Não vamos!
Capítulo 15 – Não vamos!
POV’s Harry:
Então tá, eu e Almofadinhas seríamos amigos para sempre, era uma promessa.
- HARRY TIAGO POTTER! – gritou uma voz, não tão doce e não tão melodiosa quanto o de minha amiga.
Oh-ou.
- Oi? – perguntei, me virando para ver.
Minha mãe estava ali, vermelha como os cabelos dela, fumegando de raiva e, espera aí, aquilo era fumaça saindo do ouvido dela?
Treme, treme.
- Como você sai de perto da gente de repente?! – ela parecia bem brava.
De esguelha, vi Alicia branca. Tia Lene também brigava com ela, mas Al parecia muito... Ãhn... Concentrada em não encarar os olhos da madrinha.
- Desculpa, sério – eu tentei.
Ela aliviou a expressão.
- Tudo bem, querido, mas, da próxima vez, avise, ok? – foi fácil – Sorte que seu pai, Sirius e Remo são crianças o suficiente para ficar babando na loja de Quadribol, senão, seria muito pior.
Fácil?
- É – minha voz saiu trêmula.
Bom, pelo menos, tinha sido rápido dessa vez, e menos humilhante.
- Certo, mamãe – ouvi Al resmungar do meu lado, enquanto Tia Lene pegava ela pela mão, e começava a andar.
E eu que achava minha mãe mais severa.
Segui minha mãe e minha madrinha em direção a loja de Quadribol, ao lado de Al, onde pude ver pela vitrine, meu pai, meu padrinho, e Tio Remy – eu tinha que chamá-lo assim! – babando. Ok, ok. Só meu pai e Tio Sirius, acho que Aluado não é muito disso, mas parecia animadinho.
Estávamos bem próximos de entrar na loja quando ouvi:
- Harry! – me virei e vi Rony ali, com Gina, muito, muito vermelha – eu queria saber por que – do lado.
Vi Tia Molly vindo para cá, ralhando com os gemês, enquanto estes sorriam cúmplices, e Percy, com um ar pomposo – já disse que não gosto dele? Não? Não gosto dele, pronto falei.
- Oi, Ron – cumprimentei, enquanto acenava e ele corria em minha direção.
Al deu sinais de que queria vir, mas Tia Lene segurava sua mão firmemente.
- Oi, Harry – disse Rony, quando se aproximou de mim, sorrindo e acenando. Gina corou enquanto murmurava um “oi” baixo.
Eu sorri de volta, e aumentei mais ainda ao ver Al brigando com minha madrinha e essa dando-se por convencida, enquanto ela vinha até nós saltitando como uma criança em que o natal chegou mais cedo.
- Oi, Roniquinho – ela disse feliz, acenando cinicamente. Entretanto, quando virou-se para falar com Gina, foi totalmente fria – Olá, Vírginia.
- Oi – Gina não foi fria, mas talvez fosse porque tivesse vergonha de algo e estivesse ocupada em corar, ficando da cor dos cabelos.
Al deve ter visto minha cara de dúvida, e sorriu.
Por um segundo, seu olhos ficaram dourados, antes de voltar ao azul profundo.
POV’s Alicia:
Por um instante, curto o suficiente para somente piscar e voltar ao normal, os olhos do Pontas ficaram dourados e voltaram ao verde esmeralda.
Mas, então. Era isso, se resumia a isso.
Eu tinha ciúmes, ciúmes de meu amigo. Um ciúmes infantil de que Gina roubasse meu lugar.
Talvez eu só fosse irracional em relação a isso, mas a ideia ainda ficava em minha cabeça.
Quero dizer, Gina é ruiva – apesar do seu ruivo ser flamejante e não cobre – e eu também. E se ela roubar meu posto de melhor amiga do Harry? Porque o Rony já é o amigo, e Gina já da mesma família, seria até mais prático.
Afastei esses pensamentos da cabeça, enquanto voltava a realidade.
Muito bom, sussurrou uma voz infatil e masculina. Universo.
Quase levei um susto, esqueci que ele agora falava. Isso me lembrou que ainda tinha que pesquisar com Harry sobre isso de auras desenvolvidas e astros falantes.
Bizarro. Mas, tudo bem, né? Nunca fomos duas pessoinhas normais. Porque meu nome é Alicia Melanie Anormal Black, e o Pontas é Harry Tiago Diferente Potter. Talvez fosse por isso que fossêmos amigos.
Não importava realmente porque erámos, só que erámos.
A tarde foi proveitosa, realmente. Nos divertimos muitos, apesar da ruivinha oxigenada, digo, Gina – urgh! – nos seguir vermelha e corada.
Os gêmeos, como sempre, estavam de bom humor, e o pomposo do Percy ficou a tarde toda na Floreios e Borrões, o que, devo dizer, foi ótimo.
Tia Molly, mamãe e Tia Lily ficaram um bom tempo na Madame Malkins comprando roupas novas, e Tio Aluado, papai e Tio Pontas ficaram um bom tempo na loja de Quadribol – não que eu esteja reclamando, porque quando mamãe foi para a Madame Malkins deixou eles três cuidando de nós, e foi ótimo!
Eu ganhei meu presente de anirvesário, e foi ultra-mega-hiper legal! EU GANHEI UMA CLEENSWEAP, a mais nova vassoura do mundo mágico!
E o melhor é que Harry também, então vamos andar juntos. Mas, cá entre nós, acho que vamos lançar – aliás ele vai lançar, porque eu ainda não tenho controle de magia – lançar um feitiço de velocidade.
Rony ficou babando em cima da vassoura do Pontas e reclamando de ser pobre, até que eu o mandei calar boca, mas aí ele começou a reclamar da Shooting Star deles, então, deixa quieto! Afinal, Rony é Rony.
Fomos de verdade na Florean Fortescue, e o Sr. Florean nos deu sundaes de graça, que estavam uma delícia, apesar de ser inverno. Mas ainda não tinha neve então... Caímos de boca!
Bom, literalmente, Fred e Jorge comeram que nem cachorro, mas tudo bem – eu acho.
No final da tarde, os Weasley tiveram de ir embora, o que foi uma pena porque estava muito divertido, mas tudo que é bom dura pouco. Que droga! Esse ditado bem que podia ser falso.
As sete da noite, aparatamos todos, eu acompanhada, é claro – Harry tem que me ensinar isso! – para a Mansão dos Potter.
POV’s Harry:
Eu gostei da tarde, foi boa.
Percy não nos irritou, Fred e Jorge faziam palhaçadas, Al estava como sempre divertida, e Gina, bem sendo Gina, andando atrás da gente calada e corada.
Nota: perguntar a Alicia sobre isso...
Eu amei minha Cleensweasp, e nem era meu aniversário! Ah, mas como dizem mesmo... O que engorda não mata – será que era isso?
De noite voltamos para minha casa. Me despedi de Tia Lene e Tio Almofadinhas, mas Alicia iria dormir aqui.
Antes de dormir, eu e ela nos sentamos na mesa da cozinha para comer leite com biscoitos de chocolate, que estava uma gostosura (eu tenho que parar de falar esses ditados e palavras de gente velha!).
Quando estava virando no corredor para ir a sala de estar desejar boa noite a meus pais, vi uma carta em cima da mesa.
Peguei o envelope e o li rapidamente: à família Potter.
Acho que meu sorriso era maroto, porque quando Al apareceu, com um biscoito na boca e limpando a mão num guardanapo, ela perguntou, curiosa:
- O que tem aí?
Bom, era para a família Potter, e eu, certamente, era da família, então...
Raguei o envelope, para encontrar um lindo convite.
Caro Sr. e Sra. Potter,
O Ministério da Magia irá realizar, no próximo sábado, 7/11, um baile a fantasia, em comemoração ao dia das Bruxas.
Os senhores estão convidados a vir, junto com sua família para a comemoração.
O baile começará as 19:00, e esperamos que compareça.
Atenciosamente,
Cornélio Fugde.
POV’s Autora:
Harry riu, parecia, de fato, muito formal. Mas o Fugde era um idiota e sempre seria, então esquece!
Ele mostrou a Al que leu rapidamente, e depois correu para sala, gritando:
- Olha a carta! Olha a carta! – provavelmente iria acordar os vizinhos, mas não ligou, estava animado.
Seus pais, que viam TV, por mais trouxa que parecesse, levaram um sustou, mas pegaram a carta e leram.
Lílian franzia a sobrancelha a medida que lia, tanto quanto Tiago, mas este sorria mais e mais.
- Um baile a fantasia? Mas se é para comemorar o dia das bruxas, porque vão fazer dia sete de novembro, e não hoje, 31? – perguntou ela, confusa.
Tiago dirigiu-lhe um sorriso.
- O Ministério nunca faz festas na data certa, em geral porque todos estão comemorando em suas casas. Mas imagino que Fugde quis voltar a velha tradição de fazer festas – disse – Ela tinha acabado na época do Voldinho, masssssss – acrescentou animado – como ele já “ralou peito” vamos festejar.
E para a alegria e risos de Harry e Alicia, Tiago puxou Lílian pela mão fazendo-a levantar, e começou a dançar.
Uma inconfundível valsa, mas parecia desengonçada, já que Lílian tinha um rosto bravo.
- Pára! Pára, Potter! – reclamou e depois foi ao chão porque Tiago errou o passo.
Tiago ficou mortalmente branco, como se soubesse o que esperava.
- POTTER! – gritou Lílian.
Harry saiu correndo com Alicia em seu encalço, mas antes de fechar a porta do quarto ainda puderam ouvir:
- VOCÊ VAI DORMIR NO SOFÁ HOJE, POTTER!
E desataram a rir, enquanto preparavam-se para dormir.
POV’s Harry:
Bom dia, Harry, escutei Aura me desejar, no dia seguinte.
Oi, Aura, minha voz parecia sonolenta até mentalmente.
Estalei os dedos e minha roupa fora trocada.
Alicia já devia ter acordado, já que a cama montada para ela estava vazia. E eu acertei, ao aparatar na cadeira da cozinha, vi todos ali. Até Remo.
- Bom dia, gentalha – falei.
- Gentalha tua avó – respondeu Sirius mal-humorado.
- Nossa, que violência, papito! – brincou Al.
E riu, enquanto mordia a torrada.
- Here comes the sun, do-do-do-do – ouvi uma bizarra voz cantando. Finíssima.
Olhei, e vi uma mosca passando, enquanto voltava a cantar o refrão de Here comes the sun. Com certeza estaria assobiando e cantando, se fosse humano.
Eu bebia suco de abóbora nessa hora, e engasguei feio, recebendo alguns tapas nas costas, do meu pai.
- Nossa, que foi? – perguntou minha mãe, preocupada.
- Moscas – tirei o fato dela estar cantando.
Ela ergueu uma sobrancelha, mas voltou a atenção ao Profeta Diário.
- Então, nós vamos a festa? – perguntei.
- Vamos/Não – respondeu meu pai e minha mãe, respectivamente.
Minha mãe lançou um olhar mortal a ele, que só ela sabia fazer. Doeu até em mim.
- Por que não, Lily? – perguntou Tiago – Sirius, Lene, Alicia e Remo, convidado pelo Almofada, vão.
- Nós não vamos, Tiago, ponto – finalizou ela definitiva.
Olhei brevemente para Alicia, e lhe lançei um sorrisinho.
Aura, chamei. Ela riu em minha mente enquanto saía de meu corpo.
Numa linda forma de cervo, igualzinho ao meu pai – com essa ri muito – mas numa colaração prateada com fiapos dourados.
O cervo girou em volta de minha mãe, enquanto as outras pessoas na mesa riam de minha técnica.
Minha mãe bufou, e por fim disse:
- Quer saber, nós vamos. Não discuto mais com Potters – e bufou novamente, antes de ir lavar os pratos irritada.
Alicia piscou para mim, enquanto via uma pequena luz prateada, em forma de mosca, sair dela e voar até mim. Mas era tão pequena que ninguém reparou, o que era desejado.
Sorrimos, cúmplices.
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