar café! – comentou Rose, chocada.
- Ah priminha, dá um desconto, né? Quem é que não saliva com umas fotos tão bonitas assim? – perguntou James.
- Eu não estou salivando – disse a ruiva, na lata.
- Então você deve ter algum problema, Rose – disse Roxanne – Até eu fiquei com vontade de comer essas coisas exóticas aí!
- Rox, não são exóticas! – protestou Miguel.
- Talvez não seja para você, mineirinho, mas para quem é inglesa é exótico, sim! – retrucou ela.
- Calma, gente, não briguem! – interveio Laura, mexendo no malão – Eu trouxe doce de leite para todo mundo – falou ela, tirando vários potes lá de dentro e distribuindo-os: Rose, Alvo, Scorpius, Lily, James, Roxanne, Hugo... só não havia um para Glenn. Miguel pigarreou, nervoso.
- Hm... Glenn? – disse ele – Nos desculpe, mas... não sabíamos sobre você e a Rose, então...
- Não se preocupe, Miguel. Vocês não são videntes, certo? – disse ele, tranquilamente.
- E eu posso dividir o meu com ele – falou Rose – Não sou exatamente fã de doces.
Um barulho na cabine chamou a atenção de todos. James tinha acabado de conjurar duas colheres e, agora, ele e Hugo comiam o doce com uma gula impressionante.
- Vocês não têm um PINGO de educação, não? – ralhou Rose.
- Rosie, é delicioso o doce! – disse Hugo, com a boca cheia.
- E fale de boca FECHADA, Hugo Weasley! Isso é falta de educação! – brigou a ruiva.
- Hm... Rosie? – chamou Alvo.
- Pois não?
- Como se conversa de boca fechada? – perguntou, genuinamente curioso.
- E fale de boca VAZIA, Hugo Weasley! Isso é falta de educação! – ralhou Rose com o irmão, desfazendo o engano. Ele engoliu o doce que estava em sua boca e disse a Alvo:
- Pronto, agora em vez de uma, eu ganho duas broncas... – falou, meio inconformado.
- Alguém aí quer jogar Snap Explosivo? – perguntou Roxanne, guardando o pote de doce que havia ganhado.
- Tô dentro! – disse Glenn, animado.
A viagem de volta a Hogwarts foi bastante divertida. Juntos, Scorpius e Glenn formaram uma dupla imbatível, e ninguém conseguiu ganhar deles.
Na hora do banquete, tiveram que se separar. Laura e Miguel foram para a mesa da Lufa-Lufa, Scorpius, para a da Sonserina e os Weasley/Potter, juntamente com Glenn, Frank e Alice, foram para a da Grifinória. Rose, no entanto, observava com atenção a mesa da Sonserina para ver como seria a recepção de Scorpius. Ninguém pareceu se dar conta da volta do loiro mesmo depois de tanto tempo, o que deixou-a abismada.
- Algum problema, Rose? – perguntou Glenn, ao notar que a ruiva ainda não tinha se servido.
- O Scorpius está completamente sozinho lá. Por Merlin, ele ficou quase cinco anos longe de Hogwarts e, quando volta, é recebido como se nunca tivesse sido visto por ninguém? – ela não conseguia disfarçar a indignação.
- Já ouviu aquele ditado que diz “antes só do que mal acompanhado”? – disse Glenn, comendo empadão. – Nenhuma dessas pessoas devia ser amigo dele de verdade. E ele tem que ficar feliz por ter a chance de ter descoberto isso antes que seja tarde demais.
Rose suspirou.
- Acho que você tem razão – concordou ela.
- Então corre e se serve logo, Rose! – alertou Alvo, sentado defronte à prima – Caso contrário, James e Hugo vão acabar com toda a comida da mesa!
- Nós estamos famintos, por causa do doce da Laura! – protestou Hugo.
- Ao menos você aprendeu a falar de boca vazia, não é, Hugo? – alfinetou Lily, lembrando-se da bronca de Rose mais cedo.
Em meio a risos e brincadeiras, terminaram o jantar e foram para os dormitórios. Antes de sair com Glenn, porém, Rose lançou um olhar furtivo para a mesa da Sonserina e viu Laura correndo até Scorpius para abraçá-lo com força. Desistiu na hora de falar com o menino antes de se deitar.
- Vamos, Rose? – chamou Glenn.
- Vamos – disse ela, acompanhando-o na saída do Salão – Onde estão os outros? – perguntou, referindo-se aos primos e ao irmão.
- Saíram com tanta pressa que nem os vi passar. Acho que Hugo não está se sentindo muito bem... ele comentou algo sobre azia.
- Também pudera, né? Glenn, você viu o monte de coisas que aquele menino comeu? Merlin, parecia que o mundo estava acabando! – disse a ruiva, claramente chocada.
- Não está preocupada com seu irmão? – quis saber o rapaz, intrigado.
- Não é nada demais, já aconteceu antes... além disso, a mamãe mandou para ele um monte de poções contra azia. É só ele tomar uma que melhora num instante, pronto para outra.
Glenn abriu um sorriso maroto e se colocou à frente de Rose, bloqueando sua passagem.
- Então não estamos com pressa, certo?
- E o que você pretende fazer, monitor? Me dar uma detenção por chegar tarde ao dormitório? – perguntou ela, já adivinhando a resposta.
- Talvez... – respondeu Glenn, pensativo – Mas tenho um castigo melhor. – acrescentou, puxando-a pela cintura para um beijo de tirar o fôlego.
Quando já estavam ofegantes, eles se separaram um pouco.
- Bem... acho... acho que... já está na hora de irmos – disse Rose, com a voz entrecortada.
- Já? – falou Glenn, fingindo-se triste.
- Sim, senhor monitor. Temos aula amanhã, esqueceu? – concluiu, puxando-o pela mão até o salão comunal da Grifinória.
Separaram-se na entrada dos dormitórios e, naquela noite, Rose dormiu feliz, acordando super disposta no dia seguinte. Resolveu acordar Lily e Roxanne. Provavelmente ainda estariam dormindo.
Foi, primeiro, ao dormitório do 6º ano. De fato, Roxanne dormia profundamente apesar de todas as suas colegas já estarem de pé fazendo o maior barulho na tentativa de arrumar os próprios materiais.
- Bom dia, Rox! – falou Rose, aproximando-se da cama da prima. Ela não moveu um dedo. Rose se aproximou mais e gritou no ouvido de Roxanne: – BOM DIA, ROX!
Ela levantou-se de um salto.
- Por Merlin, Rose, o que é isso? Endoidou de vez? – perguntou, esfregando os olhos e falando com a voz ainda meio embargada.
- Como você sempre tem dificuldade de acordar no primeiro dia de aula, resolvi vir dar uma mãozinha - disse, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Obrigada – disse Roxanne, bocejando – Não que a ideia de uma aula agora de Trato das Criaturas Mágicas seja emocionante com esse frio, mas fazer o quê, né? – concluiu, arrastando-se para o banheiro – Te vejo no café, Rose!
A ruiva sorriu e saiu do quarto, indo agora para o dormitório do 3º ano. Ao chegar lá, deparou-se com uma Alice frustrada, observando Lily dormir profundamente.
- Bom dia, Rose! – cumprimentou, claramente aliviada – Ainda bem que chegou... não sei mais o que fazer para a Lily acordar.
- Pode deixar comigo, Alice – disse Rose, aproximando-se do ouvido da prima mais nova – BOM DIA, LILY!
Lily abriu os olhos, sentando-se na cama imediatamente. Piscou uma ou duas vezes, abobada, e ao se dar conta de quem a acordara, comentou:
- Nossa, Rose. Você não tinha uma estratégia mais sutil não?
- Não, pequena Lily. Agora arrume-se, precisamos ir tomar café! – disse ela, saindo do dormitório aos risos.
Quando chegou ao Salão Principal, sentou-se com James, Alvo, Hugo, Glenn e Frank, que já tomavam café conversando, desanimados, sobre as aulas.
- Rose, a diretora Williams veio aqui antes de você chegar e disse que quer conversar com você antes da primeira aula. – disse Alvo, quando a prima se sentou ao seu lado.
Rose parou o braço no ar, que havia erguido para se servir de cereal.
- E ela disse sobre o que era?
- Não, ela só pediu para eu transmitir o recado – disse o moreno – Mas fique tranquila, Rosie, ela não parecia estar brava.
- Certo – respondeu, ainda meio desconfiada.
Minutos depois, Roxanne, Lily e Alice apareceram. Das três, Alice era a única que parecia realmente estar acordada.
- Acho que vou aproveitar a aula do prof. Binns agora para dormir um pouco mais – comentou Lily, servindo-se de mingau.
- Mas você sempre faz isso! – disse Hugo – Quero dizer, nós sempre fazemos isso.
- A diferença é que hoje eu vou fazer por querer – disse Lily, despreocupada – Nas outras vezes, o fato de eu ter dormido nas aulas foi culpa do próprio Binns, falando aquela ladainha irritante em nossas cabeças.
- Eu não acredito. – boquiabriu-se Rose – Vocês dormem em TODAS as aulas de História da Magia? – ela estava claramente chocada.
- Acho que você também devia tentar fazer isso, priminha. Os sonhos são bem mais interessantes do que aprender todos os nomes das revoltas dos duendes – concluiu James, seriamente.
A ruiva apenas não começou a reprimi-los porque, naquele momento, Laura se aproximou, sorrindo, e perguntou se podia se sentar com eles.
- Claro que pode, Laura! – respondeu James imediatamente, abrindo espaço para ela se sentar ao seu lado. – Você não precisa de convite para isso.
Rose, Alvo e Lily trocaram um olhar cúmplice, fazendo uma enorme força para não cair na gargalhada. Nunca tinham visto James babar tanto uma menina.
- Cadê o Miguel, Laura? – perguntou Roxanne, como quem não quer nada.
- Por quê, Rox? Está, finalmente, cogitando se declarar para ele? – perguntou Lily.
- LILY! – falou Roxanne, em tom de censura, corando até a raiz dos cabelos flamejantes. Laura sorriu. – O Miguel é nosso amigo!
- Nosso, talvez... mas acho que você quer que ele seja mais do que um amigo – disse Lily, sem se abalar, continuando a comer o mingau.
- Lily, eu não gosto do Miguel – disse Roxanne, convicta, sem se abalar.
- Jura? – disse a pequena, irônica, erguendo uma sobrancelha.
- Não do que jeito que você pensa – disse ela, entredentes.
- Mas, no fim das contas, cadê o Miguel? – perguntou Alvo, dirigindo-se a Laura. Sabia que, se dependesse da irmã e da prima, aquela conversa ia bem longe.
- Ele foi procurar o Scorpius para ele vir tomar café com a gente – disse a morena, visivelmente frustrada por Alvo ter atrapalhado a discussão Roxanne/Miguel que Lily iniciara.
Nem bem Laura acabara de falar, Miguel se aproximou da mesa com Scorpius que, receoso, perguntou:
- Tem certeza que nós podemos nos sentar na mesa da Grifinória?
- Absoluta. – disse Miguel, sentando-se ao lado de Roxanne – Anda, cara, deixa de frescura!
Lily lançou um olhar significativo para Roxanne, que fuzilou a mais nova com o olhar.
- Feliz, Rox? Agora que seu amado se sentou ao seu lado?
- Lily, por Merlin, dá para você calar a boca? – disse Roxanne, furiosa.
- Ei, Roxanne, não precisa falar assim com sua prima mais nova – comentou Miguel, estranhando a atitude da ruiva.
- Mais nova e mais pentelha – resmungou.
- Sério, Rox, foi só uma brincadeira – disse Lily, fazendo-se de inocente.
- Bem, gente, eu vou nessa... Al disse que a diretora quer falar comigo – disse Rose, levantando-se ao mesmo tempo em que Scorpius se sentava – Vejo vocês mais tarde! – acrescentou, saindo correndo em direção à sala da sra. Williams.
Ao chegar lá, foi recebida com bastante atenção pela diretora, que pediu a menina que se sentasse.
- E então, srta. Weasley? Está feliz em voltar para a escola? – perguntou, em tom de conversa.
- Sim, professora – respondeu – Mas não acho que a senhora tenha me chamado até aqui só para fazer essa pergunta, certo?
- Certo. Srta. Weasley, você é amiga do sr. Malfoy, correto? – perguntou a profª Williams, deixando de lado qualquer disfarce e indo direto ao ponto.
- Sim, senhora – confirmou, imaginando aonde aquela conversa iria chegar.
- Confesso à senhorita que fiquei bastante espantada com o histórico escolar do rapaz... – comentou a diretora, colocando os óculos para poder olhar melhor uns pergaminhos que estavam em sua mesa – O primeiro ano dele em Hogwarts foi absolutamente impecável em termos de desempenho acadêmico. Ele e a senhorita até ganharam o prêmio de melhor aluno juntos! E, pelo o que eu estou vendo, o desempenho dele em Durmstrang foi igualmente impecável... e lá é uma escola muitíssimo disciplinada; parece até regime militar... mas, mesmo assim, eu estou preocupada com o sr. Malfoy, srta. Weasley – disse a diretora, por fim, erguendo os olhos dos pergaminhos e retirando os óculos.
- Bem, profª Williams, eu não vejo o porquê de sua preocupação, sinceramente – falou Rose, confusa.
- Srta. Weasley, eu sei que o sr. Malfoy aparenta ser um garoto brilhante, mas temo por ele. Afinal, ele não frequentou aula alguma do 5º ano ainda! Sinceramente, tenho medo de ele não dar conta das matérias e ir mal nos NOMs, o que seria uma tremenda injustiça, não acha?
- Com certeza – concordou Rose, fervorosamente.
- Bem, eu conversei com a sra. Malfoy e ela me contou que, depois de sair do hospital, o menino estudou algumas coisas em casa, na medida do possível, afinal, ele ainda é menor de idade, não é? – antes que Rose pudesse responder, porém, ela prosseguiu – E há algumas matérias ensinadas em nosso 5º ano que os alunos de Durmstrang estudam no 4º... mesmo assim, a grade de distribuição de matérias é um pouco diferente de uma escola para a outra...
- Profª Williams, não quero ser mal educada, mas daqui a quinze minutos começa minha aula de Poções... – interrompeu Rose, consultando o relógio e estranhando toda a falação da diretora.
- Sim, srta. Weasley, me desculpe. Então vamos lá: eu sugeri ao sr. Malfoy que retornasse a Hogwarts apenas em setembro, para que ele pudesse cumprir o 5º ano satisfatoriamente. E, bem, ele não aceitou. Disse que não queria ficar para trás e se formar com dezenove anos. Mas, como eu já disse à senhorita, eu estou preocupada com ele. Sugeri que ele tivesse aulas particulares com os professores ou monitoria com alunos do mesmo ano e, bem, ele não aceitou. – Rose rolou os olhos. Típico de Scorpius. – Por isso, eu gostaria de lhe pedir, já que é a melhor aluna do ano e, ainda, amiga do sr. Malfoy, que estivesse sempre por perto, para ajudá-lo em qualquer trabalho, dever ou matéria que ele tenha dificuldades. Alterne com os srs. Hohenzollern, sei que eles também são amigos do sr. Malfoy e, assim, ele não desconfia de nada... sabe, ele anda muito desconfiado que eu tente fazer algo para ajudá-lo, foi a sra. Malfoy quem me disse. E ele acha que é um aluno como qualquer outro e, assim, não merece tratamento especial. Mas, devido às circunstâncias...
- Pode deixar, professora. Prometo que vou ajudá-lo no que for possível – concordou Rose imediatamente.
- A senhorita está liberada, então. Obrigada – disse a diretora.
Sem esperar outra ordem, a ruiva jogou a mochila nas costas e saiu correndo para as masmorras. Ao chegar lá, arfando, sentiu-se frustrada porque o prof. Slughorn ainda não chegara. Alvo e Scorpius conversavam animadamente, ao passo que Laura e Miguel estavam mais afastados, cochichando um com o outro.
- O que aconteceu? Por que eles dois não estão com vocês? – perguntou, apontando discretamente para os amigos gêmeos.
Alvo e Scorpius se entreolharam e caíram na gargalhada.
- Rose, a sua priminha Lily é realmente uma figura! – disse Scorpius, sorrindo.
- Tá, mas eu agradeceria se vocês me contassem o que ela aprontou dessa vez – disse Rose, já imaginando o que seria.
- Bem, Rosie, depois que você saiu, a Lily faltou matar a Roxanne de vergonha, insistindo que ela é completamente apaixonada pelo Miguel... e depois fez o mesmo com o James e a Laura! Disse à Laura que o James não era tão ruim assim, e que ela podia se declarar de uma vez. Lily disse, ainda, que tinha certeza que o James largaria a vida de galinha para ficar só com ela. – contou Alvo.
- E disse ao Miguel que ele não precisava se sentir nem um pouquinho humilhado porque a Roxanne é mais velha, que ela gostava dele assim mesmo. E falou que tinha certeza que ele também estava babando na Roxanne há muito tempo, e que era para eles pararem de ficar fingindo que não sentem nada um pelo outro... esse tipo de coisa, sabe? – acrescentou Scorpius.
- É a cara da Lily fazer isso – disse Rose, já com o fôlego recuperado. – E como a Roxanne e o James reagiram?
- A Rox ficou vermelha feito um pimentão e saiu correndo Merlin sabe para onde. – disse Alvo – E o James, você sabe, né? Fez uma piadinha qualquer e fingiu que o assunto não era com ele.
- A Laura e o Miguel ficaram calados o tempo todo durante o café, e, agora, provavelmente estão trocando ideias sobre tudo o que a Lily falou – sugeriu Scorpius.
Naquele momento, o professor abriu a porta da masmorra, encerrando o assunto dos jovens.
O restante das aulas foi bastante tranquilo naquele primeiro dia após as férias de Natal. Os professores pareciam ter deixado um pouco de lado toda a preleção sobre os NOMs e Rose tinha um leve pressentimento a respeito do porquê disso.
Na hora do jantar, combinou com Alvo de irem até a biblioteca fazer o trabalho de Poções, com a desculpa de que lá era mais silencioso do que no salão comunal. Sabia que era para lá que Scorpius iria.
Ela e o primo estavam quase terminando o jantar quando Lily e Hugo se juntaram a eles.
- Acho que a Rox vai ficar com fome – comentou Lily – Ela não quis vir com a gente.
- Também pudera, né, Lily? Você mata a menina de vergonha e depois quer que ela venha jantar como se nada tivesse acontecido? – disse Hugo, em tom repreensivo.
- Eu não acho que a Roxanne tem motivos para ficar com vergonha – disse Alvo – Gostar de outra pessoa não é crime.
- AHA! Pelo menos alguém aqui tem bom senso – disse Lily, feliz, começando a se servir.
- Se for verdade, Lily – acrescentou o moreno rapidamente.
- É claro que é verdade! – disse ela, em tom defensivo – A Rox é apaixonada pelo Miguel! Aliás, como o Miguel se comportou hoje? Parecia mais feliz?
- Não. – disse Alvo – Ele não falou nada conosco o dia inteiro e ficou o tempo todo cochichando com a Laura.
- Eu sabia! É só uma questão de tempo até que eles se resolvam – disse Lily, parecendo muito satisfeita consigo mesma.
- Bem, eu não acho que esse seja o melhor modo de resolver problemas afetivos, Lily – comentou Hugo.
- Vamos, Al? – sussurrou Rose. Não queria dar opinião, e sabia que aquele assunto ainda iria render bastante.
O moreno concordou. Dali, rumaram para a biblioteca, onde se separaram entre as prateleiras, à procura de livros que os ajudassem. Rose tinha acabado de reunir o que achava mais importante quando Glenn apareceu, puxando-a pela cintura para um beijo.
- Glenn! – disse Rose, em tom repreensivo, surpresa. – Estamos em uma biblioteca!
- Ah, Rosie, é rápido... só mais um beijinho?
Ela o beijou rapidamente e, quando se afastou, ele perguntou:
- Cadê o Alvo?
- Por quê?
- Treino de quadribol extraordinário – explicou. – É o único dia que o campo está livre esta semana.
- Ele deve estar procurando livros ainda – falou Rose, sentando-se à mesa, inconformada. Detestava quadribol e sabia que Alvo ficaria contentíssimo em se livrar do trabalho por alguns dias.
- Ei, ruiva. Não fica brava, não. – falou Glenn, já imaginando o que se passava na cabeça de Rose.
- Não estou brava – disse ela, como uma criança que faz pirraça.
- Mais tarde eu te vejo no salão comunal, ok? – Rose assentiu e o rapaz beijou-lhe a testa carinhosamente, saindo em seguida à procura de Alvo.
- Você e o Wood estão namorando de novo?
Rose ergueu os olhos. Como previra, Scorpius tinha ido à biblioteca para fazer os trabalhos que os professores já haviam passado. Ele largou os livros que pegara em cima da mesa e se sentou defronte à ruiva, olhando-a com curiosidade.
- Não estamos namorando. – disse ela, simplesmente – Agora, eu preciso continuar este trabalho, se não se importa.
- Então o que foi aquilo? – insistiu Scorpius.
- Bem, digamos que Glenn e eu estamos tentando de novo. Sem compromisso. Agora, se não se importa...
- Tem certeza disso, Rose? – falou o loiro, interrompendo-a. – Quero dizer... sei lá. Será que é o melhor para vocês dois?
- Olha só, Scorpius, agradeço a preocupação, mas acho que eu sei o que é melhor para mim – disse ela, erguendo uma sobrancelha em sinal de desaprovação. – E você por acaso tem algum problema com o Glenn?
- Não.
- Sinceramente? Acho que tem sim – disse a ruiva, sem se convencer.
- Não tenho nenhum problema com ele, cabeça de tomate. É só que...
- Cabeça de quê? – interrompeu Rose.
- Isso não vem ao caso. O que...
- Cabeça de tomate, foi o que você disse? – repetiu Rose, furiosa. – Projeto de filho de doninha! – retrucou, irritada.
Scorpius fitou-a, perplexo, e não pôde conter uma gargalhada.
- Bem, acho que tivemos um momento nostalgia aqui! – comentou, divertido.
- Momento nostalgia? Como assim? – falou Rose, confusa.
- Acabamos de agir como se tivéssemos onze anos de novo. – explicou.
A ruiva corou, e disse:
- Quer saber? Não importa. Vou fazer o meu trabalho. Já chega de conversa.
Sem ter mais o que falar, Scorpius se calou e começou a fazer o próprio trabalho. Absorta em seus pensamentos, Rose se sentia um pouco culpada. Achava que fora rude com o loiro, mas sabia também que, se não agisse assim e fosse logo oferecendo ajuda, ele desconfiaria da diretora e não a aceitaria. Orgulhoso.
Durante um bom tempo, os dois ficaram em silêncio, apenas consultando livros e tomando notas nos pergaminhos. Quando Rose estava finalizando o último parágrafo do trabalho, Scorpius a chamou.
- Hm... Rose? Posso te pedir uma coisa?
- Só um minuto, Scorpius. – pediu a ruiva, molhando a pena no tinteiro e escrevendo as últimas frases do trabalho. – Pronto. Pode pedir – falou, descansando a pena e erguendo os olhos para fitá-lo.
- Você pode me ajudar, por favor? – pediu o loiro, evitando encará-la e olhando para o pergaminho em que escrevera poucas coisas. – Não tenho muita ideia do que escrever a respeito de uma Solução Revigorante e... não... bem, não estou entendendo direito o que está escrito nos livros.
- Espera. Deixa eu ver se entendi. Scorpius Malfoy pedindo ajuda para Rose Weasley? – perguntou, fingindo-se surpresa e dando sequência à encenação “não quero te ajudar”. – Merlin, o mundo está realmente de pernas para o ar!
- Ha ha. Muito engraçada – disse Scorpius, sarcástico – Vai me ajudar ou não?
- De forma alguma! – falou a ruiva, convicta. – Vai que o seu trabalho fica melhor que o meu? Aí quem ganha pontos é a Sonserina e não a Grifinória!
Scorpius boquiabriu-se e fitou a moça à sua frente, sem acreditar no que ouvia.
- Rose... eu... não... quero dizer... – balbuciou, tentando achar as palavras certas. Em resposta, Rose gargalhou, deixando o loiro visivelmente confuso.
- Ah Scorpius, você REALMENTE achou que eu estava falando sério? – disse ela, limpando as lágrimas de risos dos olhos. – Sabe, eu não sou tão má quanto parece.
- É sim! – protestou Scorpius – É BEM pior do que eu imaginava! Onde já se viu fazer esse tipo de gracinha?
- Ei, foi engraçado, tá? – defendeu-se a ruiva – Você devia ter visto a sua cara!
- Isso é injustiça! Você sabe o quanto foi difícil para eu criar coragem para te pedir ajuda? – falou o rapaz, claramente indignado.
- Faço uma ótima ideia! Sabe, coragem não é o forte dos sonserinos – comentou Rose, displicentemente.
Indignado, Scorpius começou a juntar o próprio material.
- Aonde você vai? – perguntou a ruiva, arregalando os olhos.
- Para o salão comunal da Sonserina.
- E como você vai fazer o trabalho?
Scorpius parou a meio caminho de colocar os livros dentro da mochila.
- Mudei de ideia. Acho que vou ficar mais um pouco – anunciou, espalhando os livros sobre a mesa novamente.
Sorrindo, Rose se levantou e deu a volta na mesa para se sentar ao lado do loiro. Tinha conseguido. Ia ajudá-lo. Sem pedir permissão, puxou o pergaminho que ele rabiscara para ver o que estava escrito ali. No topo, Scorpius fizera o cabeçalho e colocara o título do trabalho (“Como aperfeiçoar o preparo de uma Solução Revigorante”). Daí em diante, ele escrevera e rabiscara várias frases desconexas, além de ter feito inúmeros rabiscos sem sentido.
- Scorpius, você já preparou uma Solução Revigorante alguma vez? – perguntou, assustada com o que vira.
- Não – respondeu ele – Em Durmstrang, era uma das ultimas matérias do 5º ano.
- E como você pretende escrever este trabalho? – perguntou a ruiva, erguendo uma sobrancelha.
- A partir das instruções do livro – disse ele, como se fosse o mais óbvio a se fazer.
- Se quiser minha ajuda, primeiro você prepara a poção e depois escreve o trabalho – disse Rose, em tom categórico.
- As masmorras estão fechadas. Você quer que eu simplesmente arrombe a porta e roube os ingredientes? – perguntou Scorpius, incrédulo.
- Claro que não. – respondeu a ruiva, revirando os olhos. – Que tipo de pessoa você acha que eu sou?
- Uma grifinória malvada? – sugeriu, cauteloso.
Rose se levantou e começou a juntar as próprias coisas, suspirando pesadamente.
- Eu não sou uma grifinória malvada! – protestou, saindo da biblioteca.
Scorpius juntou o material que estava na mesa e o jogou na mochila de qualquer jeito, correndo atrás de Rose pelos corredores. Não se atreveu a fazer uma única pergunta durante o trajeto. Queria ver aonde aquilo iria parar.
Estavam em um corredor do sétimo andar quando a ruiva disse, seriamente:
- Fique parado, Scorpius. E calado.
Sem se importar com a expressão confusa no rosto do loiro, Rose fechou os olhos e passou em frente à tapeçaria de Barnabás três vezes. Quando abriu os olhos, ela apontou para a porta que apareceu na parede até então lisa.
- Está vendo?
- Rose, o que...?
- Está acontecendo? – completou ela, caminhando em direção à porta – Você vai ver num instante. - respondeu, levando a mão à maçaneta. Ao ver que Scorpius não a seguira, olhou para trás à procura dele. – Anda, Scorpius, vem!
Ele não se mexeu.
- Rose... – balbuciou – Eu não tô entendendo nada.
Rose revirou os olhos e se aproximou dele.
- Merlin, qual é o seu problema? – perdendo a paciência, ela segurou o pulso do rapaz na intenção de puxá-lo até à porta, mas o soltou imediatamente ao sentir algo parecido com um choque elétrico percorrer todo o seu corpo. Sentiu o coração disparar e o rosto enrubescer.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Scorpius, ao ver a face assustada da moça.
- Aconteceu! – disse, enraivecida – Ou você vem comigo ou não conte mais com minha ajuda, ok? – e, sem dizer mais nada, Rose o puxou pela manga da capa até se aproximarem da porta, rezando para não sentir aquele choque esquisito de novo.
Ela abriu a porta e entrou, Scorpius logo atrás, e, em seguida, fechou a porta. Ao se virar, deu de cara com um Scorpius boquiaberto, admirando a sala.
- Onde estamos, Rose?
- Sala Precisa. – disse, simplesmente – Agora anda logo, Scorpius, vá fazer sua poção! – acrescentou. Queria que ele ficasse calado para poder mergulhar nos próprios pensamentos.
Sem esperar outra ordem, o loiro abriu o livro de poções e começou a andar entre as prateleiras da sala à procura dos ingredientes que precisaria, que estavam organizados junto a vários outros, em ordem alfabética. Havia, ainda, inúmeras espécies de caldeirões, balanças, colheres e afins.
Rose se sentou em uma poltrona fofa a um canto da sala e tirou da mochila um livro que Hermione lhe dera – “Sonho de uma noite de verão”. Instantes depois, Scorpius se aproximou e colocou o caldeirão, a balança, os ingredientes, uma faca e o livro em cima da mesinha de centro feita de madeira que havia de frente para a poltrona da ruiva. Em seguida, sentou-se no tapete em cima do qual estava a mesinha e começou a trabalhar fervorosamente na poção.
Tal qual acontecera na biblioteca mais cedo, o silêncio se impôs entre os dois. Rose, apesar de há muito querer ler o livro de Shakespeare, não conseguia prestar atenção em uma linha sequer. Pensava apenas no estranho choque que sentira ao tocar Scorpius.
Nunca, em momento algum de sua vida, sentira aquilo ao tocar um menino ou um homem. Ron, Arthur, Harry, Bill, George, Charlie, Percy, Hugo, Ted, James, Fred, Alvo, Louis... nem mesmo com Glenn. Nada de choques ou sensações estranhas. Nenhum rubor no rosto. Nada de coração batendo mais forte.
Perguntava-se o que aquilo significaria. Será que mais alguém, alguma vez, sentira aquilo? Fez uma nota mental para perguntar a Roxanne e a Lily assim que tivesse oportunidade. Tinha a nítida impressão de que James, Alvo e Hugo não dariam muita importância àquilo e James ainda era bem capaz de fazer uma piadinha infame a respeito.
De repente, Rose se lembrou de que, em seu 1º ano em Hogwarts, já havia tocado Scorpius sem sentir aquela sensação esquisita. Primeiro, quando meteu-lhe um soco no olho. Segundo, quando dançaram juntos no concurso da formatura de Victoire e Fred. Mas, mesmo nesta ocasião, não houve choques. Apenas a vontade de que tudo acabasse o mais rápido possível. Depois, no hospital, ela beijara a testa dele. Passara os dedos entre os cabelos muito loiros do rapaz. Nada de choques. E, agora, tentou puxá-lo pelo pulso. E veio o choque.
- Rose? – chamou o loiro, despertando-a de seus devaneios.
- O que foi, Scorpius? – disse, sem tirar o rosto de trás do livro.
- Gostando do livro?
- Sim. – respondeu brevemente, ainda escondida atrás dele.
- Jura? Porque eu não vi você passando as páginas dele. Está na primeira até agora? – havia um tom de brincadeira em sua voz.
Rose sentiu as bochechas corarem e fechou o livro com força.
- Eu não estava lendo – respondeu, encarando os olhos cinzentos de Scorpius em tom de desafio. – Estava... bem... estava pensando em algumas coisas.
Ele ergueu uma sobrancelha, pensativo.
- Sabe, Rose, você não precisa mentir para mim. Podia ter falado, desde o início, que não estava lendo.
- Não vai fazer a poção, Scorpius? – indagou, tentando esconder a vergonha que sentia e tentando, também, mudar de assunto.
- Já fiz a primeira parte – explicou – E, agora, ela está maturando para que eu possa terminar. Mas não desvie o olhar. Nem se desvie do assunto.
Rose voltou o olhar muito azul para os olhos cinzentos de Scorpius. Naquele momento, encará-lo tinha se tornado desconfortável. Só não sabia o porquê.
- Que assunto, Scorpius?
- Sobre não precisar mentir para mim.
- Tudo bem, não faço mais. – concordou a ruiva.
- Mesmo?
- Mesmo. – confirmou, sem desviar o olhar, embora fosse o que mais desejava fazer naquele instante.
Scorpius consultou o relógio de pulso, quebrando o contato visual, o que deixou Rose aliviada.
- Bem... ainda faltam cinco minutos para eu poder voltar à poção. – constatou – Enquanto isso, você podia me contar que raios de sala é esta – falou, voltando a encarar a ruiva.
- Eu já disse. É a Sala Precisa – disse, guardando “Sonho de uma noite de verão” na mochila.
- E o que faz a Sala Precisa?
- Ela se transforma no que você precisa, seja lá o que for – disse Rose, desejando que um sofá vermelho confortável aparecesse. Segundos depois, ele apareceu ao lado dos adolescentes e ela se levantou da poltrona para se deitar no sofá. – Está vendo? – perguntou para um Scorpius que a observava boquiaberto. – Agora é a sua vez.
- Minha vez? – perguntou, confuso.
- Sua vez de desejar que algo apareça aqui – explicou Rose, fechando os olhos. Estava com sono.
Eles ficaram em silêncio por alguns segundos. A ruiva abriu os olhos e viu Scorpius a encarando, frustrado.
- Esta sala está com defeito, Rose.
- Impossível! – falou, convicta.
- É possível, sim. Desejei que aparecesse um sanduíche igual aos que tinha no café da manhã e nada.
Rose gargalhou.
- Scorpius... você não sabia que comida é uma das cinco exceções da Lei de Gamp de Transfiguração Elementar? Não dá para sair conjurando comida por aí.
- O quê? – disse ele, surpreso.
- Você precisa estudar mais, Scorpius. – disse a ruiva, divertida, jogando no rosto dele uma almofada vermelha que ela tinha acabado de desejar que aparecesse.
- Ai! – disse Scorpius, fingindo irritação – É assim, é?
- É! – falou Rose, com um sorriso sapeca.
- Ótimo! – concluiu Scorpius e, no minuto seguinte, dezenas de almofadas verdes caíram em cima da menina, cobrindo-a completamente. – Veja só, Rose, não é que a Sala Precisa funciona mesmo? – comentou, inocentemente. Ela respondeu alguma coisa, mas o som saiu completamente abafado por causa das almofadas. – Desculpe, não entendi. – falou o loiro, segurando-se para não cair na gargalhada.
Passados alguns segundos, o rosto dela apareceu do meio das almofadas, furioso.
- Scorpius. Greengrass. Malfoy. ISSO NÃO É JUSTO! – e, no minuto seguinte, a ruiva começou a jogar as almofadas verdes nele a esmo.
Scorpius apenas sorria, desviando-se de todas elas. Quando Rose jogou a última, ele perguntou:
- Agora já deu, né? Tenho que voltar para a poção.
- Sim. Já deu. – respondeu, ainda um pouco irritada.
Scorpius sorriu internamente e perguntou, enquanto adicionava os últimos ingredientes à poção:
- Como você descobriu a existência desta sala, Rose?
- Simples. Sou prima do Fred e do James. – respondeu, como se isso resolvesse a questão.
- Fred é aquele que formou junto com sua prima meio veela?
- Ele mesmo.
- Então você deve saber onde fica a cozinha – supôs Scorpius, mexendo a poção.
- Claro que eu sei. O James pega comida lá direto. E de vez em quando eu passo lá também, com a Lily ou com o Alvo – contou, prendendo os cabelos em um rabo de cavalo.
- E como vocês fazem para pegar a comida? Vocês roubam?
- Claro que não, Scorpius! – respondeu, revirando os olhos – A gente pede para os elfos que trabalham lá e eles nos dão. De todos, o que eu mais gosto é o Willy. Ele é um fofo.
- Você me leva lá depois? – pediu Scorpius. – Estou com fome. E quero um sanduíche.
Rose mexeu na mochila e tirou de dentro dela um sanduíche igual ao que ele queria e o jogou na mesa.
- Aí está seu sanduíche.
- Você foi à cozinha hoje?
- Não, mas o Hugo foi. E trouxe para mim. Como eu não estou com fome, o sanduíche agora é seu.
- Obrigado. – agradeceu, finalizando a poção. – Mas eu ainda quero conhecer a cozinha de Hogwarts algum dia.
- Certo. – concordou Rose – Da próxima vez que eu for lá, chamo você para ir comigo.
- Já terminei a poção. – anunciou Scorpius.
- Ótimo. Já dá para escrever o trabalho?
- Acredito que sim.
- Bem, acho que eu vou para o salão comunal agora. Tá quase na hora do toque de recolher e hoje a ronda é dos monitores da Corvinal, então, não posso ficar pelos corredores. – falou Rose, consultando o relógio.
- Espere aí, Rose, que eu também já vou – pediu Scorpius, recolhendo o próprio material e guardando um pouco de poção em um frasquinho.
Juntos, saíram da sala.
- Bem, eu vou indo, então. Boa noite, Scorpius – disse Rose, afastando-se.
- Rose, espera aí! – pediu ele, correndo atrás dela.
- O que foi? – perguntou, virando-se para encará-lo.
- Obrigado por tudo. De verdade. – disse o loiro, encarando-a profundamente.
- Às ordens, senhor – disse a ruiva, sorrindo e fazendo uma reverência espalhafatosa. Ele sorriu também.
Quando Rose se endireitou, os dois passaram um tempão apenas se fitando. Azul e cinza.
Apenas quando ouviram um miado que parecia ser de Madame Nora que eles se afastaram.
- Boa noite, Scorpius.
- Boa noite, Rose. – respondeu, beijando ternamente a testa dela e dando as costas para ir embora.
Rose sentiu uma sensação maravilhosa percorrer o corpo quando o loiro beijou sua testa. Era reconfortante de um modo novo, diferente. Tomou o rumo do salão comunal da Grifinória e, ao chegar lá, ainda havia vários alunos terminando de fazer deveres e trabalhos. Localizou Roxanne, James e Glenn sentados em uma mesa próxima a uma das janelas e foi até lá.
- Oi, pessoal – falou, sentando no braço da poltrona de Glenn.
- Oi, Rose – responderam.
- Olá, priminha! – disse James.
- Cadê o Alvo?
- Já foi dormir – contou James – Hoje o capitão nos maltratou muito no treino, não foi, Rox?
- E como. Só não fui dormir ainda porque este trabalho é para amanhã. – concordou a menina, sem tirar os olhos do pergaminho.
- Bem, então vou deixar vocês terminando o trabalho. Também estou com sono. Falo com Al amanhã, mesmo. – disse, afastando-se na companhia de Glenn – Boa noite, família!
- Boa noite, Rosie – disseram os primos.
- Boa noite, Rosie – disse Glenn quando já estavam próximos às escadas do dormitório.
- Boa noite, Glenn – disse ela, virando-se para subir os degraus.
- Ei, ruiva, espera – disse Glenn, puxando-a para um beijo demorado.
- Boa noite, Glenn – disse novamente, subindo as escadas.
Todas as suas colegas já dormiam profundamente. Sem delongas, Rose vestiu o pijama, escovou os dentes e se deitou. Da janela próxima à cama, ela conseguia ver o céu estrelado lá fora. Por algum motivo, o beijo de Scorpius voltou a sua mente. E o de Glenn também. Involuntariamente, ela se viu comparando-os.
Não sabia por quê, mas o beijo de Scorpius tinha lhe causado sensações melhores que o beijo de Glenn.
***
N/A.: Olá, pessoas! Primeiro: desculpem-me a demora para postar este capítulo, mas as coisas para esta pobre estudante de direito não estão nada fáceis! Descobri que, no 2º período, nem tudo são flores... principalmente se os professores são juízes de primeira categoria e muito, MUITO exigentes! Segundo: sobre a fic, não queiram me matar por ter feito a Rose voltar com o Glenn! Percebi que vocês não gostam muito dele – coitado, ele é gente boa – mas ele terá sua importância revelada no decorrer da história, então, paciência. Lembrem-se de que ela é uma virtude. Terceiro: devido ao semestre corrido e cheio de feriados – que acreditem ou não, só estão servindo mesmo para colocar a vida em ordem: trabalhos, provas, livros para fichar etc. etc. – é bem provável que o próximo capítulo só saia em fins de novembro/início de dezembro, que é quando as aulas acabam. E já adianto que o próximo capítulo terá que ser bem grande. Quarto: sim, agora é hora de responder aos coments do capítulo anterior!
nataaalia: obrigada pelo carinho! Fico feliz que esteja apaixonada pela fic. Espero que se apaixone por esse cap também. J
Rhanna Jade Penalva: fico muito feliz quando alguma leitora nova comenta e espero contar com suas opiniões sempre, ok? Bem, depois desse cap você me conta o que acha dos sentimentos desses dois. Estão mesmo apaixonados? ;)
juliana vieira: sempre fico na expectativa de receber seus comentários... espero que goste desse novo cap e aí você me responde se eles já estão se apaixonando.
tamires wesley: capítulo novo finalmente! O que você acha do carinho da Rose pelo Scorpius depois dessa?
Bem, por hoje é só! Aguardo os próximos comentários, sim? E não deixem de votar! Não gasta muito tempo nem gasta as digitais dos dedos. ;) Beijos a todos,
Luhna
Comentários (6)
Hahahaha, isso é AMOR, Rosinha! Você está é ficando apaixonada pelo Malfoy! UHSAISAHIUSAHIUSAH. E que história é essa de o James querer ficar com a Laura?? ELE É MEU!1 Gente, é difícil compreender isso?? E a Lily é maluca, Jesuis!Amandooo
2013-03-09Perfeito! Ou melhor dizendo, para ficar perfeito só falta o Gleen explodir!hauahauahauahauaauahaauahauaAdorando Luhna, graças a Merlin Scorpius está são e salvo!Ou minha ameaça adiantou, ou você já sabia que tenho uma boa mira!hauahauahauahauahauahauahauahauTem facebook?? Me add lá!
2013-02-05que gracinha *_* to quase querendo adotar o scorpion rsrs *_*
2012-12-14Eu ameiiiiii o capitulo e realmente não tinha como não amar, eu ia comentar uma coisa que eu sempre esqueço de comentar , sempre que eu leio "entre nós dois" me lembro da musica da Ana Carolina, tipo tem algo a ver com isso ? - é só curiosidade mesmo kkkk é que gosto das musicas dela e tal e fiquei com isso na cabeça. Outra coisa que queria fala eu simplesmente amo Sonho de uma noite de verão *-* acho que alémde HP ele foi um dos livros que me fez com que eu me interessasse bastante pela leitura e tal, sobre o capitulo foi sensacional , eu até gosto do Glenn, mas acho que a Rose pode magoar ele e tal...Coitado. Bem achei fofo o Scorpius beijar a testa da Rose isso é muito lindo e eu amei mesmo, maravilhosa a fanfic é isso.bjoos *-*
2012-10-22amei, o carinho dela por ele ahhhh....eh o AMOR, eles sao tao fofos juntos, adoro \0/ esperando ansiosa o cap em q finalmente eles vao dar o primeiro beijo e perceber q se aman, estou adorando sua fic, muito boa parabens 0/, e naum demora com o proximo estou suuuuuuuuper curiosa ;)
2012-10-21oi, que bom que vc gosta dos meus comentários. e adorei sim o capitulo como adoro a fic. eles já estão sim se apaixonando, só que ainda não sabem, e acho que quem vai desconfiar ou descobrir será a lily, o problema é que tem o glenn no meio, que não gostaria que saisse machucado, mas tb que não desse um de namorado ciumento tentando atacar o malfoy porque com certeza a rose cairia em cima dele. mas espero que a rose descubra o que significa esse novo sentimento e deixe-o crescer dentro dela. bjos e até a proxima
2012-10-21