Capítulo 10

Capítulo 10

_Camille, eu preciso ir pra casa... – Marlene reclamou, rolando os olhos. Estava ali com a irmã há duas horas, e a outra ainda não tinha se decidido quanto ao sabor dos folheados a serem servidos no casamento.

_Marlene! – a mais velha protestou – Eu preciso da sua ajuda, poxa! Não fui eu que mandei você marcar nada pra hoje... – ela deu de ombros.

_Mas Camille, - Lene gesticulou, exasperada – Eu já te disse o que eu acho! E o Sirius me pediu uma ajuda...

_O que você acha? – Camille perguntou, respirando fundo.

_Como eu estou dizendo pelas últimas duas horas: ENCOMENDE OS DOIS, caramba! – Lene exclamou.

_Os dois? – Camille pareceu considerar – É... acho que... pode ser uma boa idéia...

_Só isso? - Lene suspirou – Eu podia ter gasto duas horas a menos? Não acredito!

Camille riu, indo falar com o gerente do Buffet, e logo depois as duas voltaram para casa.

_Você vai sair com o Sirius de novo, então? – a mais velha perguntou, sorrindo de canto – Ele parece estar correndo atrás mesmo, hein?

_Correndo atrás, Camille? Tá louca! – Lene sentiu as bochechas corarem com certo estranhamento. Ela nunca corava. – Ele me pediu uma ajuda, não me disse com o que, mas vai passar pra me buscar três horas.

_Eu acho que você devia parar de ser boba, e dar uma chance a vocês. – Camille comentou enquanto estacionava na garagem da casa.

_Dar uma chance...? – Lene franziu o cenho – Camille, não tem nada entre nós. Não viaja. – completou, saindo do carro e correndo para dentro de casa a fim de se arrumar.

A garota passou direto pela sala e tratou de entrar logo no quarto sem dar ouvidos ao que a irmã dizia. Eram quase três da tarde e ela precisava correr... Puxou de dentro do armário suas jeans claras desbotadas e procurou durante um longo tempo – e vários xingamentos – pela blusa que queria: uma bata estampada com um decote nas costas.

_Finalmente! – ela suspirou, encontrando a blusa dentro do armário de Camille – PARA DE ROUBAR AS MINHAS ROUPAS! – berrou, sabendo que a irmã escutaria de qualquer lugar da casa. Correndo, voltou para o quarto, procurando pelos All Stars amarelos, que encontrou facilmente debaixo da cama. Partiu então para o banheiro, arrumando os cabelos escuros com um arco vermelho antes de retocar o rímel e passar um pouco de batom. Escutou o celular tocando e sorriu. "Timing perfeito".

_Oi, Sirius. – ela atendeu, pegando a bolsa e os óculos escuros em cima da cama.

_Tá pronta, lindinha? – ele inquiriu – Tô passando aí, pode sair.

_Tô saindo. – ela respondeu – Beijo.

_Beijo, Lene...

_CAMILLE! – Lene berrou, da sala – Avisa que eu saí, ok?

_Tá bom, boa saída! – Camille colocou a cabeça para fora da sala da cozinha e piscou para a irmã.

Lene rolou os olhos, rindo, e saiu de casa. Alguns instantes depois, reconheceu a SUV de Sirius dobrando a esquina.

_Olá! – ele saudou, saindo do carro e dando um beijo na bochecha de Lene – Tenho que concordar com o seu gosto: você fica linda de jeans e All Star! – completou, rindo.

_Besta. – Lene replicou, rindo.

Ignorando o comentário da menina, Sirius abriu a porta traseira do carro.

_Lene, quero te apresentar essa pequena senhorita... – ele demorou-se para tirar a criança da cadeirinha de segurança – Minha priminha, Ninphadora Tonks! – completou quando finalmente conseguiu tiara a pequena do carro – Diz "oi" pra amiga do primo, linda! – ele brincou com as mãos da garotinha, que, abraçada a ele, encarava Lene com curiosidade.

_Oi, amiga do Six. – ela disse, sorrindo de canto – Eu sou a Dora.

_Olá, Dora! Eu sou a Lene. – Lene sorriu para a menina, dando um beijo na bochecha dela – Mas como você é linda! – completou, observando os olhos azuis acinzentados e os cabelos castanhos com uma mecha curiosamente rosada da garota.

_Obrigada. – ela sorriu, e então olhou para Sirius – Ela é mesmo bonita, Six. – disse, numa tentativa de sussurro que fez Marlene rir.

_Essa molequinha vai passar o dia comigo hoje porque a mãe dele, minha prima Andrômeda, precisou fazer umas compras e não tinha com quem deixá-la. – Sirius explicou.

_E a mamãe disse que o Six não podia tomar conta de mim sozinha... – Ninphadora deu de ombros, completando a explicação do primo.

_Isso, sua pestinha. – ele riu – Porque ela é impossível! – completou, colocando a pequena de volta no carro – Então eu te liguei pra me ajudar, e porque... bem, porque eu queria te ver. – completou, sorrindo.

Lene correspondeu com um sorriso, e entrou no carro antes que Sirius percebesse seu constrangimento.

_Pra onde nós estamos indo, hein? – ela perguntou, assim que Sirius arrancou com o carro.

_Ah, nós vamos fazer um piquenique! – Ninphadora cantarolou do banco de trás do carro.

_Sério, Sirius? – Lene sorriu e ele confirmou com a cabeça – Que graça!

_Já compramos tudo, não é, pequenininha? – Sirius sorriu, olhando para a prima pelo espelho retrovisor.

_Sim, sim! – a garotinha ergueu os braços, feliz – Compramos bolo, suco, iogurte, biscoito... – ela enumerou.

_Doritos, Coca, bala, chiclete, Milka, hambúrguer, batata frita, donuts, pretzels... – Sirius completou, fazendo Marlene gargalhar.

_Essas são as coisas que a mamãe falou que eu não podia comer. – a Ninphadora deu de ombros, contrariada.

_Sua mãe já te preveniu assim contra mim? – Sirius riu – Andrômeda é impossível... – ele riu da prima.

_Ela diz que você é impossível. – a garotinha disse, e Lene riu alto.

_Eu concordo! – ela ergueu uma das mãos, fazendo Sirius lhe mostrar a língua.

_Sua pequena pestinha! – Sirius deu língua para Ninphadora também, e a garotinha gargalhou enquanto ele estacionava em um belo parque.

_Pelo menos agora você tem outra para chamar de "pequena" – Lene comentou, antes de descer do carro.

_Nada disso! – Sirius protestou, tirando a priminha e a cesta de piquenique do banco traseiro – Você vai ser sempre a minha pequena... – ele piscou, pegando Lene pela mão – Pequena.

_Onde você quer sentar, Dora? – Lene perguntou à menina.

_Lá perto do lago! – ela apontou com a pequena mãozinha, e Sirius rumou para aquele lado.

Ele e Marlene se revezaram entre arrumar todas as comidas sobre a toalha na grama e correr atrás de Dora, que se divertia correndo perigosamente perto do lago, perseguindo alguns cisnes.

_Arrumou tudo? – Sirius gritou para Lene, suando para manter a prima por perto.

_Aham, pode vir! – ela confirmou, terminando de colocar a última caixa de suco para fora.

Sirius pegou Ninphadora no colo e andou até Marlene, sentando-se na grama.

_Olha que lindo o lanche que ela arrumou pra gente, pestinha! – Sirius sorriu para Lene, murmurando um "obrigado". A morena sorriu para ele, e então se virou para a pequena garota sentada ao lado do rapaz.

_O que você vai querer comer?

_Eu quero bolo. – Dora sorriu, olhando para a menina enquanto Lene cortava o bolo para ele – Com mel. – completou.

_Sua mãe vai deixar, hein? – Sirius implicou, e Lene riu de como ele implicava até com uma menina de quatro anos de idade.

_Pronto, - Lene sorriu, derramando mel sobre o bolo – aqui está.

_Brigada, Lene. – a menina sorriu – Eu gosto dela, Six. – completou, tentando fazer segredo mais uma vez – Ela não é chata como suas outras namoradas.

Sirius riu sua risada rouca, e então olhou para Lene. Ela mexia nas frutas e o rapaz vibrou ao notar o quão vermelhas estavam suas bochechas.

_Ela é legal mesmo, pequenininha. – ele bagunçou as maria-chiquinhas da prima, deixando-a irritada, sem tirar os olhos de Lene – Mas é legal demais pra querer ser minha namorada.

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NA.: Espero que tenha valido a espera!

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