Five





I hint for mint


Eu não acreditava que estava fazendo aquilo. Mas, bem, eu precisava.


Precisava.


Adentrei pé ante pé o quarto escuro, morrendo de medo. Tinha um cheiro almiscarado, uma mistura dos perfumes e desodorantes que eles usavam com o cheiro natural da pele dos garotos, algo como suor e algo que eu não poderia explicar. Era de manhã, mas estava tudo fechado.


Fechei a porta e usei o feitiço que Emmeline tinha me ensinado para poder ver no escuro. E quando distingui os cabelos emaranhados, me dirigi rapidamente até a cama dele.


Fechei o cortinado devagar em volta de nós e lacrei-o com um feitiço, abafando o som para todos lá fora. Então desfiz o feitiço para ver no escuro, ficando somente com o que as janelas mal fechadas me deixavam ver.


Subi na cama e sentei-me sobre o corpo inerte, uma perna de cada lado do quadril. Aproximei o meu rosto do dele, sentindo sua respiração sobre os meus lábios. Quando os toquei, senti-os macios, pra dizer o mínimo. Suguei o lábio inferior dele para dentro dos meus, mordendo-o de leve.


Eu o beijei devagar, sentindo que ele estremecia devagar. O gosto era de pasta de dente de menta. Não era ruim. Potter moveu o braço na cama inconscientemente, deslizando pelos lençóis. Eu sorri e me afastei quando o vi abrindo os olhos.


-Lily? – Ele sussurrou e eu coloquei um dedo sobre os meus lábios, fazendo “shh!” para ele. – É algum tipo de sonho? – Perguntou se apoiando nos braços, inclinado a partir da cintura. Eu sorri.


-Isso parece algum tipo de sonho, James? – Perguntei beijando o pescoço e o peito dele de leve, mordendo-o no abdômen, para doer mesmo.


-Não – Inverteu as posições, ficando sobre mim, só que deitado. Senti o meu coração acelerar descontrolado enquanto ele me olhava – Parece muito melhor – Deslizou os lábios pela minha bochecha com uma delicadeza absolutamente justificável visto que era de manhã e que a barba dele me arranhava levemente. Era meio… bom.


-Mas esse sonho vai ficar sem final, Lil – Ele me avisou, passando a mão pelo meu cabelo – Pense como se Marlene a acordasse na melhor parte. – Eu arqueei uma sobrancelha, sem entender.


-Por quê?


-Porque eu não vou te beijar – Declarou, levantando-se da cama rapidamente e indo vestir uma calça jeans por cima da única peça de roupa que ele usava. Aquela cueca tecnicamente o fazia seminu.


Ergui-me como ele havia feito, somente com os braços. – Como assim?


Ele terminou de fechar o cinto – É isso que você ouviu, Lily. Não vou te beijar, não na boca. Desista – Me levantei da cama na hora.


-É assim? – Perguntei me levantando, encarando-o. Ele estava mexendo com o meu orgulho, e eu não estava gostando daquilo. – Não vai me beijar?


-Na boca não – Ele disse se virando de frente para mim.


Resolvi começar a agir sobre isso.


-Tem certeza? – Perguntei deslizando uma unha pelo peito nu dele. Eu sabia do poder que tinha sobre ele, uma hora aquele autocontrole ia sumir.


-Absoluta, meu amor – Virou-se de costas e pegou uma camisa. Eu ri e o abracei pelas costas, pressionando os meus seios contra as costas dele. Ele enrijeceu na hora.


-Poxa, James... –Frisei o nome dele, na voz mais sensual e baixa que eu conseguia fazer – Sabe, eu queria voltar para os dias em que você me roubava beijos deliciosos por aí... – Provoquei, rindo internamente. Até parece. – Você gostava disso, não gostava? – Perguntei e comecei a beijar o ombro dele, ainda nas pontas dos meus pés, indo então para o pescoço.


Ele começou a arfar e eu vi cada músculo dele ficar tenso. Ele se virou para mim rapidamente e segurou os meus pulsos para trás da cintura, acabando por ficar bem perto de mim. Eu já inclinara o rosto para cima para olhá-lo nos olhos. A boca dele soltava o ar pesado na minha, o cheiro de menta fresca me inebriando, me chamando.


A tensão era palpável, e a vontade que ele tinha de me beijar podia ser facilmente vista no jeito que ele me olhava. Era sedução pura.


As mãos dele deslizaram cintura acima, tomando o meu corpo como se fosse dele. Elas deslizaram pelas minhas costas, me causando calafrios. Os lábios dele deslizaram pela minha bochecha e roçaram nos meus, me tirando o ar na hora.


-Você é ardilosa... – Ele falou muito perto, eu podia sentir a respiração pesada dele, a atração palpável, o coração acelerado dele contra o meu.


-Faço o que posso – Falei roçando os nossos lábios, fazendo-o segurar os meus pulsos de novo, com mais força.  


-Eu não vou te beijar – Disse de novo, como se tentasse me convencer.


Eu ri.


-Então só corresponda – Sussurrei e tentei beijá-lo, enquanto ele se afastava.


-Vamos ver o quanto agüentamos com toda essa tensão – Ele disse e eu considerei. É, seria interessante saber até onde os meus limites iriam.


-Eu não quero agüentar – Falei e mordi o lábio inferior dele, fazendo-o dar um suspiro e apertar mais os meus pulsos. Nem me incomodei.


 -Não brinque com fogo, Lily – Ele disse e eu quase gemi. Estava cansada daquele jogo.


-Eu já estou queimando, Potter. Por favor... – Supliquei, mas um barulho de porta se abrindo nos interrompeu.


Ele terminou de vestir a camisa rapidamente, me entregando outra – É uma má idéia sair de pijama na frente do Sirius – Eu dei uma risada.


-Talvez eu deva. Ele sim não vai me negar fogo – Eu disse e vi chamas nos olhos dele. Sorri.


-Não faria isso – Ele me desafiou.


-Também não é normal que eu venha aqui te beijar escondido, Potter. Não me tente – Avisei e vesti a tal camisa dele. Ele tirou os meus cabelos de dentro da camisa e beijou o meu rosto, acariciado os meus cabelos devagar, sorrindo pra mim.


-Vai lá, Lil – Sorri e fui.


Mais determinada do que nunca a voltar, sentindo o gosto de menta na boca.

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