Como sempre, confusões



Capítulo 16 – Como sempre, confusões


 


POV’s Harry:


 


         Os últimos sete dias foram corridos. Mamãe queria a fantasia perfeita, e Tia Lene também.


         Quando mamãe foi comprar a minha, eu disse que ia ser bem prático e transfigurá-la, ela deu um piti que só ela sabia dar, mas eu a convenci, então, ela ficava estressada com sua fantasia própria e a de papai.


         Tia Lene também ficou brava quando Alicia disse que ia pedir para eu transfigurar a dela, mas o que eu podia fazer? Íamos combinando.


         Eu não fazia a mínima ideia do que os adultos iam vestir, mas eles também não sabiam o que nós, crianças, íamos também, então, estávamos em pé de igualdade.


         Por uma carta, descobri que Rony também iria, porque todas as famílias envolventes com o Ministério iriam. Isso significava que iria  encontrar vários amigos, como Susana Bones e Neville Longbottom, porque ambos confirmaram que iam!


         Duas horas antes de sairmos, no dia sete, estávamos eu e Al, nos arrumando.


         Eu vestia uma blusa e uma calça jeans qualquer, iria transfigurar mesmo, e Al vestia um vestido florido.


- Pronta? – disse enquanto me preparava para estalar os dedos.


         Ela assentiu, e eu fiz a mágica, literalmente. Al foi saltitante até o banheiro – meu quarto era uma suíte e tinha um closet.


         Eu estalei os dedos novamente e transfigurei minha roupa.


         Fui para frente do espelho, e, sinceramente, não sabia o que fazer para ajeitar meu cabelo, então deixei assim mesmo. Era uma luta perdida.


         Transfigurei um boné, numa coroa dourada, com rubis vermelhos, tipo aquelas de reis. Também transfigurei os meus sapatos.


         É, estava pronto. Quero dizer... Quase!


         Fui até meu armário e tirei de lá um graveto que tinha pegado hoje no jardim especialmente para isso. E transfigurei numa espada, que não arrastasse no chão, por causa da minha altura, e uma bainha.


         Alicia voltou, meia hora depois, já vestida com o vestido transfigurado e os cabelos prontos e até um pouco de maquiagem.


- Como fez isso com o cabelo? – perguntei.


         Ela sorriu, enquanto dizia: - Universo. Ele me deu uma forçinha.


- Ficou legal – disse, antes de transfigurar os chinelinhos dela, em sapatos, com mínimos saltos, o suficiente somente para ela não cair.


         Peguei sua tiara e também transfigurei em uma coroa. Dourada, também tinha rubis vermelhos, mas também tinha safiras azuis escuras.


         Ela sorriu, quando me postei ao lado dela no espelho e víamo nossas imagens.


         Eu vestia uma daquelas armaduras douradas, com um enorme leão desenhado na frente. Tinha uma capa vermelha, calça e botas. A coroa ficava, de certo modo, bem em minha cabeça, combinando com os cabelos bagunçados. A espada era prateada, com cabo dourado, e tinha aquele famoso escrito Godric Gryffindor. E a bainha era vermelha.


         Alicia estava muito bonita também.


         Tinha um vestido longo, com aquelas manguinhas de – ãhn – princesa, e apartir do cotovelo era só um tecido brilhante que ia até o pulso.


         O vestido era azul, e combinava perfeitamente com seus olhos piscinas. Azul com leves detalhes bronzes e dourados, com o tecido fino das mangas sendo azul claro. Ela usava um colar com uma águia bronze, fino e simples.


         Os cabelos estavam num coque meio frouxo, com cachinhos perfeitos – que na verdade são naturais – caindo ao lado. A pequena coroa dourada ficava bem no meio de sua cabeça, e constratava bem com seus cabelos ruivos bronze. Ela usava sapatinhos de tira cor cobre.


         Enfim, estávamos do jeito que queríamos estar. Erámos como miniaturas de Lord Gryffindor e Lady Ravenclaw Gryffindor.


- Vamos, falta meia hora para a festa começar – eu disse a puxando pela mão.


         Descendo as escadas, chegamos ao hall, mas tivemos de ir a sala, onde todos os adultos estavam sentados conversando.


         Eles ficaram quietos quando entramos. Alicia deu um sorriso enorme:


- E aí, gostaram? Sou Lady Ravenclaw Gryffindor! – ela disse animada.


- Basicamente, Rowena – eu ri.


         Minha mãe e Tia Lene pareciam abobadas.


         As fantasias deles – adultos – estavam legais.


         Minha mãe estava vestida de anjo. Um vestido azul leve indo até os joelhos, uma auréola dourada brilhando a cima da cabeça, que estava com os cabelos ruivos soltos. Ela tinha colocado pequenas asas brancas nas costas, e elas tinham aparentemente um feitiço, pois batiam.


         Meu pai, de forma bizarra, era um elfo – daqueles que se vê em televisão. Ele com certeza usou um feitiço para deixar a pele meio verde, os cabelos estavam mais esverdeados e tinha orelhas pontudas. As roupas pareciam muito com o Peter Pan, das histórinhas infantis. Calça e blusa verde, com um sapato marrom. Só não tinha o chapéu.


         Tia Lene era daquela garotinhas... Pastorzinhas, isso! Usava um vestido meio bufante rosa, com fitas azuis. Tinha aquelas calçolas embaixo e aquele chapéu esquisito na cabeça, e deixara seus cabelos ruivos soltos em perfeitas molas. E tinha aquele bastão que todos os pastores tinham.


         Tio Sirius parecia emburrado com sua fantasia. Ele era um lobo, mas também parecia um cachorro. Usava uma roupa toda marrom, tinha um rabo peludo e orelha da mesma cor da roupa, além de sapatos de lobos, daqueles peludos e com pequenas garras. Ele bufou, quando eu sorri.


         E Tio Remo um astronauta, se não me engano. Vestia aquelas roupas e aquele capacete esquisitinho.


         Eu e Alicia nos entreolhamos, antes de explodir em risadas.


- Qual a graça? – perguntou minha madrinha, indignada.


- N-nada – gaguejei, enquanto ria.


         Eles esperaram pacientemente a gente parar de rir.


- Bom, o que acharam da nossa fantasia? – Al indicou eu e ela mesma.


- Você transfigurou tudo isso? – perguntou meu pai, impressionado.


- Uhum! – respondeu Alicia animada, enquanto dava um girinho e fazia seu vestido esvoaçar – Não é lindo? Ele tem talento!


- Os detalhes são impressionantes. Está igualzinho a foto no Hogwarts: Uma hist...


- Uma história – eu completei – É, nós olhamos lá. Estávamos procurando a fantasia certa. E quando vimos Godric e Rowena nos espelhamos neles, já  que bom... Godric era moreno e Rowena ruiva, certo? A fantasia de Lord e Lady podia servir.


         E dei de ombros.


 - Certo, certo, temos de ir – avisou Remo, pela primeira vez, autoritário.


- Vai se encontrar com alguém, Remy? – provocou Sirius, deixando a emburração de lado e sorrindo maroto.


- Cala boca, saco de pulgas – respondeu mal-humorado –E NÃO ME CHAMA DE REMY!


         Ainda rindo, aparatamos no átrio do Ministério.


         Aparentemente, a festa era ali e estava bem diferente do que eu lembrava.


         Luzes de todas as cores brilhavam no teto, e eram emitidas de varinhas, com certeza viera de uma loja de lâmpadas mágicas. Mexiam para lá e para cá, dando cores em todos os lugares.


         Tinham várias mesas espalhadas com comidas. Tinha uma mesa enorme também com um buffet, que ficava mais ao canto, com outras mesas para refeições. O chão de ladrilho, agora parecia uma discoteca.


         Mas era tudo enfeitado tipo halloween. Vários morcegos de borracha voavam enfeitiçados, junto a algumas vassourinhas, como aquelas que tinham no meu quarto.


         Várias aranhas estava entre as dobras das paredes, com suas teias. Mas também tinha coisas mais alegrinhas, como um puffe de cogumelo vermelho e branco, ou fadinhas de várias cores, voando enquanto lançavam um pózinho irritante.


         Muitas pessoas caminhavam, dançavam, comiam, conversavam, enfim, se divertiam. Tinham muitas crianças também, correndo para lá e para cá, alegres. Eu vi até um garotinho, devia ser uns três anos mais novo que eu, sendo que eu tinha seis, voando com uma daquelas vassouras que sai somente dois palmos do chão. Enfim, esbarrava em muitas pessoas e a mãe dele, vestida de bruxa trouxa, corria atrás dele.


- Divirtam-se e tentem não se perder, ok? – avisou minha mãe, antes de meu pai a puxar para dançar.


         Tio Sirius lançou aquele olhar malicioso para madrinha e puxou ela para sabe-se lá onde – e eu não iria querer saber! Remo também saiu, indo provavelmente encontrar com alguém.


         Eu sorri para Alicia, enquanto pegava a mão dela e andávamos pelo salão. Uma hora ou outra acenavamos para adultos conhecidos, como Moody – que impressionantemente estava lá, vestido de pirata com perna de pau e um tapa olho sobre o olho bom – ou Kingsley, que vestia uma roupa preta, tipo 007.


         Muitas fantasias, eu ia notando enquanto passavamos entre as pessoas, eram de coisas trouxas, mas tinham várias interessantes, como de um homem vestido de apanhador com um pomo voando em volta dele.


- Harry! – gritou uma voz e eu e Al viramos e vimos Susana Bones correndo em nossa direção.


         Ela sorria feliz enquanto acenava alegremente. Ela estava usando um collant rosa claro e uma saia, também rosa, com asas de fada, cheia de purpurina prateada, mas ela também mexia magicamente. Também tinha uma coroa de flores, rosas e liláses, na cabeça.


- Que legal a fantasia de vocês! – exclamou enquanto dava um abraço na Alicia, que sorria para ela. Acho que Alicia preferia Susana a Gina.


- A sua também – respondeu Al, gentilmente sorrindo.


- Gryffindor e Rowena, né? Minha tia já me contou sobre eles uma vez – ela disse animada. Ela de repente apontou para um garoto que passava – Ih, olhem! Neville!


         Quando virou-se, finalmente pude distinguir Neville ali. Usava uma calça preta, e um moletom preto, e uma toca também preta, além de uma daquelas máscaras de disfarce. Um ladrão.


- Oi, gente. Vovó sumiu e eu procurava alguém conhecido – ele parecia mais feliz do que quando o vimos passar desorientado entre as pessoas.


- Você é um ladrão? – perguntou Susana indicando a roupa.


- Legal a fantasia dele, não é, Su? – indagou Al, antes que Neville pudesse responder, e Susana assentiu, concordando.


         Fomos em direção a mesa mais próxima de doces, encontramos Rony ali, comendo e, aparentemente, tinha que ficar com Gina, porque esta estava impaciente ao seu lado.


- Hei! – cumprimentou ele com a boca cheia de bolos de caldeirão.


- Oi – respondi animado, antes de pegar uma varinha de alcaçuz.


- Oba, também quero! – quase gritou Almofadinhas, enquanto pegava três do pote de varinhas de alcaçuz. Viciada compulsiva em doces... Há, há.


         Rony vestia um uniforme do Chudley Cannons, seu time de Quadribol preferido. E Gina vestia uma fantasia de branca de neve, que com certeza absolutíssima foi Tio Arthur que viu num livro trouxa – ele é fascinado por essas coisas.


- A festa está incrível, não é? – comentei para Gina, enquanto pegava suco.


         Ela corou e acenou com a cabeça repetidamente, até perceber que acenara demais.


         Eu hein... Virei e encontrei Al olhando brava para mim e Gina. Ela bufou e saiu pisando duro para o meio do átrio, que na verdade agora era um salão.


- Já volto! – disse rápido aos meus amigos, que continuavam conversando, enquanto eu corria por entre as pessoas.


         Tentava achar uma margem de cabelos ruivos, ou um vestido azul como o que eu transfigurara, mas eram muitas pessoas, algumas vezes me espremia entre elas para passar.


         E, finalmente, depois de pelo menos vinte minutos caminhando entre a gentalha, vi a mesa com meus pais e meus padrinhos. Eles estavam sentados com os Weasleys e Andrômeda Tonks e Ted Tonks, tios de Sirius.


         E, para minha felicidade, vi Al ali, sentada e emburrada no colo de Tia Lene.


- Te achei! – falei quando me aproximei – Por que sumiu de repente?


         Ela me lançou um olhar mortal com aqueles olhos azuis, e só parecia mais autoritária com a fantasia de Lady que usava.


- Não quer ir ficar com a Gina? – ela bufou.


         Os adultos sorriram.


         Joguei a cabeça pra trás enquanto bufava também.


- Ai, pelo amor de Merlin! Vamos logo, Almofadinhas! Pára de enrolar – resmunguei.


- Enrolar? – ela mexeu o nariz, sempre fazia isso quando ficava brava – Eu não estou enrolando.


- Ah, não? – perguntei irônico.


- Não! – e uma luz prateada cobriu sua pele, enquanto outra cobria a minha.


         Diante das luzes coloridas que vinham do teto mais ninguém reparou, somente as pessoas que estavam na mesa.


         Elas pareceram surpresas em ver Al com essa camada de aura também. Qual a expressão que usam mesmo...? Ah, é. Fudeu. Mas acho que não seja apropriado um garoto de seis anos falar isso, então, manterei em mente.


         Al pareceu parar de ficar brava na hora, e um tempo depois a camada prateada sumiu, e a minha também se dissipou.


 


 


POV’s Alicia:


 


         A primeira coisa que me veio a cabeça: merda, merda, merda.


         Eu e o Harry prometemos não mostrar nada sobre meus poderes, e não consigo aguentar nem um mês de bico calado!


         Ai, agora tô até me sentindo culpada por brigar com o Pontas.


         Eu praticamente me joguei em cima dele enquanto chorava.


- Não é justo! – eu dizia entre soluços agudos – Por que não consigo – mais soluços – ficar quieta por alguns – soluço – meses?


         Minha mãe franziu o cenho.


- Como assim, querida? – dizia enquanto limpava as lágrimas.


         Harry rapidamente ajeitou a maquiagem num estalar de dedos.


- Há algum tempo, venho tendo sonhos com uma lua, que nem Harry tem sonhos com uma estrela. Naquela ida ao Beco Diagonal, Universo tomou forma que nem Aura, sabe, saiu pra fora de mim – eu disse, dando um último soluço.


- Universo? – perguntou meu pai, coçando a nuca, com suas patas de lobo.


- O nome da aura dela – Harry respondeu por mim. Como pude brigar com ele?


         Abracei novamente meu amigo: - Me desculpe, Pontas.


- Ok, ok – ele disse, calmo.


- Ai que tonga que eu sou! Não consigo guardar segredo nem por um mêisinho! E você ainda estava me ajudando! – opa!


- Como é? E você não disse para ninguém? – Tia Lily perguntou, olhando brava para Pontas.


         Ferrou-se. Quem foi o idiota que contou? Ah, é, fui eu. Abafa...


- Não briga com ele, Tia Lily, fui eu quem pedi isso – eu falei rapidamente, talvez pudesse tirar ele dessa enrascada.


         Vi Harry me dar um sorrisinho de canto de boca em agradecimento.


- Certo, certo – resmungou minha madrinha, mas sorriu quando Tio Pontas a puxou para dançar.


         Há, esses dois nem Merlin... Mas do que eu podia falar? Com os pais que eu tinha...


         Nos despedimos rapidamente e fomos aproveitar. O que fizemos de bom grado, e eu tentei deixar meu ciúmes de lado.


 


 


POV’s Harry:


 


         Depois dessa pequena “interrupção” – porque sempre tinha que ter alguma coisa! – fomos aproveitar a festa.


         Dançamos até cansar, nos empanturramos de doces, bebemos muita coca-cola – não sei de onde tiraram, só sei que é uma bebida trouxa que recomendo e é melhor que suco de abóbora!


         Al pareceu esquecer completamente nossa briga, mas isso era a cara dela.


         Rony praticamente ficou morando nas mesas de doces, e quando os doces acabavam numa mesa, partia para outra. Encontramos Fred e Jorge vestidos de irmãos siameses, o que era bizarro, porque agora eles estavam realmente grudados, não que já não fossem sem a fantasia...


         Gina também pareceu se soltar um pouco, e saiu dando girinhos com seu vestido de Branca de Neve. Susana ria muito enquanto dançava com Neville.


         Em uma parte da festa acabamos cada um pegando uma daquelas fadinha que voavam irritantemente, e pegamos o pozinho chato que elas jogavam, e começamos a jogar entre a multidão. Uns ficaram realmente bravos, pois caía em seus olhos ou cabelos, mas acho que isso não venha ao caso.


         No final da festa, nos reunimos na mesa que meus pais e todo povo (Weasleys, Tonks e Blacks) para tirar fotos.


         Tiramos uma bem legal com todos juntos, sozinhos, ao pares, trios de tudo quanto era jeito.


         Mas minhas favoritas, decidi depois de minha mãe revelar já em casa, tarde da noite, eram duas.


         Uma eu estava com Su, Al, Nev, Gi e Ron, todos juntos sorrindo. As fotos se mexiam, enquanto passávamos os braços pelos ombros um dos outros e acenávamos.


         E a outra, uma que estava eu e Ali.


         Ela tinha um braço a minha volta e eu a volta dela, em certo momento ela me dava um beijo na bochecha e sorria para a pessoa que olhava a foto, enquanto, junto, acenávamos.


         Acho que nossa promessa de sermos amigos para sempre, continuava igual.


         Coloquei num porta-retrato essas fotos. Todos esses anos aconteceram algo importante em minha vida, e meu sexto ano de vida seria marcado por esse dia.


         Sorri enquanto olhava minhas fotos favoritas novamente.  


         Mas não precisava, realmente, de fotos para marcar esses momentos, que ficaram cravados em pedra na minha cabeça.


         Adormeci, sonhando, ainda e é claro, com a estrela falante.


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Oi, povinho! Que saudades eu senti, galera!

Mas, bom, tô chateada. Eu aqui, me empolgando para postar, e cá entre nós, dar uma escapadinha de meus estudos, e só ALGUNS comentários?!

Muito obrigadíssima a quem postou e votou, mas quem não fez... É BOM FAZER - e isso NÃO é uma ordem, apesar de que eu gostaria muito que fizessem.
 
Beijos, meus amores,
                Annie Ev..., bom, vocês já sabem!

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