Capítulo Um
CAPÍTULO UM
Que droga. Por quê? Por que todas as músicas que ouvia tinham que lembrar aquele idiota? Por que era incapaz de não pensar nele por um segundo que fosse, mesmo depois de tudo que aconteceu? Por quê? Não tinha uma explicação; ela tinha que ser louca, doente, problemática, masoquista. Idiota. Era uma idiota. Ele havia a feito de idiota e ela continuava a deixá-lo invadir sua mente, fosse quando acordada ou principalmente quando dormia.
Precisava parar com aquilo imediatamente. Mas com quem falaria? Dorcas havia sumido pra fazer aquela porcaria de coisa que ela “precisava fazer” que ninguém sabia o que era; Marlene apenas a chamaria de estúpida por não correr atrás do que quer – mas falar com a Marlene não era uma opção, já que jamais mostraria fraqueza à amiga em questão -, e falar com Lily só a deixaria mais preocupada. E todos sabemos como a Lily é dramática, imagina só qual seria sua reação ao saber de todo o sofrimento que a amiga estava passando?
Tudo bem. Não era bem hora de pensar em si mesma, de qualquer forma. James estava com problemas, e ela devia muito a ele pra ignorar a necessidade de salvá-lo. Precisava se apressar, ou não chegaria rápido ao colégio e muito menos à reunião antes das aulas.
- Com licença – pediu aos adolescentes parados na porta do colégio.
Pra variar, aquelas cantadas de “pra que a pressa gata” ou “é, vamos com calma, princesa”. Já estava acostumada. Se não era o rostinho mais bonito daquele lugar, então quem mais seria?
- Oi vocês – disse aos amigos que estavam no corredor – Desculpa a demora.
- Bom dia, Emmy! – Lily sorriu.
Sempre tão sorridente, tão alegre, tão feliz. Como ela conseguia aquilo, mesmo?
- E aí, pensou em alguma coisa? – Marlene perguntou.
- Acho que sim. Mas nós vamos ter um bocado de trabalho e vai ser bastante cruel.
- Já gostei do seu plano – a morena riu.
- Eu estava pensando, a vida inteira dela precisa ser um inferno pra que ela não suporte o James também sendo um inferno. Que tal se a gente mudasse um pouco as coisas na escola?
- Ora essa – Marlene falou orgulhosa – Você pensa alto! Não é à toa que é uma das minhas melhores amigas.
Emmeline sorriu, também orgulhosa. Ouvir aquilo a fez sentir melhor – e obviamente ela não diria o real motivo a ninguém, mas todos sabemos que é graças ao status de Marlene que faz ser amiga dela um status pessoal que você pode exibir pelos lugares, algo como “ela te ignora e te esnoba, eu sei, mas é minha amiga”.
- Muito obrigada – brincou.
Sirius, em seu canto, sorriu. Era incrível ou não como ele não era o único a pagar pau pra cada ato daquela mulher?
- Pois bem. Precisamos separar o que cada um vai fazer. Vocês estão preparados pra ser sujos, certo?
- Eu já nasci sujo – Sirius disse.
- Nós sabemos – Marlene sorriu. – Eu perguntei pra eles, na verdade.
- Estamos! – Lily respondeu por todos.
Mas bem... Se a ruiva estava preparada, quem não estaria? Sendo ela o maior símbolo de pureza daquele grupo – inclusive, graças a isso, sendo o que os mantinha juntos.
E estarem juntos a partir dali seria o mais importante. Pelo olhar que Marlene lançou a Sirius e o sorriso vitorioso que ela deu em seguida, pode-se imaginar algo grandioso. Não é qualquer plano que tira um McKinnon e um Black do sossego pra por a mão na massa, isso já estava mais que esclarecido àquela altura do campeonato. E portanto, nada menos que uma atuação perfeita seria exigido dos membros daquela equipe.
Ah, quem não adora esses joguinhos?
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- Agora que estamos todos aqui e podemos conversar abertamente – Marlene começou a se pronunciar, assumindo seu costumeiro posto de liderança – Precisamos combinar os detalhes do nosso primeiro ataque, que acontecerá a partir de amanhã.
- Nós vamos nos separar, certo? – Lily quis confirmar.
- Sim. Precisamos atingi-la de vários lados de uma só vez. Você, por exemplo, - se dirigiu à melhor amiga – vai cuidar da parte do Remus, junto dele. Espero que tenham lido as informações que eu lhes passei. Sugiro que grifem as partes mais importantes, como as coisas que ela não gosta e as coisas que ele esconde.
- Pode deixar! – a ruiva respondeu de prontidão.
- Ótimo. Emmeline, Sirius e eu faremos a missão derrubada. É hora de acabar com o conto de fadas que aquela menina criou no colégio. Espero que vocês dois estejam cientes do que significa estar nessa parte do plano – olhou para os dois; Emmeline balançou a cabeça em sinal de afirmação, Sirius apenas arqueou uma das sobrancelhas, fazendo Marlene revirar os olhos.
- Você ainda não acha que isso é muito pouco? E como vamos fazer pro James odiar ela? E pra fazer tudo funcionar? – Lily perguntou desesperada.
- Nós não estamos sozinhos nessa, simples. Em seu tempo, nossas ajudas surgirão. Por enquanto, cumpram com o que vocês têm que fazer e eu cuido de manter as coisas sob controle.
- Marlene...
- Sim?
- Você tem certeza que nós vamos conseguir isso?
- Apreensiva por que, loira? Você é a menina mais linda daquele lugar. Se você não tiver o mundo nas mãos em dois dias, juro que te pago um yogurte gelado.
- Você quem sabe...
- Sim – confirmou e abriu um sorriso – Podem ir. Boa sorte na preparação pra amanhã. Estejam firmes, não sabemos quanto tempo isso vai durar.
- Lene?
- Diga.
- Obrigada por tudo que você tá fazendo. De verdade. Você sabe o quanto isso é importante pra mim, então... Obrigada.
- Imagina, Lily. Você é a minha melhor amiga. Eu faria qualquer coisa por você – beijou a testa da ruivinha de olhos brilhantes.
Logo, a mesma foi embora, assim como Remus e Emmeline que já haviam saído. Mais uma vez sobraram os dois. Será que aquilo era proposital da parte dela? Devia ser.
- Preparado?
- Pra? – olhou para Marlene.
- Você acha que eu vou deixar tudo nas mãos das atuações deles? Precisamos repensar tudo que foi decidido e arrumar maneiras pra caso a gente precise intervir em qualquer situação.
- Certo – soltou o ar pesado, colocou o cigarro no cinzeiro e levantou, indo até a mesa e começando a trabalhar.
Nada de noites saudáveis de sono para aqueles que querem fazer algo certo. Afinal, trabalho só vem depois de sucesso no dicionário.
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Ok. Nada de fases clichês, vamos nos controlar. Porém, como explicar aquilo sem ser clichê? Sua vida era praticamente um filme de comédia romântica que virou drama e agora estava mais pra “High School: taking down the bitches”. Por que ela havia se metido naquela parte do plano, mesmo? Detestava ser o centro das atenções. Quer dizer... Talvez não detestasse assim... Só um pouquinho, ou quase nada... Pois bem. De qualquer forma, foi uma péssima idéia! Seria impossível manter todo o seu lado emocional sob controle quando estivesse fazendo aquele jogo de patricinha popular de novo.
Com certeza se lembraria de tudo que aconteceu no antigo colégio... Droga! Precisava ser forte! James estava preso naquela enrascada e era por ele que ela estava fazendo aquilo; ele merecia o sacrifício. Além do mais, quando tudo acabasse ela poderia voltar a sua vida normal de anônima bonitinha. É. Tão prático pensar assim, por que não? Tudo ia dar certo, óbvio.
- Com licença? – a mãe apareceu na porta, assustando-a.
- Mãe! Não faz isso de novo! Você quase me matou do coração!
- Tudo bem – sorriu doce – Só queria te avisar que uma amiga sua apareceu aqui hoje. Eu não consegui reconhecê-la, apesar de ela saber bem o meu nome. Uma loirinha, bonitinha, olhos azuis bem claros... Enfim. Disse que ia voltar pra vê-la, só estou te mantendo informada – mais um sorriso doce.
- Muito obrigada, mãe.
A loira de rabo e cavalo mais conhecida como “mãe” se retirou, deixando Emmeline presa em seus próprios pensamentos. Amiga loira, bonita e de olhos claros? Só conhecia uma que era bonita e de olhos azuis clarinhos, mas ela não era loira... Ou... Será? Não podia ser. Se ela estivesse na cidade, já saberia, estaria ali, sob sua janela naquele mesmo minuto! Afinal, havia sérias explicações que ela ainda precisava lhe dar!
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Saiu do banheiro e espreguiçou-se. Jogou a blusa no chão e ficou apenas com a calça de dormir. Pensou em se jogar na cama imediatamente, tão cansado estava, mas uma foto o fez parar ali mesmo: a loira e a morena, ambas junto dele, cada uma de um lado. Que saudade daquela época. Às vezes se perguntava por que tinha sido tão estúpido, mas logo depois se lembrava: elas também haviam sido estúpidas com ele.
Provavelmente Emmeline jamais teria noção do que ela fez com ele aquela noite. Ele teve tantos motivos pra fazer o que fez que, às vezes, isso quase o convencia de que não tinha culpa. Infelizmente, nem tudo é perfeito. A saudade que sentia, principalmente da loira, tornava todos os acontecimentos insuportáveis, pesados demais pra serem carregados. Porém, o que faria ele? Não era como se pudesse escolher. Já tinha sido feito, e como disse uma vez seu ex-amigo (esperançosamente, futuro-amigo), James Potter: mal feito, feito.
Remus já estava pronto pra refletir por mais horas e horas sobre a foto, o que aconteceu, o que poderia ter acontecido, James e outras milhões de coisas, mas um barulho estranho o fez mudar o foco de atenção: alguém havia batido em sua janela. Aproximou-se e não viu nada. De repente: PAH. De novo. Dessa vez ele havia visto: era uma pedra.
Mas quem tacaria pedras em sua janela àquela hora?
- Alguém aí? – perguntou alto.
Nada. Silêncio absoluto. E, quando menos esperava...
- Surpresa! – uma loira pequena surgiu à sua frente.
Remus quase caiu pra trás tamanho seu susto. A loira se atirou em risadas histéricas pela cara que ele fazia e por sua reação.
- Não sabia que levava susto assim tão fácil, Remie.
- O que você tá fazendo aqui? Há essa hora? Desse jeito?
- Que jeito? – estranhou a pergunta – E como assim “há essa hora”? Qual o problema da hora? É muito tarde pra você? Engraçado, o Remus que conheci costumava ir dormir bem depois das nove horas...
- As coisas mudaram.
- Ah. As coisas mudaram? – riu sarcástica.
Já estava andando pelo quarto em cima de um salto roxo número 15, olhando todos os pequenos detalhes daquele lugar em que esteve tantas vezes.
- Não me parece que as coisas mudaram, Remus – se virou para ele.
- O meu quarto continua o mesmo, Dorcas. Eu que não.
- E posso saber qual o motivo da mudança? – se aproximou lentamente, passando a unha comprida por seu peito nu.
- Acredito que você já saiba – Remus era tão sarcástico quanto ela.
Dorcas se afastou um pouco. Pareceu brava por alguns segundos, mas logo sua expressão relaxou e ela apenas deu seu sorriso assustadoramente falso mais uma vez:
- Sabe, eu esperava uma recepção mais calorosa. Talvez um “Dorcas, você por aqui? Há quanto tempo, não?”.
- Minhas sinceras desculpas.
- Tudo bem – ignorou a ironia do amigo: - Pelo visto você ainda não superou aquela loirinha.
- Como você pode falar assim? Ela é sua melhor amiga. Ela te espera desde o dia que você foi embora, louca pra poder ter alguém com quem conversar como era antes.
- Remus, querido, você não sabe nada da vida. Eu cresci ao lado dela. Eu sei muito bem se posso ou não chamá-la de melhor amiga. E... esperando por mim? Qual o problema? Ela já não é mais a preferida? Sua beleza não compra mais as coisas que ela quer?
- Você sabe muito bem que ela nunca fez isso.
- Que saco é conversar com você, tem que ficar repetindo as coisas – revirou os olhos. – Eu já falei: eu cresci ao lado dela, então, não tente me dizer o que ela fez ou deixou de fazer.
- Eu a conheço, Dorcas.
- Você conhece a Emmeline que ela quis que você conhecesse. A boa, bonita, simpática, gentil, educada e esforçada Emmeline. Aquela que ela nunca foi. Aquela que eu sempre fui.
- Pois não me diga que você pintou o cabelo de loiro também por inveja?
Dorcas soltou uma risada nervosa: - E do que te adianta defender tanto ela, hein? Ainda está aqui sozinho, sem ela do seu lado. E não adianta me dizer que é porque ela não quer, eu sei muito bem como estão as coisas. Vocês se “odeiam” agora, não?
- Tá legal. Por que você tá aqui?
- Não é óbvio? A Marlene me chamou. Disse que o James estava em apuros. Eu vim ajudar – voltou a sorrir.
- Por que você?
- Fofinho, você pode até me detestar graças as suas fraquezas, mas eu espero que não negue a minha capacidade de ajudar em uma situação dessas. Além do mais, as coisas também mudaram comigo.
- E qual o seu interesse no James?
- Você não é mais nada meu, não faz com que ele deixe de ser. Você não sabe o que o James já fez por mim ou o que aconteceu entre a gente. Eu tenho meus motivos, não acha?
- Ah é? Quais são? Ou vai me dizer que você também fez com que ele dormisse com você?
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N/B: cara, que saudade de betar uma das fics deliciosas da MMck. Eu pretendia ostentar todo o meu infinito poder e influência e conhecimento sobre a história, mas a verdade é que eu to tão curiosa quando vocês! To me mordendo pra saber do plano, e quando essa vadia que tirou o James da lindíssima Lily aparecer finalmente, eu vou ter que me amarrar na cadeira pra não voar em cima do monitor. E esse Sirius, meu Deus, VEM SER SUJO ASSIM AQUI NA MINHA CASA OK. E legal que a história ta parecendo um campo minado com toda essa atmosfera de discórdia, então meu aviso aos navegantes: até a primeira bomba! Vai ser um prazer, hell yea.
N/A: Que saudades de escrever, postar, ler comentários.. Isso tudo é muito bom! Como eu me mantive afastada disso, alguém me explica? Mas enfim, tá aí o primeiro capítulo. Eu vou postar um novo toda sexta-feira, que deve ser o dia mais fácil pra mim, no fim das contas. Não sei como eu vou fazer quando eu viajar, porque eu não tenho certeza se vou levar o computador, mas eu aviso antes. E aqui vai as respostinhas, porque como tem poucos comentários, ainda dá pra fazer isso:
dominique.: pois é, eu acho que eu devia ter colocado O Filho da Puta, porque ele é assim, né? mas eu meio que fiquei em dúvida, porque o papel dele no plano é ser tipo "o desejo" dela e pans (olha eu dando spoiler), fora que sei lá, não sei não, mentira. eu queria mesmo ter colocado, foi bobagem minha AEUHAUAEHAUEAUH mas é, pelo menos ele é todo ser vivo mais desejado do mundo e essa coisa, né, hahaha. e obrigada por estar lendo, você é uma tchuca!
MayBlack: espero que você não suma, e que você tenha conseguido entender um pouco mais as coisas agora. eu sei que o prólogo ficou confuso, mas é porque eu sou meio confusa (?), tipo, sei lá, eu gosto de começar as fanfics sempre de um jeito confuso, entende? eu sei, é confuso hehehe obrigada por ler! beijocass (:
Gê: até hoje não consigo te chamar de math! sei lá, sabe? eu sinto que eu tô invadindo uma coisa antiga, AEUHAEUAEHAUEUHA (por que eu tô falando isso aqui, mesmo?) mas então Gê, é uma honra pra mim você estar lendo isso e você sabe! e saber que ela tá nas suas favoritas é uma honra maior ainda! não preciso nem explicar, né? você é um dos escritores mais fodas desse lugar, fatão!
Gaby Black: NÃO ACREDITO NO QUE VEJO. POSSO PIRAR? ok, posso. não, sério. você não tem noção de como eu te admiro pelo jeito que você escreve e faz essas capas maravilhosas! eu juro que você não faz idéia de como foi lindo ler um comentário seu aqui! nossa, nossa, nossa, tô me sentindo muito agora, vocês aumentaram muito minha moral. VOCÊ aumentou muito minha moral, hehe 8D e com certeza eu vou estar lá pra ler o capítulo 16 (ou devorar ele, seria o termo correto). obrigada mesmo por ler, e fico super feliz que você goste dos comentários! eu acho eles muito idiotas, mas eu juro que tento.. beijocass!
É isso aí. E esse é o capítulo um, pessoal. As coisas tão só desenrolando ainda, e eu concordo com a beta: parece um campo minado aquilo ali. Eu pago pra ver o que vai acontecer, hehehe. E eu podia até jogar na cara de vocês também que eu sei o que vai acontecer, mas acredite, também tô meio curiosa quanto a isso AUEHAAUEAHUEAUHEA (que péssima coisa pra eu dizer, eu sei, mas infelizmente é verdade). Minha mente muda de segundo em segundo. Eu já planejei um final, mas juro que não sei se eu vou acabar mudando a coisa toda, uhm. Espero que acompanhem a fic! Sexta que vem tem o capítulo dois (:
E eu queria deixar bem claro que: NINGUÉM TEM UMA BETA TÃO LINDA QUANTO EU <3 Sério, as suas N/bs me dão muita vontade de continuar escrevendo, evams, você é a pessoa mais linda do planeta <3 teamoteamoteamoteamo (ai, eu fico tão super emocionada quando leio suas n/bs, sente só, fico mó.. dramática e essa coisa toda), obrigada por ser tão você :')
Ps: eu sei que ali na capa é Vanessa Hudgens e não a Amanda Seyfried, mas ignorem isso, tá? Plix. Eu precisava de uma Dorcas morena, porque na época dos acontecimentos em questão ela era morena ainda, poxããã. Espero que sejam compreensiveis, e é isso aí <3
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