Encontro Inesperado
Queridos leitores e leitoras, seus lindos! :D
Desculpem a demora pra postar! Pretendia fazer isso semana passada, mas peguei uma gripe muito forte que me deixou leza por umas boas duas semanas, e ainda nao me recuperei direito. To tentando conciliar faculdade com escrever a fic, mas as vezes não dá! Muita leitura pra facul e tal (quem faz curso de Humanas sabe do que estou falando! rs).
Agradeço muito mesmo pelos comentários lindos e dizer que os erros da história estão sendo consertados aos poucos (tipo o erro que a Daniela Pravato Vieira colocou. Menina, tinha me esquecido completamente mesmo, obrigada por me lembrar! Já consertei o errinho, anyway, nesse capítulo já reformulei a história) e a observaçao da Ally Weasley Potter que sim, realmente levei em conta os anos usados pelos filmes, e não pelos livros, mas acho que isso não faz muita diferença, ou faz? o.O
Muitas pessoas declararam medo do Snape no último capítulo. Amores, entendam, eu como autora de romacezinhos água com açucar com uma pitada de tequila adoro histórias antigas, e uma das histórias que mais me fascinaram nos livros de HP foi o amor platônico do Snape pela Lilian. Não que eu queria que eles ficassem juntos (não existe casal mais perfeito que Lilian e Tiago) mas acho lindo mesmo o Snape depois de todo tempo amar a Lily tão profundamente. (Acho que isso responde os comentários da Angeline G. McFellou, da Chrys, da Daniela Pravato Vieira e da Big Bih).
Quanto ao romance do Tiago e da Lily... hohoho, ainda tem coisa por vir!
SOBRE ESTE CAPÍTULO, posso afirmar com peito cheio de orgulho pessoal, é o maior capítulo já escrito dessa fic. Várias coisas acontecem, muitas delas que não condizem com o quarto livro (óbvio, isso uma fanfic ou uma continuação da saga? :P) e muitas surpresinhas por vir. Estou me agendando para que o Harry descubra sobre o segredo dos Marotos nos próximos um ou dois capítulos, mas não prometo nada. Capítulo que vem, prometo muito romance!
Bom, mais uma vez agradeço muito aos comentários, desculpem os erros de continuidade que acontecem algumas vezes, um dia quem sabe eu pego essa fic e conserto tudo! Enquanto isso, espero mesmo que estejam gostando e sempre mandem suas opiniões, apontamentos e mostrem os erros! rs.
Beijos, e como sempre, uma ótima leitura!
Nota sobre a denúncia da fic: Eu não teria visto que a fic foi denunciada se eu não lesse o comentário do(a) spaceinvaders. Sobre isso, quero esclarecer que ainda não recebi notificação da Floreios, nem de nenhum moderador. Acredito que deve ter sido alguém que comentou no lugar errado, MAS em todo o caso, se foi mesmo uma denúncia, aguardo por maiores notícias e aviso vocês qualquer coisa. Por enquanto, não vamos nos preocupar. Até porque sempre fui muito clara que qualquer crítica, elogio, sugestão ou descontentamento com a fic, pode ser diretamente reportado à mim. Meu msn está no meu perfil, meu face, meu email também, qualquer coisa é só estabelecermos um contato :) Sou totalmente aberta a novas amizades.
Cap. 24: Encontro Inesperado
A semana passou mais tranqüila do que todos pensavam. As transformações de Remo foram pacíficas, sem mais acidentes, sendo simplesmente as “saídas à noite” que os Marotos mais curtiam. Lílian recebeu alta no dia seguinte, seu pé em perfeitas condições, e logo a Profa. Mcgonagall pediu-lhe para continuar a dar as aulas de dança aos campeões do Torneio Tribruxo. Os outros jovens também voltaram a exercer seus ofícios na escola, o que deixava Sirius cada vez mais irritado.
- Aquele seboso de merda me trata pior que um elfo doméstico. – ele disse se jogando no sofá, na sexta-feira, depois de chegar do armário de poções, onde trabalhava para ajudar Snape com os ingredientes de poções.
- É bom que vocês aprendem a não mexer mais com ele na escola. – disse Lilian enquanto lia um livro na Sala Comunal, ao lado da poltrona de Sirius.
- Tá doida? Ele que me aguarde quando voltarmos ao passado. Ele vai preferir ter ido estudar em Durmstrang.
Lilian revirou os olhos e desistiu de convencer o garoto. Samantha entrou na Sala logo depois, carregando uma caixa de madeira com alguma coisa que parecia explodir dentro dela.
- Olá pessoas. – ela disse entrando com dificuldade pelo quadro da Mulher Gorda, e acenando com a cabeça.
- Que diabos é isso? – disse Sirius olhando perplexo.
- Explosivins! – ela disse entusiasmada. – Hagrid me pediu para cuidar deles essa noite, é uma nova ninhada. Parece que hoje teremos uma noite muito fria, e o frio acaba com eles...
- Espera, isso vai ficar no nosso quarto??? – perguntou Lilian assustada.
- É só essa noite Lily. – ela respondeu com um sorriso, e sem esperar uma resposta, subiu para o quarto com a caixa.
Lilian olhou perplexa para Sirius. Entretanto, o garoto que antes tinha uma feição enojada sobre os bichos, estava agora com uma cara que Lilian conhecia bem...
Sirius estava “marotando”.
- Boa noite amores, eu cheguei. – disse Tiago ao passar pelo quadro, ainda de uniforme de Quadribol, todo molhado e sujo.
- Fique longe, depois que você tomar banho a gente conversa. – Lilian disse ao ver o garoto se aproximar dela.
- Ahh Lily, assim você me ofende! – ele disse fazendo beicinho, e então viu a cara de Sirius e abriu um imenso sorriso. – E olhe só, temos um maroto com planos!
Sirius riu e deu uma piscadela para o amigo.
- Depois te conto Pontas, mas acho que você vai gostar da idéia.
- Ok. – Tiago respondeu com um sorriso nos lábios. – Mas levante a bunda real dessa poltrona, temos que ir tomar conta do Remo.
- Vocês falam isso como se ele fosse uma criança, coitado. – disse Lilian perplexa.
- Mas o Remo é nosso bebê, não é Tiago? – disse Sirius com uma cara bem gay, olhando o amigo com ternura.
- É Lily, esqueci de te falar. Meu primeiro amor foi o Sirius, e sabe, o Remo é o fruto desse amor. Espero que isso não mude minha relação com você. Ah, e fique sabendo que sou o ativo na relação.
- Tudo bem, eu já suspeitava mesmo. – disse Lilian rindo. Tiago deu-lhe um beijo na bochecha e subiu para o dormitório para tomar uma ducha.
- É melhor eu me arrumar também, o Remo fica nervoso quando não tem nada pra fazer... – disse Sirius se levantando, bagunçando o cabelo de Lilian e subindo para o dormitório também.
Domenick saiu do dormitório naquele momento, e sentou na poltrona ao lado de Lilian, onde antes estava Sirius.
- E ai, menina dos cabelos de água de salsicha.
- O que??? – Lilian disse perplexa, olhando para Domenick.
- Estava brincando, calma cabeça de fósforo. Trouxe os livros que me pediu da biblioteca. – ele tirou do bolso das vestes dois livros e entregou à ruiva.
- Vai começar a me dar apelidos é? – ela disse rindo, pegando os livros.
- Claro, é divertido. – ele disse, passando as mãos pelo cabelo.
- Eu tinha me esquecido de falar, mas você ficou muito bem de cabelos curtos. – ela disse, folheando os livros. – Combinou com sua fantasia de Zeus na Festa a Fantasia.
- Eu gostei também, cabelo longo é chato de cuidar. Agora está bem melhor.
- Tem razão. – ela disse segurando o riso. – Agora você parece mais uma espiga de milho.
- Vai começar a dar apelidos agora? – disse ele em tom risonho e desafiador. – Saiba que fui campeão de apelidos no terceiro ano.
- Não lhe perguntei nada, loiro oxigenado. – respondeu ela segurando o riso.
- Lily?
Hermione havia acabado de sair do seu dormitório, e veio ao encontro dos dois e sentou-se ao lado da ruiva.
- Olá Hermione, tudo bem?
- Sim. Queria saber se você vai dar aula de dança hoje.
- Humm, não, só amanhã. Porquê?
A morena abriu um largo sorriso.
- Vou com Vítor no Baile de Inverno. Ele me convidou hoje.
- Ora ora, então finalmente ele arranjou um par! Tenho mais uma aluna! – disse Lilian com um largo sorriso.
- Sim, mas por favor, deixemos em segredo por enquanto ok?
- Rony não te convidou? – perguntou Domenick sem rodeios. O sorriso da morena desapareceu, e Lilian olhou para o loiro, reprovando-o pela pergunta.
- Cansei de esperar. Não vou deixar de me divertir porque esses garotos não têm iniciativa, não é? – ela respondeu decidida, mas Lilian percebeu que havia certo abatimento da voz dela.
- Tem razão. – Lilian respondeu com um sorriso.
- E onde estão eles? – perguntou Domenick. – Estão meio sumidos ultimamente.
- Eles se comprometeram a encontrar alguém para o baile ainda essa semana. Acho que devem estar vasculhando todos os cômodos de Hogwarts...
Lilian e Domenick riram da resposta de Hermione. Harry entrou alguns minutos depois, com uma expressão um pouco abatida, e Lilian imaginou que a busca não tenha sido boa. Ele se sentou ao lado de Hermione e ficou conversando com a morena.
Lilian abriu o livro que tinha em mãos para continuar a leitura, mas foi interrompida novamente por alguém abrindo o quadro da Mulher gorda com certa violência.
Rony estava sendo carregado por sua irmã Gina e por Neville Longbottom. Seu rosto estava muito mais pálido que o normal, e suas orelhas pareciam arder de tão vermelhas. Eles o colocaram sentado na poltrona onde antes estava Domenick. O loiro saiu de seu lugar para que pudessem depositar o ruivo ali, em estado de choque.
- O que aconteceu? – perguntou Hermione estupefata.
- Ele convidou a Fleur para o Baile. – responde Gina revirando os olhos.
- Você o quê? – perguntaram Fred e Jorge, que saíram da mesa onde estavam (vendendo alguma espécie de doce para alguns alunos em uma mesa pouco distante) para saber o que havia acontecido com o irmão.
- Eu fui burro, eu sei. Mas ela estava lá, parada, conversando com o Diggory. Não sei o que deu em mim...
- Ela é parte veela, Rony. – disse Harry, tentando acalmar o amigo. – Ela disse que a avó dela era Veela, na pesagem das varinhas.
- Ela aceitou? – Hermione perguntou, sem acreditar naquilo.
- Não seja burra, é claro que não. – respondeu Jorge, fazendo alguns rirem.
- Me olhou como se eu fosse o inseto mais asqueroso da terra, e virou as costas pra mim. – Rony respondeu tristemente.
- Sinto muito Rony. – Lilian disse, tentando consolá-lo. – Tenho certeza que há outras meninas por aí que aceitariam ir com você na hora.
- A coisa mais fácil do mundo é convidar uma garota, não seja estúpido irmão. – disse Fred lhe dando um tapinha nos ombros.
- Ah é? E com quem você vai? – Rony respondeu ranzinza.
- Angelina.
- Já a convidou?
- Bem lembrado. – respondeu Fred com um sorriso. – ANGELINA!
Uma menina muito bonita, estudando a algumas mesinhas de distância olhou assustada para ver quem gritara seu nome.
- O que foi? – ela perguntou.
- Quer ir ao baile comigo?
- Hum... pode ser. – ela respondeu, fingindo não dar importância. Mas depois de voltar sua atenção para o pergaminho onde escrevia, Lilian notou um breve sorriso.
- Viu só? Moleza. – Fred disse, voltando com Jorge para a mesinha dos doces.
- Hermione, podia ir com um de nós! – disse Rony como se descobrisse a solução para a fome no planeta.
- Não posso.
- Porque não? Via dizer que não vai ao baile? – retrucou Rony.
- Vou sim, mas já tenho par.
Rony ficou vermelho de novo, mas desta vez visivelmente irritado. Ele sabia com quem ela iria provavelmente.
- Lilian já tem par? – perguntou Harry. Lilian não respondeu de imediato. Tinha certeza que Tiago a convidaria mais cedo ou mais tarde. Mas a chance de dançar com Harry era única...
- Não tenho ainda. – respondeu com um sorriso.
- Tiago não te convidou? – perguntou Domenick, estupefato.
- Ainda não. Ele disse alguma coisa se iria me convidar?
- Acho que ele comentou algo ontem no quarto... – respondeu Domenick. Aliás, preciso convidar a minha garota também.
Domenick se despediu e saiu pelo quadro.
- Sabe se a Louise tem par? – insistiu Harry.
- Black já a convidou. – Lilian respondeu.
Harry mordeu o lábio pensativo, tentando lembrar-se de alguma garota que ainda estivesse livre.
- Harry, eu posso ir com você, se quiser. – Lilian disse com um sorriso.
- Tiago me mata. – ele respondeu convicto, fazendo a ruiva rir.
- Claro que não. É bom que ele acorda pra vida. Ele não vai se importar, tenho certeza.
Harry olhou desconfiado para Lilian, como se aquilo fosse alguma brincadeira, mas a ruiva sorria angelicalmente, como sempre. Ele repensou na idéia, e resolveu aceitar a sugestão.
- Então por favor, se puder ir comigo...
Lilian sorriu e acenou positivamente com a cabeça.
- Mas é claro, seria maravilhoso.
- Ainda estou sem par. Serei o único sem par nessa festa. Estou arruinado. – dizia Rony inconsolavelmente.
- Porque não tenta com a Parvati? Ela ainda não tem par. Aproveita que ela está entrando ali. – sugeriu Gina, apontando para uma menina morena de longos cabelos negros.
- Porque você não vem comigo, Gina? É minha irmã, mas pra quebrar o galho...
- Já tenho par. – Gina respondeu calmamente.
- O que??? Com quem?
- Comigo. – respondeu Neville, com um sorriso meio triunfante.
Rony abriu uma ou duas vezes a boca, sem saber o que dizer. Depois de alguns segundos repensando no que acabara de ouvir, levantou-se decidido e convidou Parvati.
Rony voltou para o meio dos amigos depois de ter falado com a garota, foi quando Harry disse entusiasmado:
- Deixe eu contar! – disse Harry com um sorriso. – Consegui descobrir o segredo do ovo!
Todos ali presentes festejaram e parabenizaram-no.
- Como? – perguntou Rony.
- Tinha que ouvir aquela gritaria dentro da água, então o ovo dá uma dica e durante uma hora deverei procurar algo dentro de algum lugar.
- Meio caminho andado então! – exclamou Hermione. – A prova será debaixo d’água!
- Como pode saber? – perguntou Rony confuso e Harry também olhava sem entender.
- Não é óbvio? – exclamou Hermione revirando os olhos. – Se só conseguiu saber o que fazer na prova ouvindo o ovo debaixo d’água, provavelmente é porque a prova também será debaixo d’água.
- Deve ser no Lago Negro então. – disse Lilian completando o pensamento de Hermione. – Afinal, aonde mais seria a prova?
Harry parecia pensar um pouco. Nessa hora, Tiago e Sirius desciam as escadas do dormitório, de banho tomado, com os cabelos molhados e cheirosos e a pele perfumada. Os dois ao ouvirem as novidades parabenizaram Harry e Tiago sorriu para Lilian, abraçando-a.
- Adoro mulheres inteligentes. – ele exclamou.
Lilian revirou os olhos enquanto os outros riam. Tiago e Sirius se sentaram nas poltronas em volta, e todos ali começaram a conversar sobre o baile.
- Será melhor que o Baile a Fantasia, eu espero. – disse Sirius.
- Aposto que será. Aliás, ruivinha, você vai comigo, não vai? – Tiago disse, passando o braço pelos ombros dela.
- Dessa vez não.
Tiago olhou estupefato para a garota, piscou algumas vezes, sem acreditar no que ouvia.
- É algum truque?
Lilian riu da cara do garoto e respondeu:
- Harry me convidou, há alguns minutos atrás.
Tiago olhou diretamente para Harry, fuzilando-o com o olhar. Lilian, Sirius, Hermione e Rony sabiam que Tiago o fazia de brincadeira, Tiago jamais negaria que Lilian dançasse uma noite com seu futuro filho.
- Você está se saindo um moleque folgado. – Tiago disse para Harry, fazendo todos rirem, inclusive Harry.
- Desculpe, mas ela me obrigou. – respondeu Harry entre risos.
- Ah é, ruivinha? Está usando persuasão nas outras pessoas para fugir de mim? – ele disse, lhe dando um beijo na bochecha. Lilian riu e o afastou.
- Não, só não quero você grudado em mim de novo na festa.
Todos riram novamente.
- Vai dizer que você não gostou? – disse Tiago marotamente no ouvido dela, fazendo-a arrepiar e se afastar dele, batendo nele com uma almofada.
- Sai seu pervertido! – ela disse rindo.
- Tudo bem, eu convido outra pessoa. Uma mulher bem mais interessante. – ele disse em tom desafiador.
- Quem? – Hermione perguntou curiosa.
- Só vão saber na festa. Antes disso, segredo absoluto. – finalizou Tiago, dando uma piscadela.
O sábado de inverno amanheceu com um dia muito bonito, e Samantha sorriu ao receber os primeiros raios de Sol no rosto, assim que sentou na cama. Estava um dia ótimo para ir a Hogsmeade, e certamente ela e os amigos não perderiam essa oportunidade, principalmente depois de uma semana cansativa depois das transformações de Lupin e os incidentes que ocorreram. Ela seguiu para o banheiro, onde tomou um banho bem quente e demorado. Quando saiu, de roupão e toalha nos cabelos, Lilian já havia acordado e estava separando suas roupas para entrar no banho.
- Bom dia Lily. – ela disse num sorriso, enquanto tirava os cabelos da toalha e começava a desembaraçá-los.
- Dia. – a ruiva respondeu, caçando um par de meias no malão. – Sabe se os meninos vão querer ir à Hogsmeade hoje? Accio meias!
- Não sei, mas estou querendo ir. Podiamos nos arrumar e ir lá perguntar. Se estiverem muito cansados, podemos ir nós duas, um passeio das mulheres. O que acha?
- Seria ótimo. – Lilian respondeu, entrando no banheiro. – Você pode perguntar a eles? Tomo meu banho rapidinho.
Samantha assentiu com a cabeça, e Lilian entrou no banheiro. Estava um dia lindo, mas a brisa fria de inverno ainda congelava quem se atrevesse a não se agasalhar. Samantha vestiu um vestido preto de gola alta e mangas compridas, que ia meu colado até a cintura, e depois era bem solto, ia até um pouco acima dos joelhos. Ela colocou uma meia-calça cor grafite e uma bota aveludada sem salto na cor preta. Secou os cabelos e os prendeu num rabo de cavalo. Para finalizar, vestiu luvas de algodão pretas e colocou um encharpe meio xadrez preto e cinza no pescoço. Fez uma maquiagem leve e seguiu para o quarto dos meninos.
Quando abriu a porta, o ambiente ainda estava quente e escuro. Estavam dormindo, certamente.
Ela seguiu até a cama de Sirius, onde ao ver o garoto dormir, ela perdeu totalmente a coragem de acordá-lo. Ele dormia tão profundamente, com uma feição serena, transmitia tranqüilidade. Ela sentou na beirada da cama dele e começou a acariciar os cabelos dele, bem lentamente. Ela percebeu que ele provavelmente devia ter chegado de madrugada, depois de ter cuidado de Remo junto de Tiago, e se jogado na cama.
- Samy?
Samantha virou a cabeça e viu que Tiago havia levantado o corpo para ver quem estava no quarto àquela hora. Ele havia posto os óculos, mas por causa do escuro e de recém acordar, via somente borrões.
- Desculpa Pontas, não queria te acordar. – ela disse sussurrando, seguindo para a cama do amigo.
- Tudo bem, eu to precisando ir ao banheiro, por isso acordei. Que ta fazendo aqui?
- Vim chamar vocês para ir à Hogsmeade, mas acho que devem estar bem cansados ainda. – ela respondeu, sentando na beirada dos pés da cama dele.
- A Lily vai?
Samantha não pôde deixar de rir.
- Vai sim. Mas se estão cansados, preferimos que ficassem aqui descansando, afinal ainda tem duas noites de transformações do Remo.
- Hum... – ela disse, enquanto pensava e coçava a nuca. – Bom, acho que vamos dormir mais um pouco então, encontramos vocês depois do almoço no Três Vassouras, pode ser?
- Combinadíssimo. Agora volte a dormir.
Tiago entrou no banheiro no momento em que Domenick saia dele, de cueca e camisa entreaberta.
- O que está fazendo? – perguntou Samantha ao ver o irmão naquelas condições.
- Cheguei há pouco tempo. – ele respondeu num resmungo.
- Onde estava?
- Conversando com a Gabrielle. – ele explicou, seguindo para a cama.
- Conversando? Domi, essa menina é no mínimo 30 anos mais nova que você.
- Eu estava conversando mesmo. Decidi parar de encontrá-la. Ela é muito mimada, e tava começando a se interessar demais por mim. Decidi parar.
- Hum. E ela ficou bem?
- Mais ou menos. Gritou algumas coisas, me xingou de outras, e foi embora. Depois fiquei andando pela escola, passeando. Foi uma noite agradável.
- Eu e a Lilian estamos indo para Hogsmeade. Tiago e Sirius vão depois do almoço nos encontrar com a gente. Quer ir?
- E ficar segurando vela? Não, obrigado. – ele respondeu, jogando-se na cama e dormindo quase instantaneamente.
Samantha riu, ajeitou as cobertas no irmão e saiu do quarto. Lilian a esperava na Sala Comunal, sentada numa poltrona perto da lareira, ainda lendo o livro “Os Contos de Beedle o Bardo”, que Tiago a emprestara. Ela estava com um vestido preto liso, de mangas compridas, que ia até o joelho também. Por cima, um casaco aveludado da cor vinho, fechado com botões grandes e com um laço prendendo na cintura. Usava meia calça preta também, e sapatilhas de couro com um pequeno salto. Os cabelos estavam soltos, ela estava com um encharpe preto no pescoço e usava uma leve maquiagem também.
- Ainda lendo esse livro? – Samantha disse se aproximando, enquanto Lilian fechava o livro sem jeito e corava.
- Estou relendo, é muito bom. Gostei dos contos.
- Dos contos ou o livro te faz lembrar o dono?
Lilian corou ainda mais e guardou o livro num dos bolsos, enquanto Samantha ria.
- Nós vamos sozinhas agora. Tiago disse que encontra a gente depois do almoço.
As duas seguiram pelos corredores do castelo, traindo muitos olhares, e chegaram até o Hall de Entrada, onde aguardavam junto com os outros alunos a saída das carruagens. Conseguiram uma carruagem só apara as duas e seguiram para o vilarejo.
Hogsmeade ficava simplesmente encantadora no inverno. As casinhas bem adornadas pareciam grandes bolos cobertos com glacê branco e balinhas, devido aos enfeites de Natal. Embora o Natal já tivesse passado, os moradores faziam questão de comemorar a data até o inverno acabar, o que na opinião de Lilian era maravilhoso, porque não havia período que ela mais gostasse do que o Natal.
As duas garotas chegaram ao vilarejo e seguiram direto para a Dedosdemel, onde repuseram seus estoques de doces, chocolates e bolos e colocaram dentro da bolsinha com um feitiço extensor de Samantha, que lhe permitia carregar o que quisesse do tamanho que fosse. Com as carteiras mais leves, elas seguiram para a “Loja de Penas Escriba, penas especiais”, onde Lilian repôs seu estoque de tinta e pergaminhos. Passeando mais um pouco, se divertiram na Dervixes e Bangues com as novidades de artigos curiosos e brincadeiras. Samantha comprou um novo jogo de Snap Explosivo, já que Domenick tinha literalmente explodido o seu último. Compras feitas, as meninas saíram da loja.
- Aonde quer ir agora? – Lilian perguntou, enquanto consultava o relógio.
- Ainda tem tempo para o almoço?
- São onze horas. Podemos almoçar ao meio dia nos Três Vassouras e encontrar os meninos por lá mesmo.
- Vamos à Zonko’s então. Quero comprar algumas bombas de bosta.
- Samy! – Lilian repreendeu indignada.
- Que é? Não é porque virei melhor amiga da monitora chefe que vou me comportar agora. – respondeu Samantha. As duas começaram a rir.
Estavam indo em direção à Zonko’s quando um fato inesperado aconteceu. Um grande cachorro preto apareceu num beco um pouco distante e ficou olhando atentamente para elas. Lilian não o viu, mas Samantha parou ao vê-lo, olhando sem entender.
- Lily, acho que os meninos vieram mais cedo. Ali não é o Almofadinhas? – ela disse, apontando discretamente para o cachorro.
Lilian virou o rosto para olhá-lo. Realmente, o cão era idêntico à forma animaga do amigo. Entretanto, o cachorro estava magro, parecia doente, os pêlos estavam sujos e ele parecia bem envelhecido.
- Realmente. Mas acho que é um cachorro de rua, coitadinho. Ele parece doente.
Samantha se aproximou lentamente. O cão a olhava curioso, sem se mexer. Lilian começou a se aproximar também, e a atenção do cão se voltou para a ruiva.
- Sirius? – Samantha chamou, em um sussurro, para que ninguém a escutasse.
O cachorro parecia ter levado um susto. Ele pulou para trás e olhou amedrontado para a loira. Ele então olhou para Lilian novamente e ficou fitando-a, ainda na defensiva.
- Lilian, deve ser um cachorro de rua mesmo. Sirius deve estar descansando ainda.
O cachorro ainda fitava Lilian como se ela fosse uma assombração. Elas podiam ouvir um choro baixo do cachorro, como se ele estivesse com medo. Lilian agachou na beirada do beco, pegou um bolo de caldeirão da bolsa de Samantha e ofereceu ao cão.
- Vem menino, não tenha medo.
O cachorro se aproximou lentamente, olhando estranhamente para Lilian. Ela o sentia fitar seus olhos, aquilo era estranho para ela. Ele chegou perto dela, cheirou o bolo, cheirou suas mãos e latiu, assustando a ruiva. Lilian caiu para trás, enquanto o cachorro abanava o rabo e corria para dentro e fora do beco, como se quisesse que elas o seguissem.
Samantha ajudou Lilian a se levantar, rindo da queda da amiga. Lilian resmungou alguma coisa enquanto limpava a parte de trás de seu vestido.
- Acho que ele quer que a gente o siga. – disse Samantha entrando no beco.
- É um cachorro Samy, aliás, bem sacana ele. – disse Lilian torcendo o nariz.
- Vamos dar comida pra ele e depois vamos almoçar ok? – disse Samantha, puxando a amiga para dentro do beco.
Era um longo beco, muito sujo e fedorento. A pouca luz que iluminava o caminho vinha da neve refletindo o Sol. Elas seguiram o cão, chegando até uma pequena casinha improvisada com papelão e placas de madeira velha. A casa parecia ser do próprio cachorro, porque era baixa demais para que alguém morasse ali dentro. Tinha uns panos e algumas roupas jogadas ali, mas elas concluíram que devia ser uma espécie de colchão para o cachorro. Aparentava que alguém morava naquele lugar, e quem quer que fosse, devia ter péssimas condições de vida.
- Oi? – chamou Lilian, olhando para dentro da casinha.
O cachorro entrou na casa, e ficou lá por um tempo. As duas garotas podiam ouvir barulho de algo se mexendo muito lá dentro. Depois, um longo silêncio cortado somente por passos arrastados foi ouvido.
Para o enorme susto delas, um homem muito sujo e descabelado saiu de lá engatinhando. A parte do rosto dele que estava descoberto pela barba aparentava cansado, tinham várias rugas e estava muito sujo. Suas unhas estavam pretas, suas vestes esfarrapadas. Elas se afastaram do homem e empunharam as varinhas, mas sem apontar para ele. Elas ficaram olhando enquanto ele se levantava. O homem apesar de estar em péssimas condições parecia ser muito tranqüilo. Ele abriu um enorme sorriso (dentes bem sujos e amarelados, as duas perceberam) e falou com a voz rouca:
- Desculpe assustar vocês duas. Mas não pude deixar de trazê-las pra cá.
- Quem é o senhor? E onde está o cachorro? – perguntou Samantha, levantando a varinha.
- Desculpe, senhorita. Não queria assustá-las. Não farei nenhum mal.
- Nós viemos atrás do cachorro, ele parecia meio mal. Trouxemos comida, o senhor quer? – ofereceu Lilian, tirando da bolsa de Samantha os bolos que ela havia comprado.
- Cuidado Lily, a gente não conhece ele. – alertou Samantha, ainda em guarda.
- Muito obrigado. – ele ficou muito agradecido e emocionado pela gentileza de Lilian, que respondeu com um leve sorriso piedoso. - Eu sei que parece loucura, mas você é muito parecida com uma grande amiga minha. Ela também se chamava Lilian. Grande bruxa, sabe?
- Perdeu contato com ela? – Samantha perguntou, observando-o guardar o bolo dentro da casa.
- Ela morreu há alguns anos. Em partes por minha culpa.
Samantha olhou para Lilian, que fitava o homem sem entender.
- Sinto muito pela sua perda senhor, mas acho difícil eu ser parecida com ela, já que ela morreu há tanto tempo. – respondeu Lilian.
- Sim, eu sei. Eu... pedi ao cachorro pra que trouxessem vocês aqui para poder vê-la melhor. – ele disse com um fraco sorriso irônico nos lábios. - Nas minhas condições, qualquer pessoa que possa parecer com Lilian ou Tiago é tão fácil quanto uma alucinação...
Samantha e Lilian se olharam por um instante. O homem sentou na frente da casinha e pegou um trapo sujo para limpar um pouco o rosto e tornar-se mais apresentável.
- Lily, mas talvez ele tenha te conhecido mesmo... – Samantha disse pensativa.
- Você pode ter estudado com... quem é sua amiga que você diz que eu sou tão parecida? – perguntou Lilian sem rodeios.
- Lilian. Quando solteira, era Evans.
Lilian abriu um enorme sorriso. Não sabia se podia contar para aquele homem tão sofrido quem realmente era, mas ele a conhecia. Ao menos podia ter certeza de que um amigo estava vivo naquele momento. Sabendo disso, quis saber mais daquele homem misterioso, poder ajudá-lo talvez.
- Quem é você? - perguntou Samantha desconfiada, apontando a varinha diretamente para o peito do homem.
- Samy, calma. Ele não vai nos fazer mal. – disse Lilian abaixando a varinha da amiga com a sua própria.
- Lily, se esse homem está se escondendo nesse beco imundo, é porque ele está foragido. Não sei se devemos confiar. – disse Samantha, conversando com Lilian aos sussurros.
- Samy, ele estudou conosco. Se ele diz que sou uma amiga de longa data, pode ser confiável...
- Pettigrew era confiável também, não era? – disse Samantha franzindo o cenho, e o sorriso de Lilian desapareceu.
- Desculpe, ouvi vocês dizerem Pettigrew? – o homem disse de repente, pulando e prostando-se em pé, como se estivesse pronto para defendê-las de algo.
- Você o conhece? – perguntou Samantha em alerta.
- Somos velhos conhecidos. – ele disse com fúria no olhar, torcendo a camisa com raiva.
- Você conheceu Pedro Pettigrew? Mas isso é impossível, Pedro só andava com Tiago e Sir...
Lilian se calou ao mesmo tempo em que Samantha soltava um berro de rasgar os tímpanos. Ela encostou-se à parede para não cair, enquanto fitava o homem desesperada, assustada, sem saber o que dizer. Lilian então olhou para o homem, que parecia assustado com a ação repentina da loira.
- Sirius... – Samantha gritou enquanto escorregava da parede ao chão, enterrando o rosto nas mãos em desespero, como se uma dor aguda atravessasse seus ossos.
As peças se encaixaram finalmente, e Lilian sentiu a mesma aflição no coração que a amiga estava sentindo. O homem naquele estado deplorável, jogado às traças, isolado do mundo, sobrevivendo às custas de migalhas, escondendo-se como cão nos becos de Hogsmeade era ninguém mais que Sirius Black, o homem que foi julgado por treze anos por um crime que não cometeu, e ainda pagava com amargura uma sentença que a vida lhe pusera nas costas. Aquele homem vadio, amargurado e inocente era um dos seus melhores amigos.
Sirius não entendeu porque as meninas em desespero, as duas em estado de choque enquanto o fitavam. Ele percebeu que elas o identificaram, sabiam quem ele era. Ele precisava fugir, antes que elas gritassem por socorro e alguém viesse e o encurralasse, e o levassem de volta à Azkaban. Ele não podia permitir. Precisava fugir.
Ele transformou-se no enorme cão negro muito rápido e pulou sobre Samantha. Ela gritou por causa do susto e o empurrou. Foi a chance que ele teve de roubar sua varinha, e desarmar a loira. Quando ele foi fazer o mesmo com a ruiva, a menina gritou:
- Sirius, sou eu, Lilian!
O cão se afastou e correu para trás de uma lata de lixo, na porta do beco. Samantha ainda estava estirada no chão, inconsolável, olhando para o cão magro que agora as olhava com curiosidade. Lilian soltou sua varinha e engatinhou o mais próximo possível que pôde, e sentou no chão, de frente para onde Sirius estava escondido.
- Sirius, sou eu... Lilian...
Sirius saiu de trás da lata e aproximou da garota. Ele viu que a varinha dela estava distante, ele estava seguro. A varinha de Samy ainda em sua boca, ele a jogou para um canto longe e sentou em frente à Lilian para fitar seus olhos.
Se passaram milésimos de segundos ou horas, as duas não puderam contar. Quando Sirius voltou para sua forma humana, sentando de frente para Lilian e com os olhos cheios de lágrimas, ele pôs a mão em seu rosto, enxugando as lágrimas da menina, e olhando-a disse num sussurro:
- Isto é um sonho?
Lilian começou a soluçar mais, enquanto balançava a cabeça negativamente, sem conseguir falar nada.
- Isso não é possível... Lily...
Lilian pulou em seu tronco e o abraçou, enquanto ele a abraçava muito forte, chorando feito um bebê. Ela afastou os cabelos desgrenhados de sua face e o beijou no rosto, com muito carinho. Quando conseguiram sorrir um pro outro, Samantha veio e o abraçou também, com muito desespero e dor. Sirius retribuiu o abraço, mas Lilian percebeu que ele a olhava diferente, mas não como ela imaginaria que fosse.
Se Sirius era apaixonado por Samantha, o reencontro após a morte das duas seria inesquecível, emocionante. Lilian notou que não era assim que o “velho” Sirius agia.
Sirius parecia não reconhecer Samantha.
Quando a loira se soltou dele, as duas pegaram suas varinhas do chão e colocaram nas vestes. Os três se sentaram ainda emocionados e Lilian pôde contar tudo o que havia acontecido, com a viagem no tempo e tudo mais. Enquanto Sirius a ouvia atentamente, ele não parava de abraçá-la e beijar o rosto da ruiva, parecia não notar a presença de Samantha no círculo. Lilian contou sobre o reencontro com Harry, as dificuldades que passaram ao descobrir todo esse passado sombrio, as culpas, as mágoas, as esperanças. Sirius se sentiu revivendo seu passado. Em treze anos de prisão e um ano foragido, aquele reencontro e aquelas palavras o fizeram se sentir mais vivo que nunca.
- Eu seria capaz de destruir todos os Dementadores da Terra se estivessem aqui. – ele exclamou quando Lilian terminou toda a história. – Não posso acreditar que estão aqui, vivendo toda essa loucura.
- Você nos assusta assim. Está muito diferente. – disse Samantha, afastando os cabelos dele de seus olhos azuis nítidos. – Não só na aparência, mas está um homem muito mais maduro, Black.
- A vida me ensinou muitas coisas, meninas. Acho que depois de perder tudo, devemos nos ater a quem somos, e nunca se esquecer de lutar pelo único fio de esperança que guardamos em nossos corações. Eu perdi meus melhores amigos, perdi minha liberdade, perdi tudo, mas tenho certeza que um dia Harry continuará a lutar por aqueles que lutaram por ele todos esses anos, e eu vou ajudá-lo nisso, custe o que custar.
Lilian sorriu e segurou sua mão muito forte.
- Sirius, obrigada por ter esse objetivo. Sinto tanto não poder ajudar você nessa, mas tenho tanto orgulho de tê-lo como amigo...
- Lilian, você, Remo, Tiago e Harry são as coisas mais importantes na minha vida. Jamais deixaria de pensar um dia só em vocês. Vivo na esperança de que a morte de vocês todos e dos membros da antiga Ordem não tenham sido em vão.
Lilian sorriu, mas não entendia porque Sirius bloqueava Samantha de sua mente. Ela notou que a loira estava se sentindo mal com aquela situação. Teria Sirius largado ela depois de terminarem o colégio?
- Você... você não se lembra de mim, não é? – perguntou Samantha repentinamente, tentando parecer natural, mas Lilian notou que o som de sua voz demonstrava desespero e angústia.
- Lembro de ter ouvido sobre sua morte. Um pouco depois de Lilian e Tiago, vi no Profeta Diário. Você e seu irmão foram corajosos, sabe.
Samantha se estremeceu toda e engoliu um soluço. Abriu um sorriso fraco e continuou:
- Só se lembra disso...?
Sirius pareceu pensar um pouco, e depois assentiu com a cabeça.
Samantha apertou os olhos e sorriu falsamente, tentando se segurar para não se matar ali mesmo. Lilian levantou e ajudou a amiga a fazer o mesmo.
- Precisamos ir embora. Desculpa, vou tentar vir ver você sempre...
- Pode ir ruivinha. Harry, Rony e Hermione devem estar vindo daqui a pouco também, acho bom eles não verem vocês duas aqui.
Lilian assentiu a cabeça, se despediu e ajudou Samantha a caminhar até fora do beco, onde a apoiou no seu ombro direito e a levou até perto da Casa dos Gritos, para afastar as amigas dos olhares curiosos.
- Samy, calma, lembra-se do Dumbledore dizendo, as pessoas enlouquecem em Azkaban...
- Ele não se lembra de mim Lily. – Samantha disse, enquanto grossas lágrimas caíam sobre seu rosto. – Não se lembra...
- Samy, deve haver uma explicação... ele pode ter apagado a memória depois que você morreu para te esquecer, ou ficou meio louco na prisão, ou fingiu não te conhecer para não te magoar...
- Não importa Lilian. – A loira refutou, chorando irritada.- A questão é que no final, vamos acabar todos sozinhos mesmo. Ninguém morrerá comigo, nem com você, nem com o Tiago, nem com ninguém. Nós morremos sozinhos, sem ajuda de ninguém, sem o apoio nem a ajuda de ninguém. Estamos todos fadados a sermos solitários o resto de nossas vidas...
Lilian não soube o que responder, somente abraçou a amiga.
- Lily, prometa pra mim que não vai contar a ninguém sobre isso. – Samantha implorou.
- Claro que não. O Sirius novo não pode ver o velho. E seria um choque para o Tiago, o Domi e o Remo, eles ficariam muito mal. Vamos guardar mais esse segredo.
- Lilian, prometa pra mim que o Sirius não ficará sabendo que ele não se lembrará de mim no futuro.
- Samy... – disse Lilian, implorando com o olhar.
- Liliy, por favor...
- Só peço uma coisa em troca então. – respondeu Lilian.
- Diga.
- Você vai aproveitar ao máximo esses momentos com o Sirius. Vão se amar bastante, se beijar muito, prometerão um ao outro que jamais se separarão.
- Pra quê Lilian? Quer que eu minta pra ele? – respondeu Samantha irritada.
- Claro que não! Quero que você viva, e pare de se ater ao futuro. Não é porque ele vai te esquecer daqui vinte anos que você deve esquecê-lo agora. Aproveite enquanto pode minha querida, e tem mais: queria mesmo que depois de treze anos morta, ele ainda sofresse por sua causa?
Samantha não soube o que responder. Ficou em silêncio por um tempo, enxugou as lágrimas, ficou olhando a Casa dos Gritos ao longe enquanto Lilian consertava sua maquiagem e a dela própria com a varinha, para parecerem que não havia acontecido nada.
- Onde vocês duas se meteram, hein?
Tiago e Sirius vinham andando a poucos metros, visivelmente preocupados. Lilian e Samantha rapidamente se recompuseram, tentando mostrar normalidade.
- Ficamos esperando vocês duas até agora. São duas da tarde! Onde estavam?
- Desculpa Tiago, tivemos um probleminha, mas já resolvemos. – explicou Lilian, sorrindo para o rapaz.
- Assim, com esse sorriso, não consigo ficar bravo com você! – exclamou Tiago num sorriso, abraçando a ruiva e dando-lhe um beijo na testa. – Você está um pouco suja, e cheirando esquisito.
Tiago torceu o nariz, enquanto Lilian e Samantha caíram na gargalhada.
- Tivemos um incidente. Samantha... er...
- Eu caí num latão de lixo, enquanto procurava minha bolsa que havia caído lá dentro. Lilian foi me ajudar, mas acabou se sujando mais ainda... – mentiu Samantha. Sirius a olhou perplexo.
- Então esse é o programa de vocês? Brincar no lixo?
Os quatro deram risada. Lilian sorriu, puxou a varinha e com um aceno, limparam toda a sujeira da roupa e do rosto, ficando de novo impecáveis.
- Acho que agora podemos almoçar então. Estou morrendo de fome. – disse Sirius, puxando Samantha e a enlaçando pela cintura.
- Podemos sim! – exclamou a loira, dando um beijo na bochecha do garoto.
- Vocês também estão fedidinhos... – exclamou Lilian, cheirando o cachecol de Tiago. – O que andaram aprontando?
- Somos Marotos, o que acham que fizemos enquanto estavam todos fora? – disse Sirius, dando uma piscadela para Tiago.
- Fizeram alguma merda. – respondeu Samantha, fazendo Lilian rir e Sirius e Tiago torcerem o nariz.
- Vamos ao Três Vassouras, lá contaremos tudo nos mínimos detalhes... – sugeriu Tiago.
Os dois casais entraram no Três Vassouras, que estava muito lotado de alunos, e começaram a procurar uma mesa. Tiago foi bem rápido quando uma mesa ao fundo do estabelecimento ficou vaga, e minutos depois, os quatro amigos estavam sentados perto de uma grande lareira bebendo uma excelente cerveja amanteigada fumegante e saciados da fome depois de terem comido muito bem a bem temperada comida da Madame Rosmerta.
- Então, o que aprontaram? – perguntou Samantha depois de dar um bom gole de sua cerveja.
- Bom, tive uma idéia para acabar com o reinado do Prof. Seboso. – respondeu Sirius tranquilamente.
- Por Merlim, já não pedi aos dois para deixarem o pobre Severo em paz? – resmungou Lilian indignada.
- Ele estava precisando arranjar algo para fazer, já que seu passatempo favorito é me escravizar nas horas vagas. – justificou-se Sirius.
- E foi divertido, deviam ter visto. – respondeu Tiago segurando o riso.
- O que fizeram? – perguntou Samantha empolgada.
- Samy, não acredito que está apoiando esses dois nesse mau comportamento. – resmungou Lilian.
- Poxa Lily, eu nunca gostei do Sevs, ainda mais porque ele era meu par em Herbologia, e sempre ficava irritado quando eu sem querer derrubava alguma meleca de planta nele... – justificou-se Samantha, fazendo Tiago e Sirius caírem na gargalhada.
- “Sem querer”... – Lilian disse irônica.
- Continuando... – Sirius bebericou sua cerveja e pigarreou. – Decidimos enfeitar a sala e o dormitório dele.
- Enfeitaram como? – perguntou Lilian com receio.
- Ah, o de sempre... – respondeu Tiago escondendo um sorriso nos lábios.
- O de sempre e...? – insistiu Lilian ao ver os dois marotos com feições de crianças arteiras.
- Pusemos uma cereja no bolo desta vez. – continuou Sirius.
- Trabalho de mestres. – completou Tiago.
- Desembuchem logo! – pediu Samantha, curiosíssima.
Nesse momento os dois caíram gargalhando, enquanto as duas irritadas por quererem saber o que os dois haviam feito ficaram brigando com eles para que contassem o resto da história. Estavam tão absortas xingando os meninos por eles serem infantis em não conseguir parar de rir por uma brincadeira, que nem viram quando Harry, Rony e Hermione chegaram na mesa dos quatro, olhando assustados a cena.
- O que houve? – perguntou Harry ao ver as duas discutindo com os meninos, enquanto eles se contorciam de rir.
- Esses dois... bocós... – disse Lilian irritada, desistindo de arrancar qualquer informação dos dois marotos.
- Podemos sentar com vocês por enquanto? Está muito lotado aqui, e não conseguimos mesa...
Samantha nem esperou Hermione terminar, ela rapidamente conjurou três cadeiras e expandiu a mesa, acomodando os três jovens.
- Ok Tiago, desembucha logo de uma vez, ou sofrerá as conseqüências. – Lilian ameaçou séria.
- Que isso ruivinha... – Tiago exclamou em meio às risadas. – Curiosidade...
- Do que tanto eles riem? – perguntou Rony sem entender nada.
- Boa pergunta, eles não conseguem parar de rir pra contar. – disse Samantha cruzando os braços.
- Vocês três devem saber... – começou Sirius. – Sobre a brincadeira do Pirraça hoje...
Harry e Rony começaram a rir, enquanto Hermione segurava o riso.
- Dizem que Snape está fazendo de tudo para que ele seja expulso. – disse Hermione. Tiago e Sirius começaram a gargalhar.
- Mas que diabos aconteceu? – perguntou Lilian impaciente.
- Pirraça. – explicou Rony. – Parece que ele explodiu umas vinte bombas de bosta na sala e aposentos do Snape...
Lilian revirou os olhos enquanto Samantha começava a rir.
- Mas não foi só isso. – continuou Rony. – Parece, e ninguém sabe como ele fez isso, que Pirraça amarrou Filch na cama do Snape, sem vestes algumas, e com uma plaquinha escondendo o... bem, vocês me entendem... hem... escondendo, com os dizeres: “Escravo substituto”.
Samantha, Tiago e Sirius quase se mataram de rir. A feição de Lilian era de grande indignação. Hermione tentava demonstrar estar desgostosa com a brincadeira, mas ao ver Rony e Harry gargalharem, ela não conseguiu segurar o riso.
- Sinceramente, essa não é uma brincadeira que se faça. – disse Lilian com veemência.
- Porque Lily? Pirraça deu um jeito nele por mim, tenho que agradecê-lo depois. – disse Sirius, cruzando os braços por trás da cabeça e equilibrando-se nos pés traseiros da cadeira. – Doce vingança...
- Sei que vocês se odeiam, mas pelo amor, podiam parar com essa criancice que se provocarem. Francamente, se vocês dois não provocassem o Severo ele não o perturbaria, tampouco.
- Acho que nunca ouvi alguém além do Dumbledore chamar o Snape de Severo. – apontou Rony.
- Ranhoso e eu somos inimigos eternos Lily, não há o que possa fazer quanto a isso. – disse Tiago, fechando a cara. – Sei que ele é seu amigo, respeito isso, mas não vou tolerá-lo. Sinto muito.
- Ele não é mais tanto meu amigo. Você se lembra daquele incidente no quinto ano, tenho certeza. – ela lembrou-o. Lilian cruzou os braços e franziu as sobrancelhas, desapontada e abatida. Ela sabia que Snape tê-la chamado de sangue ruim foi umas das coisas que a fez se afastar dele. Mas ela ainda sentia falta daquele menino franzino, solitário, que lhe fazia companhia nas férias de verão no começo dos seus estudos em Hogwarts. Severo lhe mostrou aquele mundo mágico que a transformara na mulher que era, naquele mundo que amava e do qual jamais fugiria. Ele para ela era alguém frágil, como um vaso raro que se danifica com qualquer vento a mais, ela sentia necessidade de protegê-lo. Mas com o tempo que se passou, o abismo que se abriu entre os dois desde o quinto ano a faz querer compreendê-lo, e de alguma forma ajudá-lo a ser feliz.
- Claro que sim. – respondeu Tiago de imediato. – Você não me deixou, mas eu teria...
- Não teria feito nada, porque eu não permitiria. – Lilian interrompeu, impondo-se. – Chega, não vamos voltar a esse assunto, sim?
- Gostaria de saber o que o Seboso foi antes de dar aulas. Aliás, não entendo como Dumbledore o contratou. – exclamou Sirius, dando um bom gole de sua cerveja.
- Ele foi Comensal da Morte, mas parece que largou Voldemort antes... – Harry engoliu em seco antes de finalizar. - ... antes de matar meus pais.
- Talvez ele não tenha aceitado que Você-Sabe-Quem fosse matar seus pais Harry. – disse Hermione. – Snape pode ser um trasgo hoje, mas pode ter um coração bom.
- O que deu em você pra defender aquele crápula? – perguntou Rony abismado, olhando a amiga.
- Nada, só estou revendo a situação. – ela respondeu rispidamente.
- Então ele virou Comensal mesmo, como suspeitávamos que um dia ele viraria. – disse Samantha, bebericando sua caneca de cerveja, enquanto olhava o nada, pensativa.
- Não faz sentido pra mim. Snape odiava meu pai, não acho que ia querer que ele continuasse vivendo. – disse Harry. – Não entendo o porque desse ódio todo também, meu pai era alguém bom, tenho certeza disso.
- Todos temos certeza disso Harry, mas os dois estudaram juntos. Nunca se sabe...
- Severo foi um Comensal. – disse Lilian de repente, pensativa. Todos a olharam, não entendendo o delay da informação.
- O que importa é que ele não é mais. Pronto. – disse Hermione, pondo um ponto final naquela conversa pesada, e todos sorriram concordando que era hora de mudar de assunto.
- Na verdade, eu gostaria de passar na Zonko’s. Alguém vai? – perguntou Sirius, terminando sua cerveja e levantando da cadeira enquanto vestia o casaco.
- Eu vou. Preciso dar um recado da mamãe ao Fred e ao Jorge, e certeza que aqueles dois estão por lá. – disse Rony, juntando-se a Sirius.
- Eu quero ir também. Encontramos-nos no castelo depois. – Samantha se despediu de Tiago, Lilian, Harry e Hermione e seguiu com Sirius e Rony para a porta, seguindo pela tarde gelada de Hogsmeade.
- Desculpem, mas estou atrasada... preciso encontrar com Vítor. Antes vou dar uma passada na Dedosdemel pra comprar umas coisas pra um cachorro de rua aqui de Hogsmeade... – Hermione disse, estabanando-se enquanto vestia o casaco e pegava a bolsa. Estava realmente atrasada. – Desculpem deixá-los com tanta pressa, mas se eu dissesse que vou sair com Vítor ainda, Rony fecharia a cara comigo de novo...
- Faz o seguinte Hermione. Eu alimento o cão, você pode ir pro seu encontro. Espero vocês depois em frente à Dedosdemel Tiago e Harry?
- Sem problemas, ruivinha. – disse Tiago, dando-lhe uma piscadela. As duas meninas sorriram e saíram do estabelecimento.
Tiago não pode esconder um sorriso de satisfação quando se viu sozinho com Harry, pela primeira vez. O garoto realmente seria um espelho dele, se é claro o próprio Tiago não estivesse mudado graças ao Feitiço Ilusório de Dumbledore, reforçado por Flitwick todos os dias. Um rapaz de 17 anos certamente não pensa em ter filhos, mas Tiago via em Harry o filho perfeito, e se orgulhava por saber que realmente conseguira ter esse filho perfeito.
- Você não se importou mesmo que a Lily fosse comigo ao baile? – perguntou Harry receoso, despertando Tiago de seus pensamentos, e fazendo-o rir.
- Claro que não Harry, a Lily é livre pra ir com quem quiser, e não vou ficar bravo por uma besteira dessas. Até porque ela vai passar o baile comigo mesmo...
Harry riu enquanto Tiago sorria e bebia mais um pouco de sua cerveja.
- Eu só precisava saber o nome dela, para dar à Profa. Mcgonagall mais tarde. É Lily mesmo?
- Hmm... não. É Lil... Liane. Liane Bennet. – Tiago inventou rapidamente.
- Ok.
Ficaram em silêncio por alguns minutos, observando a movimentação do bar e pediram mais cerveja. Quando Rosmerta deixou mais dois canecos cheios, Tiago suspirou profundamente e tomou coragem de fazer a pergunta que ele se matava de vontade de fazer.
- Harry, você se lembra de algo com seus pais?
- Desculpa? – perguntou Harry, que estava perdido em pensamentos.
- A pergunta é meio íntima e tal, mas poxa, você perdeu seus pais tão cedo, é possível se lembrar deles?
- Olha, me lembro de poucas coisas. – respondeu Harry sem jeito, procurando em seus pensamentos algum resquício de seu passado. – É esquisito como algumas coisas às vezes aparecem e não sabemos se são ilusões ou se são lembranças que a mente traz à tona. Ano passado por exemplo, tivemos problemas com Dementadores nos domínios da escola. Eu ouvia direto o grito de minha mãe quando ela morreu...
Tiago sentiu sua pele se arrepiar, o sangue congelar em suas veias. Certamente esse era um dos sons que ele pediria a tudo o que fosse sagrado pra que jamais ouvisse.
- ... mas sabe, às vezes tenho sonhos que me lembram de situações boas. Não sei se são verdadeiras ou não, mas me deixam feliz. São momentos que passei com meus pais, ou algo que minha mente criou sem minha interferência para que eu tivesse uma lembrança boa, embora falsa. Não sei explicar, é confuso...
- Eu entendo. É como se nos iludíssemos para sermos felizes por breves momentos. – disse Tiago com um sorriso. Harry olhou para ele e retribuiu.
- Esse ano tenho tido bastantes sonhos desses, apesar de outros sonhos que tenho tido... – Harry lembrou-se dos sonhos que tinha com Rabicho em um cemitério, fazendo um ritual, onde um bebê deformado perguntava por Harry, mas aquilo era muito íntimo para se contar à Tiago. - Acho que é um modo deles me desejarem boa sorte.
- Seus pais? – perguntou Tiago.
- Sim.
Tiago sorriu por um breve momento, bebericou sua cerveja e olhou bem para Harry. Focou nos olhos verdes do garoto, os olhos da mulher que ele mais amava. Passou a mão nos cabelos e continuou.
- Sabe Harry, eles estariam orgulhosos de você se estivessem vivos. Tenho certeza disso.
- Eu também acho. – respondeu Harry com um sorriso, terminado sua cerveja. – Mamãe certamente estaria tão preocupada quanto a Sra. Weasley, mas papai com certeza estaria do meu lado, me dando força sempre, um pouco como o Sr. Diggory faz com o Cedrico, sabe? Aliás, acho que os dois fariam isso. Me apoiariam sempre.
- Àqueles que morreram por quem mais amaram jamais te deixariam sozinho nessa Harry, pode ter certeza. – disse Tiago sério. Harry assentiu com a cabeça e deu um leve sorriso.
- Acho que é a Lily ali na janela. – disse Harry apontando pra janela borrada e embaçada, onde do outro lado uma garota ruiva acenava aos dois.
- Essa cabecinha de fósforo não engana ninguém. – respondeu Tiago se levantando, fazendo Harry rir. Tiago deixou uma boa gorjeta para Madame Rosmerta e enquanto colocava o casaco, sentiu algo nos bolsos e sorriu.
- Harry, se importaria se eu lhe desse um presente?
- Não, mas não precisa. – respondeu Harry sem entender.
- Aqui. – Tiago colocou a mão nos bolsos e tirou o seu velho pomo de ouro, brinquedo afanado desde seu quinto ano, companheiro dos períodos tediosos. Ele tentou lustrá-lo no casaco, sem muito sucesso, e deu à Harry.
- Um pomo?
- Sim, é um pomo que tenho desde os tempos da escola. Me trouxe muita sorte, principalmente com as garotas. – Tiago deu uma piscadela, e Harry riu. – Agora é seu.
- Muito obrigado. – agradeceu Harry, pegando o artefato e olhando com atenção. – Vou guardá-lo.
Harry colocou no bolso das vestes e os dois saíram do bar. Lilian estava lá fora, impaciente.
- Mas que demora! Vamos voltar pro castelo, está esfriando e provavelmente Black e Louise já estão lá.
- Vamos sim ruivinha. Nos acompanha, Harry?
- Rony me pediu pra avisar você que ele está te esperando na Zonko’s Harry. – interrompeu Lilian.
- Vou lá então. Até mais tarde. – Harry se despediu e foi em direção à loja de logros.
- Isso é uma nova tática pra ficar sozinha comigo, ruivinha? – perguntou Tiago com seu melhor sorriso maroto.
- Não seja bobo. Estou congelando, vamos embora.
Tiago a puxou para perto e passou o braço pelos ombros dela, que agradeceu com um sorriso. Pegaram a primeira carruagem vazia que avistaram e foram em direção à escola.
- No que está pensando? – perguntou Lilian, com a cabeça encostada no ombro do rapaz, vendo que ele estava quieto, com um sorriso peculiar, olhando distante para o nada.
- Nada. Só achei que Madame Rosmerta está melhorando cada vez mais a cerveja. A de hoje estava fantástica. – ele respondeu com um sorriso, beijando a testa da ruiva.
- Conversou algo com Harry? – ela perguntou, ainda vendo um certo mistério naquele sorriso do rapaz.
- Algumas coisas que me fizeram perceber uma coisa importante. – ele respondeu, olhando fixamente nos olhos da garota.
- O quê? – ela perguntou com um leve sorriso, curiosa.
- Que nós seremos a família mais linda e mais feliz desse mundo. – ele respondeu, puxando o pescoço dela e ficando de testas coladas.
Ela fechou os olhos, sorrindo e segurando a mão desocupada dele. Ele lhe fez um chamego no nariz, como um “beijo de esquimó”, antes de fechar os olhos e com um largo sorriso, puxar seu queixo delicadamente e colar seus lábios nos dela.
* * *
Mais uma vez, não betei! qualquer errinho que eu tenha deixado passar, avisem-me por favor! Espero que tenham gostado, aguardo comentários!
E hohoho, um passarinho me contou que o Sirius tem uma surpresinha pra Samy no próximo capítulo...
Beijos e até o próximo! Amo vocês!
Comentários (7)
quando vai sair o novo capítulo?
2011-10-28Tadinho do Meeu Sirius, ele não lembra da Sammy por que ???? Esta questão está corroendo minhas entranhas de tanta curiosidade... ò vida cruel. Beeem ,o Tiagop é tãaao fofinhoo meeeu deuss , como eu amo ele , e o Six tbm , tadinho dele :/ não merecia ficar em Azkaban só Deus sabe o quanto eu odeio o Pedro.. Beeem é issso , mais mais mais capitulos , e graças a deus a denuncia foi retirada :D
2011-09-26Ai que lindo! O que será que houve pro Sirius nao se lembrar da Sammy? Merlin! Essa fic está cada vez melhor. E a brincadeira do "Pirraça"? Caraca, eu morri de rir, e estou rindo até agora. Nao demore a postar, ok? Beijos,Lu
2011-09-25AAchei lindo o cap, porque o Sirus esqueceru a samanta?
2011-09-24Achei lindo o capítulo, mas por favor não demora pra postar o próximo igual demorou esse! Fico ansiosa!!! Beijooos
2011-09-24CAPÍTULO PERFEITO!!!!! Cara que choque que não deve ter sido Para o Sirius encontrar com as meninas? O.O Imagina se ele encontresse com ele mesmo que assustador que não seria? Six do passado entraria em estado catatonico!!! Papainho pai e filho foi fofo, tirando o fato do Harry não saber que estava falando com o pai! E o que foi aquele papo sobre a brincadeira? Pontas e almofadinhas são bem ruins não? rsrsrrsrsrs Amei o capítulo, curiosa pela continuação, att assim qeud er, por favor. Beijos...
2011-09-24capítulo magnífico , o modo como vc escreve é simplismente sem palavras, de tão bom que é. gostei muito das meninas conhecerem o Sirius mais velho , vai deixar a história mt interessante, e a aproximação entre Líllian , Tiago e Harry está muito boa, e a cada momento o de Harry saber que seus pais estão com ele está cada vez mais perto. Mas enfim, esse foi mais um ótimo capítulo, só peço que não demore tanto para postar, igual ao que aconteceu com este. Abraços e boa escrita.
2011-09-23