Capítulo 31

Aclarações:

 

Itálico– 'esclarecimentos' de Harry. Pensamentos dele. POV's Harry. Ou ênfase em alguma palavra, ou frase.

 

Negrito – 'esclarecimentos' de Hermione. Pensamentos dela. POV's Hermione.

Disclaimer: Harry Potter não me pertence, blablabla. Tudo é da J. K. Rowling e da Warner, whatever.

 

Advertência: Linguagem obscena.

 

Observação: Capítulo NÃO betado. Pode conter atrocidades...

 

Capítulo 31

 

Quando Parvati voltou para o salão comunal da grifinória - totalmente contra sua vontade, diga-se de passagem. Desde que Luna tinha algum “assunto terrivelmente importante” e não podia ficar mais um minuto sequer “perdendo tempo” conversando “tolices”, ainda segundo a corvinal – Ela foi assaltada por Lilá.

 

Assustada, a morena deu um passo para trás, mas isso não impediu Lilá de abraçá-la com força. – Eu o odeio tanto.

 

-O que? – Parvati ergueu a vista, observando em confusão o local.

 

-Você estava certa sobre o Ronald. Ele nunca me quis de verdade. E eu o odeio.

 

Parvati, ainda em espanto, acariciou suavemente o cabelo da amiga e as costas, tentando acalmar os soluços da loira. – Oh Merlin, Lil. Respira!

 

Incrivelmente perturbada, Lilá continuou soluçando sobre como Ron era um cretino, como fora uma estúpida por ter caído novamente na conversa idiota do ruivo. Sobre como sentia muito e se Parvati poderia perdoá-la. Que nunca, nunca, nunca mais iria brigar com ela. E tudo novamente.

 

Ela levou um longo tempo para convencer Lilá a ir para o dormitório feminino e ainda mais para fazê-la descansar. Mas quando Lilá finalmente dormiu exausta, Parvati se afastou determinada a falar com Ronald Weasley.  

 

-x- Miosótis –x-

-O que você fez dessa vez?!

 

Ron suspirou, encarando-a. – Eu só disse a verdade, Parvati.

 

-O quê? – aparentemente aquele era um dia de surpresas...

 

-Lilá veio até mim, sorrindo e comentando sobre como nós deveríamos “voltar” – sussurrou. – Eu apenas... Eu não podia, okay?! E eu sei que não fui o mais delicado dos seres ao dizer toda verdade, mas, vamos lá, não havia jeito de ser... bem, suave. Eu fodi bonito tudo. Então... É – ele encolheu os ombros como se indiferente, ainda que parecesse muito desconfortável.

 

Com a boca entreaberta, a morena fitou Ron como se não o enxergasse. – Oh meu Merlin.

 

-Me desculpe, okay?! Eu nunca faço nada certo – resmungou observando as próprias mãos.

 

Ron, estranhado pela falta de reação da garota, ergueu a vista a tempo de ver Parvati pular encima dele. Surpreso, ele ergueu as mãos para proteger o rosto da melhor forma que pode. Mas a morena tinha outra intenção, apertando-o em um abraço esmagador e estranho (devido aos braços dele ainda estarem no caminho), Parvati gargalhava.

 

-Finalmente, seu idiota!

 

-Uh?!

 

Parvati afastou as mãos dele do caminho com safanões, postando-se de forma mais confortável no colo do rapaz, suas mãos imediatamente após enredando-se nos cabelos dele e puxando até que Ron a encarasse com uma careta de dor.

 

-Eu meio que estou orgulhosa de você. Lilá veio me pedir desculpas.

 

Ele a fitou surpreso. - Oh!

 

-Yep! – ela guinchou animadamente, sem perceber puxando ainda mais os cabelos dele.

 

-Merlim, Parvati! Estou contente por você e tudo, mas para de me machucar ou essa será a última coisa boa que farei por você.

 

A morena ergueu a sobrancelha, sua expressão de mofa fez Ron virar os olhos. – Você não fez isso por mim. Além do mais, pessoas idiotas merecem abuso. E apesar da sua ação, eu admito, incrivelmente surpreendente e corajosa, você continua sendo o porco idiota de sempre.

 

-Obrigado – retrucou com sarcasmo.

 

A garota finalmente afastou as mãos do rapaz e cruzou os braços, encarando-o com altivez e reprovação. – Tanto faz. Quando vai se desculpar com Harry e Hermione?

 

-Primeiro: isso não é da sua conta. Segundo: quem disse que tenho intenção de pedir desculpas?

 

-Ronald. Ronald. Ronald. E pensar que, por um segundo, achei que tinha salvação.

 

-Eu não preciso de salvação.

 

Parvati o socou no ombro, irritada. – Então quer dizer que vai continuar tentando machucar seus melhores amigos? Você é mesmo um babaca, não é?! Meu Merlim, eu apenas, grrr – resmungou, batendo o rapaz outra vez. E novamente, apenas para se sentir melhor.

 

-Jesus, mulher! Para! – Ron a segurou e respirou fundo pra se acalmar. Mas quando falou, sua amargura era palpável. – Eu preciso de tempo. Eu não sou tão bom quanto o maldito Harry. Ou tão adequado quanto a perfeita Hermione. Preciso pensar

 

Parvati virou os olhos. – Oh que há pra pensar? Você foi cretino, você pede desculpas. Eu tenho quase certeza que, sentimentais do jeito que são, Harry e Hermione vão te perdoar imediatamente.

 

-Uhmm, parece aconchegante.

 

Parvati olhou para trás, encontrando o sorriso insinuante de Simas. Franzindo o cenho, a morena voltou-se para Ron que tentava lhe tirar de seu colo, tão vermelho como um tomate. A garota bufou, encarando Simas por sobre os ombros, sem fazer qualquer esforço de se mover de Ron.

 

-Simas, amor, você não tem mais nada pra fazer na sua vida miserável? Oh, é por isso que tenta viver pelos outros? Pobre bebê...

 

A falsidade no tom condescendente de Parvati fez Ron engasgar entre risadas. A verdade é que ele estava muito feliz de ver a língua peçonhenta de menina trabalhando contra outra vítima, pra variar.

 

-Bem, eu aposto que Lilá adoraria se juntar ao casal.

 

As risadas de Ron cessaram quase imediatamente e ele encarou o outro rapaz com incredulidade. Parvati se pôs rígida em seu colo e, devagar, virou o rosto para Simas.

 

-O que disse? – o sibilar dela deveria tê-lo alertado.

 

-Muy amiga, Parvati.

 

Com um movimento fluído, a garota saiu do colo de Ron. – Oh, meu bem – ela se moveu devagar e predatória ao encontro de Simas. – Não queira me ver pelas costas. Você vê, eu sou uma ótima amiga... – ela acariciou o braço do rapaz, espalmando um beijo suave no rosto dele ao ficar na ponta dos pés. – Mas sou uma inimiga muito melhor – quando a morena se afastou, sua varinha estava grudada à garganta de Simas. E ela ergueu a vista para encará-lo com um sorriso inocente.

 

Simas engoliu em seco. - Você não pode me ferir, vai ficar em detenção e perder pontos.

 

-Oh Merlim, não! – fingiu horror, apertando ainda mais a varinha contra a jugular do rapaz. - Quem você pensa que sou? Hermione? Eu não me importo o mais mínimo de ficar semanas em detenção e/ ou ter cinquenta pontos perdidos; se isso lhe deixar na ala hospitalar pela mesma quantidade de dias - Parvati deu uma risadinha. – Por falar em Hermione... você ficaria surpreso com o quanto aprendi com ela. Vamos testar em primeira mão? Vai ser tão divertido! – ela o fitou de lado. – Bem, ao menos para mim.

 

Antes que pudesse dizer mais, Ron a arrastou para longe, gritando um “vai!” para Simas. Que, mais que ligeiro, subiu as escadas do dormitório masculino.

 

-Você perdeu sua MENTE?!

 

Parvati fez beicinho, guardando a varinha. – Eu só queria assustá-lo.

 

Ron esfregou uma das mãos no rosto, ainda sentindo pânico pulsando em suas veias. – Sua garota maluca. Completamente insana. Eu não posso lidar com isso – ele resmungava para si mesmo, esfregando violentamente o rosto.

 

-A culpa foi toda dele! E, por Merlim, Ronald, que imprestável que você é!

 

-Porque eu a salvei de uma detenção ou, mais bem, uma expulsão?! Como eu posso ter sido imprestável?!

 

Parvati bateu o pé no chão, cruzando os braços e lhe lançando um olhar venenoso - Ele nos ameaçou. E você não fez nada! Coisa nenhuma! Por menos que isso você estava insultando Harry!

 

-Eu não posso acreditar em você – o ruivo disse a fitando descrente. – Eu salvei sua bunda! Pelo menos agradeça, sua vadia ingrata!

 

-Age adequadamente por uma maldita vez, quando não deveria, diga-se de passagem. E ainda quer reconhecimento por isso, típico. Bem, “obrigada” Ronald, você é meu herói.

 

-Pode tentar agora com um pouquinho menos de sarcasmo? – ele zombou.

 

-Que tal isso? - Parvati lhe ofereceu o dedo do meio.

 

-Nossa, eu me sinto incrivelmente tocado pelo gesto. Obrigado - Parvati deu uma risadinha, socando o ombro do rapaz. – Alguém já lhe disse que é uma pessoa muito agressiva? – o ruivo sibilou massageando o ombro.

 

-Bebezão.

 

-Psicopata – revidou sem perder uma batida.

 

Ela riu mais uma vez, observando o ar extremamente ofendido do garoto. – Então... quanto tempo você acha que vai precisar para pedir desculpas para seus amigos.

 

-Você quer parar de me pressionar? Eu nem sei por que está tão interessada!

 

-Eles sentem sua falta.

 

Ron fez um som de escarninho com a boca. - Eu aposto.

 

-Ronald – a morena lhe ofereceu seu melhor olhar de repreensão e o ruivo ergueu o queixo com altivez.

 

-Por favor, Parvati. Provavelmente foi a melhor coisa para eles que eu tenha me afastado. Sempre fui a terceira roda mesmo. Eles não precisaram de mim.

 

-Seu estúpido, é claro que não – respondeu virando os olhos. - Por isso eles são seus amigos, eles querem você mesmo sem precisar de você.

 

-Além do mais, não acho que seja uma boa coisa – sob o olhar inquiridor de Parvati, Ron continuou:

-Hermione vai ficar ainda mais confusa – ele suspirou.

 

-Eu... eu não entendo.

 

Ron a fitou com um sorriso forçado. – Ela é caída por ele.

 

Parvati mordeu o lábio inferior, tentando se conter. Queria saltar e apontar e dizer “eu te disse” ou “eu sabia!”. – Você não pode ter certeza. Hermione lhe disse algo?

 

O rapaz riu. – É claro, nós falamos sobre Harry enquanto tomávamos chá na cozinha, outro dia.

 

-Sem sarcasmo, por favor.

 

-Eu posso não andar com eles, mas eu os observo – “perseguidor”, Parvati cantarolou zombeteira, ele fingiu que não a escutou. – Ela morre de ciúmes dele e--

 

-Isso é o “miosótis” – o interrompeu, com sinais de aspas.

 

Ron a fitou com ar de mofa, ela podia ler “sério?!” em seu erguer de sobrancelha. - Parvati, Hermione tem ciúmes da Luna desde nosso quinto ano.

 

-Isso não quer dizer nada, você pode ter ciúmes de amigo.

 

Parvati sentia-se como Hermione. Em estado de negação. Ela sabia tudo isso, mesmo que Hermione não admitisse. Mas alguma parte dela queria atiçar Ron, queria saber se ele estava falando sério. Queria saber o que ele pensava sobre o casal enfeitiçado. E pelo jeito, mesmo que lentamente, o rapaz chegara a mesma conclusão: que Hermione era apaixonada por Harry.

 

-Ora vamos, Parvati!

 

-Ok, ok. Eu tenho seu ponto – ela respirou fundo e acrescentou:

-Sinto muito.

 

-Por quê?

 

-Por Hermione não ser apaixonado por vo... – ela carranqueou. - Por Hermione gostar de Harry.

 

-Obrigado por fingir se importar com meus sentimentos. Deve ter doído dizer isso, hein?

 

-Cala a boca!

 

Ele riu, apesar de si mesmo. - Você acha que Harry gosta dela? – o sorriso deslizou de seu rosto, ansioso.

 

-Eu não sei o que dizer.

 

-Diga a verdade.

 

-Não, não foi isso que quis dizer. Eu não sei bem... Quero dizer, eu acho que sim. É só... Ele é quase tão idiota quanto você; e acha que Hermione só age daquele jeito por conta do miosótis. E ele também acha que atrapalhou o amor de vocês. Enfim, Harry vive se culpando. Parece um mártir maldito. Deus, é exaustivo. Às vezes eu penso em trancá-los num armário de vassouras, ainda mais com os sonhos que Hermione vem tendo, e oh Céus... eu não deveria estar dizendo isso pra você. – e então, exasperada, acrescentou:

-Você é o melhor amigo dele, deveria saber disso.

 

-É claro que Harry ia me contar sobre sua suposta paixão arrebatadora por Hermione quando eu estava namorando ela – disse com ironia. – Eu perguntei a ele, você sabe. Dia desses. Mas antes que ele pudesse me responder, Hermione apareceu. A verdade, é que eu não queria ouvi-lo dizer com todas as letras...

 

-Bem, isso não ajuda em nada!

 

Ron virou os olhos.

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(continua)
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N/a: Obrigada pelos comentários! Desculpem os erros, capítulo não betado. 

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