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Como Fazer Uma Garota Sorrir: Modo Dois – ”Kiss her in the rain”
“Ótimo” a garota pensou, mal-humorada. “Por que, Merlin, tinha que chover justamente agora?” Ela colocou a bolsa sobre a cabeça, correndo pelos jardins juntamente com toda sua classe da Grifinória, cujo horário agora determinava aula de ‘Herbologia’, nas estufas. E, logicamente, para chegar lá, eles tinham que contornar boa parte do colégio pelo lado de fora. E, além de tudo, a garota esquecera-se da varinha no dormitório, já que, ela pensara, não precisaria de varinha para aula de Herbologia. Afinal, só mexeria com plantas, não era?
Bom, errara feio em seu julgamento, e agora chegava toda molhada ás estufas, fazendo jus a expressão “Pingando até a alma”. Frank Longbottom, amigo da ruiva, rapidamente fez um feitiço secante nela e nas amigas, que agradeceram-no com um beijo em sua bochecha e postaram-se em seus lugares nas bancadas.
- Hoje, alunos, trabalharemos com... – Lílian parou de pensar por aí. Mas, você deve estar se perguntando, Lílian Evans não é a menina de ferro, a estudiosa que nunca perde uma palavra sequer dita pelo professor, gostando dele ou não?
Bom, eu lhe digo então que ela também é mortal, uma fêmea considerada atraente, da espécie Homo Sapiens, bípede, pertencente ao reino Animalia, á ordem dos Primates e á família dos Hominidaes, sendo assim racional e consciente, mas sujeita á ação de emoções e instintos involuntários.
E, o instinto involuntário da fêmea atraente da espécie Homo Sapiens, bípede, pertencente ao reino Animalia, á ordem dos Primates e á família dos Hominidaes, racional, consciente e sujeita á ação de emoções e instintos involuntários, era, naquele momento, salivar. Babar, na linguagem vulgar.
E por ninguém mais que James Potter.
- Lily? Tá tudo bem? – Dorcas, sua dupla naquela aula, perguntou-lhe, mas sua mente estava demasiadamente ocupada, tentando decorar o modo com que os cabelos do garoto, naquele momento objeto de desejo de Lílian, nossa fêmea atraente da espécie Homo Sapiens, bípede, pertencente ao reino Animalia, á ordem dos Primates e á família dos Hominidaes, racional, consciente e sujeita á ação de emoções e instintos involuntários, caíam molhados sobre seu rosto moreno, belo e sorridente, e também como a camisa branca, molhada e por conseqüência transparente dele, se amoldava á todos os seus músculos. Nesse momento, então, Lílian passou a prestar atenção nos músculos.
- Lílian, meu bem, você está babando – A amiga alertou-a em tom ameno, estranhando o comportamento da ruiva. Mas ao olhar para o que a ruiva olhava... Ou melhor, um pouquinho para o lado, mais especificamente para um macho atraente da espécie Homo Sapiens, bípede, pertencente ao reino Animalia, á ordem dos Primates e á família dos Hominidaes, racional, consciente e sujeito á ação de emoções e instintos involuntários, chamado Remo Lupin.
- Oh My Gosh... – Foi o que ela conseguiu murmurar, tentando conter sua própria salivação demasiadamente estimulada pela visão que estava tendo, e, talvez, pela fantasia que sua mente bolara a partir da cena que estava observando. Sim, nossa amiga também é sujeita á ação de emoções e instintos involuntários, sendo ligeiramente mais suscetível á eles do que Lílian. E seu instinto agora era bravamente reprimido por sua razão, que lhe dizia para não encostar Remo Lupin na parede da estufa e beijá-lo, passando suas curiosas mãozinhas por toda a extensão de sua camisa molhada.
Dorcas corou e Lílian finalmente piscou, voltando o olhar para a amiga.
- Certo, somos adolescentes, isso deve ser normal, né? É a época biológica da reprodução e tudo mais... – Lílian tentou argumentar, falando par a amiga, que assentiu num ar de “tomara que seja verdade”.
Que era exatamente o que Lílian esperava.
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Ao final da aula Lílian estava guardando os materiais na bolsa, quando algum ignorante estúpido resolveu bater nela e tornar sua tarefa ligeiramente mais árdua, fazendo com que seus livros caíssem no chão. Por esse motivo dispensou Dorcas, dizendo que ela não poderia chegar atrasada na aula por causa da ruiva, que diria seus motivos ao professor assim que chegasse à classe.
E, assim sendo, a loira deixou a ruiva catando seus materiais e guardando-os no caminho para o colégio. Ainda chovia, mas Lílian não estava preocupada, já que estava molhada tanto pela água que caíra em si durante a aula quanto pela chuva que já a molhara antes da aula co meçar. Então caminhou lentamente, apreciando o contato das gotas geladas com seu rosto, deslizando por sua face.
Distraída em seus devaneios, não percebeu a aproximação de alguém, que caminhava rápido pela grama completamente molhada. Logo um par de mãos agarrou a cintura da ruiva e a virou para si, e antes que ela pudesse se dar conta de quem se tratava, lábios quentes se colaram aos seus, e, por instinto involuntário, ou quase a ruiva resistiu no começo, mas logo se rendeu ao beijo, urgente, intenso, mas ainda assim calmo, como se a pessoa que a estava beijando não tivesse nenhuma pressa, como se estivesse disposto (sim, porque Lílian já havia notado que era um garoto, não por ser a opção mais óbvia, mas porque em seu segundo instante de insanidade no mesmo dia, a ruiva deixou que suas mãos passeassem livremente pelo corpo do ser colado á sua boca) a esperar para seguir o ritmo dela.
A pessoa a soltou, mas não descolou os corpos, e então Lílian pôde ver que, por trás dos óculos embaçados e molhados, a pessoa que a beijara se tratava de James Potter. Lílian pôde ver também que, agora, seu corpo molhado estava colado ao glorioso tórax de James Potter. E que, naquele exato momento, ele sorria de um modo que Lílian não podia deixar de querer provar aqueles lábios cheios, curvados em uma expressão pura de satisfação.
Ele estava satisfeito porque ela o beijara de volta. Esse pensamento paralisou Lílian, e fez com que seu cérebro voltasse a funcionar normalmente, ou quase, devido àquela proximidade entre seus corpos, que fazia com que seu instinto involuntário quisesse tomar conta de seu ser novamente.
Mas a batalha entre razão versus instinto involuntário foi vencida pela razão, como sempre acontecia com a ruiva, que se soltou dos braços dele e correu. Correu sem rumo, pois sua cabeça ficara lá com ele, mas seus pés a levaram para dentro do colégio, para que fosse para sua preciosa aula, mesmo que chegasse lá pingando, com os lábios vermelhos e olhar perdido, ainda que levasse bronca do professor.
Porque, como sempre, a razão vencia a batalha contra o instinto involuntário na cabeça de Lílian Evans.
”Então porque diabos eu correspondi ao beijo dele?” , era o que a parte rebelde de seu cérebro lhe perguntava, mas ela não tinha tempo para isso. Pediu desculpas ao professor, entrou na sala e ignorou a discussão que se passava em seu inconsciente, evitando ao máximo pensar em James Potter e no quanto seus beijos eram bons mesmo debaixo de chuva.
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