Locum Requirement
Capítulo 17 – Locum Requirement
(16 de novembro de 1987, Harry e Al com sete anos)
POV’s Harry:
Dezesseis de novembro é um dia especial, basicamente. Bom um motivo é: hoje, 16 de novembro, é aniversário de amizade meu e da Al, e imagino que já tenha dito que esse dia é mais importante do que nossos aniversários.
Agora, o dia 16 de novembro de 1987, foi especial por três motivos:
- Dia da Amizade meu e da Al.
- Não preciso mais usar óculos, por um favorzinho de Aura e Universo.
- E o presente que Alicia e eu fizemos para nós mesmos.
Deixa eu explicar. Nós nunca trocamos presentes, em geral, achamos um presente só para nós dois. O ano passado foi bem legal, tanto para nós dois, quanto para nossas famílias, que aproveitam e comemoram juntos.
Fizemos fogos de artíficios mágicos, anti-trouxas, é claro.
Mas era legalzinho. Os fogos tinham tão perfeita sincronia e ordem, que passavam como uma animação no céu, cheia de purpurina.
Bom, passaram vários momentos meus e de minha melhor amiga.
Chamamos Rony, Susana, Neville, Gina e os gêmeos também, como se fosse uma festa.
Nos momentos, eles também apareceram, tal como meus pais, meus padrinhos, Tio Aluado, até Tio Dumby e Tia Minie.
Um dos mais bonitos foi o do baile de halloween, onde aparecemos todos, até Tio Moody – sim, para brincar eu chamo ele assim. Ele só jogou a cabeça para trás e riu como nunca.
Outra coisa divertida que passou foi – acredite se quiser – minha mãe, Tia Lene e Alicia dançando animadas na sala, enquanto eu via e ria de montão. E o engraçado mesmo era que Al só tinha três anos, então... Bom, acho que você pode tentar imaginar uma garotinha de três anos, e duas mulheres adultas de 23 anos dançando As Esquisitonas – nada agradável.
E, a última e mais legal, foi nós todos. Os Weasley’s, os Potter’s, os Black’s, os Bones (Sheryl e Michael, são os pais da Susana e muito amigos dos meus pais), todos nós juntos, sorrindo e acenando.
Bom, o momento ficou na memória, de todo mundo. Mas, foi o ano passado, e esse ano, era melhor ainda.
Uma dica. Se tinha uma coisa que eu a Al gostávamos, era procurar curiosidades nos livros da biblioteca Potter, e a algumas semanas atrás achamos uma coisa interessantíssima.
Então, esse ano, iríamos fazer isso. Só tinhamos que achar um quarto vazio, e não foi difícil na grande Mansão Potter.
Ele ficava no último andar, 4º, e era no final do corredor.
Al olhou para mim e indagou:
- Vamos mesmo fazer isso? – ela não parecia hesitar, parecia aquelas pessoas animadas para fazer uma marotagem.
- Mas é claro – eu sorri.
Do ano passado para cá, Al melhorou muito em magia, tinha controle e era bem poderosa – ela reclama muito que eu sou mais, só que, bom, eu treinei por sete anos, certo?
Juntamos nossas mãos, enquanto uma bolha dourada nos cobria, e Aura e Universo – eles agora tinham coloração dourada e estavam um pouco mais visíveis na forma humana, apesar de ainda não ser tão perfeita quanto a de animal – também estavam dentro da bolha, e juntaram suas mãos as nossas.
E, juntos e em perfeita sincronia, dissemos as palavras necessárias:
Combining magica sine mora.
Donec space novum, novum sensum.
Quae desideramus, apparebit.
Sed mora.
Satis est.
Locum Requirement
Eu realmente não sabia se ia funcionar, se nossa magia ia ser suficiente, afinal, a gente tinha lido no livro de feitiços avançadíssimos, escrito pelos próprios fundadores de Hogwarts.
Mas, antes que eu completasse meus pensamentos, a porta dupla de bronze polido, brilhou.
Tipo quando fazem uma luz muito forte e sai pelas frestas, era exatamente isso que estava acontecendo.
Aos poucos, a porta foi sumindo, como se fosse apagada por uma borracha. Ficou somente a parede pintada de branca.
Olhei para Al, ela também parecia hesitante e curiosa em entrar.
Assenti, como se falasse “vamos”. Fiz o que dizia o livro.
Passei três vezes em frente a parede, imaginando um lugar.
E, de repente, apareceu uma porta. Bom, era mais ou menos isso. Era uma daquelas portas de madeiras esculpidas, tinha algumas flores grudas e madresilvas pareciam sair pelas frestas, como se a parede dentro estivesse com plantas.
Girei a maçaneta, abrindo a porta, para revelar um lugar lindo. Um dos mais bonitos que eu já vira.
A grama era verde como se tivesse sido pintada por um artista. Tinham algumas árvores com flores, de todas as cores imagináveis e inimagináveis, e algumas frutíferas. Uma cachoeira deixava a água cair dentro de um lago azul e cristalino. Alguns pássaros voavam de lá para cá, tal como algumas borboletas azuis.
- Uau – disse Almofadinhas ao meu lado, o queixo tão escancarado quanto o meu – é... É enorme.
Ela tinha razão.
- E lindo – acrescentei.
Alicia assentiu bobamente.
Quando entramos na sala, fechei a porta, e eu sabia que ela não iria aparecer do lado de fora.
Por algum tempo ficamos andando, vendo tudo, vendo se tudo era mesmo real e não um sonho, porque nós havíamos mesmo conseguido.
Deixe-me explicar.
Como eu disse antes, eu e Al somos viciados em pesquisar curiosidades na biblioteca. E num livro modificado de Hogwarts: Uma história, achamos a Sala Precisa.
Parecia simplesmente fascinante, então, pesquisamos mais a fundo.
Como fora criada, e por quem, como funcionava, essas coisas. E, principalmente, como podia-se faze outra.
Foi criada pelos fundadores de Hogwarts, Godric, Rowena, Salazar e Helga, obviamente.
O jeito de funcionar era simples. Somente passava-se três vezes na frente do lugar e imaginava o lugar que você queria.
Agora, como criá-la tivemos de pesquisar muito. Nossos pais até estranharam quando nos enfurnamos na biblioteca Potter.
Mas com uma indicação de luz de Universo, vimos o livro certo.
Era um livro cheio de Rituais e Magia Antiga, e isso envolvia muito latim.
Então, pesquisamos. Até achar a criação do Locum Requirement, ou Sala Precisa.
E decidimos nos dar isso de aniversário.
Não me arrependo, é claro.
- É incrível, não é? – perguntei a minha amiga depois de um tempo.
- Sim – Al respondeu prontamente, num tom fascinado – Tudo que imaginarmos irá aparecer. Incrível. Fabulosos. Indescritível.
Ri baixinho de todas as palavras usadas, mas não pude deixar de concordar. Ela estava certa, como sempre.
Estranhamente, tinha um relógio tic-taqueando numa pedra de coral raspado e brilhante, perto da cachoeira.
E, vendo a hora, sabia que já tinhamos passado tempo demais ali, meus pais deviam estar nos procurando.
- Vamos, Almofadinhas, minha mãe provavelmente está preocupada – falei, enquanto a puxava pela mão para fora da sala.
Quando saímos e fechamos a porta, ela foi sumindo, como se se dissipasse.
Mas sumiu, e ouvimos:
- HARRY! ALICIA! VENHAM ALMOÇAR! – minha mãe com certeza.
Só ela teria tanta voz e fôlego...
Mas corremos para a cozinha e sentamos silenciosos a mesa, o que meus pais e meus padrinhos – que também estavam lá para comemorar o “Dia do começo da Amizade” – estranharam.
- Aconteceu algo? – perguntou Tio Almofadinhas.
- Não – e Al sorriu travessa, naquele olhar de quem apronta algo.
Os quatro adultos sorriram, aliviados e felizes pelo feriado. Afinal, se Al estava aprontando algo, tudo estava certo e bem.
- E então? – começou meu pai – Qual foi o presente do ano?
- Ah, nada de mais. Bom, Harry não usa mais óculos e eu ganhei esse colar – falou Al, mostrando um colar, que eu rapidamente conjurara embaixo da mesa, que estava em sua mão.
Ela podia mesmo considerar um presente. Era um colar bonito. Era um “A” numa cor verde esmeralda, para ela não se esquecer de mim!, e o A estava gravado num coraçãozinho azul.
- Que bonito – disse minha madrinha, sorrindo para Alicia.
- É, não é? – sorriu minha amiga ruivinha.
Também não pude deixar de sorrir. Afinal, não era somente em Hogwarts que existia uma Sala Precisa.
Não mais.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!