Sinal Cinco
Sinal Cinco: He’ll do anything for her.
-Senhor Potter e senhorita Evans, venham cá – A professora de DCAT chamou-os na arena de duelos, fazendo sinal para que se preparassem. James escondeu seu sobressalto bem, enquanto Lílian não fez esforço para ocultar o estremecimento que a acometeu.
Desde aquela vez no corredor, James estava cada vez mais frio com ela. Aquilo era como uma tortura. Não tinha percebido o quanto era confortável viver com as interrupções dele para tudo, as travessuras e tudo mais que tanto criticara a vida toda. Estava ficando chato, e ultimamente um pouco melancólico também, já que era assim que o rapaz se encontrava.
Os dois entraram na arena segurando firme as varinhas: Lílian incerta e James determinado. Determinado a enterrar cada gota de sentimento que tinha pela garota. E começaria naquele momento, atacando-a sem piedade, punindo-a por todo o sofrimento que ela lhe causava com todas aquelas idiotices sem sentido.
-Varinhas à frente. Quero que dêem sete passos para frente, de costas um para o outro, e quando acabarem quero que virem um para o outro e lancem feitiços simples de ataque – A professora os instruiu, e eles assim fizeram.
-Preparem-se... agora! – Viraram-se um para o outro rapidamente.
-Estupefaça!
-Expelliarmus!
Os dois lançaram feitiços ao mesmo tempo, sendo lançados em paredes opostas, Lílian sem varinha e James desnorteado. A cabeça dela doía, doía e latejava após bater com tanta força, e ela poderia jurar que tinha quebrado alguma coisa tamanha era a intensidade do feitiço que ele lhe lançara.
James abriu os olhos após alguns instantes de inconsciência, visualizando Lílian á sua frente. A professora agora dava alguma instrução besta sobre os feitiços que os dois utilizaram, mas não era nisso que ele prestava atenção. Não, era na estátua de prata maciça que cambaleava sobre o armário onde a ruiva estava encostada, e que estava prestes a cair sobre a cabeça da garota.
E, com isso, ele fez a única coisa na qual pôde pensar.
-Accio! – Gritou com a varinha apontada para a garota, que foi jogada sobre o seu corpo no exato momento em que a estátua caía com um estrondo enorme no chão. James sentiu uma dor tremenda nas costelas e gemeu levemente, mas sabia que quase podia sorrir aliviado.
Ela ouviu o estrondo atrás de si com um arrepio na espinha. Sentiu a estátua zunir perto dela enquanto o feitiço de James a arrastava para perto dele, evitando que fosse atingida. E agora, sem conseguir se mover e com a cabeça mal posicionada sobre o peito dele, tudo que conseguia era se concentrar nas batidas frenéticas do coração do rapaz, que parecia querer rasgar-lhe o peito.
-Evans! – A professora correu até os dois, verificando se ambos estavam bem. – Dói alguma coisa? Ora essa, é claro que dói – Repreendeu-se enquanto afastava os dois com cuidado, examinando-os muito rapidamente com as mãos. – Evans está bem, mas James provavelmente quebrou uma ou duas costelas. – Anunciou enquanto o rapaz gemia e estremecia sob os toques no tórax. Deu um suspiro. – Vou enviá-lo a enfermaria com alguém, não se preocupe.
A professora rapidamente conjurou uma maca e levitou o aluno quase inconsciente para cima dela.
-Eu levo ele – Black rapidamente se prontificou e a professora assentiu. Eram bons amigos, Black provavelmente cuidaria melhor de Potter do que ela mesma.
-Parabéns, senhor Potter – Foi a última coisa que disse ao rapaz, mesmo sabendo que ele provavelmente não escutaria. Tinha de parabenizá-lo, afinal, a garota ruiva que ele salvara estava ali intacta na sua frente. Talvez nem ela mesma pensasse tão rápido quanto o rapaz o fizera.
-Lílian, você tá bem? – Alice perguntou preocupada. A ruiva assentiu com a cabeça.
-Ah, vocês viram o que ele fez?
-Oh sim, isso foi tão fofo e tão corajoso!
Lílian fitou as mãos e revirou os olhos, fazendo as garotas do fã-clube Potter se calarem. Ah, como odiava isso! Agora fazia parte da publicidade dele!
Mas, bem, tinha que concordar com elas. Ao menos em parte.
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Sirius empurrava a maca do amigo em direção à enfermaria, preocupado. O outro ainda não estava muito bem desde a última lua cheia, e agora com isso as coisas só poderiam ter piorado.
-Si... rius – Ouviu ao murmúrio de James, mas não parou de praticamente correr com ele pelos corredores.
-Shh, James, já estamos chegando na enfermaria – Tentou silenciá-lo, mas ele segurou a sua mão.
-Seu... bastardo – O outro xingou-o e Sirius riu, nervoso, continuando a andar.
-Se acha que isso vai me fazer parar de te levar à enfermaria, está bem enganado James – Declarou em definitivo, fazendo a última curva para a enfermaria ruidosamente.
-Obrigado – Foi a última coisa que ouviu de James antes de deixá-lo aos cuidados de Madame Pomfrey. (O que será que essa professora pensa? Olhe o estado do rapaz, está deplorável! Fique quietinho querido, sim, já vou trazer remédios para você.)
Saiu da enfermaria ainda aflito, mas ligeiramente mais aliviado. Sabia que esse era o jeito do James dizer “eu te perdôo”.
E agora ele faria de tudo para que o amigo não se arrependesse de tê-lo perdoado.
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