Capítulo 9
Capítulo 9
Deus do Céu, que dor de cabeça era aquela? Por que é que tudo parecia estar girando naquela droga de quarto? E o estômago embrulhando em três, dois um...
Marlene sentou-se na cama, enjoada, franzindo o cenho para a claridade intensa e irritante que aparecia pela janela. Algo estava errado ali... Ela dormia de vestido, os saltos jogados na beirada da cama, demonstrando que ela não se dera ao trabalho de tirá-los na noite anterior. Devia ser mais do que 11h da manhã, porque seu quarto já estava invadido pelo sol e isso só acontecia naquele horário. Relutante, a morena colocou os pés no chão frio, indo até o armário para buscar uma roupa mais confortável.
Puxou de dentro da gaveta um short azul de malha com coraçõezinhos e uma blusa vermelha compridinha, calçou um par de meias e, após escovar os dentes e prender os cabelos num rabo de cavalo, saiu do quarto.
_Bom dia... – disse para a mãe e a irmã, que estavam na sala decidindo se o buffet do casamento incluiria ou não folheados de camarão e bacalhau.
_Bom dia, Lene... – Camille sorriu de canto para a irmã.
_Como foi ontem, filha? – Andrea perguntou.
_Foi bom, mamãe. – a menina respondeu, colocando os pés para cima no sofá, encostando a cabeça em uma almofada cor de caramelo.
_Sirius te trouxe pra casa... – Camille comentou, olhando para a irmã, percebendo que ela não se lembrava – Dormindo. – completou num murmúrio para que só Marlene escutasse.
_O QUE? – Lene deu um salto que quase a colocou no ventilador de teto.
_Ele parece um bom menino, Marlene... – Andrea sorriu para a filha, que ainda tinha os olhos arregalados.
“Ah, claro, mamãe... Mas será que dá pra voltar na parte em que ele me – trouxe – dormindo?”, ela queria dizer, mas a mãe disse algo sobre ligar para a promotora de eventos do casamento e saiu da sala.
_Ele te levou no colo pro quarto, você não lembra? – Camille sussurrou, rindo – Não é possível, siss!
_Não lembro! – Lene exclamou, sentando-se perto da outra – Mas eu não lembro de dormir, também...
_Han, sei... – Camille riu – Ele disse que você tinha dormido no carro, e te levou pra cima... A mamãe não viu, não, porque eu abri a porta, mas ele te trouxe no colo...
_Ah, meu Deus... – Lene respirou fundo, passando as mãos pelo rabo de cavalo, nervosa.
_O que foi, garota? – Camille revirou os olhos, folheando o cardápio do casamento – Você acha que devo deixar a cascata de chocolate? – perguntou.
_Lógico... – Lene exclamou – Mas Camille, você não entende... – ela continuou, séria.
_Não entendo o que? Que você nunca se valorizou o suficiente, e agora que tem um gato daqueles atrás de você ainda não se valoriza? Porque é isso que eu entendo...
_Não é assim... – Lene olhou para baixo, mexendo na ponta da almofada – Sirius não está interessado em mim, Camille.
_Ah, não? – ela revirou os olhos – Amor da minha vida, irmã querida... Você pode ser cega. Eu não sou.
_Por que você tá dizendo isso? – Lene perguntou, olhando para a outra, incerta.
_Por que se você tivesse visto ele ontem com você, também acharia. – Camille completou, levantando-se depois de afagar o braço da mais nova.
Lene respirou fundo, pressionando as têmporas com os cotovelos apoiados nos joelhos. Queria lembrar... Queria lembrar do que ele fizera para que Camille tivesse tanta convicção de que ele se importava.
Lembrava-se de dançar com Emmeline, e então daquele loiro ridículo a encarar enquanto dançava com Sirius. Então... Então Sirius cantou para ela, e tentou beijá-la. Santa Joan Jett, ele realmente tinha tentado beijá-la? E, pior: ela tinha negado? Lembrava-se de estar no colo dele, Sirius brincando sobre não deixar que ela quebrasse o pé e entregá-la inteira para Andrea. E depois... Depois tinham entrado no carro, certo? Mas depois... Depois nada. Depois ela provavelmente tinha adormecido.
_Lene... – ele chamou, num sussurro, abaixando-se ao lado da garota no banco do carona – Hey, pequena... Acorda... – pediu, mas ela apenas trocou de lado, virando-se para onde ninguém falava no seu ouvido – Não reclame disso amanhã... – ele deu um meio sorriso, antes de passar um dos braços por trás dos joelhos dela e outro pelas costas, tomando-a no colo. Lene apenas se aninhou mais no peito dele, enlaçando o pescoço do moreno, que riu baixo – Ah, pequena...
O garoto trancou o carro depois de pegar a bolsa de Lene, e andou até a porta da casa da menina. E agora, o que faria? Tocar a campainha e correr o risco de acordar o Sr. McKinnon, ou procurar a chave dela? Abriu a bolsa e não achou chave alguma.
“Tá igual a mim, né? Esquecendo chave de casa?”, murmurou, sorrindo. Mas o celular da menina estava a vista, e Sirius procurou rapidamente pelo número do telefone de Camille, a irmã.
_Alô. – a moça respondeu, sonolenta – Lene?
_Oi, Camille... Aqui é o Sirius, amigo da sua irmã... Será que você pode abrir a porta pra mim? A Lene dormiu no carro, não consigo acordar ela.
_Ela tem o sono pesado mesmo. – a outra rebateu, rindo – Espera só um minuto.
_Ok. – Sirius respondeu, guardando o celular de volta na bolsa da menina. Pouco tempo depois, Camille atendeu a porta.
_Ah, meu Deus... – ela ficou surpresa ao ver a irmã dormindo no colo de Sirius, mas não pôde conter uma risada – A noite foi boa, então... – ela disse, num sussurro, dando passagem para o moreno.
_Eu acho que sim. – Sirius respondeu, sorrindo – Posso colocar ela no quarto?
_Por favor. – Camille fez que sim com a cabeça – O caminho você já sabe. – ela completou, andando atrás do menino até o quarto da irmã. Sirius entrou e colocou Lene na cama. Depois sentou-se ao lado dela, tirando seus sapatos e cobrindo-a com a colcha de sapos retrôs da menina.
_Boa noite, princesinha. – ele murmurou, tirando os cabelos dela do rosto.
Marlene se lembrava. Agora ela se lembrava de abrir os olhos ao som daquele “boa noite” e ter o rosto de Sirius próximo do seu, os lábios quase se tocando.
_Obrigada. – ela sussurrou, e Sirius sorriu somente o suficiente para que os cantos de sua boca se erguessem. Ele cobriu a distância que os separava e roçou os lábios nos de Marlene por um segundo. Respirando fundo, ele fechou as mãos em punho e forçou-se a se afastar.
_Eu não quero que você se arrependa. – ele murmurou, vendo que Lene já estava praticamente adormecida – Até mais, Lene...
HEEEEEEEEEY THERE! Espera um minuto: então aquilo era mesmo verdade? Sirius interessado nela? Sirius, Sirius Black: paixão platônica de todas as meninas e ídolo dos meninos; interessado nela, Marlene McKinnon... Só, Marlene McKinnon?
_Já acabou de sonhar, irmãzinha? – Camille perguntou, escorada na porta que separava a cozinha da sala, mexendo com uma colher numa vasilha que tinha algo cheirando bem.
_Eu... Já. – ela respondeu, a cabeça ainda longe – Então atende o seu celular, Lene. – Camille riu, vendo que o telefone se estrangulava dentro da bolsa da irmã, e esta permanecia sentada, perdida em pensamentos.
_Nossa! – Lene exclamou, levantando-se rapidamente para pegar o celular – É o Sirius. – revelou, um pouco constrangida – Oi...
_Já acordou, dorminhoca? – Sirius respondeu, rindo daquele jeito rouco e contagiante que só ele tinha.
_Acordei... – Lene respondeu, sorrindo para o chão – Acho que dormi demais, né?
A risada de Sirius ecoou por seus ouvidos, e Lene sentiu-se entorpecida. O que ele estava fazendo com elA?
_Sua irmã te contou, né? – ele disse, ainda rindo – Dormiu igual a uma criança no meu colo! – ele implicou, rindo – Já é pequenininha, dormindo daquele jeito, então...
_Chato! – Lene reclamou, sorrindo.
_Mas e aí? Como você tá? Tudo bem? – ele perguntou, mais sério.
_Sim, senhor. – Lene respondeu, brincando com um arranjo de flores sobre a mesa de centro da sala – Entrega sem traumas.
_Bom. – Sirius disse, fazendo notável o sorriso em seu tom de voz – Você vai fazer alguma coisa à tarde, Lene?
_Hm... Acho que não. Quero dizer, ovu almoçar e depois devo ter que sair pra passar no buffet do casamento da Camille. Ela não consegue se decidir com relação a folheados de camarão ou bacalhau... – a morena rolou os olhos.
_Mas vai estar liberada até umas 3h? – ele perguntou, depois de uma calorosa gargalhada.
_Provavelmente... – Lene respondeu, tirando uma flor do arranjo e colocando atrás da orelha. Checou o resultado no espelho e, insatisfeita, voltou a colocá-la no arranjo.
_Seria muito abuso eu pedir mais uma ajuda? – ele disse, depois de alguns segundos – É realmente importante.
_Depende. – Lene riu pelo nariz – Do que você precisa?
_Não vai ser uma pena tão dura. – ele disse – Prometo. Mas te conto depois.
_Por que eu vou acreditar nessa promessa? – ela perguntou a si mesma, antes de rir.
_Porque você sabe que eu não vou mentir pra você, princesinha. – ele disse, e Lene sorriu, incerta – Passamos pra te pegar às 4h, pode ser?
_PassaMOS? – Lene franziu o cenho – O que você vai aprontar, Sirius?
_Nada demais, Lenezinha. – ele riu alto – Esteja pronta.
_Eu posso... – ela ia perguntar, mas foi interrompida.
_Usar All Star e jeans? – ele disse, prendendo a risada – Claro.
_____________________________________________________________________N.A: Capítulo novoooo pra vocês!
Eu to doida pra escrever o próximo, vai ter uma supresa fofaa! Mais uma vez, brigada pelos comentários Natti e Marlene Love Dogs! :D HAHA
xoxo
Comentários (2)
Nossaaaaaaa esse capitulo foi muiiito divo. Como o Six pode ser tão fofo ????? AHHHHHHHHHHHHHH amando flr *-*bjoos!
2012-03-16Fala se o Sirius não é o seeer maaais perfeito e liindo de todo o universo....*-*
2012-01-11