Capítulo 5



Capítulo 5
ou “Nerd no avião”




17 anos, 3 semanas, 5 dias, 1 hora, 56 minutos e 10 segundos 


Eu estava acabado. Tanto psicológica, quando fisicamente. Eu não conseguia entender por que eu não conseguia prever o futuro. Não entendia por que eu não podia vê-la. Não entendia por que eu não conseguia prever o meu próprio futuro. Eu estava impaciente, e Lily parecia minha mãe, sempre me perguntando se estava tudo bem, já que ela não se conformava com a minha constante expressão de frustração.


- Sabe, uma vez eu li um livro, Aurora, sabe? Então, era sobre vampiros, e tinha uma personagem que podia ver o futuro, só que as visões dela eram subjetivas... O futuro mudava de acordo com a decisão que a pessoa tomava, então pode ser que Dorcas esteja ainda se decidindo sobre o que fazer... E talvez você não possa ver o seu futuro porque isso a envolva diretamente... – Lily explicou fazendo uma referência a saga de Aurora. Eram quatro livros no total. Aurora, Lua Cheia, Eclipse Solar e Anoitecer.


Estranho, quero dizer, o livro fala que uma menina humana que se apaixona por um vampiro! Qual é! E depois o melhor amigo dela é um lobisomem, COMO ASSIM? É muito difícil de acreditar que essas coisas realmente existam... Não que eu seja parâmetro para qualquer coisa, digo, eu vejo o futuro! É o sujo falando do mal lavado. Certo.


Eu ainda não tinha entendido como James tinha deixado Lily vir comigo. Se bem que ela teve que usar seus super poderes de persuasão, quando ele começou a dar piti. Ainda bem que ele entende que ela e eu somos melhores amigos e que isso nunca vai mudar em hipótese alguma.


- Ok. Pode ser isso, mas de qualquer forma, vou me concentrar novamente... – ela olhou para mim de forma exausta. – Desculpa, Lily, eu sei que não tenho sido uma boa companhia nos últimos dias, mas eu preciso dela, Lily, eu a amo, de verdade, e eu te agradeço muito por você ter aceitado vir comigo. Mas eu sei que tudo vai dar certo, ou eu pelo menos espero que dê. E, bem, tudo o que eu quero é uma resposta. Tudo o que eu quero é um final para a nossa situação nada mais que isso. Um sim, ou um... Não. – eu fiz uma careta.


Ela respirou e encostou sua cabeça na poltrona ainda olhando para mim.


Eu fechei meus olhos e contei até 10, procurando o máximo de concentração que minha mente podia me oferecer naquele momento. Eu procurava por qualquer imagem de Dorcas, qualquer coisa. Eu podia ver tantas coisas inúteis, mas eu não conseguia se quer ver aqueles olhos azuis que tanto me encantavam. Eu levei meus dedos as têmporas, apertando mais os olhos.


Soltei um gemido e abri os olhos. Lily me olhou com expectativa, e eu me limitei a balançar a cabeça. Ela fez uma careta e bebeu mais um gole de sua Coca. Tentei mais uma vez. Nada. Eu estava começando a acreditar que a história de Aurora era verdade, e comecei a me perguntar se realmente havia alguém que conseguiria ouvir pensamentos, como o protagonista de série.


Algum tempo depois o piloto falou algo sobre a temperatura em Connecticut e mais algumas coisas que eu não prestei muita atenção, em espanhol e depois em inglês. Então as luzes de por os cintos se acenderam e Lily cutucou meu ombro, murmurando algo inaudível. O avião começou seu procedimento de pouso, e eu senti borboletas na boca do meu estômago. Lily pegou minha mão e encostou sua cabeça no meu ombro, tentando me confortar. Eu sabia o quanto ela odiava a minha expressão de dor e frustração.


O avião pousou e nós desembarcamos, sem termos que parar para pegarmos malas nem nada parecido porque tínhamos tudo nas bolsas de mão. Eu olhei para Lily e sua expressão preocupada.


- Desculpa a minha ignorância, mas... Você tem idéia de onde ela possa estar? Sabe, Connecticut é grande. – ela falou, e eu ri sem humor.


- Eu tenho o endereço, Lils. – eu expliquei, e ela balançou a cabeça – Vem, vamos pegar um táxi.


- Será que eu poderia beber um café ou algo com cafeína primeiro, por favor. Sério, eu vou dormir. – perguntou Lily olhando nos meus olhos. Eu ponderei por um segundo e assenti.


Ela me puxou até um café numa esquina, entre algumas freeshops e revistarias e tudo mais. Eu me sentei em um dos bancos em volta de uma daquelas mesas altas, enquanto ela foi pedir um expresso forte no balcão. Ela se virou para mim e me perguntou se eu queria algo, enquanto eu tentava insistentemente ver algo. Eu só conseguia ver uma nuvem, mas pude notar que a nuvem ficava menos espessa conforme eu tentava.


Lily chegou à mesa e tomou o café o mais rápido que conseguiu, reclamando que teria queimado sua língua ou algo do gênero. Fomos até o lado de fora do aeroporto procurando por um táxi, já que todos pareciam estar ocupados e então eu me dei conta do feriado de Ação de Graças. O movimento todo era graças ao feriado de Ação de Graças. Soltei um muxoxo, e Lily me puxou até um táxi que havia acabado de chegar.


Entramos nele, e Lily pegou o papel que eu segurava desde que saímos de LA. Ela entregou ao taxista, e ele sorriu fraco para Lily. Eu observava o movimento do lado de fora do carro, e ver alguns casais de mãos dadas era uma tortura.


O caminho parecia ser longo até lá, então eu notei que havíamos saído da capital de Connecticut. Graças a Deus eu tinha trazido bastante dinheiro. Os minutos pareciam horas, e a minha sensação de impotência aumentava conforme eu tentava vê-la e nada acontecia. A nuvem parecia ter estacionado e não parecia de dissipar de forma nenhuma. Lily apertou minha mão mais uma vez e eu olhei para ela, encostando minha cabeça em seu ombro, o que era um pouco desconfortável, devido sua falta de altura.


Então eu agradeci mentalmente por ter Lily ao meu lado.




Dorcas’s POV


Cheguei à casa de minha avó e larguei as malas no pé da escada, indo abraçá-la chorando.


Eu ainda não entendia como isso podia me afetar tanto, quero dizer, qual era o problema? Ela tinha escondido de mim seus poderes sobrenaturais, e daí? Qualquer um o faria, certo? Mas meu coração parecia não aceitar isso. Eu estava em pedaços... Ele tinha mentido para mim. Sabe, eu não teria me afastado dele se ele tivesse me contado que podia ver o futuro. Certo, talvez eu tivesse, mas eu não entendia. Então eu era sua namorada e ele escondia de mim que podia ver o futuro. O que mais ele seria capaz de esconder de mim então?


- Oh, minha filha, o que houve? – minha vó perguntou passando a mão nos meus cabelos.


- Nada vó. Nada. – menti. – É só saudade. Eu nunca tinha passado tanto tempo longe da senhora e de Connecticut. Eu senti falta de cada partezinha, de cada detalhe daqui. – isso não era mentira.


- Eu também, meu amor. Seu quarto continua lá, intacto. – é, essas eram as vantagens de ser a única neta da minha avó. Eu tinha um quarto só para mim na casa dela. – Leva suas coisas para lá e depois volta aqui. Fiz aquela torta de nozes que você ama, Dó.


Eu sorri e fui levar minhas malas lá para cima. Minha mãe e Ralph entraram e foram dar ‘oi’ para a vovó. Como se já não fosse ruim o suficiente ter que voltar para cá com o coração em pedaços, eu ainda sou obrigada a conviver com o pateta do Ralph e a criatura medonha que é meu irmão, Mathew.


- Só viemos deixar a Dorcas, dona Aura, depois vamos para a casa dos pais do Ralph. – sim, dona Aura era mãe do meu pai, a mãe da minha mãe já havia morrido há algum tempo e minha mãe, Ralph e Mathew passariam o feriado na casa da mãe de Ralph, o que eu achava um absurdo, mas eu totalmente me recusava a ir passar o feriado de ação de graças com uma família que eu mal conhecia.


Cheguei ao meu quarto e vi que, de fato, estava tudo como eu tinha deixado... Digo, um pouco mais organizado, claro, mas eu podia ver todos os meus jogos da infância, meu quarto ainda rosa, minha roupa de cama de florzinhas, minhas bonecas de pano. Eu tinha uma paixão inexplicável por bonecas de pano. Elas eram tão lindas, e desde pequena eu fazia as roupinhas das minhas próprias bonecas.


Deixei minhas malas ali e me joguei na cama, ignorando a maldita chuva que batia da janela. Peguei o travesseiro e joguei na minha cara. Entre todas as coisas que eu odiava, flashbacks eram o que eu mais odiava. Eu odiava ter que ficar pensando em coisas que já aconteceram e que nunca mais iriam acontecer. E, principalmente, eu odiava ter que ficar pensando no que tinha me machucado há pouco tempo.


Mas parecia uma droga, eu não conseguia parar de pensar no meu Remus, no meu amor. No quão perfeito e atencioso ele era. No quanto ele me fazia feliz, enquanto nenhum fez. Eu o amava tanto, e talvez fosse por isso que isso tivesse me machucado tanto. Eu precisava decidir o que fazer. Eu precisava dar a ele uma resposta. Por mais que ele tivesse me machucado não confiando em mim com relação ao segredo dele, eu acho que ele não merece ficar pensando em mim, ficar se culpando.


Eu precisava decidir entre perdoar e entre terminar com ele e cada um seguir sua vida. O simples fato de pensar em terminar doía profundamente.


O telefone tocou.


- Alô? Oi Alice! Ah, mais ou menos, amiga. É... Eu não sei. Eu precisava esfriar a cabeça. A gente brigou, porque ele escondeu um segredo de mim. Era algo sério sabe? Não... Não falo com ele desde que saí de lá. Ok, as duas na Starbucks? Ok. Beijo amiga. – e desliguei.


Alice era minha melhor amiga aqui em Connecticut desde sempre. Antes de eu me mudar éramos grudadas. Muito grudadas, mas depois eu me mudei para a capital, e depois me mudei para a Califórnia e ficou mais difícil da gente se falar, mas eu ainda a considero minha melhor amiga, e eu acho que vai ser bom eu por um pouco do que eu estou sentindo para fora, acho que sim.


Ajeitei minhas malas e ouvi minha mãe me chamando para se despedir. Desci as escadas e fui até o hall da casa da vovó, onde tinha um chapeleiro, onde a gente pendurava nossos casacos e colocávamos nossas botas sujas de neve. Tinha um tapete vermelho bem escuro, um espelho e as paredes eram de um bege bem clarinho, que contrastavam com a madeira da escada e do corrimão.


- Hey, mãe. – falei, acenando.


- Dorcas, a gente passa aqui na sexta logo cedinho. Não esquece que seu vôo é sexta de tarde, então esteja pronta, por favor, senão não vai dar tempo. Seu pai já está ficando maluco com o seu vai e volta para Califórnia. Feliz ação de graças. – minha mãe disse dando um beijo em minha bochecha, ouvi Ralph buzinando lá fora e revirei os olhos.


- Para você também, mãe, e eu vou estar pronta... Fisicamente pronta. – murmurei de forma inaudível a última parte.




Já tinha acabado de ajudar vovó com as tarefas da cozinha depois do almoço, e eu agradeci pela comida maravilhosa dela, depois de tanto tempo comendo comida congelada e lanches gordurosos no Johnny Rockets. Eu estava no meu quarto, deitada na cama, olhando para o teto, esperando dar o horário para ir até a Starbucks, e o Remus parecia não sair dos meus pensamentos.


O que ele tinha demais afinal? Digo, tirando o fato dele poder ver o futuro... Isso era tão surreal, como eu poderia acreditar que isso estava realmente acontecendo? Que o meu namorado pode ver o futuro e nem sequer me disse isso. O que ele pretendia? Esconder isso de mim o resto da vida? Eu o amava tanto e isso era tão estranho para mim. Eu nunca havia sentido nada parecido por ninguém, e ele me deixava nas nuvens, com o seu jeitinho fofo e seus elogios que inflavam meu ego. Eu sentia tanta falta dele agora, eu sentia como se eu estivesse no meio de uma crise de abstinência das bravas. Qual era o meu problema? Se eu sabia que iria me sentir assim, por que eu deixei ele lá? Tudo bem, ele omitiu, e eu estou caindo em contradição, mas eu preciso tanto dele.


Olhei para o relógio. Faltavam cinco para as duas, precisava ir até a Starbucks. Coloquei um casaco pesado (fim de outono é uma merda), desci as escadas e calcei minhas botas. Minha avó estava na sala, dormindo na poltrona, com a TV ligada. Desliguei a TV, cobri minha avó direitinho e deixei um bilhete ao seu lado dizendo onde eu tinha ido.


Eu precisava de um ombro para chorar. E Pronto.


Andei lentamente até lá, olhando para o chão. A Starbucks ficava em uma rua bem calma, e seu ambiente era ótimo. Entrei e logo vi Alice sentada em uma mesa numa das extremidades da cafeteria tomando um caramel macchiato, como sempre. Sorri fraco e fui de encontro a ela, que me abraçou fortemente quando cheguei, e eu não pude evitar uma lágrima. (N/A.: gente, que emo, haha.)


- Me conta o que aconteceu, amor! Você sabe que eu odeio ver você assim. Nem quando você terminou com o Brad eu te vi assim!


- Aly, antes de tudo eu preciso te dizer que eu não posso esclarecer tudo porque o segredo não é meu. Eu queria muito poder te contar, mas eu não posso, me desculpe. – ela assentiu. Alice era a melhor pessoa que eu tinha conhecido em toda a minha vida para desabafar. Ela era compreensiva e sempre via tudo por todos os pontos de vista. – Certo, obrigada por vir.


- Nada, amiga.


- Certo... – engoli em seco e me sentei. – Quando eu cheguei na Califórnia, em LA, eu conheci um garoto, o nome dele é Remus Lupin. Ele entrou no Johnny Rockets, e nós começamos a conversar, eu gostei dele, desde o início, ele era lindo e tinha uma ótima conversa. Quando eu descobri que estudaríamos na mesma escola então... Eu fiquei eufórica, talvez eu tivesse finalmente achado o cara que eu iria gostar mais do que dos anteriores. Mas ele era meio lerdo, admito – eu sorri. – Mas então ele me convidou para sair. Nós saímos, eu, ele, a amiga dele, Lily, e um garoto da escola, James. Nós nos beijamos no barzinho, e um dia depois ele me pediu em namoro. Estávamos juntos ia fazer um mês e eu podia sentir que o meu sentimento era recíproco e eu nunca tinha me sentido daquela maneira por absolutamente ninguém. Foi então que no dia em que eu fui conhecer os pais dele, eu descobri o maior segredo dele, eu me senti traída. A amiga dele sabia e ele não havia me contado. Eu saí da casa dele correndo, fui para o Johnny Rockets com ele atrás de mim, me chamando, desesperado. Cheguei em casa e falei para o meu pai que eu precisava de um tempo, que eu precisava vir para cá. Desde então meu pai liga diariamente falando dos telefonemas e recados dele. Há quase uma semana eu não troco olhares com ele, sequer ouço a voz dele.


Alice ponderou por um momento, e eu senti que aqueles foram os segundos mais lentos de toda a minha vida. Ela tomou mais um gole de seu caramel macchiato e voltou a olhar para mim.


- O quão grave era o segredo?


- Grave... Digo, não era nenhuma coisa assim tipo de ele ter me traído, mas era uma coisa com que ele nasceu, uma espécie de dom, e ele não havia me contado. – falei, brincando com o guardanapo, enquanto ela analisava todos os pontos de vista novamente.


- Certo, acho que entendi. – ela finalmente disse. – Ela escondeu algo importante de você, e você sentiu como se você não fosse digna da confiança dele, por isso ele não te contou, então você se sente traída, como se ele julgasse que você não fosse boa o suficiente, ou que você não merecesse confiança... – Alice concluiu e eu assenti.


- Exato.


- E então você saiu correndo da casa dele e ele foi atrás de você gritando por você. Certo? – eu assenti mais uma vez. – Dorcas, você já pensou que ele talvez não tivesse te contado porque ele achou que você iria deixá-lo? Quero dizer, se é um dom, diferente do que qualquer outra pessoa tem, ele deve ter pensado que se você tivesse alguma dúvida em relação a ele e a relação de vocês, esse seria um bom motivo para você terminar. Já pensou que talvez ele se sinta uma estranho por isso? – eu me encolhi. Eu realmente não tinha pensado nisso. No ponto de vista dele. – E você disse que ele te ligou e te mandou mensagens. Dorcas, você sabe que eu te adoro e que você é minha melhor amiga, e que eu nem conheço o Remus, mas eu acho, de verdade, que se você gosta tanto dele quanto você diz, você deve dar a ele pelo menos uma chance de se explicar.


Levantei o olhar e a encarei. Ela estava com uma expressão cautelosa e então eu afrouxei a minha expressão. Ela estava certa, eu estava sendo uma mimada cabeça dura com o cara que eu mais gostei na vida.


- Obrigada Aly! – eu sorri fraco e peguei suas mãos. – Obrigada por me fazer ver o ponto de vista dele. Obrigada mesmo.


- Para que servem as amigas?


- E então? Chega de falar de mim! E você e o Frank, como estão? – eu perguntei finalmente me sentindo menos perdida.




Remus’s POV


- Remus, não tem ninguém aí! – Lily reclamou estupefada.


Eu comecei a entrar em desespero. Meu coração acelerou e eu podia sentir palpitações. Levei as mãos à cabeça e me desesperei de vez. Lily veio me abraçar, mas eu parecia mais uma pedra do que eu ser humano.


- Não! Não! Não! – eu falava, estava em choque.


- Remus, calma! Pode ser que eles tenham ido ao supermercado. Vamos esperar mais um pouco, está certo?


- Vocês ainda vão demorar? – ouvi o taxista resmungar.


- Pode ir, toma. – Lily o pagou. – Depois a gente pega outro. Fica calmo. – Lily tentava me acalmar, e eu a sentia estremecendo. Eu não acredito que vim até a outra ponta do país para nada.


O pior é que eu não fazia nem ideia de onde procurá-la, caso ela não voltasse. Eu não ia dar uma de forasteiro e eu ainda devia o feriado de Ação de Graças para os meus pais. Eu prometi a mim mesmo que voltaria para o jantar de Ação de Graças. Nos sentamos na calçada e Lily resmungou algo de esperar mais meia hora, ou algo do tipo.


Os minutos pareciam se arrastar, e todo e qualquer barulho de carro ou até mesmo de pés em atrito com o chão molhado me fazia pular e ter palpitações. Eu fechei os olhos mais uma vez tentando ver o futuro dela, e dessa vez eu me surpreendi quando eu finalmente consegui vê-la. Eu respirei fundo e me concentrei mais. Ela estava entrando em uma casa. Uma casa que definitivamente não era essa.


- Você foi falar com Alice, meu bem? – a mulher já idosa perguntou.


- Fui sim, vó. E foi muito bom revê-la. Eu precisava mesmo de um tempo longe de LA. E voltar a Danbury com certeza vai me ajudar a tomar algumas decisões para quando voltar estar nova em folha. – ela falou.


- Mas o que houve, filha? – a avó perguntou.


- Problemas, vó. Problemas.


Então ela tinha ido para Danbury passar o feriado com a avó, e precisava de um tempo longe de LA. O que me restava então? Eu precisava respeitar a vontade dela, precisava dar a ela um tempo. Só de saber que ela voltaria para LA tirava um bom peso na minha consciência.


Abri os olhos e me levantei, fazendo Lily se levantar também.


- O que houve? Conseguiu ver algo? – ela perguntou ansiosa, e eu fiz que sim. – O que? Remus, pelo amor! Ela está aqui, vai voltar?


- Ela está em Danbury, foi passar o feriado na casa da avó.


- Isso quer dizer que ela vai voltar para LA? – ela perguntou, e eu fiz que sim mais uma vez.


Não podia negar que estava chateado por ter vindo até aqui para nada. Ter atravessado o país, sem permissão dos meus pais, levado horas de viagem para nada. Eu senti uma pontada de medo quando me lembrei da parte em que ela disse “tomar algumas decisões”, já que isso certamente tomar algumas decisão com relação a mim. Olhei para a minha aliança prateada e suspirei.


- Vamos? – falei passando o braço pelo ombro de Lily.


- Já?


- É, ela precisa de um tempo, Lils. Eu preciso respeitar a vontade dela. Eu errei e é minha obrigação consertar isso. Eu não posso forçá-la a me ouvir. Ela precisa pensar. Eu preciso pensar.


- Ei, espera aí, não vem querer colocar a culpa toda em cima de você, eu já disse que odeio quando você faz isso. Se eu não tivesse deixado a maldita mensagem ela nunca teria descoberto.


- E se um dia ela descobrisse, mais tarde, com o nosso relacionamento bem mais sério, como você imagina que seria? Que ela me perdoaria? Seria muito pior, Lily, acredite. De certa forma, você tirou um peso da minha consciência, talvez eu morresse sem contar isso a ela. Algumas vezes eu me sentia traidor senda a pessoa em que ela mais confiava, e eu não contando a ela. Ela deve ter imaginado que eu não depositava tanta confiança nela. Eu a entendo, Lily. A culpa foi minha. – eu disse parando um taxi e abrindo a porta para Lily.


- Cala a boca. Ela super over reacted, e a culpa não foi só sua, Remus. Para com isso agora, antes que eu pegue um ônibus direto para Damnberry...


- Danbury.


- Que seja, vou lá, pego ela pela orelha e lanço meu olhar mega maligno e faço ela te perdoar. – ela falou fazendo uma careta para mim, e eu ri.


- Aposto que ela ficaria com medo e me perdoaria na hora. Obrigado, Lily, de verdade, só você para me fazer rir.




Não preciso dizer que assim que eu coloquei os pés dentro de casa eu ouvi minha mãe gritar comigo durante 30 minutos seguidos, umas duas oitavas acima do normal sobre a minha irresponsabilidade de ter atravessado o país sem ao menos pedir permissão ou coisa do tipo, e que com certeza ligaria para a empresa de aviação e colocaria um processo sobre a mesma com relação a deixar dois jovens menores viajarem sozinhos. Então eu tive que relembrá-la que na verdade, a maioridade civil do americano hoje se inicia aos 16 anos, e ela disse que não interessava, e que eu estava de castigo para o resto da minha vida (e da minha morte, se fosse necessário).


Eu não fiz objeções, afinal, querendo ou não, eu sabia que ela estava certa, e eu precisava urgentemente dormir, porque a poltrona do avião era horrível.


Acordei na quinta com o cheiro do peru recheado com creme de damasco e nozes da minha mãe que me fazia delirar. Dei graças a Deus que o feriado de Ação de Graças estava prestes a acabar, e Dorcas prestes a retornar e então nos reconciliaríamos, ou era o que eu esperava.


O telefone começou a tocar e eu joguei o telefone sobre a cabeça. Quem seria a essa hora?


- Alô. – eu falei com a voz abafada pelo travesseiro.


- REMUS! ME DIZ QUE VOCÊ NÃO ESQUECEU DO REGIONAL NO SÁBADO! POR FAVOR! – Regional? Sábado? Favor? OMG! Eu tinha me esqueci completamente.


- Ahn, não – eu menti.


- Obrigada. – ela suspirou aliviada, o que só me deixou mais nervoso. – O Harry está aí? Você terminou?


- Ahn... Não. – eu falei a verdade dessa vez.


- O QUE?


- Não me mate, Lils. Estava sem cabeça.


- Ok, mas olha só, eu estou indo para aí agora, e nem que você passe o feriado sem comer o peru da sua mãe, VOCÊ VAI TERMINAR! Nem que eu tenha que levar um chicotinho, e tenho dito. – e então ela desligou o telefone.


Ótimo, e então eu passaria o meu feriado de Ação de Graças terminando o robô para o regional que eu não fazia ideia de que seria no sábado agora, sem nem ao menos falar com a minha namorada. Sabe, isso é muito revigorante.




N/A: Eu terminei o 5, e o próximo é o ultimo, comoquefas/ Eu estou entrando em pânico. Se de pensar em terminar jr me dá uma dorzinha no coração. Mas o que me consola é que eu vou poder postar She&Him finalmente. Mas ok, eu não faço ideia qual é a maioridade civil do jovem dos EUA e eu não encontrei em lugar nenhum, e de qualquer forma, a fic é UA, ok? Eu gostei até do capítulo, tirando que a Dorcas é uma burra e eu odeio ela. Mentira, eu (?) não sou tão má assim, ué. Fiquei chateada. Ok. Esperem pela N/A grande e depressiva no próximo capítulo. bgs


Gih Meadowes


N/B.: AMO! AMO! AMO! AMO! Vou ficar triste quando essa fanfic terminar pra valer, a única coisa que me consola é que vai ter She & Him, que eu estou necessitando dela :B


Btw, Dorcas bitch, e Remus com síndrome de  “I’m Edward Cullen, everything is my fault”… E Dorcas totally overreacted, eles estavam namorando há menos de um mês, e ela já esperava saber o segredo super secreto dele? Come on, acorda pra vida piriquita! xx.


Miss Laura Padfoot




PROPAGANDA:


Para quem gosta das nossas fics (ou seja, as fics da Gih Meadowes e da Miss Laura Padfoot), para quem ama Johnny Rockets, se apaixona em Like a Princess, delira em Flee, suspira em desculpa, mas te chamo de amor., se indigna com ironic., adora Sirius Black... Enfim, para quem curte as nossas fanfictions, vale a pena ler a nossa fic conjunta.


HOGWARTS - juventude a flor da pele.
http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=33231

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