A Fotografia



Capítulo 2 – A Fotografia


 


 


Rony desceu ao QG dos Aurores assim como a secretária do ministro havia lhe dito. Segundo ela, Kingsley o aguardava para uma reunião de urgência. Será que simplesmente não poderiam lhe deixar em paz? Hoje não era mais que um jogador de quadribol, não tinha noção porque fora convocado, atrapalhando seus planos para o próximo jogo.


Passou pelo longo corredor, conhecido da época em que frenquentava o ministério com seu pai. Olhou para o lado, muitos aurores o encaravam admirados. Seu ego inflou e ele acenou para alguns. Era bom ser famoso.


Logo encontrou a sala. Há muitos anos atrás, quando ainda era uma criança, havia conhecido  aquela gabinete, nunca imaginou que pisaria lá novamente. Pensou em adentrar sem bater na porta, mas a figura de sua esposa fazendo cara feia surgiu em sua mente e ele resolveu bater três vezes.


Escutou passos e a energia de socar a quem abriu a porta logo passou quando ele viu quem se encontrava dentro da sala. Instintivamente passou pelo portal.


– Harry? Hermione?


Hermione, como sempre o ignorou por completo. Harry, por sua vez, lhe lançou aquele olhar tímido, sem energias, como se quisesse falar alguma coisa, porém fosse reprimido por algo. Uma raiva sem precedentes e incontrolável surgiu em seu peito.


– Como vai Rony? – perguntou um Lupin cauteloso. – Obrigado por ter vindo.


– É muito bom revê-lo, Rony, - disse Kingsley tentando ser simpático.


Rony ainda tinha os olhos indo de Harry para Hermione. Tinham organizado um duelo para se matarem e nem haviam lhe preparado para isso?


– Não preciso saber o que vocês querem, - começou Rony, - estou fora!


Ele se virou para sair da sala. E teria feito, não fosse o comentário de seu cunhado.


– Sempre buscando a saída mais próxima, ainda não acredito que você era da Grifinória.


Rony sacou sua varinha. Iria destruí-lo e depois sua irmã iria agradecê-lo por isso. Não chegou a pronunciar as três primeiras letras do feitiço.


– Agora chega, Rony! – falou Harry.


Sentiu seu corpo sendo arremessado com força para trás, sua varinha fugiu-lhe das mãos. E antes de seu corpo bater na parede, uma poltrona confortável surgiu no ar e amorteceu o baque, caindo de leve no chão, com Rony sobre ela, atônico.


Hermione mal conseguiu acreditar no que viu. Harry nem chegou a sacar sua varinha para fazer aquelas coisas. Ele evoluíra muito. Será que já conseguia manipular toda magia que residia nele?


Com um olhar calmo, Harry calou todos na sala e olhou diretamente para Rony.


– Ninguém vai implorar para você ficar, Rony. Fique se quiser, vá embora se assim desejar. Eu, tampouco, desejava essa reunião, não fui eu que sugeri. Agora, se você escolher por ficar e escutar o que Kingsley e Lupin nos tem a dizer, eu vou pedir que você se contenha e se comporte.


Depois seu olhar caiu sobre Malfoy.


– Quanto a você Draco, eu não quero lhe expulsar da minha sala ou jogá-lo na sala inominável no Departamento de Mistérios. Deixe suas brincadeiras para um momento mais adequado. Pelo que parece, e eu lamento por isso, haverá muitas oportunidades para seu lado irônico nos irritar daqui por diante.


A sala ficou em imortal silêncio por um instante. Hermione abrira a boca, numa tentativa de dizer alguma coisa e a fechou logo em seguida, sem nada conseguir falar. Por um segundo seus olhos encontraram os de Harry, mas a frieza era tamanha naquele olhar que Hermione não conseguiu encará-los por muito tempo, logo desviando seu olhar. Harry definitivamente mudara muito, não parecia aquele amigo feliz, inseguro e carinhoso com quem convivera. Sua confiança hoje era grande, havia nele espirito de liderança e autoridade acima de tudo, um poder impressionate parecia emanar de cada segmento do seu corpo. Estava impressionada.


Rony não sabia o que dizer. De onde viera aquilo tudo? Nem sabia o que o atingiu. Até a vontade de atacar a Draco tinha cessado. Ele estava assustado.


Lupin e Kingsley trocavam olhares tensos, tinham medo do clima ali explodisse e ambos sabiam do que Harry era capaz de fazer.


Apenas uma pessoa parecia se divertir com tudo e conservava sua face risonha, Draco Malfoy mantinha sua vontade de cair na gargalhada. Era daquilo que ele estava precisando. Era tudo uma bela apresentação do que estava por vir.


O ministro acabou se recuperando do susto.


– Então, - começou um Kingsley desejando que nada daquilo tivesse acontecido, - nós estamos enfrentando um perigo eminente. Algo que arrisca a paz que conseguimos estabelecer, que afetará a vida de todos, bruxos e não bruxos, se vier a acontecer. Foi por isso que chamamos vocês aqui.


Lupin saiu das sombras e caminhou até o centro da sala.


– É difícil vir aqui e dizer isso, - disse Lupin, - mas dependemos dos sucessos de vocês, precisamos que trabalhem juntos e eliminem a ameaça que nos assola.


– E quando vocês pretendem acabar com esse mistério todo e nos dizer que raios é esse problema? – indagou um Draco impaciente.


Pela primeiva vez naquele dia, Harry sorriu com prazer.


– Sabe Lupin, Draco é uma das pessoas mais irritantes que eu conheço, porém em algumas vezes ele tem razão.


Lupin passou a mão pelo rosto e se voltou para Kingsley Shacklebolt.


– Você é o ministro, a decisão é sua.


Foi a vez do ministro se erguer de sua cadeira confortável e encarar a cada um ali presente na sala.


– Muito bem, - disse Kingsley. – Vocês vão saber. Entretanto, eu preciso de saber disso antes: vocês estão dispostos a trabalhar juntos novamente? Não vou forçar nenhum de vocês a fazer algo que provavelmente não queiram. É um trabalho árduo, que precisa ser feito em equipe e com confiança entre todos.


Um silêncio estarrecedor permaneceu no trio por vários minutos. Na cabeça de cada um passava imagens da guerra, memórias de prazer, mas principalmente mágoas. Cada um deles mantinha uma ferida que ainda não havia cicatrizado. Apesar de todo sucesso pessoal, Harry, Rony e Hermione mantinham uma dor que nunca havia cessado durante todos aqueles anos.


Sem surpresa alguma, foi Hermione que quebrou a mudez primeiro.


– Pelo que parece teremos que afastar das nossas atividades diárias, certo?


O ministro a encarou nos olhos.


– Sim, Hermione. Infelizmente será necessário. Não posso garantir a vocês o tempo em que resolverão nosso problema, creio que essa resposta é vocês que vão dar ao iniciar a tarefa. Pode ser em um dia, um ano ou dez anos. Isso eu não sei dizer. O nível de complexidade é alto – respondeu Kingsley com sinceridade.


Hermione captou cada palavra do ministro, assim como seus antigos amigos. A garota se surpreendeu quando Draco avançou ao centro da sala, parecendo estar muito animado. Era aquilo que ele estava aguardando a tempo.


– Eu não sei qual é a tarefa e muito menos o papel que vocês querem que eu desempenhe. Só que eu preciso de ação, preciso sair desse marasmo. Estou dentro! – disse o Malfoy. – Óbvio que eu preciso de um day-off por semana, vocês sabem, não  consigo ficar muito longe da minha ruivinha. Embora, estando ao lado do meu querido cunhado dia a dia, eu acho que essa ausência será suprida, - finalizou o loiro com um sorriso maroto.


Hermione riu da afirmativa do marido de Gina, os olhos de Rony, contudo brilharam.


– Draco, estou lhe avisando, - ameaçou Harry.


Sem qualquer pressa, Draco voltou para o seu canto da sala, sem antes piscar para a nascida trouxa, que respondeu com um sorriso.


– Bem, - iniciou Hermione, - a perspectiva de ficar longe de Hogwarts não me anima nenhum pouco. A minha vida é lecionar, vocês sabem. Porém... porém, - repetiu a professora de Hogwarts,- acho que vocês não fariam esse pedido por algo pequeno. Conte comigo também.


Lupin suspirou aliviado. Já contavam com a inteligência. Faltava só Rony e Harry que permaneciam em silêncio. Por uma ou duas vezes, os olhares dos ex-amigos se cruzaram, como se perguntasse um ao outro o que iria fazer. Por mais que houvesse mágoa entre eles, a ligação da antiga amizade se mantinha intacta.


Ao ver aquela indecisão de ambos, Lupin teve uma idéia repentina, achou que poderia tirar algum proveito da situação e pelo menos unir os dois através daquele ato.


– Por que vocês dois não pensam durante o dia de hoje e não tragam a decisão individual amanhã? – perguntou o Lobisomem.


Kingsley sacou na mesma hora.


– É uma ótima idéia, Remo. O que me diz Harry? Rony?


Mais uma vez o olhar dos dois se encontraram e eles quase riram da circunstância. Se fosse seguir o impulso, eles diriam que aceitariam a missão na mesma hora. Porém, Harry se lembrou de algo que não deveria ter lembrado e sua razão conteve a emoção. Ele precisava pensar.


– Prometo que pensarei no dia de hoje, Kingsley e amanhã trarei sua resposta. No presente momento não posso dizer nem que sim e nem que não.


Rony decidiu pelo mesmo.


– Eu concordo com Harry, - disse. – A muitas coisas em jogo. Não sei se quero passar pelas mesmas situações da última guerra.


Draco Malfoy deu uma risadinha.


– Você não quer é perder o último jogo do campeonato e ver seu time ser campeão sem você.


– E o que isso tem de errado? Eu faço aquilo que amo Draco e você faz aquilo que ama também?– questionou Rony.


O sorriso de Draco se alargou e ele ignorou a última pergunta.


– Não há nada de errado, meu caro cunhado. Eu só acho que você devia fazer um favor ao seu time e se ausentar ao último jogo, a chance de seu time ser campeão aumentaria consideravelmente. Você pode se considerar o melhor goleiro da liga, mas para mim você sempre será o maior frangueiro da história de Hogwarts.


O clima mais uma vez ficou tenso. Kingsley foi mais rápido se interpôs entre Draco e Rony que se levantava e erguia sua varinha.


– Draco, por que você não vai lá fora tomar um café ou qualquer outra coisa? – perguntou o ministro.


– Isso é uma ordem, senhor? – indagou Draco sem vacilar.


– Considere como uma.


– Muito bem, já me diverti o bastante por hoje.


E sem pressa, foi em direção a porta. Harry não pôde deixar de perceber que o loiro cantarolava uma música feliz que era estranhamente familiar, “Weasley é nosso rei”.


“A probabilidade deles tentarem se matar nessa missão é considerável”, pensou Harry.


 


 


O sol não tardaria a desaparecer por completo, Harry era o único remanescente no andar do Quartel General dos Aurores. Segurou o queixo com sua mão e tentou ajuntar os cacos da reunião. Sem dúvida ainda estava tenso. Respirou profundamente e sentou em um sofá confortável a sua frente. Ele ia se segurar, ia tentar permanecer frio durante toda a missão. Sim, já tinha tomado sua decisão, iria aceitar o convite. Faria de tudo para segurar seus reais sentimentos, usaria a Oclumência ao máximo e se precisasse, iria apelar até para sua penseira. Não queria se machucar mais e manteria a promessa dele de pé, custe o que custasse. Rony e Hermione não perderiam mais ninguém em suas vidas, não iam ser prejudicados por estarem em sua companhia. Harry seria indiferente com a presença dos dois. Era a única maneira de mantê-los distantes e salvos. Tinha certeza que magoaria mais os amigos, tinha certeza que sairia machucado, mas isso era o certo a se fazer.


Retirou seu  companheiro do bolso. O bom e velho whisky de fogo, companheiro de todas as horas, apaziguador de seu ânimo estava ali mais uma vez. Retirou a tampa e deu um gole prolongado. Um calor instântaneo espalhou por todo seu corpo, uma energia fluiu por seu peito. Enfiou a mão no bolso interno das vestes e retirou uma foto um tanto quanto gasta. Lá estavam eles, sorrindo e acenando, terceiro ano de Hogwarts, ele era muito mais feliz e sabia.


Resolveu guardar a foto antes que ficasse nostálgico demais. Olhou as horas, se demorasse mais um pouco Dobby ou Edwiges viriam buscá-lo. Era melhor voltar pra casa. Se ergueu e com um estalo, desapareceu. Aparatou dentro dos limites da sua própria casa. Mais especificamente na cozinha. Seu peito doeu um pouco. Sentiu os efeitos de desaparatar de um local em que, teóricamente, esse meio não podia ser utilizado. “Acho que exagerei”, pensou Harry mal humorado.


– Harry Potter, meu senhor.


Pela primeira vez naquele dia Harry abriu um sorriso sincero e pôs a mão sobre a cabeça de seu amigo. Tentou não demonstrar o estrago que a magia lhe causou.


– Meu caro Dobby, como passou o dia?


O elfo abriu um sorriso ainda mais intenso que o de Harry.


– Fiz compras meu senhor. Tom, do Caldeirão Furado mandou lembranças. Ana Abbott também perguntou se o senhor está bem. Disseram que o senhor está sumido.


– Qualquer dia passarei n’O Beco e darei um olá a todos, - comentou Harry.


Puxou a cadeira, e pressionou o peito, uma falta de ar angustiante o atacou. Desaparatar de locais protegidos por magia lhe consumia energia demais, ele se sentiu fraco. Dobby obviamente notou.


– O senhor fez de novo, não foi? – perguntou Dobby baixinho.


Harry procurou respirar mais profundamente, Dobby já havia lotado seu copo com aquela porção que o próprio Harry havia feito para situações como aquela, sim, o livro do Príncipe Mestiço fazia milagres.


– Fiz, sim – admitiu Harry.


– Não é porque você tem dons que os demais bruxos não possuem que você deve sair abusando, meu senhor. Dobby não quer vê-lo acamado novamente.


A falta de ar cessou. A poção mais uma vez deu resultado.


– Eu vou controlá-la, Dobby. Chegará um dia que eu vou conseguir controlar.


Dobby encarou os olhos verdes de seu amo.


– O senhor não sabe o que diz. É magia demais, Dobby pode ver com esses olhos. Nem mesmo Dumbledore conseguiu dominar a dele. Seu corpo jamais aguentaria, meu senhor. Não faça mais isso.


– Eu os vi hoje, Dobby. Terei uma missão longa pela frente na companhia deles e não há nada que eu possa fazer para mudar.


Os olhos grandes de Dobby ficaram ainda maiores. Um brilho instenso surgiu em ambas as íris.


– Talvez seja uma oportunidade de vocês se reaproximarem, meu senhor.


Harry balançou a cabeça.


– Você sabe que eu não posso, Dobby.


O chefe dos aurores fez um ligeiro gesto com a mão, a cadeira do outro lado da mesa se moveu.


– Sente-se, Dobby. Você trabalha demais durante o dia todo.


O elfo se sentou confortavelmente, os olhos estavam cheio d’água, ainda não se acostumara com o carinho de seu mestre, embora Harry insistisse que o chamasse de amigo.


– Dobby gostaria muito que as pessoas soubessem que mestre Harry nunca mudou, que ele continua a mesma pessoa.


Harry tomou um gole da sua poção e focou o elfo sentado a sua frente. Já se sentia mais forte.


– Eu também, meu amigo. Contudo, você sabe, eu não posso.


Durante a meia hora seguinte, Dobby serviu o jantar para seu mestre. Sem saber o que dizer, Harry acabou ficando em pensamentos longíquos, entre uma garfada e outra. Suas reflexões foram de Hermione a Lupin, passando por Rony e Dumbledore. E mais uma vez se voltou para aquela missão... Boa coisa não era... Harry tinha um mal pressentimento sobre o que seria.


– Meu senhor? – chamou Dobby.


Harry voltou a Terra.


– Sim, Dobby?


Dobby estudou o rosto de Harry.


– Vejo que o senhor está melhor.


– Estou bem melhor, já não sinto mais nada, obrigado por se preocupar, Dobby.


– Posso fazer uma pergunta, Harry Potter?


– Sinta-se a vontade.


O elfo doméstico hesitou.


– Por quê o senhor não visita Hermione Granger?


Harry, que estava finalizando seu suco de abóbora, engasgou e tossiu forte. Pôs o copo sobre a mesa e tossiu mais um pouco.


– Você ficou louco, Dobby? – perguntou um pouco mais grosseiro do que pretendia. – Por que eu deveria? O que ela vai pensar?


Dobby encolheu com as palavras de Harry, o que fez com que o bruxo se arrependesse um pouco.


– Me desculpe se fui grosseiro, não foi minha intenção. Mas me diga Dobby, por que você me fez essa pergunta.


Com cuidado, o elfo procurou as melhores palavras.


– Eu não sei, meu senhor. Dobby só pensou... só pensou que se Harry Potter vai conviver com Hermione Granger e Rony Weasley por algum tempo, ele deveria propôr aos amigos um armitício. Pelo menos assim vocês podem resolver esse problema o quanto antes e viverem em paz, - concluiu Dobby.


Sem imaginar que estava fazendo isso, Harry considerou as palavras do seu elfo. Não podia negar que era uma boa idéia. Resolveria alguns entraves. Porém... por que tinha que partir isso dele? Por que Hermione e Rony não o procuravam com o mesmo intuíto?


“Talvez por que você tenha fechado todas as portas de comunicação entre vocês”, respondeu uma voz irritante na sua cabeça.


– Não sei, Dobby, - começou Harry tentando ganhar tempo, - não é uma uma má idéia, eu acho. O entrave é que Hermione deve estar em Hogwarts, como você sabe, as aulas se reiniciam em uma semana. Embora ela deva tirar uma licença, ela precisa deixar as coisas em ordem para a sua substituta e eu não posso simplesmente ir aparatando em Hogwarts, os feitiços de proteção me consumiriam. E quanto a Rony... bem, não sei se seria uma boa idéia aparecer assim sem avisar.


Dobby caminhou até a frente de Harry e o olhou com uma simplicidade fora do comum.


– Meu senhor sabe que Dobby admira como nunca admirou bruxo algum. Considera Harry seu amo e seu amigo. Mas Dobby não pode deixar que seu senhor está com medo de como agir. Harry Potter já aparatou dentro de Hogwarts algumas vezes nos últimos anos, é só o senhor levar a porção, acabará com seus problemas. E quanto ao melhor amigo de Harry Potter...


– Ele não é mais Dobby, - corrigiu Harry.


– Certas coisas nunca mudam meu senhor, elas parecem que mudam, porém permanecem para sempre. Aposto que uma visita ao seus amigos auxiliaria nessa missão e os amigos de Harry Potter poderiam se odiar em paz quando tudo acabasse.


Dobby tinha razão. Para falar a verdade, desde que foi trabalhar para Harry, Dobby nunca deixou de de ter razão.


– Dobby, - disse Harry, - você é um gênio.


Harry enfiou duas garrafinhas de poção revigorante em seu casaco e conferiu se sua varinha permanecia em seu bolso. Tudo estava no local.


– Não me espere acordado, meu amigo. Cuide de Edwiges, não deixe que ela traga muitos ratos para casa.


E desaparatou.


– Boa sorte, meu senhor – disse Dobby animado.


 


 


Luna arrumava a bagunça que Rony havia aprontado na sala. Ela se divertia com aquilo. Seu marido era um bagunceiro nato. Era seu Rony. Mesmo grávida, a atual editora d’O Pasquim não deixava de fazer nada de seu dia a dia. Seu pai e sua sogra não gostavam de vê-la se esforçando daquele jeito. Luna, contudo, fingia não ouvir, mudava de assunto. Não achava que que gestação era algo como uma doença terminal, que obrigasse a pessoa a ficar em uma cama. Não. Sempre foi ativa, seria ativa sempre.


– Por que você não arruma tudo usando magia? – perguntou Rony ao ver sua esposa arrumando tudo manualmente.


Luna voltou seus enormes olhos azuis para ele.


– Perderia toda graça. Eu me divirto. E eu que estou grávida e você que possui desejo de comer continuamente?


Rony sorriu para sua esposa. Ela era linda.


– Meu apetite sempre foi assim. Assim como sua teimosia.


Um estalo foi ouvido do lado de fora, a campainha tocou poucos segundos depois.


– Quem é o idiota que aparata na porta da nossa casa, que falta de modos, - reclamou Rony.


Luna acompanhou o marido até a porta, estava curiosa. Podia sentir que algo grande estava para acontecer. Sem antes perder a oportunidade de alfinetar seu amado.


– Concordo, não me lembro de você ter feito algo parecido antes.


Antes de abrir a porta Rony deu um selinho em Luna. Era por essa e outras coisas que a amava. Quando abriu a porta, porém, desejou ter dado um longo beijo em Luna e ter deixado aquele vão fechado, fingir que não estava em casa.


– Boa noite, Luna. Olá, Rony. Podemos conversar? – perguntou Harry diretamente.


Rony prendeu a respiração e mal acreditava a quem estava parado a sua porta, Luna, por outro lado, sorriu com seu modo lunático de ser.


– Harry, - disse ela dando um empurrão em Rony e abrindo passagem para que Harry passasse, - que surpresa mais interessante! Vamos, entre, fique a vontade.


 


 


Rony e Luna guiaram Harry até a sala de estar.


– Sente-se Harry. Sinta-se em casa, - disse Luna com carinho.


Harry sorriu para ela.


– Certas coisas nunca mudam, Luna. Muito obrigado.


Luna abraçou o marido, puxando-o para que se sentassem também. Ele parecia em transe com a chegada de Harry. Estava enxergando direito.


– Nunca mudam mesmo, - comentou Luna. – As vezes podemos fingir que mudamos para protegermos quem mais amamos ou agir de modo indiferente para nos resguardar. Só que o ato interno continua intacto. Você me entende, não é?


– Como? – perguntou Harry confuso.


– Melhor deixar para lá, Harry, - falou Luna. – A que devemos o prazer da sua visita?


Rony pareceu acordar depois da pergunta de Luna.


– É, Potter! O que você veio fazer aqui?


Um brilho de orgulho perpassou pelos olhos de Harry, enquanto observava a íris de Rony em chamas. Era verdade, pensou, certas coisas nunca mudam mesmo. Fez menção de se erguer.


– Acho que f...


Luna se interpôs.


– Espere, Harry, - falou Luna. – Não acho que você tenha vindo para uma mera visita. Perdoe o comportamento de Rony. Ele está emocionado.


Rony Weasley se voltou para Luna.


– Emocionado? Nunca! Você não viu o modo como ele me acertou hoje, defendendo o amiguinho dele.


– Que é seu cunhado e pai de seu sobrinho, - comentou Luna astutamente. – Vamos escutar o que ele tem a dizer. Não fará nenhum mal, fará?


– Nunca se sabe, - resmungou o ruivo.


Luna o ignorou e se voltou para Harry.


– Então, Harry? Pode nos dizer o que houve?


Sem querer olhar para o casal a sua frente, Harry preferiu olhar para o teto.


– Eu só vim dizer ao Rony que vou aceitar a proposta do ministro. Vou cumprir com meu dever como auror e lutar pelo que for. Não sei bem qual será sua resposta, - disse voltando seu olhar para seu antigo amigo. – só que... eu gostaria que você acatasse a proposta também.


Rony procurou não fazer cara de surpreso. Falhou completamente. Harry pedindo para ir com eles? Depois de tudo pelo que passaram?


Sua esposa procurou esconder um sorriso. Ela sempre soube, ela sabia o que estava por vir.


– Posso saber por quê? – perguntou Rony grosseiramente, tentando se recuperar.


Com um sorriso, Harry procurou melhor as palavras.


– O primeiro motivo é aquele que você nunca conseguirá enxergar e eu lamento por isso. Nós nunca conseguiríamos sem você, é você quem nos une, que chama atenção na hora certa e que vê coisas que eu e Hermione deixamos passar - argumentou Harry. – O que está por vir, é grande, eu posso sentir, ou Lupin e Kingsley jamais cometeriam o erro de nos pôr trabalhando em conjunto. É algo que deve envolver os comensais remanescentes. Daí pra cima.


Fez uma pausa.


– E o segundo motivo? Bem, seria realmente angustiante trabalhar com Hermione por um longo espaço de tempo sem sua companhia. Ela provavelmente me faria estudar o tempo todo e me passaria um monte de coisas complicadas e no fim eu teria que desistir desse serviço. É... acho que é só isso, - concluiu Harry.


Pela segunda vez naquele dia, os olhos deles se encontraram, Rony quase sorriu. Não lembrava quando tinha acontecido da última vez. Seis, sete anos talvez? Ele estava sem palavras.


– Pense a respeito, por favor – disse Harry meio a contra-gosto. Precisava se controlar ou iria estragar tudo. – Sem você fracassaremos, eu não tenho dúvida. E no fim, quem sabe, eu posso te ajudar a matar o Draco e você pode voltar a me odiar em paz.


Rony recuperou seu orgulho.


– Não é uma proposta ruim. Acho que eu não te odiaria tanto se você me ajudasse a matar meu querido cunhado, só não sei dizer se mataria ele ou você. Matar Hermione também não seria ruim.


Luna não pode deixar de rir. Harry viu que era o momento de partir, caso contrário poderia se arrepender, se ergueu de sua cadeira decidido.


– Espero ver você amanhã, - disse Harry friamente.


Rony balançou a cabeça positivamente. Naquele jogo dois podiam jogar.


– Pode ficar aí, meu amor, - falou Luna se levantando. – Eu levo Harry até a porta, não seria interessante vocês se agredirem antes da jornadas de vocês recomeçar.


Luna acompanhou Harry Potter até a saída sem dizer qualquer palavra durante o percurso. Harry também se manteve firme em seu silêncio. Contudo, o-menino-que-sobreviveu sabia que a Lovegood diria alguma coisa, o fato dela largar Rony na sala não foi nenhuma coincidência.


Não deu outra. Luna sorriu e abriu a porta para que ele passasse. Harry procurou não olhar naqueles olhos.


– Foi bom rever você, Harry.


– Digo o mesmo, - respondeu secamente.


Estava pronto para sair dali quando Luna puxou o gatilho.


– E Harry, é muito bom ver que você está voltando.


– Como? – perguntou Harry.


Luna olhou de um modo perdido para ele. Sempre inteligente demais, sempre excessivamente pontual. Luna Weasley ignorou sua indagação e puxou o gatilho mais uma vez.


– Você vai vê-la agora não é?


– Ver quem? – perguntou Harry de modo dissimulado.


– Boa sorte na sua conversa com ela, mande lembranças minhas - disse Luna e sem esperar a resposta de Harry, fechou a porta.


Ela sabia somar dois mais dois tão bem quanto Snape.


 


 


Com algum esforço aparatou em frente a porta da sala de Transformações. Não se sentiu fraco, a expectativa de conversar com Hermione cara a cara o manteve firme, ou talvez o cheiro dos corredores da sua antiga casa tivessem servido de vitamina para não deixar ele cair. Bateu a porta a sua frente. Pôde escutar os passos se aproximando. Um cheiro de perfume suave atingiu as narinas de Harry. Era ela. Procurou manter sua postura, por mais que seu coração batesse forte.


Quando Hermione abriu a porta, uma sensação de choque percorreu seu corpo. Tentou não demonstrar surpresa, falhou completamente. Sua boca se moveu e nenhum som saiu.


– Você! – exclamou Hermione, recuperando as palavras.


– Eu, – confirmou Harry.


Por alguns segundos eles se entreolharam.


– Podemos conversar? – perguntou Harry secamente.


– Você? Conversar? Está certo disso.


– Se você não quiser é só dizer. Eu vou embora agora mesmo.


Hermione estreitou os olhos.


– Por mais que seja uma proposta ótima, a atual circunstância não permite, - retorquiu Hermione, abrindo passagem para que Harry entrasse. – Venha.


Harry olhou a sala de Transformações a sua volta. Muito tempo podia ter passado, mas ele podia ter entrado ali em qualquer etapa de sua vida e teria certeza que a sala estava a cara de Hermione. Os livros em linha na estante, as flores em cada janela, o modo como foi arrumado as carteiras, o cheiro da sala. Era tudo o retrato de Hermione de arrumar as coisas.


– E então? O que quer? – perguntou Hermione diretamente.


– Não vai falar para eu sentar? – inquiriu Harry.


Hermione o olhou com impaciência.


– Não. Quero que você diga o quer e dê o fora daqui o quanto antes.


Se fosse há alguns anos, Harry teria se aborrecido. Hoje, entretanto, ele sabia que a reação de Hermione seria aquela. Ele riu silenciosamente e caminhou até uma das janelas, passou a mão por uma flor distraidamente.


– Eu vou assentir ao pedido de Kingsley e Remo.


– Meus parabéns. Eu já esperava por isso. Será que não podia ter esperado até amanhã para me dizer?


– Seria o ideal. Assim ficaria sem olhar na sua cara durante algumas horas e meu coração ficaria mais leve.


Hermione empalideceu, uma sensação de facada lhe cortou o peito. Touché, pensou Harry.


– Infelizmente, eu tive que vir até aqui, - disse Harry soltando a flor e se virando para a nascida trouxa, - quero te propôr uma trégua.


– Está parecendo mesmo, - comentou com ironia.


Harry procurou não demonstrar nada com as palavras da garota.


– Durante o período que trabalharmos juntos, tentarei de todas as formas de tratar com respeito, tentarei ser educado, vou fazer de tudo para ajudar. Eu prometo. Está tudo bem para você? Você pode fazer o mesmo?


Por um milisegundo, Hermione viu o antigo brilho de carinho nos olhos de Harry. Depois o brilho sumiu. Seria um resquício?


– E se tudo der certo, no fim você voltará a me odiar e cada um voltará ao seu caminho, estou correta?


Harry se permitiu um sorriso.


– Muitas coisas eu falei, Hermione. Reconheço. Mas não me lembro de dizer que um dia te odiei ou vou te odiar, muitos sentimentos guardo, ódio não é um deles.


Hermione ficou abismada. Ela escutara direito? Harry podia ter se tornado frio, todavia, lá no fundo, havia um resquício do antigo Harry Potter. Tinha certeza disso.


– Interessante da sua parte, vir aqui só para dizer isso, - afirmou Hermione.


Harry caminhou até a estante de livros.


– O mundo dá voltas, não é mesmo? – perguntou Harry. – Dobby me disse que seria uma boa idéia, na hora eu cheguei a concordar com ele, agora já não estou certo. Conversei com Rony há poucos minutos atrás, fui na casa dele, não sei dizer se ele nos acompanhará ou não. Aliás, Luna mandou lembranças.


A professora de Transformações percebeu que Harry ainda conseguia engolir seu orgulho. Aquilo era um fato inesperado. Visitar ela e Rony na mesma noite. Talvez aquela missão poderia dar certo.


– Bom, acho que te vejo amanhã no ministério, - falou Harry.


– Só uma pergunta, - disse Hermione.


– Prossiga.


– Como você veio parar aqui? – perguntou curiosa.


Harry franziu o cenho.


– Eu aparatei.


– Aqui dentro? – perguntou Hermione espantada.


Harry confirmou com a cabeça.


– Dumbledore também fazia isso. Você não lembra?


– Você está conseguindo controlar? – indagou Hermione.


Com cuidado, Harry recolheu todos os pensamentos de sua cabeça.


– Nem sempre. É muito difícil. Acho que jamais terei o sucesso que Dumbledore ou mesmo Voldemort tiveram.


Hermione o encarou abismada. Harry fez um aceno com a cabeça.


– Até amanhã, Hermione.


E desaparatou sem aguardar qualquer resposta. Não ganhara sequer um abraço, muito menos esperou ela dizer se aceitava o pacto ou não. A frieza dele ainda a machucava, Harry nunca voltaria, ela não podia se dar esperança. Hermione estava se virando para se recolher aos seus aposentos quando reparou que Harry deixara cair algo. Quando pegou aquilo Hermione ficou completamente desconcertada, não podia imaginar que Harry guardava aquelas coisas. Em sua mão, estava a fotografia do trio, tirada em Hogwarts. Uma lágrima teimosa escorreu pela sua face.



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Caracas, não imaginava que atualizaria essa fic por agora... Hoje pela manhã, quando postei o novo capítulo da Batalha Perdida, um pensamento furtivo me abateu. E se eu atualizasse Dívidas do Passado também? E aí está... De alguma maneira a idéia foi fluindo e o capítulo saiu.
Apesar de não ter dito nada, a idéia era ter colocado essa fic em hiatus... mas, pelo menos por enquanto, essa idéia foi adiada!
Quero agradecer a todos que comentaram! Isis Brito (escritora extraordinária, sua fic está sensacional!!), a sempre presente Rosana Franco (muito obrigado por tudo, mais uma vez!!), Jéssica Josino (na minha modesta opinião, a melhor escritora do FeB! Volte a ativa sua chata!! Você faz muita falta...), Potter Salter, Carolzinha Gregol, Laura Moreira Galvão e a menina Pamy Malfoy (você tem que publicar aquela fic que me mostrou!! Ela é show!!!), além de Hellen Granger, DnaElly,, Junindeath e Mione03!! Acho que não esqueci ninguém... se tiver esquecido, culpa do sono!!
Me perdoem por ter deixado vocês aguardarem por um ano... e me desculpem também por não responder cada comentário! São 3 da matina e eu estou desesperado para dormir... amanhã saio as 7 para trabalhar!! Responderei um por um no próximo capítulo!!
Continuem comentando!!

PS: Perdoem algum erro cabuloso, pretendo arrumar amanhã! Ainda não reli esse capítulo, então é bem provável que contenha muitos erros!!!

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Comentários (7)

  • Jéssica J

    AH! Dr. Tito! Que coisa extraordinária. =) Pra começar, Luna sempre a um passo à frente de todos, se mostrando muitas vezes mais perceptiva do que a própria Hermione! Já saco que Harry é só uma máscara de frieza, e que ela está prestes a cair. Prevejo grandes feitos do nosso Potter, já que se equipara com Dumble e Voldie... Potter poderoso, adoro \o/ ALIÁS, achei muito inteligente a idéia de demonstrar seu poder aparatando em cantos proibidos, e demonstrar iisso com dor física foi uma ótima sacada! Bem, ótimo cap novamente! Seguindo...

    2013-03-27
  • Ingrid D.

    Estou certa de que Harry pode muito mais do que vimos aí e fiquei ainda mais curiosa. Quando foram mencionados Dumbledore e Tom Riddle como semelhantes a ele, então... VEJO ALGO GRANDE VINDO POR AÍ! Um comentário desnecessário, mas cheio de sentido: Hermione ama o Potter, há! Isso é bom. Ah, e eu estou adorando o Malfoy estar incluído nessa para quebrar a tensão, porque está tensa demais a situação! E Luna... Deus, como ela sempre sabe das coisas! Vou correndo continuar a leitura. bjbjbj

    2012-08-19
  • matthew malfoy

    Tito, descobri essa fic hoje, que isso, parabéns cara, mais uma de sucesso, sério, só por esses capítulos que li essa parece ser muito incrível, muita emoção, desafios e claro amor de nosso casal H/H virão. Continue essa por favor, ela parece excelente, poste o mais rápido possível,haha. Parabéns mais uma vez por esse grande trabalho de manter o universo de JK bem vivo em nossas mentes.Grande abraço. 

    2012-08-05
  • Isis Brito

    Caraca!! Tem quase um ano que eu não venho aqui... o.OQue absurdo!! rsrsFic maravilhosamente linda!! Estou adorando a ideia dos três se reconciliarem, engolindo o orgulho e tudo o mais... Mas ainda tem algo que está me acabando por dentro: o que aconteceu entre eles, hein? Por que se tratam desse jeito? Qual é esse segredo que guardam a sete chaves, que os fez prometer se odiarem para sempre? o.OAaaiiinnn, curiosa demais!! *--------*Por favor, não abandona essa fic, não. Ela tá demais!! xD 

    2012-07-27
  • PamyMalfoy

    Você me mataria ou me torturaria lentamente se eu falasse que tinha esquecido dessa fic? Pois é Tito, tempo de abstinência prejudica minha memória. Tanto mistério faz a fic ficar mega envolvente, apesar deles estarem começando a se revelarem. Acho que muita coisa vai acontecer por aqui ainda, e sendo essa fic escita pelo senhor, eu vou tentar preparar meu coração. Bem, adorei o capítulo, espero logo uma próxima att. Beijos!

    2012-07-26
  • EnigmaticPerfection

    Eu lembro de ter lido o cap 1 dessa fic e adorei de cara, mas como vi que a data de atualização era tão remota eu quase desisti... Aí agora vi isso! Que surpesa agradável!Ainda quero saber qual foi a tal decisão do Harry que acabou tudo. E também a missão. E o que vai acontecer. E tudo... Nem estou curiosa, né? hahaha Adoro o Draco! Desde o cap 1 ele me diverte. Espero que tenham mais momento desse no decorrer da fic. Vai ser tão bom ele e o Rony querendo se matar XD Só espero que essa fireza do Harry amoleça quando estiver junto dos dois melhores amigos na missão. Porque, concordo, eles podem se esforçar ao máximo, mas jamais conseguirão se afastar de verdade!Beijos

    2012-07-26
  • Nina Granger Potter

    Comecei a ler a fic hoje estou adorando. Qual será o segredo do harry, hein? Estou louca pra saber, apesar de ter certeza de que essa briga não durará por toda missão...Não demore para postar. A fic está ótima.beijos 

    2012-07-26
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