Final do Campeonato
Uma coisa que eu gostava no time da Lufa-Lufa, é que eles não eram os Sonserinos. Não jogavam sujo. Isso facilitava bastante.
Eu estava voando pelo campo inteiro, com bastão na mão, arremessando balaços para longe do meu time. Completamente ciente que à metros abaixo de mim, nas arquibancadas, ela estava. Completamente ciente de que não deveria deixar me desconcentrar. Concentração quando ela estava por perto era algo difícil de se manter.
Lufa-Lufa estava na frente. Isso me preocupava. Os artilheiros da Lufa-Lufa eram realmente excelentes, mas eu acreditava nos nossos. Gina tinha bastante talento, e tínhamos Harry. Harry era o melhor apanhador dos quatro times, e disso não havia dúvidas.
Ok, Grifinória virou o jogo. Mas nada do pomo de ouro. Eu via Harry sobrevoando o campo acima de mim, completamente concentrado. Um balaço na direção dele...
- HARRY!
Ele olhou, viu o balaço e desviou, assim que eu o rebati para longe. Procurei Harry do meu lado, mas ele não estava mais lá. Harry Potter era um borrão vermelho voando em alta velocidade em direção ao solo. Prendi a respiração involuntariamente.
- GRIFINÓRIA VENCEU! VENCEU O CAMPEONATO DE QUADRIBOL!
A parte do campo que a Grifinória ocupava explodiu em gritos. Ainda montados em vassouras, comemoramos no ar. Harry foi pegar a taça, junto com Gina, e ainda do alto, eu olhei uma certa garota de cabelos castanhos nas arquibancadas.
Algum tempo depois, estávamos entrando no Salão Comunal, lotado de estudantes comemorando. Assim que entramos, o Salão explodiu em gritos e saudações. Procurei Hermione no Salão, e a encontrei num canto mais afastado. Fui em direção à ela, repentinamente cheio de coragem. Me aproximei dela, e ela sorria pra mim. Ela iria dizer algo, mas não pode. Puxei-a pela cintura, e a beijei.
Nos distanciamos lentamente, e nós dois sorríamos. Tirei uma mecha de cabelo que caía em seu rosto, e percebemos que o Salão Comunal inteiro olhava para nós. Senti meu rosto e as minhas orelhas esquentarem furiosamente, e Hermione também corou. Então, ela começou a rir. Como eu amo o som daquela risada. Rindo, ela escondeu o rosto no meu peito, e eu a abracei, feliz, confuso, sorridente, envergonhado. Logo ninguém mais prestava atenção em nós dois. Ela se soltou do meu abraço, e eu tive outra idéia.
Puxei-a pela mão, e guiei-a para fora do Salão Comunal. Para fora do castelo. Fazia um dia lindo: ensolarado, sem nenhuma nuvem no céu. A luz do sol era refletida nas águas do lago, onde uma Lula Gigante nadava preguiçosamente. Parei debaixo de uma árvore enorme e florida.
Me virei para ela, e olhei aqueles olhos castanhos repletos de curiosidade. Ela sorria, um tanto confusa. Ela abriu a boca, e eu fiz um gesto que a fez calar. Ajoelhei-me aos seus pés. Ela arregalou os olhos, e ficou me olhando boquiaberta. Eu sorri.
- Hermione, não é de hoje que eu queria te dizer algumas coisas. Queria te dizer que você é linda, uma garota perfeita, que me faz bem. Queria te dizer que teu sorriso me abala profundamente, e que eu perco a concentração de tudo quando você está por perto. Queria te dizer que eu sonho com você quase todas as noites, e sonho com você acordado também. Queria te dizer que eu estou apaixonado por você, Hermione. Eu te amo. Você quer ser a minha garota, somente minha, e de mais ninguém?
A esse ponto, ela sorria.
- Eu sempre fui, sou, e sempre vou ser a SUA garota. Eu te amo, George.
Levantei-me, e a beijei. Distanciei-me, encostando minha testa na dela, e disse:
- Você poderia repetir, por favor? Só para eu ter a certeza que não estou sonhando?
- Eu te amo. Eu te amo. Eu te...
Ela não conseguiu terminar a última frase. Pois meus lábios tinham selado os dela, num beijo apaixonado como nunca ninguém viu. Nos deitamos na grama, embaixo da árvore, e ela apoiada no meu peito. Eu acariciava seu braço com a minha mão, e ali ficamos conversando e trocando carinhos pelo resto da tarde. Não me importava mais se a Grifinória havia ganho o campeonato. Não me importava que havia uma festa no Salão Comunal. Não me importava que tinha uma guerra prestes a explodir lá fora. O que me importava era Hermione. Somente ela.
Meia-noite. Ao pé da escada do dormitório feminino. Minha mão na dela. A outra acariciava seu rosto. E com um beijo de boa noite, me despedi dela. Subi, e entrei no meu dormitório. Os rapazes ainda estavam acordados.
- Eeeei George, dê a volta e sente aqui. – Lino disse, quando eu estava indo ao banheiro tomar um banho. Virei-me e sentei na ponta da cama dele.
- Que beijo foi aquele na Hermione, hein?
Eu sorri. Já esperava por aquilo. Não respondi nada, só fiquei com o sorriso besta no rosto.
- Eu vi que vocês saíram do Salão Comunal e só voltaram as sete da noite... Onde vocês estavam hein? – Perguntou Fred.
Eu sorri mais ainda.
- Na beira do lago. Eu pedi ela em namoro.
- Sério cara!? – Fred se sentou do lado de Lino. – E como foi?
- A gente chegou embaixo de uma árvore florida, eu me ajoelhei, disse tudo o que eu sentia e fiz o pedido. Aí ela “eu sempre fui, sou, e sempre vou ser a SUA garota. Eu te amo, George”. Pensa em alguém feliz da vida. Era eu.
- Cara, sério, to muito feliz por vocês. Sério mesmo. – Lino disse, e Fred concordou com a cabeça. Eu me levantei e fui tomar banho. Deixei com que a água quente escorresse pelo meu rosto, enquanto eu lembrava do dia mais perfeito da minha vida.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!