Prólogo
- Pois eu discordo – Emmeline pontuou pegando um biscoito da caixinha que estava no meio da mesa.
- Ah, é? – Remus arqueou uma das sobrancelhas – E discorda por quê? Tem alguma idéia melhor?
- Não adianta usar seu olhar desafiador em mim, Lupin. Não sei se você percebeu nos últimos meses, mas não funciona – deu aquele meio sorriso irônico e pegando outro biscoito, prosseguiu: - Eu não sei ao certo se tenho uma idéia melhor. Estou trabalhando nela pra que ela alcance a perfeição, compreende? Mas a sua com certeza não é válida.
- Tem certeza que não tá implicando com a minha idéia só porque tem medo de admitir que o seu ex-namorado teve uma boa idéia antes de você?
- Cala a boca.
- Tudo bem, vocês dois aí, chega – Lily falou balançando a mão na frente deles, procurando fazer com que nem se olhassem mais. – Eu sei que o clima tá tenso por aqui, mas a gente precisa trabalhar juntos se quisermos conquistar nosso objetivo.
- A Lily tá certa – Sirius comentou da sua poltrona preta de couro (ou sua “segunda mulher”, como ele dizia) – Isso aqui não é brincadeira. Vamos trabalhar sério.
- Como se você fosse realmente o melhor exemplo de seriedade do lugar – Remus pontuou.
- Sinto-me obrigada a concordar com você – Emmeline disse.
Remus a olhou com um sorriso vitorioso que a fez revirar os olhos. Lily abanou a mão mais uma vez desesperada. Aquelas pessoas pareciam se odiar às vezes, era tão complicado fazer alguma coisa com elas.
- Eu sei que vocês provavelmente querem se matar agora, mas estamos aqui em pró do bem comum, lembram? Precisamos tirar o James das mãos daquela mulher!
- A gente já sabe, Lily. Relaxa agora – Marlene chegou e afastou um pouco a ruiva, tentando tirá-la do comando.
Afinal, conhecendo a melhor amiga como conhecia, sabia que ela ia pirar daqui a pouco, tamanho era seu desespero e vontade de que aquilo não só desse certo como acontecesse logo. Para agilizar, abriu a bolsa e tirou dali alguns papéis.
- Isso daqui são informações básicas sobre o inimigo. Espero que vocês saibam que não adianta só ter força de vontade. Precisamos conhecer aquilo com quem estamos lutando. E isso – apontou para um papel enrolado – É um mapa do colégio, da casa do James e da casa dela.
As pessoas ali presentes – com exceção de Sirius – encararam Marlene assustadas.
- Lene, me diz... Como é que você consegue coisas assim? – Lily perguntou.
- Segredo – piscou para a amiga e riu um pouco.
Em sua poltrona, Sirius também sorria. Aproveitou pra tirar um cigarro do bolso e acendê-lo. Com Marlene ali talvez as coisas ficassem mais tranqüilas.
- Sirius! – Lily gritou indignada. Detestava a mania do amigo de fumar.
- Deixa ele, isso não é importante agora – Marlene a puxou para a mesa de novo.
O sorriso de Sirius aumentou. Estava certo.
- Legal, temos o mapa da casa da menina, do James, do colégio, e provavelmente se quisermos vamos ter de qualquer lugar; sabemos a vida inteira dela – Emmeline dizia enquanto passava a mão pelos papéis que Marlene havia jogado ali – e agora sabemos até a vida do James inteira.
- Quase inteira – Marlene a interrompeu.
- Que seja. Sabemos o suficiente, mas ainda não temos idéia do que fazer. E aí? De que nos adianta isso?
- Para de pintar seu cabelo. Sério – brincou com a amiga – A propósito, imaginei que vocês já tivessem decidido o que fazer – encarou Sirius, que havia lhe mandando uma mensagem dizendo que as coisas “estavam indo bem”.
Ele apenas deu de ombros, mostrando que não queria preocupá-la, apenas. Mentira. Óbvio que ele estava se divertindo em fazer Marlene ter mais trabalho.
Ela bufou: - Então, alguém tem alguma idéia?
- Eu tenho, sabe? Mas algumas pessoas discordam – Remus apontou para Emmeline.
- Não tem problema. Diga qual é o seu plano.
- Eu estava pensando em alguma coisa do James que pudesse assustar aquela menina. Precisamos trabalhar em lhe mostrar o pior dele, entende? Ela com certeza fugiria se tivesse que lidar com o James que eu conheci.
- Não é uma idéia de toda ruim, Remus. Mas só isso não vai funcionar. Quem pode nos garantir que a menina não esteja preparada pra amar os defeitos insuportáveis do meu querido primo? Estamos em guerra. Precisamos pensar no que o nosso oponente já tem em mãos.
- E eu aposto que ela não tava brincando quando disse que o James era dela. Ela não me parecia disposta a abrir mão dele assim tão fácil – Lily concordou.
- Exatamente. Eu tenho uma cópia de cada um desses papéis, e vocês vão levá-los pra casa e estudá-los. Por hoje é isso. O que acharem nas informações dela que possamos usar contra o James, seria ainda melhor.
- Acabou a reunião? – Emmeline parecia desapontada.
- Já temos o começo de um bom plano. Primeiro, vamos enfraquecer nosso inimigo com a idéia do Remus. Depois, precisamos atacá-la de alguma maneira, e por último precisamos atacar o James, que é sua fonte de forças. Ele também precisa não gostar dela ao final de tudo.
- Tá legal então – a loira resmungou aceitando os papéis que Marlene lhe oferecia. – Vejo vocês amanhã.
E foi embora. Remus foi em seguida, e Lily depois. Assim, sobraram apenas Sirius e Marlene no porão do mesmo. Ela sorriu um pouco antes de sentar em cima da mesa em que estiveram os papéis.
- Creio que você não precise de nenhuma informação.
- Já tenho tudo que preciso. Aliás, a gente poderia resolver esse problema em um segundo se fossemos apenas nós dois.
- Mas é muito mais divertido vê-los tentar, não? Além do mais, precisamos que aquele casal pare de frescura. E a Lily morreria se não pudesse ver alguma coisa acontecendo.
- Eu sei.
Colocou o resto do cigarro no cinzeiro de vidro e levantou, se aproximando de Marlene. Fazia algum tempo que não sentia aquele perfume, e ele definitivamente precisava dele, assim como daquela pele macia que cheirava a sabonete de bebê – ironia pura.
- Você sabe que agora não é um bom momento pra isso, não sabe?
- Você precisa encontrar aquele idiota outra vez – fez descaso – Que novidade.
- Sirius – o afastou com uma das mãos – Nem todos são iguais a você e desprezam os sentimentos alheios. Se quiser eu te ligo quando acabar – se levantou da mesa em um pulo.
Encarava-o enquanto esperava que ele dissesse alguma coisa, mas ele apenas deu aquele sorriso amarelo de quem ainda está muito absorto na crise momentânea de ciúmes pra falar o que quer que seja.
- Eu te ligo, então – ela saiu rindo.
Sirius mandou-se mentalmente sempre se lembrar de com quem ele estava lidando. Infelizmente, ou felizmente, Marlene não era como a maioria das suas garotas. Ela era escorregadia, lhe escapava às mãos. Era misteriosa, era distante, independente, esperta; não se importava nem um pouco em lhe machucar o coração enquanto falava do outro cara com quem planejava ter um futuro brilhante. Ela era o inalcançável, o sonho não correspondido. E ele faria qualquer coisa pra tê-la pra si, apesar de qualquer coisa não ter funcionado nas últimas 365 tentativas.
Mas lidaria com isso depois. Tinha outras coisas a fazer agora.
[x]
Eu sei que não ficou muito bom e sei que ficou meio grande pra um prólogo. Mas saiu assim. He. Que desculpa esfarrapada, eu devia ter vergonha. Pois bem. Não vai ser muito longa essa fanfic (eu acho), deve ter uns 5 capítulos, caso eu consiga encher linguiça, uns 10. Espero que gostem (:
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