Capítulo 1
Capítulo 1
E todo dia é o começo de algo lindo, algo real.
- Matt Nathanson
23 de Junho, 02:36 AM, New York City.
Finalmente chegara em Nova York. O voo parecia que interminável para ele, com seu 1,90m, viajando na classe econômica. Pegou sua mala na esteira e saiu à procura de um táxi em frente o JFK. Não fora difícil, os únicos tipos de carros que haviam ali na frente eram táxis amarelos.
Estava tão cansado que nem prestara atenção no caminho até o hotel, que fora longo. Amanhã de manhã veria a cidade, pensou. Sirius Black saíra de Londres em pleno verão com destino a Nova York para trabalhar. Seria loucura se quem o contratara não fosse um dos melhores jornais do mundo.
Depois de quase duas horas, chegou ao hotel. Bem que falaram que essa é a cidade que nunca dorme. Saiu do táxi e viu a rua movimentada, e vários táxis passavam. Ele tirou a mala do carro e olhou para o hotel a sua frente.
- Tem certeza que esse é o endereço certo? – perguntou ao taxista.
- 335 Bowery é aqui mesmo. – Sirius pagou o taxista e entrou no hotel. Não era o hotel mais chique da cidade, mas era melhor do que ele esperava. O jornal tinha reservado um quarto do hotel para ele durante o próximo mês, ou mais caso ele sobrevivesse ao emprego.
Fez o check-in e foi para o quarto. Nem se dera ao trabalho de explorar o quarto, ou a vista que a sacada tinha. Se jogou na cama, e adormeceu, sem pensar na dor que suas costas sentiriam pelas longas horas de voo.
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23 de Junho, 06:05 AM, Nolita, New York City.
So no one told your life was gonna be this way… Your job is a joke, you’re brok…
Marlene desligou o despertador do celular, e sentou-se na cama. Era seu primeiro dia de emprego, precisava chegar lá no horário. Tomou um banho rápido e colocou seu short jeans, tênis e regata. O dia seria quente. Comeu um pedaço de pão com peanut butter¹ enquanto arrumava sua bolsa e saiu em direção ao trabalho. Morava a um quarteirão de lá, mas ainda assim tinha que chegar cedo.
Respirou o ar não tão puro de Nova York, sentindo-se feliz. Seria um bom dia. Todos seus amigos a acharam louca de ir para Nova York em pleno verão para trabalhar. A maioria iria para Califórnia ou Miami aproveitar o sol e as praias. Ela não gostava de ficar torrando no sol, esse foi o primeiro fato que a motivou a vir para Nova York trabalhar no café de sua tia. O segundo fora que entre esses amigos estava Jake, o filho da puta do seu ex-namorado. No momento o que menos queria era vê-lo ou ouvir falar dele.
- Bom dia, tia Ruby! – Marlene disse alegremente, ao entrar no café.
- Uau, sua mãe estava certa sobre você não ter problema em acordar cedo! Ainda bem que acordou animada hoje. – a mulher disse. – Hoje é segunda-feira e muitas pessoas ainda trabalham, e tomam café-da-manhã!
Ruby era irmã mais nova da mãe de Marlene. Morava em Nolita por paixão á suas raízes italianas e por seu marido, também italiano, Paolo.
Marlene prendeu seu cabelo num rabo de cavalo, colocou o avental, e lavou as mãos. Sua tia a havia ensinado algumas coisas a ela no final de semana, então poderia ajudá-la com os pedidos.
- Espere aí. Antes de começar, preciso que vá fazer essa entrega rapidamente no hotel Bowery. - Ela disse, mostrando a Marlene um saquinho de papel ao lado de dois copos de café. – Para James Potter. Ele estará em frente ao hotel, provavelmente vestindo um terno e falando ao celular. Aquele homem não para de trabalhar nunca. E diga a ele que estou irritada que nunca mais passou aqui para me visitar.
- Como vou saber que é ele? – a garota perguntou. Deveria haver vários caras de terno a essa hora da manhã em frente a um hotel.
- Fácil: ele é muito hot. – Ruby disse, piscando o olho, fazendo Marlene rir.
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- Cara, onde é que você tá? – Sirius perguntou, olhando o relógio de pulso mais uma vez.
- Já tô chegando. Como é que você acordou tão cedo? Achei que estaria acabado depois de ontem. – James Potter, seu amigo, respondia ao telefone.
- Eu teria dormido umas 20 horas se minhas costas não estivessem me matando. – Sirius respondeu com mau humor, fazendo o amigo rir.
- Ok, me espera aí fora que daqui uns minutos to chegando. – disse, desligando.
Sirius e James eram amigos desde os tempos de colégio. Mantiveram contato durante a faculdade, e agora estavam os dois trabalhando em Nova York. Em empresas diferentes, porém James disse que ajudaria o amigo a se achar na cidade.
Sirius foi até a frente do hotel, colocou a pasta preta de couro no chão e apoiou-se na parede enquanto acendia um cigarro. Esse sempre fora seu pior vício, mas nunca conseguira livrar-se dele. Pegou o celular, e começou a olhar seus e-mails.
- Com licença? – uma voz disse ao seu lado. – Você deve ser James Potter. Aqui. – a garota que o chamara disse, entregando-o um saquinho e dois copos de café quente, antes que ele pudesse dizer quem realmente era. – São 12,50. Ah, e Ruby mandou dizer que está irritada que você nunca mais passou no café.
A garota falava tudo rapidamente e Sirius apenas a encarava. Tinha longos cabelos castanhos presos num rabo de cavalo e usava uma regata com a letra de uma música cantada por Marilyn Monroe. Ela o olhou, esperando que pagasse.
- Eu não sou James. – ele disse, e ela corou fortemente. – Mas sou seu amigo. – ele completou rapidamente, para que a garota parasse de corar. Parecia que poderia desmaiar a qualquer momento. – Estou esperando por ele.
- Sinto muito. – ela disse, ainda corada. – É que minha tia disse que ele estaria esperando aqui na frente, vestindo um terno e provavelmente falando ao celular. E quando eu vi você aí, mexendo no celular eu... Oh my God, me desculpa.
Ela falava tão rápido que nem mesmo Sirius, que falava a mesma língua, conseguia entendê-la. Ele riu disso.
- Tudo bem. São 12,50, certo? – ela assentiu, segurando a encomenda para que ele pegasse a carteira.
- Uau, a encomenda chegou antes de mim, isso é supreendente. – outro homem chegara, também usando um terno. – Você deve ser Marlene, sobrinha de Ruby.
- É, e agora sei que você é James. – ela respondeu, sorrindo, um pouco mais calma e menos corada.
- Cara, você tem que experimentar isso. É o melhor café da manhã de Nova York. – James disse ao amigo, abrindo o saco de papel e cheirando os pãezinhos.
- É ainda melhor passando no café para tomá-lo. – Marlene disse, ainda sorrindo. – Ruby, mandou dizer que está irritada por nunca mais ter passado lá no café.
- Ah, pois diga a Ruby, que amanhã mesmo iremos tomar café-da-manhã lá. – James respondeu. – Ela me mata se eu não aparecer lá logo.
- Aqui está. – o outro homem estendeu o dinheiro a Marlene. Ela pegou, e contou rapidamente.
- Obrigada. Eu digo a Ruby que você passará amanhã. – ela respondeu, saindo correndo.
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- Então, o que achou do seu primeiro dia de trabalho? – Paolo perguntou assim que Marlene se sentara a mesa para jantar com ele e Ruby.
- Foi bem divertido. Eu gostei. – ela respondeu, servindo-se do macarrão que Paolo preparara. Parecia delicioso.
- Vou contratá-la para sempre. – Ruby disse, sorrindo. – Fez a entrega da manhã mais rápido que qualquer outro funcionário que já tive. Muito obrigada por me ajudar, Lene. Sei que preferiria estar se divertindo com seus amigos.
- Eu me divirto com minha família também. – a morena respondeu. Sempre fora muito independente de seus amigos, algo que os incomodava de vez em quando. – Além do mais, preciso começar a guardar um pouco de dinheiro. Trabalhar no café é divertido e ganho um salário. Onde eu conseguiria achar um emprego assim?
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24 de Junho, 07:05 AM
- Eu não acredito! – Ruby disse assim que viu James. – Sabe quanto tempo faz que você não passa aqui?
- Muito, eu sei. – ele respondeu, abraçando-a. – Esse é meu amigo, Sirius Black. Ele está trabalhando aqui em Nova York nesse verão.
- Muito prazer. – ele disse.
- Ah, meu Deus, você também é inglês! – Ruby disse rindo, levando-os para uma mesa. – Você também arrasa corações como seu amigo aqui? Se for, é melhor as mulheres dessa cidade tomarem cuidado!
Sirius riu, desconcertado.
- Bom, vou deixá-los decidir, alguém já vai atendê-los logo. – ela terminou sorrindo.
- É um lugar legal. – Sirius disse. – O bairro e o café.
- É. Quando cheguei em Nova York, estava tão perdido que quando Ruby me viu no café, olhando um mapa de ponta-cabeça, resolveu me ajudar.
- Mãe, eu to ótima. – Sirius ouviu uma voz familiar atrás de si. Apurou seus ouvidos para escutar melhor. – Posso falar com Lola, por favor? É, eu te amo também. Oi, meu bem. – a voz se tornou um pouco mais carinhosa. – Não, ainda não fui no Plaza. Estou esperando você vir aqui pra Nova York pra ir comigo, o que acha? – a menina riu. – Lola, tenho que ir trabalhar, falo com você mais tarde, ok? Beijo.
Sirius viu a menina de ontem, saindo de trás do balcão, enquanto colocava o celular no bolso, indo atendê-los. Qual era mesmo o nome dela? Marylin?
- Hey, já se decidiram? – ela perguntou, carregando um bloquinho de papel e caneta.
- Vou querer aqueles pãezinhos de ontem. – Sirius disse, sorrindo. – Estavam deliciosos.
- Eu também. – James disse.
- E para beber? – ela perguntou, enquanto anotava o pedido no bloquinho.
- O que você sugere, Marlene? – James perguntou. Marlene! Esse era o nome dela.
- O capuccino está uma delícia. Eu mesma preparei.
- Dois capuccinos, então. – Sirius disse, a entregando os cardápios.
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- Você gosta de arte? – Marlene perguntou a Sirius. Ele estava observando atentamente um quadro na parede enquanto James pagava o café-da-manhã.
- Sim. – ele respondeu. – Prefiro fotografia, mas gosto de arte em geral também.
- Tem uma exposição no Met² nesse final de semana. – ela começou. – Fotos originais do Philippe Halsman. Com todas aquelas fotos de famosos pulando. Se quiser, tenho ingressos.
Marlene adorava arte, e não se importava de ir sozinha. Mas gostava de ter com quem conversar sobre esse tipo de coisa.
- É, seria legal. A gente combina direitinho depois. – ele disse, saindo com James do café.
- Agora eu sei porque você confundiu ele com James. – Ruby disse, ao seu lado, depois que eles foram embora. – Ele é lindo.
- É. E aquele sotaque? Meu Deus! – Marlene disse, e ambas riram. – Sabe, você não pode ficar falando essas coisas, a senhora é casada!
- Casada, mas não morta! – ela respondeu prontamente. – E para de me chamar de senhora, me sinto muito velha!
Marlene riu, enquanto arrumava e limpava o balcão. Se a tia tivesse descrito James não teria confundido. Porém, ela apenas disse que ele era hot. Lado a lado os dois eram. James com aquele ar de jovem descolado que com certeza tinha uma lábia que fazia muitas entrarem na dele. Mas Sirius tinha aqueles olhos azuis com o sorriso perfeito faziam uma combinação quase perfeita. E tinha um quê de mistério que ela não sabia explicar o que era.
¹. Pasta de amendoim.
². Metropolitan Museum of Art (Museu Metropolitano de Arte).
N/Gaby: E aí gente?! Mais uma SM. O que eu posso fazer se só consigo escrever isso? :P
Olha o lado bom da coisa, eu escrevi alguma coisa antes de criar a fic na feb. Hahaha, estava com essa idéia na cabeça há um tempão. Juro que planejei a fic antes mesmo de ler a letra de “Nolita Fairytale”. Depois, quando eu li, vi o quão parecida era a minha idéia com a letra. Medo! :~ Mas muito obrigada a Chel Prongs, Jey Jey Lupin e M. Smith e F. Dawson por comentarem! Comentem, por favor! Preciso saber o que vocês acham. :)
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