Sinal Seis



Sinal Seis: He’ll realize that he’s always smiling to himself when he thinks of her.


                Lílian escondeu-se pela milésima vez naquela noite. Mas que inferno, será que o monitoramento dos corredores não acabava nunca?


Esgueirou-se pelo corredor evitando cada luz que enxergava. Quando finalmente conseguiu avistar a porta da enfermaria deu um sorriso aliviado. Entrou lá silenciosamente, agradecendo aos céus pelo sono pesado de Madame Pomfrey.


Pé ante pé conseguiu alcançar a maca onde Potter estava. Observou-o dormir calmamente com um aperto. Haviam muitos remédios em volta dele, e algum tipo de feitiço não o deixava se mover muito bem, podia dizer isso pela dificuldade que ele tinha de se virar na maca. E era tudo culpa sua. Nem ao menos agradecera ao garoto aquele ato que a salvara. Não era nenhuma fã dele, mas sabia que ele merecia ao menos um ‘obrigada’ por salvar sua cabeça do esmagamento.


-Po... – Antes que proferisse o nome dele inteiro ouviu passos no corredor, e vozes animadas conversando e rindo. Escondeu-se embaixo da maca dele, oculta pelos lençóis que escorriam até o chão, trêmula. Ai de quem a descobrisse ali!


-Prongs! – Reconheceu a voz de Sirius acordando James de modo nada agradável. O segundo gemeu.


-Porra, eu não posso me mexer, não faz isso – A voz dele era cansada e meio rouca, o que denotava seu estado.


-Pára de drama e conta logo, James – Sirius disse, Lílian podia imaginar o seu sorriso. – Estava sorrindo daquele jeito besta por que? Sonhou com a sua ruiva, foi? – Provocou o outro e Lílian sentiu a maca balançar, fechando os olhos. Os dois estavam provavelmente se engalfinhando ali em cima.


-Tava sim, seu bastardo de uma figa. – James admitiu rindo, provavelmente “nocauteara” o outro. Remus e Pedro só riam.


-Ela anda diferente, você sabe – Remus se pronunciou e James suspirou, a maca se balançando novamente e Sirius saindo de cima dela.


-Eu sei – Tinha certeza que ele passava a mão pelos cabelos agora – Mas não faz diferença. Ela tem que parar de achar que é a rainha do mundo e que tudo vai acontecer como ela quer. Foi por isso que brigamos e é por isso que eu não posso deixá-la saber... – Um barulho se fez presente e os cinco souberam que Madame Pomfrey havia acordado. Eles se entreolharam e os três saíram correndo enquanto James voltava a se ajeitar na maca, fingindo dormir.


-Mais uma dose do seu remédio, Senhor Potter – Ela entregou para ele um copo após sacudi-lo levemente. O rapaz bebeu a poção e gemeu de desgosto, voltando a deitar-se na maca.


Lílian esperou uma ou duas horas até que pudesse perceber, pela sombra dele, que ele dormia. Então saiu debaixo da maca e olhou-o. Resolveu sair da enfermaria logo antes que a enfermeira viesse e descobrisse-a ali.


A ruiva voltou para o dormitório, o peito colapsando. Sentia como se tudo que conhecia se dissolvesse. James Potter não poderia estar gostando dela. Poderia? Isso era algo que não conseguia imaginar. Mas não mesmo.


E ainda assim isso explicaria muita coisa.


Resolveu dormir antes que tivesse mais alguma conclusão estúpida. E esperava que, depois de uma boa noite de sono, esse tipo de pensamento se extinguisse de sua mente para sempre.


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