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Como Fazer Uma Garota Sorrir: Modo SeisPlay with her hair


 


James foi tomar café no dia seguinte e percebeu que os Marotos estavam sentados juntos com as meninas. Até Lílian estava com eles, conversando algo com Marlene e Sirius, jogando um guardanapo nele sorridente por alguma brincadeira que ele lhe dissera.


 


Percebeu que Marlene também ria, colocando as mãos por cima da boca, olhando para o teto. Sabia que ela tentava ser mais contida para não receber muita atenção do amigo, pois se recebesse tal atenção provavelmente coraria de imediato com o mais leve arquear de sobrancelha dele. James sabia, e como sabia, o quanto Marlene era caidinha por Sirius. E também sabia do carinho mais que especial que o mesmo nutria pela garota, um carinho que ia além da amizade. Não podia negar que formavam um belo casal, ambos altos de cabelos escuros, ela com algumas mechas claras, os grandes olhos acinzentados dela combinando com os azul-gelo do rapaz. Ela, com a languida aparência felina, absurdamente feminina. Ele, com traços retos e formas quadradas, a personificação da virilidade masculina.


 


O único porém que os separava era o medo da rejeição, e o orgulho que os impediam de expor seus sentimentos sem sentirem-se ridículos. James já encorajara o garoto diversas vezes, mas ele somente negara, dizendo que esperaria ter certeza de que ela sentia o mesmo por ele. Certeza a qual ele nunca teria, pois Marlene era extremamente contida, devido á sua criação por uma das famílias mais tradicionais do mundo bruxo, que ainda mantinha certos tipos de tradição, como ensinar as garotas como esconderem emoções. Achava aquilo medíocre , tendo visto que a coisa mais fascinante nas mulheres, em sua opinião, eram suas emoções, e do modo com o qual esses seres estranhos as conduziam com seus pensamentos totalmente diferentes dos masculinos. Daquele modo contido perdia toda a graça.


 


Mas o que o espantou foi mesmo o fato de estarem todos juntos. Não entendeu o por que até ver Dorcas com os lábios sobre os de Remo, enquanto ele a amparava com um braço em suas costas e outro enlaçando-a pela frente, as mãos postadas na cintura da garota. Então era isso. Sorriu. Ficava feliz pelo amigo, e aquela união também lhe proporcionava maior possibilidade de abordagens criativas á Lílian, já que daquele momento em diante provavelmente ficariam juntos por um bom tempo. Deu um largo sorriso e sentou-se ao lado de Alice e Frank, que conversavam animadamente sobre algo que ele não soube identificar. Pegou um pão de queijo com requeijão e começou a mastigar lentamente, bolando alguma coisa para fazer á Lílian. Desistiu. Deixaria que as coisas rolassem espontaneamente, como sempre foram.  Seria ousado e espontâneo. Era isso.


 


E esperava que desse certo.


 


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Lílian sentou-se no fundo da classe pela primeira vez em sua vida, por insistência dos Marotos e das meninas, que não queriam separar Remo e Dorcas. A ruiva aceitou, sentando-se na penúltima carteira, rindo enquanto observava Alice imitar exageradamente o jeito que Dorcas olhava para Remo. O casal ria também, ela no colo dele, a posição íntima com total ausência de malícia. Era natural e gostoso de ver os dois interagirem, o sentimento sincero que demonstravam á todo momento em olhares, palavras e sorrisos que dispensavam um ao outro. Eram um casal bonito, ele louro escuro e ela com os cabelos cor de caramelo, os olhos dele cor de mel e os dela azul-esverdeados. Ela, doce e meiga, ele; calmo e gentil.


 


A felicidade dos dois parecia completa no momento em que se olhavam, Lílian notou observando com certa inveja, sendo retirada de seus devaneios pela professora McGonagal, que entrou na sala chamando a atenção de todos e fez com que Dorcas se separasse de Remo, sentando-se atrás dela. Lílian virou-se para frente rapidamente, assumindo sua postura estudiosa e responsável, embora tivesse rido no momento em que percebeu que a professora procurava-a nas primeiras fileiras, encontrando Lílian no fundo. Viu a cara de espanto da professora e conteve seu sorriso á custo, ouvindo os risos de seus amigos, todos em volta de si.


 


Após limpar a garganta a senhora virou-se para o quadro e começou a passar uma lição com a varinha, começando a explicar o exercício do dia. Copiou caprichosa e fielmente o que a professora escrevia e falava, fazendo anotações nos cantos, nos rodapés e no cabeçalho. Era sempre assim.


 


Então sentiu algo puxar seus cabelos. Virou-se para trás discretamente, vendo que Potter havia se sentado atrás de si, coisa que ela não tinha notado, e agora mexia distraidamente em seus cabelos com os dedos, torcendo algumas mechas enquanto copiava a matéria passada pela professora. Ia ralhar com ele, mas viu de relance a professora se virando para a classe novamente, então teve que deixar para depois.


 


Para seu horror, McGonagal não mais tirou os olhos de seus alunos, suspeitando de algo estranho em sua sala. E, pior ainda, começava a gostar daquilo. Suas madeixas ruivas eram manipuladas com suavidade, Potter torcia-as e soltava-as de seus dedos talvez sem nem perceber o movimento que fazia com os dedos. Aquela espécie de carícia começava a dar-lhe fadiga, e Lílian flagrou-se por vezes fechando os olhos para apreciar o contato, por vezes perdendo palavras que a professora dizia de tão concentrada que estava no carinho.


 


Quase adormeceu, e ficou rubra ao perceber isso. Aprumou-se novamente na cadeira e ficou ereta o resto do tempo, começando a ignorar os arrepios que lhe passavam pelos braços, nuca e espinha, já que Potter começara a torcer as mechas de sua nuca e ela sempre fora sensível nessa área. Só que Remo percebeu.


 


- Lily, está com frio? – Ele perguntou baixinho, gentilmente oferecendo o casaco. Ela sorriu cordial.


 


- Não Remo, não estou – Negou sorrindo, mas seu sorriso se esvaiu quando percebeu as expressões dele e de Dorcas, que olhavam dela para Potter e de Potter para ela. Sentiu-se corando mais uma vez e virou-se para frente enquanto o casal informava aos outros o que acontecia com Lílian, já que eles perguntavam, curiosos.


 


Somente Potter pareceu ficar alheio áquilo, continuando a torcer seus cabelos como se fosse a coisa mais natural do mundo. A garota se pôs a pensar no significado daquele gesto, na intimidade e espontaneidade que ele demonstrava enrolando seus cabelos como se fosse a coisa mais prazerosa a se fazer naquele momento. O fato de ele brincar com seus cabelos soava como uma carícia, e era uma, apesar de ele estar fazendo para seu próprio prazer. A garota sentiu seu estômago revirar e as mãos suarem ao constatar que era isso que acontecia com Remo e Dorcas, mas ignorou. Aquilo era impossível.


 


- E eu espero que todos vocês tenham entendido a matéria, porque teremos exame semana que vem, em qualquer dia da semana; ou seja, eu não vou avisar o dia. A aula está terminada vocês estão dispensados. Tenham um bom dia – Minerva finalizou a aula e Lílian suspirou aliviada, pois James tirava as mãos de seus cabelos. Mas entrou em pânico ao se dar conta que havia parado de anotar, e não havia prestado atenção em nada. Estava perdida. Totalmente perdida.


 


- E isso tudo é culpa sua! – Ela acusou James olhando-o furiosamente, sem nem ao menos perceber que dissera aquelas palavras em voz alta. Ele olhou-a pasmo.


 


- Lily? O que eu fiz? – James indagou perplexo. O que havia feito de errado? Qual fora a falha em seu plano? Não conseguia entender. Pensara que ela estava gostando, relembrou os olhos dela sonolentos com a carícia nos cabelos ruivos nos quais tanto gostara de mexer devido ao aroma floral que eles exalavam. Cheiravam á gardênia. Delicioso. Viu a parte da classe que não tinha saído da sala observá-los, e ao perceber que a ruiva corava puxou-a para trás de seus amigos, começando a falar baixo.


 


- Lily pelo amor de Merlin, que foi que eu fiz agora? – Questionou-a cruzando os braços, irritado. Ela suspirou.


 


- Vocêficoumexendonosmeuscabeloseeunãopresteiatençãonaaula, agoravoumeferrarnaprovadasemanaquevem – Lílian disse tudo junto fitando o chão. Ou melhor, os sapatos de James. – É tudo culpa sua. Como se eu já não fosse ruim o suficiente em transfiguração prestando atenção e anotando tudo – Ela também cruzou os braços, suspirando logo depois de dizer isso. Ele riu.


 


- Então é isso? Bolas, por que não disse antes? Eu sou bom em transfiguração, posso te ajudar – Falou sorrindo, desarmando-a -  E além de tudo você é ótima em tudo Lil’s, é óbvio que vai se dar bem nessa prova de um jeito ou de outro. – Completou, fazendo-a corar mais fortemente.  – Mas é bom saber que você gosta que mexam no seu cabelo – Piscou para ela e ela automaticamente ficou roxa.


 


Ela saiu de sala sem falar uma palavra, olhando para o chão.  Tomou o cuidado de, na aula do Filch, sentar-se longe de Potter e suas mãos mágicas e distraídas, que a faziam parar de prestar atenção na aula. Tinha que perder aquela sensibilidade na nuca rapidamente.


 


Tinha que tornar suas defesas contra o Potter maiores nos lugares já conhecidos, descobrir suas fraquezas e torná-las nulas agora que ficaria junto dele por causa de Remo e Dorcas .


 


Totalmente nulas.


 


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