Capítulo 7



Capítulo 7



 



 



Amizade e lealdade são duas coisas que James costuma prezar. Seus amigos são a prova de que o rapaz é capaz de enfrentar o mundo para protegê-los. Era por isso que ele dava tanto valor aos Marotos. Sabia que, não importava o que acontecesse, sempre estariam juntos. Até o fim!



O problema era que quando James sentia-se traído a coisa mudava completamente de figura. Por mais que quisesse ou tentasse, ele não conseguia mais enxergar a pessoa com os mesmos olhos. Mesmo que essa pessoa tenha feito algo por ele ou tenha demonstrado ser “do bem”, se quebrasse a sua confiança poderia dar adeus a sua amizade.



Harry Potter estava dando o seu adeus, ainda que não entendesse muito bem o motivo. Ele até tentou reorganizar sua memória em busca de alguma lembrança que pudesse ajudá-lo, mas quanto mais pensava a respeito, menos fazia sentido. O que ele havia feito de errado?



Dois dias de total silêncio haviam se passado e Harry começava a se desesperar. Não bastava ter inimigos no seu tempo de escola, agora ele teria que passar por isso no tempo dos seus pais também? De repente, todas as farpas trocadas com Draco Malfoy pareceram muito bem vindas.



Harry estava a caminho do Salão Principal quando se deparou com James e Sirius. Eles estavam conversando e, pelas suas caras, tramando alguma coisa para cima dos Sonserinos. Isso seria até legal se Harry não soubesse que a vítima deles seria o Severo Snape.



- Hey caras! – Harry os cumprimentou com um sorriso, que logo murchou ao perceber que não era bem vindo ali – Bom dia!



- Você não tem mesmo vergonha na cara, não é? – James avançou na direção de Harry com um olhar perigoso – E eu que pensei que você fosse entender o tratamento de silêncio.



Harry encarou Sirius em busca de alguma ajuda, mas este apenas sustentou seu olhar como se quisesse dizer “Você é mesmo um otário!”.



- Não estou entendendo – Harry encarou James – O que foi que eu...



E de repente, Harry se viu obrigado a interromper sua pergunta por que o punho de James foi parar exatamente no seu nariz. Ele cambaleou para trás, mas conseguiu recuperar o equilíbrio a tempo – coisa que lhe pareceu bem estúpida, principalmente quando James acertou seu queixo e o derrubou no chão.



Havia gosto de sangue na boca de Harry e, definitivamente, seu nariz precisaria de um reparo. Qual feitiço Ninfadora Tonks havia usado para consertar seu nariz mesmo?



- Você é um hipócrita, Granger! – James cuspiu as palavras – Finge ser meu amigo só para me apunhalar pelas costas e ainda tem coragem de agir como se não soubesse o que está havendo.



- Mas eu não sei! – Harry disse. Merlin o ajudasse ou a história de não bater em James por ser seu pai iria por água abaixo – Sinceramente não sei e ajudaria bastante se algum de vocês falasse.



- Granger, para o bem dos seus dentes é melhor fechar essa boca e ir embora daqui. – Sirius advertiu.



- Não Sirius, deixa ele! – James sorriu ironicamente – Vamos ver até onde ele sustenta a mentira.



- Que mentira, caramba? – Harry estava perdendo a paciência e seu nariz doendo não o ajudava muito.



- Você quer continuar com o teatrinho? Tudo bem – James jogou as mãos para o alto – Continue mentindo então!



- Mentindo sobre o que? – Harry praticamente gritou. Céus, seu pai era bem irritante quando queria ser.



- Que você e a Evans estão saindo – Sirius respondeu – E nem adianta negar porque o Pontas viu vocês juntos aquela noite.



Foi aí que a ficha de Harry caiu. Há duas noites, quando Lily o salvara de um ataque sonserino, James os viu. Só isso explicava o comportamento absurdamente estranho dele. Merlin, será que não era óbvio que ele jamais sairia com Lily? Seu estômago chegava a embrulhar só com a ideia. James deveria saber que ela era a sua figura materna, certo? Errado. As vezes o próprio Harry esquecia que os rapazes ainda não faziam ideia de que a jovem ruiva era a sua mãe e, por mais absurdo que pudesse parecer naquele momento, James era o seu pai.



- Eu não sei exatamente em que momento você chegou, Potter – Harry fingiu que estava aborrecido com seu pai só para não levantar suspeitas – Mas a Lily só estava me ajudando. Se você tivesse chegado alguns minutos antes teria visto ela me esconder na passagem apenas para me livrar de um ataque do Snape e do Carrow. Ela os considera potencialmente ofensivos quando pegam um membro da Grifinória sozinho e partem para o ataque.  E eu os estava espionando, o que iria piorar ainda mais a minha situação. Ouvi uma conversa estranha sobre Você-sabe-quem e parei para terminar de escutar, só que fui estúpido o suficiente para esbarrar na armadura e chamar a atenção dos dois. Se não fosse a Lily, a essa altura eu estaria na enfermaria.



James encarou Harry por alguns minutos. Mais uma vez estava tendo aquela batalha interna que o fazia questionar se deveria ou não acreditar no rapaz. Era fato que algo nele o incomodava, ao mesmo tempo em que o fazia querer confiar. Era como se Ronald Granger sempre dissesse a verdade quando interrogado, mas também mantivesse algum segredo trancado a sete chaves. E era isso que o deixava desconfiado.



- Eu já contei a minha versão dos fatos. – Harry disse – Se você vai ou não acreditar o problema não é meu.



- Eu acredito – James disse por fim – E... Bom, Rony, desculpa por ter perdido a cabeça. Você sempre foi um cara tranquilo e eu nem te dei a chance de se explicar.



- E tudo isso porque vocês são caras desprendidos e nada ciumentos – Harry riu, o que foi uma péssima ideia, já que seu nariz inchado e sua boca machucada o fizeram se arrepender – Ouch! Acho que antes do café da manhã vou para a enfermaria.



James e Sirius trocaram olhares cúmplices e em seguida apontaram suas varinhas para Harry.



- Espera aí, vocês disseram que...



- Episkey! – James disse o feitiço e o nariz de Harry voltou para o lugar.



- Targeo! – Sirius ordenou e o sangue que estava no rosto de Harry desapareceu.



- Valeu – Harry agradeceu – Mas ainda vou precisar de uma poção para dor de cabeça. Acho que não vou me livrar da enfermaria e nem da Madame Pomfrey. Merlin me ajude e ela não me faça muitas perguntas.



James e Sirius deram uma risada enquanto Harry se afastava. Quando o rapaz estava fora de suas visões, James encarou o amigo e disse:



- O Granger nos esconde alguma coisa.



- Eu sei – Sirius disse – Isso vem me incomodando desde aquele dia da transformação do Remus.



- Exatamente – James ficou sério – E o pior é que ele não parece o tipo de cara mau. Mas tenho a impressão de que o segredo dele nos envolve.



Sirius balançou a cabeça positivamente. Seus olhos estavam um pouco distantes.



- Vamos falar com o Aluado.



- E com o Rabicho – James completou.



- Cara, sem ofensas, mas o Rabicho se mija todo só de pensar em encrenca. Ele é o nosso amigo, mas não é o mais corajoso. Não acha melhor mantermos ele fora dessa?



- Tem razão... Vamos falar com o Aluado e começar a investigar. Acho que já sei por onde começamos.



- Por onde?



- Pelo quarto – James respondeu como se fosse o óbvio – Assim que tivermos tempo vamos investigá-lo. Se o Ronald nos esconde algo, vamos descobrir logo.



 



 



 



~*~



 



 



 



A aula de Transfiguração, no geral, correu muito bem. Vez ou outra Minerva precisava chamar a atenção de alguns alunos (leia-se: James e Sirius), mas nada que fosse muito grave ou que duas noites limpando a Sala de Troféus não resolvesse.



- Para a próxima aula quero um trabalho completo sobre Animagia – Minerva disse – Não aceitarei trabalhos com menos de oitenta centímetros. E, para não me chamarem de injusta, vocês farão a tarefa em dupla.



Um murmurinho de alegrinha percorreu a sala e as duplas costumeiras se encararam com cumplicidade: Marlene e Lily; Alice e Emmeline; James e Sirius; Remus e Frank... Mas, toda essa cumplicidade foi por água abaixo quando Minerva tornou a falar:



- Eu definirei as duplas.



E a felicidade momentânea deu lugar a uma insatisfação geral.



- Não adianta me olharem com essas caras. O objetivo dos trabalhos em dupla é a interação. E eu acho que a Srta. Evans e a Srta. McKinnon já se dão bem o suficiente, e isso vale também para o Sr. Potter e o Sr. Black. Portanto, as duplas serão as seguintes: James Potter e Marlene McKinnon; Sirius Black e Lilian Evans; Remus Lupin e Emmeline Vance; Frank Longbottom e Alice Prewett; Peter Pettigrew e Amelia Bones; Ronald Granger e... – Minerva fez uma pausa a procura de uma dupla para Harry – Ronald Granger e Severo Snape; Alecto Carrow e...



Minerva continuou escolhendo as duplas, mas Harry havia parado de prestar atenção. Será que a professora não percebia que manter os dois juntos não era uma boa ideia? Apesar do respeito que agora tinha por Snape, Harry sabia bem que aquele trabalho seria praticamente uma missão impossível. Como lidar com alguém que o odiava? Ele não tinha a mínima ideia, mas precisava descobrir – e rápido – antes que fosse tarde.



- E fica assim a divisão – Minerva terminou finalmente – Agora estão dispensados. Tentem, por favor, superarem as diferenças. Alguns de vocês podem ser rivais de Casa, mas lembre-se que esse trabalho é importante e valerá metade da nota do exame. Não tolerarei atrasos na entrega. Tenham uma boa tarde!



Com um floreio de sua varinha, Minerva recolheu suas coisas e apagou o quadro negro atrás de si.



Algumas duplas não tiveram nenhum problema com a escolha dos parceiros (como no caso de Remus e Emmeline), enquanto outras...



- Escute bem, Potter, podemos fazer isso de um jeito fácil ou difícil, a escolha é sua. – Marlene foi logo dizendo. Seu humor claramente alterado por causa da escolha da sua dupla.



- E o difícil?



- Fazemos o trabalho juntos e você atura o meu mau humor. – Marlene disse a contragosto – Ah, é claro que não podemos esquecer que você provavelmente sairá ferido. – ela abriu um sorriso falsamente simpático e o encarou.



James fingiu pensar sobre o assunto só para irritá-la. Era engraçado ver como ela e Lily se irritavam facilmente com a presença dele e de Sirius.



- McKinnon, apesar da sua primeira oferta ser bastante tentadora, vou optar pela segunda, certo? – James abriu um largo sorriso. – Nada como passar algumas horas agradáveis com a melhor amiga da minha doce Evans.



Marlene estreitou os olhos e encarou o local onde Lily e Sirius trocavam farpas. Aparentemente, a oferta dela de fazer o trabalho sozinha também não foi aceita.



- Você é quem sabe, Potter! – Marlene disse finalmente – Mas fique sabendo que nosso convívio não será nada agradável.



- Eu espero que não! – James deu uma risada e saiu da sala. Sirius logo o seguiu.



- Argh, como eu detesto esses dois! – Lily comentou quando se aproximou de Marlene – Vamos, ainda temos a aula de Runas.



Marlene e Lily saíram juntas da sala, seguindo alguns alunos que ficaram para trás também.



Harry – que havia demorado para guardar seu material de propósito – se aproximou de Snape assim que seus amigos saíram.



- Snape, sobre o trabalho...



- Faremos amanhã na biblioteca – Snape disse sem nenhuma emoção – Hoje não tenho tempo para aturar você, Granger. E espero que saiba que nossa conversa vai se restringir aos limites da biblioteca e será apenas sobre esse maldito trabalho.



- Por mim tudo bem – Harry deu de ombros.



Severo olhou para Harry com desprezo e saiu da sala, deixando o rapaz para trás. Definitivamente, viver no passado e cheio de segredos era pior do que saber que era o escolhido para salvar o mundo bruxo. Pelo menos, na segunda opção ele sabia o seu destino.



 



 



 



~*~



 



 



 



A ideia de investigar a vida de Harry seria fácil se o rapaz deixasse pistas espalhadas em suas coisas.



James, Sirius e Remus, na ausência de Harry, procuraram por algo que o denunciasse, mas aparentemente não havia nada que pudesse revelar o seu segredo.



- Caras, vocês estão neuróticos! – Remus disse – Já reviramos as coisas do Ronald e não encontramos nada.



- Ainda não mexemos no malão – James observou.



- Pontas, sei que seu patrono e a sua forma animaga é um veado, mas não comece a agir como um, ok?! – Sirius provocou – Dentro do malão só deve ter as cuecas do Rony.



- Ou é isso o que ele quer que a gente pense – James observou e caminhou em direção ao malão de Harry. Estava pronto para abri-lo quando Harry entrou no quarto.



- Remus, a Emmeline pediu para te chamar. – Harry deu o recado – E Sirius, a Lily disse que se você se atrasar para o trabalho hoje, ela irá enfiar um livro por sua garganta abaixo.



Os rapazes riram com aquela ameaça e Remus logo tratou de sair do quarto. Não queria dar motivos para irritar Emmeline.



- A Marlene não fez nenhuma ameaça? – Sirius perguntou – Isso sim é um milagre.



- Na verdade fez – Harry respondeu – Ela disse: “Faço as palavras da Lily as minhas”. Então, James, acho que você também corre perigo.



- Oh, então vamos descer – James fingiu que estava assustado – Não queremos provocar as feras. Você vem Rony?



- Não, não! Vou ficar aqui. Vejo vocês mais tarde.



 



 



 



 



~*~



 



 



 



Harry sabia que estava tendo um pesadelo, embora não conseguisse encontrar uma forma de se obrigar a acordar.



Mais uma vez tivera a visão da morte dos seus pais, mas dessa vez havia outra pessoa em cena: Merope Gaunt.



Em seu pesadelo, Merope encarava Harry com uma expressão assustada. Chorava muito, como se tivesse acabado de perder alguém. De início ele não entendeu bem, mas então percebeu uma figura caída aos pés da mulher. Além do corpo de sua mãe, havia outra pessoa jogada ali. Um segundo bebê.



Harry se aproximou da pequena criança enrolada em um manto negro e soube – ele não sabia muito bem como – mas soube que aquele bebê de pele pálida era o pequeno Tom Riddle. Aquilo não fazia o menor sentido, porque há poucos minutos havia visto o Lord Voldemort matar seus pais, mas de fato aquele bebê era sim o maior assassino de todos os tempos – só que na versão mirim.



- Está tudo bem, Tom – Merope sussurrou em meio ao choro – Você é um bom menino, está tudo bem.



Harry sentiu nojo da mulher. Como ela poderia dizer que Voldemort era um bom menino, quando matara diversas pessoas?



- Shhhh – Merope pegou a criança envolta em um manto negro e começou a niná-la, murmurando uma canção.



Harry quis correr dali, mas estava preso aquela cena bizarra. Não conseguia se mexer e muito menos falar alguma coisa que fizesse algum sentido.



- O que... – ele tentou perguntar, mas sua voz parecia estrangulada.



- Está vendo, Harry Potter? Ele é uma boa criança. – Merope se aproximou de Harry com o mini-Voldemort nos braços e mostrou seu filho ao rapaz – Ele não pode fazer mal a ninguém.



- Ele matou os meus pais – mesmo sabendo que se tratava apenas de um bebê, Harry sentiu nojo daquela criança – E muitas outras pessoas.



Merope balançou a cabeça negativamente.



- Não, a culpa não é dele.



- Não é dele? Sra. Gaunt...



- Riddle. Me chame de Sra. Riddle.



- Ok então, Sra. Riddle ele sempre soube o que estava fazendo. Quando começou seu massacre não era mais nenhum bebê.



- Não, você não entende, Harry Potter – Merope tornou a balançar a cabeça negativamente – Ele não tem culpa de nada. A culpa disso tudo é minha, só minha.



- Não, não, a culpa não é...



Harry interrompeu sua frase quando Merope agarrou seu casaco com uma das mãos e o puxou até que estivessem cara a cara. Seu olhar o assustou como nada no mundo.



- Me mate, Harry Potter!



- Eu não posso!



- Você precisa! – a voz dela era puro desespero – Você precisa ou então todos que você ama irão morrer.



Harry acordou desesperado. Seu coração estava batendo tão rápido que parecia que ia saltar de seu peito. Seu rosto estava coberto por uma fina camada de suor e ele se sentia enjoado.



Olhou para o relógio. Passava da uma da manhã. Respirando fundo, Harry se levantou o mais silenciosamente que pode e saiu do dormitório. Precisava respirar e como tinha certeza de que não dormiria tão cedo, preferiu ir para a sala comunal a fim de ordenar seus pensamentos.



*



Quase no mesmo instante em que Harry saiu, James se colocou de pé e sem pensar duas vezes acordou Sirius.



- Mas o que...?



- Rony acabou de sair. Pega o Mapa do Maroto e vamos segui-lo – James avisou.



Sonolento, Sirius se colocou de pé e fez o que James falou. Sorte a dele que o mapa não estava tão bem guardado, caso contrário acabaria acordando os outros.



James tratou de cobri-los com a capa de invisibilidade – que mal lhes escondia devido a altura – e juntos saíram do dormitório. Estavam preparados para abrir o mapa do maroto e procurar Harry, quando o viram na sala comunal. Até aí tudo bem. O problema era que ele estava acompanhado de alguém que vestia um manto negro e estava encapuzado.



- Mas...? – Sirius tentou sussurrar.



- Shhh... – James o interrompeu e moveu os lábios silenciosamente formando a frase “vamos ouvir”.



*



Harry já estava se acostumando com aquelas visitas inesperadas, mesmo que a companhia não lhe agradasse. Já era muito ruim ter que sonhar com mortes e encontrar a própria Morte não era lá muito animador.



- Sem sono, Potter? 



James, que se mantinha calado, sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Chegou a abrir a boca para responder, mas antes que pudesse emitir qualquer som, Harry respondeu:



- Sim, mas acho que não veio aqui para saber isso.



James encarou Sirius completamente chocado. Será que era esse o segredo dele? Ter o mesmo sobrenome que James?



- De fato, não vim aqui saber sobre seu sono, Potter. – a Morte andou de um lado para o outro. Sua presença ali quase fez o fogo da lareira, já fraco, se apagar de vez. – Vim saber se pensou na minha proposta.



- Aquela que faz de mim um assassino? – Harry perguntou com ironia – Ah sim, pensei, e a resposta é não! Não vou matar Merope. Deve haver outra forma de...



- Salvar a vida dos seus pais? Seus amigos? – a Morte deu uma gargalhada. Mesmo James e Sirius que estavam um pouco longe sentiram um frio estranho percorrer seus corpos – Você sabe qual é a regra, Harry James Potter. Se tentar salvar a vida de James, Lily, Marlene ou Dorcas, seus amigos do futuro morrerão. Vá em frente e tente alterar o destino e a primeira pessoa que levarei será a sua namoradinha Ginevra Molly Weasley.



- Não ouse tocar na Gina! – a voz de Harry soou mais alta do que pretendia – Deixe-a fora disso.



- Então não tente salvar a vida de seus pais. – a Morte o alertou – A não ser que você decida matar a Merope. Aí sim todos saem ganhando.



James, que até então ouvia tudo em silêncio, agora estava em completo estado de choque. Sirius não estava muito diferente do amigo, mas ainda conseguia ouvir as palavras com mais atenção.



- Por quê? – a voz de Harry soava totalmente frustrada. – Por que matar Merope vai salvar meus pais? Ela já está destinada a morrer e você, melhor do que ninguém, sabe disso. Por que matá-la muda alguma coisa? Faria mais sentido se eu tentasse matar o Voldemort recém-nascido.



A Morte balançou a cabeça em um sinal negativo. Seu manto negro esvoaçou com o gesto e, de onde estavam, Sirius e James perceberam a forma quase esquelética da “amiga” de Harry.



- Você não vai conseguir matá-lo, Harry Potter. – a Morte o alertou – Sua tentativa será em vão e poderá matar você.



- Quer dizer que um bebê vai me derrotar?



- Eu achei que você soubesse que bebês podem ser bem perigosos. – a Morte ergueu sua mão esquelética e tocou a testa de Harry, exatamente em sua cicatriz. Sua mão era fria como gelo – Desista dessa ideia, criança. Sua única saída é matar a mãe de Tom Riddle antes que ela engravide. Caso contrário, valerá a regra: uma vida por outra vida. Salve alguém desse tempo e eu levo alguém do seu tempo.



“Sinceramente, não sei por que você hesita tanto. Você só precisa matar a mulher que dará a luz ao maior assassino de todos os tempos e então poupará todas as vidas que morreram na guerra e também por você. Acho que você sabe o nome de todos os mortos, não é? Dorcas Meadowes, Marlene McKinnon, James Potter, Lilian Evans Potter, Sirius Black, Remus John Lupin, Emmeline Vance, Cedric Diggory, Fred Weasley…”



- Chega! – Harry pediu – Eu sei o nome de todos eles. Não preciso que me lembre.



- Se você sabe que todos eles morrem, por que não impede isso, Harry Potter? Eu já disse o que tem que fazer.



- Mas não me explicou o motivo! – Harry rebateu – Eu não entendo como matar Merope ajuda em alguma coisa. E também não tenho certeza de que está falando a verdade.



A Morte deu mais uma risada. Era tão divertido conversar com aquele garoto.



- Vou lhe dizer uma coisa, Harry Potter, você desejou conhecer os seus pais e, por algum motivo estúpido, aquele ex-diretor Alvo Dumbledore lhe concedeu o seu desejo. Disse que você voltaria no tempo e lhe alertou sobre não alterar o destino dos seus pais. Quando ele disse “uma vida por outra vida”, não citou as regras do feitiço. Citou as minhas regras. Sou eu quem faço as regras desse jogo.



- Isso não é um jogo.



- Para você, mas eu estou me divertindo como ninguém. – a Morte disse – A questão é que estou lhe dando a oportunidade de salvar a vida das pessoas que ama e, também, acabar com aquele que se tornou um grande problema para mim.



- Voldemort se tornou um problema para você?



- É, podemos dizer que sim. – a Morte disse – Mas a mãe dele é a culpada.



- Por quê?



- Isso você vai ter que descobrir sozinho. – a Morte disse – Mas sugiro que faça isso rápido, Harry Potter. Seu tempo aqui com os seus pais está se esgotando. E acho que o Dumbledore não lhe disse que essa é a sua primeira e última vez aqui no passado, disse?



- Não... Mas por que não posso voltar de novo?



- Essas são as regras do feitiço e não as minhas, então não sei – a Morte deu de ombros – Em todo o caso, é melhor se apressar. Mate Merope e tenha uma vida feliz com sua família. Ignore meu conselho e tente salvar seus amáveis pais, e eu levo sua namora e seus amigos. Fim da história!



- Mas eu...



- Até breve, Harry Potter! – a Morte se despediu e, como de costume, Harry sentiu-se tragado para a escuridão e, segundos depois, estava desmaiado no chão, próximo a lareira.



Parados na escada, James e Sirius pareciam duas estátuas. Haviam esquecido como se fazia para se mover ou falar. Sabiam que precisavam se mexer e ajudar o garoto que estava caído no chão, mas não conseguiam ordenar suas pernas a andarem.



- Ele... Isso...



- Sim, por mais absurdo, estranho, confuso e bizarro, o Rony é o seu filho.



- Harry.



- O que?



- O nome dele é Harry – James disse – Harry James Potter.



Sirius balançou a cabeça e, com um sobressalto, viu Harry se mover no chão. Aparentemente havia acabado de acordar do seu desmaio.



- Devemos falar com ele?



Apesar de querer muito, James balançou a cabeça levemente em um sinal negativo.



- Não! Ele já está confuso o suficiente. Vamos voltar para o dormitório e fingir que estamos dormindo. O Harry provavelmente vai estranhar se chegar lá e não nos encontrar.



- Certo!



James e Sirius subiram as escadas de volta ao seu quarto, antes que Harry pudesse fazer o mesmo.



Assim que atravessaram a porta para dentro do dormitório, James retirou a capa de invisibilidade e encarou o amigo:



- Cara, se aquilo tudo que ouvimos não foi alucinação, nós vamos morrer.



- Sim – Sirius disse – E, diferente do que imaginamos, o garoto não estava aqui para nos espionar. Ele quer tentar nos salvar.



James balançou a cabeça. Ia fazer mais um comentário quando ouviu várias batidas de pés na escada. Rapidamente, correu em direção a sua cama e se jogou nela, fingindo que estava dormindo. Sirius fez o mesmo.



Harry sentia-se cansado, como acontecia todas as vezes que a Morte lhe visitava. Mesmo que não quisesse, no exato momento em que se jogou em sua cama, seus olhos se fecharam e ele caiu em um sono profundo.



Ignorando o fato de que Harry poderia acordar e estranhar muito sua atitude, James saiu de sua cama e se aproximou de seu filho. Observou-o com atenção e então sussurrou.



- Agora consigo entender o motivo de você ser tão parecido comigo. Exceto os olhos. Você tem os olhos de sua mãe.



 



 



 



 



 



~~



 



 



 



 



 



N/A: Olá meus amores! E aí, gostaram do capítulo? Sinceramente, espero que sim.



Agora o James já sabe da verdade. Quero ver como vai fazer para fingir que o “Ronald Granger” não é o seu filho hauhauhauhauha As coisas agora vão se tornar, hmmm, mais agitadas, posso assim dizer.



Alguém aí já sabe por que o Harry precisa matar a Merope? =P



Comentem e deixem suas opiniões ok?! Seus comentários me incentivam a escrever.



Até a próxima!



Xoxo,



Mily.

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Comentários (3)

  • Lana Silva

    Nossa lindoooooo ameiii o capitulo!!!! *----*

    2011-12-06
  • hell yeah

    "Você tem os olhos de sua mãe." como não amar essa fic? :~

    2011-07-27
  • hell yeah

    "Você tem os olhos de sua mãe." como não amar essa fic? :~

    2011-07-27
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