Capítulo 2



Capítulo 2


O amor é como um raio, não se sabe onde cai até você ser atingido.
- Henri Lacordaire
 


27 de Junho, 08:20 AM


- Black! – Sirius tirou os olhos do computador. - No meu escritório, agora.


Ele levantou-se e saiu de seu cubículo seguindo seu mais novo chefe até seu escritório. Sirius ficou nervoso. O tom que o chefe usara não fora um dos mais felizes.


- O que é isso? – ele perguntou, mostrando a ele uma página do New York Post.


- A seção de cultura e arte do New York Post? – ele perguntou, receoso de que essa não fosse a resposta que o chefe esperava.


- Por incrível que pareça, eles são nossos concorrentes. – Sirius não ficou surpreso. Já sabia que o NY Post e o NY Times eram grandes concorrentes. – Preciso de alguém cobrindo essa área de exposições e mostras culturais. Li suas matérias de Londres, e você escreveu várias desse tipo.


Sirius ficou sem o que dizer. Sempre fora o que mais gostara de escrever, mas porque o chefe o estava dando essa oportunidade a um estagiário?


- Estou com o staff diminuído preciso de alguém que cuide dessa parte. Eu colocaria Denise, mas ela já está com a seção de livros, e isso é demais para ela grávida. Posso contar com você para isso?


- Sim senhor. – Sirius respondeu prontamente, abrindo um sorriso.


- Aqui está a lista de eventos que você irá cobrir. Receberá convite, passes para backstage, etc. Comece a trabalhar nisso já. E tire esse sorriso idiota do rosto.


Sirius saiu do escritório ainda mais feliz. Sentou-se na cadeira em frente ao seu computador e analisou a lista. O primeiro evento que havia o fez rir. (06/28/2010) Jumping with Philippe Halsman – Metropolitan Museum of Art. Não era uma coincidência estranha?


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28 de Junho, 07:13 PM


Marlene entrou no saguão do hotel, seus saltos fazendo um barulho irritante que fazia algumas pessoas a olharem. Chegou no balcão onde havia uma loira que aparentava ter uns 25 anos.


- Oi. Poderia dizer a Sirius Black que a Marlene está aqui? – a loira sorriu falsamente e pegou o telefone.


 – Ele já vai descer. – ela disse, depois que desligou.


Marlene sorriu, apoiando as costas no balcão. Analisava toda a mobília, a pintura, os quadros do hotel e como combinavam entre si, quando ouviu alguém dizer “Uau”.


Virou-se para ver quem era. Sirius estava lá, vestindo um terno e gravata que pretos que, juntos com a camisa branca, o faziam ficar maravilhoso. Era uma visão incrível.


- Você está linda. – ela olhou para si mesma. Estava com seu vestido azul marinho que ia até os joelhos e saltos pretos, combinando com a bolsa.


- Obrigada. – ela respondeu, tentando ao máximo não corar. – Você também não está nada mal.


- Vindo de você, imagino que seja um elogio. – os dois riram. – Afinal, você me parece uma pessoa bem exigente.


- Eu sou. – ela respondeu sorrindo. – Eu ainda não acredito que  você conseguiu ingressos para a estréia da exposição. Eu consegui para domingo no maior sufoco!


- Agradeça o meu chefe. – Sirius disse, enquanto rumavam para a entrada do hotel. – Ele que achou minhas matérias boas o suficiente para começar a escrever na seção cultural. 


Sirius esticou o braço em direção a rua, tentando chamar um táxi. Sem sucesso. Berrou, agitando o braço. Mais uma vez sem sucesso. Marlene riu.


- Deixe-me ajudá-lo. – ela passou na frente dele, assobiando com uma mão e com o outro braço esticado. O táxi que passava automaticamente parou na frente deles.


- Eu nunca consegui fazer isso. – ele disse, abrindo a porta para que ela entrasse.


- É bem fácil. Depois de tantas vezes em Nova York, você tem que aprender a fazer isso.


Enquanto o táxi passava pela Park Avenue, Marlene observava Sirius. Ele olhava a cidade calmamente. Sua expressão também não mudara enquanto passaram pelo Central Park, talvez não se encantasse com cidades grandes por morar em Londres, pensou. Em alguns minutos já estavam em frente ao Met. Sirius insistiu em pagar a corrida e Marlene deixou, contrariada. Pagaria a volta, então.


Marlene já estivera algumas vezes no Met, mas poderia dizer que essa vez estava sendo a mais incrível de todas. Havia alguns famosos lá, e alguns artistas também.


- Fica à vontade pra trabalhar. – Marlene disse, assim que chegaram. – Sei que é muito importante.


- Obrigada. – ele disse, sorrindo. – Mas não deve levar mais que meia hora.


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Levara a noite inteira para uma rápida conversa com o curador do museu, e com algumas pessoas que emprestaram as fotos para a exposição. Já eram mais de 11 horas da noite quando encontrou Marlene, com uma taça de Chandon na mão, observando uma das fotografias.


- Me desculpe por deixá-la a noite inteira sozinha. – ele disse, assim que chegou ao seu lado. Ela se assustou levemente, estava muito concentrada observando a foto.


- Você estava trabalhando. Não se preocupe. – ela respondeu, com um leve sorriso no rosto. – Essa é uma das minhas favoritas. – ela disse, voltando sua atenção a fotografia de Salvador Dalí. – É incrível os truques de fotografia que eles usavam antigamente.


- É. – Sirius respondeu, curioso. Nunca vira alguém que gostasse de arte assim. Ela virou-se para olhá-lo, tirando-o de seu devaneio.


- Já vamos?


- Sim, mas prometo compensá-la pelo fato de ter te abandonado essa noite.


- OK, vou cobrar então. – ele sorriu em resposta.


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30 de Junho, 09:13 AM


Shot to the heart and you're to blame! Darlin' you give love a bad name…


- Alô? – Sirius disse sonolento, atendendo o celular.


- Parabéns pela matéria. Estou lendo ela agora, e ficou ótima! – Sirius sorriu, ainda de olhos fechados. Era a primeira pessoa que o parabenizava pela matéria. – Retratou direitinho a exposição. Desculpa, acordei você? – ela disse de repente, parecendo preocupada.


- Não, eu já estava levantando. – Sirius mentiu, espreguiçando-se. Parou quando sentiu duas mãos pequenas o abraçando fortemente pela cintura. Mãos femininas.


- Ok, só liguei mesmo por causa da matéria. Te vejo depois! e desligou o telefone.


- Quem era? – a loira disse ao pé do seu ouvido, beijando seu pescoço. Anna era seu nome. Ou deveria ser. Só lembrava-se de uma noite com muitos shots de tequila junto da recepcionista do hotel.


- Só meu amigo, falando sobre trabalho. – ele disse, virando de frente para ela, beijando todo seu colo.


- Você já tem que ir? – ela perguntou, fazendo uma voz propositalmente manhosa, enquanto arranhava seu abdômen com suas unhas postiças.


- Eu ainda tenho um tempinho. – Sirius disse, dando um sorriso malicioso antes de puxá-la para mais perto e beijá-la.


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03 de Julho, 07:10 AM


- Descobri como você pode me compensar. – Marlene disse animadamente, quando chegou ao hotel entregando o café-da-manhã a Sirius. Como é que ela conseguia ficar tão alegre às sete horas da manhã?


- Bom dia a você também. – ele disse, sorrindo pagando a entrega.


- Bom dia. – ela disse rapidamente, enquanto abria o jornal numa página específica. – Isso.


Sirius leu onde o dedo da morena apontava. Show do Michael Bublè, ingressos esgotados. Era impressão ou ela estava abusando da bondade dele?


- Você abusando de mim, sabia? – ele disse, arqueando a sobrancelha esquerda.


- Eu sei que você gosta. – ela disse, brincando com o duplo sentido da frase que ele dissera. Sirius riu, pensando o quanto essa garota era louca. – Então? – ela perguntou, balançando o jornal da frente dela, e fazendo olhos iguais aos do Gato de Botas, que, Sirius sabia, eram estrategicamente planejados.


- Tá bom. – ela sorriu, mas ele continuou. – Vou tentar.


- Sei que vai conseguir! – ela disse, indo embora correndo.


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03 de Julho, 09:42 AM


- Olha só quem eu encontrei! – tia Ruby disse quando entrou no apartamento. Sirius e James entraram logo atrás dela, ainda usando seus ternos e gravatas.


- Hey! Juntem-se a nós, estamos fazendo um jantar de Quatro de Julho. – Paolo disse, carregando uma travessa.


- Como podemos ajudar? – Sirius perguntou, colocando seu paletó cinza na cadeira da sala.


- Você pode ajudar Marlene a levar as travessas lá pra cima e James pode me ajudar a levar os pratos e talheres. – Ruby disse, apontando para uma Marlene tentando equilibrar três travessas nas mãos, enquanto subia as escadas para o telhado. Sirius riu.


- Wow, cuidado aí. – ele disse, segurando-a pela cintura quando ela pareceu se desequilibrar. – Deixa que eu levo. – ele disse, pegando duas travessas da mão dela.


- Obrigada. – Marlene sorriu, subindo as escadas. Ela usava um short que resultava num Sirius fazendo de tudo para não olhá-la. – Então, como está se sentindo pelo seu primeiro feriado nos EUA?


- Normal, eu acho. – ele disse, colocando a travessa na mesa que haviam colocado no telhado. – E muito feliz que amanhã não terei que trabalhar.


- É, sei como se sente. – ela disse rindo, enquanto ajeitava a mesa. James e Ruby haviam chegado com os pratos e talheres e Marlene os ajudou a arrumar tudo, para finalmente jantarem.


- Eu tenho que dizer, - James começou, segurando uma taça de vinho. – essa comida italiana é maravilhosa.


- Marlene me ajudou desta vez. – Paolo respondeu.


- Eu fiz o molho, grande coisa. - Ela disse, revirando os olhos. Levantou-se da mesa, empilhando os pratos. – Não. – disse assim que Ruby e Paolo levantaram-se para ajudá-la. – É a minha vez.


Marlene desceu as escadas com os pratos e talheres das mãos, e nem percebera que Sirius descera para ajudá-la. Colocou os pratos na pia e quando virou-se, bateu de frente com Sirius carregando as travessas de comida.


- Você me assustou! – ela disse, colocando a mão no peito. – Obrigada. – ela disse, enquanto ele colocava as travessas na pia.


- Quase esqueci! – Sirius disse, enquanto pegava algo do bolso do paletó. – Você está em dívida comigo agora.


Marlene sorriu para os dois ingressos que Sirius tinha nas mãos. Ele arqueava a sobrancelha e tinha um sorriso malicioso no rosto.


- Na verdade, - ela começou, também sorrindo maliciosamente. – Estamos quites agora.


Sirius continuava encarando-a sorrindo, mas fora distraído pelos fogos de artifício que agora explodiam no céu nova-iorquino.


- Vamos! – Marlene o chamou, correndo para o telhado.


Era realmente bonito, tinha de admitir. Os fogos que saíam do show no Central Park eram visíveis de Nolita. E agora, desviando sua atenção para a cidade com seus prédios iluminados, Sirius começava a gostar da cidade. Era tentadoramente bonita.


- Você está bem? – Marlene perguntou a ele, tirando-o de seus devaneios.


Sirius assentiu. – Feliz Quatro de Julho. - E ela voltou sua atenção aos fogos de artifício, sorrindo. Era mesmo tentadoramente bonita. 


N/A: Oie. Nem sei muito o que escrever nessa n/a, então vou agradecer aos comentários que recebi: Chel Prongs, Jey Jey Lupin, M. Smith e F. Dawson, eugênio, Fê Black Potter, bruna evans potter, vanessa ., Zix Black.
A fic vai ser bem curtinha, nada do tipo
All Star ou Bonequinha de Luxo. Cinco capítulos no máximo. E aí, o que acharam?

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