Capítulo Dois
CAPÍTULO DOIS
- Sim, Marlene, eu sei. Eu sei, pode ficar calma. Eu não vou estragar tudo. Já estou descendo inclusive, pode esperar aí – desligou o telefone.
Passou pelo espelho da sala e conferiu como estava: tudo perfeito. Não precisava de mais nada. Já quase se sentia como a velha Emmeline – não que isso devesse acontecer, era algo pra se preocupar. Ouviu uma buzina e resmungou: Marlene era tão sistemática! Que coisa. Despediu dos pais e desceu, pra não atrasar mais as coisas.
Encontrou Sirius Black mais lindo do que nunca dirigindo um carro. Um carro! Impressionante. Ela só havia visto Sirius em sua moto (ou sua “primeira mulher”, como ele costuma dizer), sequer sabia que ele tinha um carro. E ainda mais tão bonito. Ok. Ele era rico, isso era uma explicação plausível. Mas não era só o carro que era lindo: ele também estava bem diferente do normal. Havia um “quê” a mais, talvez o cabelo que passou um pouco de gel, ou a jaqueta de couro (sua “terceira mulher”, e não me perguntem em qual posição ele coloca a Marlene, ele também não gosta de falar nesse assunto), ou aqueles óculos escuros. Ah... Se bem que... Ele sempre foi bonito aquele tanto, ela que não percebia.
Remus realmente havia feito uma lavagem cerebral em sua mente. Um homem bonito daqueles do lado e ela se preocupando com o tímido e metódico. Não que ela fosse entrar na competição; não acreditava ser capaz nem em um milhão de anos de ganhar da Marlene (que obviamente tinha Sirius nas mãos). Era apenas uma análise mental inocente sobre como são as coisas.
Falando em Marlene, ela também estava diferente, Emmeline notou pouco após parar de babar no amigo. Ela usava uma jaqueta de couro ainda, mas essa tinha tachas. O cabelo estava todo solto e jogado para trás – inclusive parecia um pouco mais claro do que no dia anterior, seria impressão? -, os olhos com uma maquiagem preta, os cílios lindos mesmo sem rímel; usava por baixo da jaqueta apenas uma regata branca; também usava um short jeans com os bolsos aparecendo e uma open boot preta, salto 15.
Emmeline chegou a desistir e mandar Marlene em seu lugar. Os dois juntos pareciam o casal perfeito. Mas lembrou-se que precisava fazer aquilo. E que Marlene nunca aceitaria a proposta.
- Você me dá cada dia mais orgulho, Em!
Mais sorrisos. Era tão bom receber elogios dela!
- Obrigada. Você também não tá nada mal.
Marlene apenas sorriu em agradecimento. Analisou a si mesma, Sirius e por fim Emmeline, mais uma vez: tudo pronto. A loira havia realmente se preparado para o que iam fazer, e ela entendia bem das coisas. Usava um vestido que fechava na frente, decote considerável, justo e preto; um blazer rosa claro e nos pés um sapato meia pata também rosa, de camurça, salto 15. A maquiagem era delicada, mas completa: blush, rímel, lápis, base e o (amado) Snob.
Eles iriam conseguir. Definitivamente. Mas pra garantir o sucesso de tudo, precisava ligar pra Dorcas mais uma vez e confirmar que ela se lembrava do plano. E inclusive, tinha que incluir Emmeline nos últimos acontecimentos.
- Em, tem uma coisa que você precisa estar ciente antes de entrarmos na porta do colégio – Marlene falou quando já estavam quase lá.
- Diga.
- A Dorcas está aqui. Ela vai vir no colégio hoje e nos próximos dias. Você precisa fingir que vocês não são mais amigas. O sucesso da nossa operação depende disso.
- Como é? A minha melhor amiga está na cidade e ninguém me contou? Ela faz parte do plano? Você não podia ter avisado isso um pouco mais cedo?
- Eu só recebi a confirmação dela durante a madrugada. Você pode falar com ela à noite, tá bem? Mas nada de correr atrás dela no colégio. Ou eu juro que eu te mato – sorriu.
Emmeline não respondeu, apenas bufou em sinal de que concordava em manter as coisas daquela forma até mais tarde. Já havia ido até ali, não podia dar pra trás. Além do mais, o primeiro dia era o mais importante, ela sabia disso.
Sirius estacionou, fazendo alguns estudantes comentarem. Abriu a porta para Marlene e Emmeline. A loira saiu na frente, Sirius foi o segundo e Marlene ficou mais atrás. Aquilo estava seguindo de acordo com o planejado: ela andava, os cabelos loiros balançavam, os olhos azuis sérios e cruéis centrados à frente, às vezes um sorriso escapando dos lábios. Sirius tinha os óculos escuros na mão e um sorriso galanteador, passava a perfeita impressão de proteção. Marlene pisava e o barulho de seu salto impunha respeito por si só. Seus cabelos jogados pra trás de maneira despojada a tornavam o típico “contato”. Os corpos das duas, juntos diziam “Gostosas intocáveis”. Os olhos e o sorriso de Sirius diziam “Eu não diria bem intocáveis...”.
Chegaram ao armário e as coisas haviam acontecido como o esperado: noventa por cento do colégio não falava, pensava ou olhava para outra coisa. E aquela informação chegaria aos ouvidos da Mirella muito rápido. Chegando a seus ouvidos, chegaria também aos de Lisa.
Hora de encenar.
- Tá legal, o que nós vamos fazer hoje de interessante? – Marlene perguntou.
Sirius e ela trocaram olhares. Emmeline resolveu intervir.
- Não, não! – falou de um jeito meio infantil – Nem pensem em matar aula. Nós não podemos.
- Eu não disse nada – Sirius alegou inocência.
- Você pensou.
Deu de ombros e a loira os puxou para a sala, como se pra garantir que a assistissem. Perfeito. Já se via a cara de Mirella pela janela tentando confirmar a informação antes de repassar à abelha rainha.
Enquanto isso, Lily e Remus, companheiros, chegavam ao quartinho de faxina do segundo andar, muito pouco usado. Precisavam se esconder ali até o horário começar, e então, teriam de abrir o escaninho do inimigo e analisá-lo, coletar o que fosse preciso para análise tardia, etc. Logo em seguida, voltariam para suas salas, pedindo perdão pelo atraso. Estavam em salas separadas, isso ajudaria no caso de alguém suspeitar do que eles faziam.
Eles receberiam uma mensagem de Marlene quando pudessem ter certeza de que Lisa estava na sala. Isso aconteceu ainda antes do sinal bater. A mesma surgiu na frente de Emmeline e Marlene – por algum motivo exclui o bonitinho Sirius da conversa -, o que fez com que a última digitasse rapidamente um “a partir de agora”.
- Bom dia – forçou um sorriso.
- Uh? Não estou muito interessada, obrigada – Marlene falou.
- Bom dia – Emmeline deu um sorriso que pudesse se sobressair ao de Lisa.
- Eu estava pensando, nunca notei em vocês por aqui. Podemos almoçar juntas, o que acham?
As coisas estavam indo como previstas: Lisa falsamente as convidaria pra se juntar ao bando, considerando que assim ela permaneceria como a líder. Aquela mulher era realmente doente em manter as coisas na vida dela como estão.
- Eu estava pensando – Marlene levantou os olhos lentamente pra encará-la – Por que você não some daqui? – sorriu brincalhona.
- Perdoe minha amiga – Emmeline pediu, se controlando pra não rir – Ela não gosta muito de pessoas falsas, entende? Mas prometemos considerar sua proposta.
- Considerar? – Bella, uma amiga de Lisa que estava ali com ela, repetiu, procurando ver se entendeu bem.
Mirella mantinha os olhos na prima: Marlene. Não acreditava no que ela estava fazendo e sabia que tinha algum motivo pra tudo aquilo. Ela não costumava sair do seu estado de tranqüilidade social pra arrumar briga por nada.
- Por quê? Não quer que consideremos? – Em perguntou como quem não entende a dúvida.
- Sabe o que é? – Lisa falou firme – As pessoas não costumam considerar pedidos meus. Elas o atendem imediatamente, e espera-se que vocês façam o mesmo.
- Pois então, acho que você foi muito bem mimada sua vida inteira, não? – Emmeline riu – Olha Lisa, se não quiser que consideremos por achar isso muita falta de respeito à sua posição social, podemos rejeitar seu convite, simplesmente. Como prefere?
Lisa se aproximou de Emmeline, a encarando nos olhos. Sirius jurou ver umas faíscas saindo ali. Durou mais de um minuto. Estavam trocando informações silenciosas; era uma briga silenciosa. Uma dizia “eu mando aqui” e a outra rebatia “as coisas sempre mudam, querida”. E assim continuou até que Lisa, colocando as mãos na mesa de Emmeline, falou tentando controlar o quanto estava nervosa:
- Eu espero que saiba o que significa entrar no meu caminho.
- Acredite, estou louca pra saber – mais um sorriso desafiador.
Batalha vencida. Lisa não podia esperar por aquilo. Não, nunca. Podia até imaginar que algum dia outras pessoas tentariam vir pro colégio como quem quer governar aquilo, mas sempre pensou que seria apenas pra ser sua amiga e ficar popular. Nunca pensou que alguém poderia querer destruí-la, e também não conseguia pensar no motivo pra que elas tivessem decidido fazer isso. O que interessava era que a guerra estava de pé!
Sentou-se em sua carteira, bem mais na frente que a delas, que estavam entre o meio e o fundo. Enquanto ainda tentava controlar sua raiva, ouviu uma voz doce bem em seu ouvido:
- Uma bela vadia, não é?
Virou-se e deu de cara com uma loira de olhos azuis. Conhecia seu rosto de algum lugar, só não conseguia se lembrar de onde.
- Você a conhece?
- Tá brincando? – riu – Costumava ser minha melhor amiga – e então Lisa sacou: era Dorcas.
Lembrava de Dorcas muito bem! Ela havia mudado muito... Estava bem melhor agora, em sua humilde opinião.
- E por que não é mais?
- Oras, eu já não disse? É uma vadia. Total e completa.
- Ah... Mas o que exatamente ela te fez?
- Traição, dormir com o cara que as amigas gostam, querer se manter sempre melhor, coisas que vadias fazem.
- Entendo. Que péssimo. Mas então, quer se juntar a mim e as meninas no recreio?
- Com certeza – sorriu de novo – Sabe Lis, tenho a impressão de que seremos ótimas amigas. Algo me diz que temos coisas importantes em comum.
- Sabe? Eu tenho a mesma impressão – também sorriu.
Perfeito. Mais uma vez: tudo dentro do previsto. Tirando a sensação dentro de Dorcas de que tudo que ela falava sobre Emmeline era verdade. Aquilo ali estava fora dos planos traçados do princípio ao fim. Não se pode dizer que Marlene esteja totalmente a par da história, ela obviamente a conhecia em pedaços (os mais importantes, pelo menos), mas Dorcas havia conseguido esconder muito bem como se sentia em relação à ex-melhor amiga.
E isso seria um grande problema mais tarde.
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- Lily, se nós ouvirmos algum barulho, você corre imediatamente. Tá bem? – Remus perguntou, os dois ainda dentro do quartinho de faxina.
- Eu não vou te abandonar, Remus!
- Você precisa. Se encontrarem nós dois as coisas vão ficar suspeitas. E eu não quero que você entre em problemas, muito menos que o James saiba que você está em problemas.
- Ele não vai saber. Ele não se importa.
- Isso é o que você pensa. Vem, vamos – puxou a amiga pela mão.
Saíram do quartinho. Cada um abriu seu mapa do colégio que já estava no celular àquela altura do jogo. Havia também no mapa o costumeiro itinerário daqueles que vigiavam os corredores para que alunos como Remus e Lily não cometessem vandalismos. Porém, a coisa toda ia ser muito bem executada pra que eles fossem um problema; estavam longe disso.
- Você vai pela direita ou pela esquerda? – Lily perguntou.
- O que você decidir.
- Tem um banheiro feminino lá – apontou para a esquerda – Posso?
- Com certeza. Encontraremos em alguns minutos.
- Assim espero – ela sorriu, esperançosa.
O que mantinha Lily ali era exatamente isso: a esperança que tinha. Desde que James havia mudado, virado aquela coisa irreconhecível (por algum motivo desconhecido), Lily tinha esperança de fazer as coisas voltarem ao normal. Ele não podia abandonar os amigos assim, sem mais nem menos. Tinha que ser aquela mulher, fazendo lavagem cerebral com ele.
Ela ignorava que pudesse ser o motivo da mudança de James e de seu afastamento. Mas ela não ignorava propositalmente, pra não assumir a culpa, não. Ela só não sabia. Em sua linda inocência, Lily Evans não fazia idéia do efeito que foi capaz de produzir em James Potter suas pequenas palavras.
- Melhor checar o mapa – falou consigo mesma.
Conferiu: estava indo para o corredor onde ela e Remus estavam. Precisava sair dali. Estava dentro do banheiro, pois sabia que a mulher sempre subia pelas escadas do lado esquerdo, por onde Lily havia decidido ir. Esperou vê-la de costas e saiu como um camundongo, sem fazer o mínimo barulho.
Encontrou Remus no andar de baixo. Agora, tinham apenas cinco minutos pra abrir o cadeado de Lisa e depois deveriam ir para a escada do lado esquerdo, pois a vigilante sempre retornava pela escada do lado direito; era como um ciclo. Assim que o cadeado estava aberto, fizeram o que tinha de ser feito: subiram as escadas e ambos se esconderam no banheiro feminino do segundo andar.
Quando ela surgiu, desceram. Assim foi por mais 5 vezes, até que tudo que fosse importante tivesse sido coletado e todo o lugar tivesse sido confiscado. Remus e Lily agora fugiam da mulher pra que pudessem entrar em suas respectivas salas.
E assim seguiram as coisas até o momento do almoço: Emmeline agia como a menina mais popular da escola, Marlene agia como sua melhor amiga, e Sirius como o cara mais perfeito do mundo (o que não passou despercebido por Lisa, que acabou o convidando pra almoçar com elas separadamente). Lily normalmente em sua sala, Remus também, e Dorcas cada vez mais amiga de Lisa – já que passaram a aula toda falando asneiras de Emmeline.
Durante o almoço, Sirius chamou Lisa para um canto do corredor e, próximo o suficiente pra fazer a menina perder alguns sentidos, falou:
- Espero que me perdoe por não poder almoçar com você – colocou uma mecha do cabelo da garota atrás de sua orelha. – Mas você conheceu aquelas duas, e eu não gostaria de te dar mais problemas.
- Por que você anda com elas? Você pode simplesmente andar com a gente!
- Não posso – sorriu. – Seu namorado não gosta muito de mim – apontou para James; este assistia a cena com fogo nos olhos (o melhor jeito de explicar a situação).
Lisa acabou ficando vermelha e se atrapalhou um pouco, mas agradeceu Sirius e saiu dali o mais rápido que pôde. Acabou precisando dar grandes explicações pra James. Quem acalmou a situação foi Dorcas, que chegou falando sobre como “o Sirius é um grande galanteador, mas é óbvio que a Lisa nunca cairia nesse jogo dele, ela é tão apaixonada por você que dá pra ver”. Lisa lembrou-se de agradecer Dorcas da maneira apropriada mais tarde. Aquela menina estava saindo melhor que a encomenda.
Como Marlene, Sirius e Emmeline tinham que fingir ser populares, não puderam se encontrar com os outros amigos no recreio. Sentaram-se na mesa que Lisa e as amigas costumavam sentar, e isso quase gerou uma briga – que foi impedida por Sirius e Dorcas (mais uma vez), que acalmaram a situação e convenceram Lisa que “não valia a pena brigar com aquela galinha desmembrada”.
Fora isso, nada anormal. O resto do dia ocorreu como planejado. O plano estava indo muito bem: a vida social de Lisa McCoy estava ameaçada e ela sentia isso. Agora, também ameaçariam outras áreas de sua vida pra que ela não tivesse forças quando sua relação com James fosse abalada. Para isso, se encontraram todos à noite, como sempre, na casa de Sirius. Dorcas também estava lá. E Peter (o que era uma surpresa, pois ele não falava com os amigos desde alguns acontecimentos entre Sirius e ele).
- Estou muito orgulhosa de todos vocês – Marlene disse. – O nosso primeiro dia foi exatamente como o planejado. Mas, como dito, é só o primeiro dia. Precisamos agora fortalecer nosso plano e preparar as novas armas.
- Tem algumas coisas que eu quero entender – Emmeline pediu – Como, por exemplo, por que a Dorcas tem que ser a amiga de Lisa.
- Isso é óbvio. Eu não poderia, porque nós estamos todos os dias juntas e seria inexplicável. A Lily muito menos, já que todo mundo que tem um cérebro sabe que ela não seria capaz de manter as aparências. Dorcas esteve fora, voltou diferente, motivos inexplicáveis de por que viajou. Além do mais, eu tenho algumas outras razões pessoais pra isso – sorriu.
- Ah, claro. Como sempre, você decide as coisas – resmungou.
Mas só o fez porque não queria ter que fingir odiar a melhor amiga agora que ela estava de volta. Havia sentido tanta falta dela! Era muito injusto.
- Algum problema, Em? Você prefere tomar o controle da situação? Porque, se quiser, fique à vontade.
- Não. Só gostaria de ser avisada de coisas assim com antecedência.
Emmeline também estava chateada porque, até agora, Dorcas ainda não tinha ido falar com ela. Nem um “olá”. Ela sequer olhava em seus olhos, mesmo que Emmeline estivesse falando sobre ela!
- Mais alguma coisa que queiram saber? – tomou o silêncio coletivo como um “não”: - Ótimo. Peter está aqui porque, como todos sabemos, ele é um rato de computador. Vamos precisar que ele altere alguns dados, talvez. Logo, vocês também conheceram outra pessoa que vai nos ajudar. Tenham em mente que, para o nosso plano obter sucesso, precisaremos atacar Lisa sem escrúpulos e de maneiras, para alguns, detestáveis.
- Marlene... – Lily pareceu receosa de perguntar – O que você pretende fazer?
- Eu não vou compartilhar com vocês todas as coisas, porque vocês questionariam algumas. Prefiro que as vejam acontecer. Só digo o seguinte: se alguém que está aqui quer abandonar o barco, é melhor fazer isso agora. Eu não vou dar a chance de fazê-lo depois. Então, caso você veja algo de ruim acontecendo com Lisa, a veja sofrendo e decida que não quer mais participar disso, será tarde demais. E qualquer um que abrir o bico, vai ser a próxima Lisa McCoy da minha lista. Estamos entendidos?
Todos os presentes engoliram a seco, mas nenhum deles ousou dizer que queria pular fora. Não. Todos estavam determinados a salvar o James, todos tinham um motivo; James havia sido uma pessoa muito boa, e graças a isso até piores inimigos estavam reunidos para resgatá-lo das mãos de Lisa.
- Primeiro: as coisas vão continuar assim. Nenhuma alteração. Lily e Remus, vocês trabalharam com Peter para alterar dados do computador de Lisa ou para adicionar dados que sejam beneficentes à nossa operação.
- Você diz alguma coisa odiosa sobre o James, por exemplo? – Remus perguntou.
- Exato! E Peter, você trabalhará sozinho na missão de alterar informações cruciais em notas escolares, etc. Você sabe o que fazer, já tivemos essa conversa antes.
O menino sorriu, confirmando. Estava se sentindo honrado de poder ajudar James Potter, que havia ficado do seu lado em um dos momentos mais importantes de sua vida; e um dos mais tristes, também.
- Dorcas, as coisas pra você continuam as mesmas. Também já conversamos. O mais importante agora é fortalecer sua amizade com a Lisa e, posteriormente, com o James.
- Moleza – falou rindo.
- Posso ver se eu entendi uma coisa? – Lily pediu e Marlene a instigou a continuar – O Sirius vai dar em cima da Lisa? Porque parecia que era o que ele estava fazendo hoje.
- Ah. Sim. Precisamos de alguém que seja páreo para o James e que possa distrair um pouco o coração aflito da nossa querida inimiga.
- Logicamente – a ruiva sorriu.
Estava feliz por tudo estar dando tão certo.
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- Dorcas – Emmeline tentou chamá-la, mas a amiga parecia fugir – Dorcas! Espera! – correu atrás dela.
Após algum tempo a alcançou. Era inegável que Emmeline estava em melhor forma; fazia seus exercícios todos os dias, sem deixar passar um. Além do mais, Dorcas não estava bem no ânimo de sair correndo sob seus saltos novos. Portanto, as duas se dirigiram ao banco mais próximo pra que pudessem sentar.
- Quer me explicar por que você tava fugindo de mim? – Emmeline tentou perguntar, ainda com a respiração ofegante.
- Quando alguém foge de alguém é porque não quer conversa, sabe? – Dorcas também tentou responder, a respiração mais ofegante que a da outra.
Esperaram a situação respiratória de ambas voltar ao normal para que a conversa prosseguisse.
- Por que você não ia querer conversar comigo? – o tom era brincalhão.
Mas Dorcas respondeu séria: - Por que eu ia querer conversar com você?
- Espera aí... Você tá falando sério? O que aconteceu? O que eu fiz? Porque até onde eu me lembro, foi você que sumiu da minha vida logo quando eu mais precisava de alguém.
- E por que você precisava de alguém? Vamos recapitular.
- Porque o homem que eu amava havia acabado de terminar comigo, dizendo que dormiu com outra!
- E ele fez isso por quê?
- Porque... Eu não sei. É uma coisa que eu me pergunto até hoje. Acho que foi pelas coisas que eu falei na noite anterior, eu fui meio dura por isso. Mas onde você...
- Calma. E com quem ele dormiu? Você nunca soube? Nunca se vingou?
- Eu imaginei que você pudesse me dizer, mas você sumiu praticamente no dia seguinte. Ele era o seu melhor amigo, vocês estavam mais próximos que nunca!
- Exatamente. Eu sei. Nunca passou pela sua cabeça que eu sai correndo por que não queria te contar quem era?
- Não, nunca. Você é minha melhor amiga. Por que esconderia algo assim de mim?
- Porque na época eu me importava demais com você pra te dizer que fui eu quem dormiu com o Remus.
Baque. Tipo um tapa na cara. Foi exatamente o que Emmeline sentiu. Seus olhos já estavam marejados. Aquilo só podia ser alguma brincadeira estúpida que a Dorcas estava fazendo. Remus a traiu com sua melhor amiga? Ou sua melhor amiga a traiu com seu namorado? Como assim? O que estava acontecendo? Por que a Dorcas estava inventando aquelas brincadeiras?
- Para de brincar, Dorcas. Eu sei que você...
- Não seria capaz disso? Pois eu espero então que você saiba que, assim como você, eu sou capaz de qualquer coisa por quem eu gosto. Infelizmente, você não era boa o suficiente pro Remus, o que me fez intervir.
- Por quê? Por que você não me contou que gostava dele? Nós poderíamos...
- O que? Lidar com a situação? Eu poderia aprender a como viver sem ele?
- Eu nunca o deixaria entrar na frente da nossa amizade, Dorcas... Eu teria terminado com ele até que nós resolvêssemos o problema!
- Calúnia. Você diz isso porque agora você não o tem nos braços. Mas me diga, como você conseguiu a proeza de fazer com que ele te odiasse? – ela riu cruelmente.
- Eu não entendo... Não entendo o que eu fiz pra você...
- Tudo! Você nunca parou pra prestar atenção em como você me ofuscava, você sempre me deixou como a menina apagada. Você se inspirava em mim, você virou uma pessoa igual a mim pra conquistar o cara que eu sempre amei! Dentre todos do mundo você escolheu justo o cara que eu sempre amei!
- Você nunca disse nada! Eu não podia adivinhar... Dorcas, me perdoe... Eu não sabia que...
- É. Vê se me poupa desse seu “blábláblá” de arrependimento. Você teve o melhor cara do mundo nas mãos. Você o desprezou e logo um dia depois que ele terminou com você porque não queria desonrar o posto de ser o seu homem, você dorme com o cara que ele mais odeia na terra. Eu tenho nojo de você, Vance.
Emmeline não conseguiu responder; a essa altura já chorava riachos. Dorcas permanecia fria, sem se deixar levar pelo desespero e o quanto a outra parecia sofrer. Emmeline se sentiu mal; não queria ter feito tudo aquilo à sua melhor amiga, gostaria de ter perguntado, pois agora que parava pra pensar, Dorcas sempre agiu meio estranho quando Remus estava por perto. Mas também não conseguia acreditar que sua melhor amiga havia dormido com ele; não, isso doía mais que qualquer coisa.
- O Remus...
- Não. Ele não quis. Não precisa culpar ele por isso. Acho que eu o amo o suficiente pra não querer que ele fique com o bandido, afinal – sorriu pra si mesma.
- Eu não... Desculpa por nunca ter perguntado, nunca ter te ouvido, nunca ter parado pra perceber que você gostava dele. Você tem razão, eu roubei uma coisa que você quis muito. Eu fiz isso sem nem pensar no que você estava sentindo. Eu o desprezei, fui uma péssima namorada. Podia ter sido melhor, ele sempre mereceu isso... Mas ainda assim, Dorcas, eu nunca esperava de você... Nunca, nem em hipótese eu esperava uma traição sua... Da pessoa que eu mais admirei na vida, a pessoa que eu sempre quis ser...
Os olhos de Dorcas se abriram de repente. Ela nunca havia escutado aquilo. Teve que lutar pra não sucumbir ao charme de Emmeline; não, ela era uma víbora, tinha que manter isso em mente! Não podia desistir agora. Depois de tudo que aconteceu. Levantou-se rapidamente do banco, olhou mais uma vez para a loira que chorava desesperadamente e, ao sentir as primeiras gotas de chuva, se afastou, mas não sem antes dizer:
- É uma vergonha saber que alguém como você me admira.
Emmeline imaginou seu mundo caindo. A chuva que já ia ficando mais forte fazia-se confundir as lágrimas com gotas de chuva. Mais uma vez estava sozinha, mas agora mais sozinha do que nunca. Não havia ninguém que pudesse lhe ajudar.
No que ela se enganou. Ele estaria ali, como sempre esteve. Depois de ouvir toda a conversa, estaria ali.
E ela sentiu seu abraço quente. Não esperou: se jogou em seu peito e chorou como nunca. Sentiu suas mãos passando por seus cabelos, de forma a acalmá-la; sentiu seu rosto próximo, ouviu sua voz doce dizendo coisas carinhosas, avisando que tudo ia ficar bem. Mas não, não ia ficar tudo bem. Não por enquanto. Sua melhor amiga tinha ido embora e não parecia ter a intenção de voltar. Ela tinha ido sem perdoá-la pelas coisas horríveis que havia feito e sem pedir perdão pela traição enorme que havia cometido.
- Eu sei que parece bem ruim agora, eu até entendo se quiser que eu vá embora, mas acredite: vai passar. Depois de um tempo a gente aceita que a pessoa simplesmente escapou das nossas mãos e não tem mais volta.
- Eu... Eu nunca vou... realmente... te pedir pra ir embora – se apertou mais contra ele.
E ali os dois ficaram, até o final da chuva e um pouco mais.
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N/B: Então, o buraco é sempre mais embaixo! Esperem até a gente começar a achar fósseis e petróleo e etc. Tenho que dizer que eu tava muito ansiosa por esse capítulo, é RADICAL (presente pra MMck OEHAWOEHAW), ver as coisas se desenrolando e entender os dissabores todos. E essa vadia da Lisa tem que rodar, sério! Sirius seduziu só um pouco, ok (ah essa maldita jaqueta sortuda!), Lily cada vez mais fofa e esses Emme e Remus, a melhor surpresa até agora. Se você não agarrar ele logo eu agarro, cacete Emmeline! Então, até a guerra tem sua ética, mas ela é meio duvidosa por aqui. Enquanto os generais se trucidam, a gente só assiste hehehe. Até o próximo :)
N/A: HAHAHAHA CAPÍTULO RADICAL, OK. Obrigada, Evams <3 Uhm, então, esse é o capítulo dois. Eu sei que eu disse que ia postar só amanhã, mas mesmo assim resolvi postar hoje. Não sei por que, já que eu não tô recebendo muitos comentários (btw, isso é muito desanimador, ok). Sei lá, tô tentando não me importar com isso e só ligar pro fato de ter gente que parece gostar e seguir a fic. Nem Jesus agradou a todos, né? AUEHAUEAHEAUHEA Mas parei com esse papo. Vou responder os preciosos comentários:
Ni: Eu acho que eu foco demais na Lene e no Sirius, mas essa fic era pra ser mais JL que o normal, sabe AEUHAEUAHUEAHUE Ok, estou falhando miseravelmente, eu sei. Vou dar um jeito de revirar as coisas (mentira, não tem como porque eu já tô escrevendo o último capítulo, mas ok, me perdoe). Bom, pelo menos tudo gira em torno de salvar o James e daí o motivo pelo qual o James se afastou blablablá não posso dizer, mas ah, deixa. Não vou falar nada, eu sempre acabo dando spoiler. AUEHAUEHEAUEA Adorei você alok, já falei né? Pode aparecer assim mais vezes, me rende boas risadas AUEHAEAUAHUE E obrigadaaaaa por estar lendo e comentando e sendo a leitora mais fiel aqui <3
Cá Black: AI QUE TCHUCA <3 Fico muito feliz que você tenha amado, de verdade! Também amo a Amanda Seyfried, ela é super! Acho ela tão tchuquinha, mano *-* AEUHAEUEAHEAU Eu também preciso ler suas outras fics, depois! Vou fazer isso, sério. Eu posso até demorar, mas faço ok AUEAHEAUAE E ta aí, espero que você goste, hihi
Gaby: Ok, já respondi seu comentário porque não me aguentei, mas só queria deixar bem claro (de novo) que é uma honra pra mim você ler minha fanfic e ainda por cima se oferecer pra fazer uma capa pra ela <3 E pois é, eu sou toda cagona. Tenho medo de tudo, mano AUEHAEAUEAHUEA Eu te entendo, também AMO fazer capas! É um hobby, é um hobby.. Queria ter talento pra coisa. Um dia eu paro e aprendo, AEUHAEUEAHUEAUHEA E pode deixar, vou parar com vergonha, juro. Vestibular sempre atrapalhando as nossas vidas.. nervoso dessa coisa. AUEHEUAHEA Eu super revolts, ok. Não. Mas né, taí, espero que você goste e que não me torture mais: POSTA O 16 MANO, hihi tô tão louca pra ler!
É isso aí, people. Comentem, por favor. Me fazem muy feliz quando decidem comentar, juro. Não é por capítulos, tipo, não vou fazer chantagem nem nada, só peço que me façam feliz assim AUEHAEUAEHAUEAHUEA Ok, eu preciso parar de ser ridícula já. E de falar mano. Mas MANO, é muito difícil. Vejo vocês antes de quarta que vem (porque eu viajo quarto, então, fora de cogitação postar o capítulo 3), besos.
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