Capítulo 32

Aclarações:

Itálico – ‘esclarecimentos‘ de Harry. Pensamentos dele. POV‘s Harry. Ou ênfase em alguma palavra, ou frase.

Negrito – ‘esclarecimentos‘ de Hermione. Pensamentos dela. POV‘s Hermione.

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Disclaimer: Harry Potter não me pertence, blablabla. Tudo é da J. K. Rowling e da Warner, whatever.

Observação: Capítulo não betado.

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Capítulo 32

And I have the sense to recognize that
I don‘t know how to let you go
every moment marked
with apparitions of your soul
I‘m ever swiftly moving
trying to escape this desire
the yearning to be near you
I do what I have to do
the yearning to be near you
I do what I have to do
but I have the sense to recognize

That I don‘t know how
to let you go
(Do What you Have to do - Sarah Mclachlan)

-Você já pensou se nunca conseguirmos desfazer essa tradição? – Harry indagou silenciosamente, os olhos perdidos no céu. Quando Hermione não disse nada, ele voltou a cabeça para tentar encará-la. A morena ainda tinha o rosto sobre seu peito. – Mione?

A jovem suspirou, se movendo de forma que seu queixo se postasse no peito do moreno. – Eu não sei.

-Quero dizer... Nós deveríamos ter um plano, você não acha?

-Eu suponho – ela murmurou devagar.

-Não posso me forçar a você e só o pensamento é-

-Honestamente, Harry! – a morena o interrompeu secamente, movendo-se dele por fim.

-Eu apenas-

-Não! Você "apenas" coisa nenhuma. Eu conheço você, Harry Potter – afirmou, sentando-se ao seu lado na grama, fitando-o com o cenho franzido em irritação. - Então seu "plano" para caso não consigamos quebrar essa... essa coisa é apenas tentar se afastar – Harry abriu a boca para retrucar, mas a morena ergueu uma das mãos. – Estou errada, Harry?

O rapaz desviou o olhar, se sentando por fim. – Eu não vejo outra solução – resmungou.

-Seu idiota.

Quanto ele continuou fitando o solo, a garota segurou seu queixo, ignorando o prazer dos choques subsequente e o fez encará-la. - Seu idiota – ela repetiu suavemente. – Harry, você sabe, você sabe, que isso nos destruiria.

-E por isso você tem de abrir mão do que sente? Do que realmente sente. Por causa da minha estupidez?

-Você fala como se apenas minha vida fosse arruinada – ela espirou. – E quanto a sua?

Harry deu de ombros.

Hermione estreitou a vista de maneira perigosa, incrivelmente irritada com a atitude de seu melhor amigo. – E quanto a Luna, então?

-Nós nunca tivemos nada – Harry franziu o cenho e a morena virou os olhos.

-Bem, certamente que não, com o miosótis mais vezes do que não me fazendo afastá-los com meu próprio corpo. O que estou dizendo é que você poderia, se a maldição for quebrada, isto é, sair com Luna. E se não, nós... – se forçou a dizer. - nós poderíamos dar um jeito.

Harry a fitou horrorizado ao compreendê-la. – Eu nunca, nunca faria tal coisa, Mione.

Apenas o pensamento de que estar com Luna iria feri-la fisicamente, com o ciúme consumindo toda sua sanidade... Me amargava a boca.

-Você estaria disposto a fazer isso por mim e Ron.

-É completamente diferente! Você é apaixonada por ele.

Hermione titubeou. Oh, tantas respostas para dar... e, ainda assim, só conseguia se ater a um fato:

- Então você não é apaixonado por Luna?

Harry riu sem qualquer humor. - Como eu poderia? Eu só tenho olhos pra você, Hermione. Eu admito que Luna me encanta e a admiro profundamente, e você sabe? Seria tão mais fácil me apaixonar por ela, mas eu... eu não posso agora. E aparentemente, se depender do Miosótis, nunca.

Era tão horrível sentir um profundo alívio me engolfar sob aquelas palavras, que desviei o olhar de Harry. Deus, sou uma pessoa terrível.

Mas havia outro pensamento me inquietando; um que por mais que tentasse afastar ou trancá-lo na parte mais escura de minha mente, continuava me perturbando.

-Nós podíamos – a garota respirou fundo antes de prosseguir:

-Nós podíamos, bem, tentar?

Harry a encarou de tal maneira, que a jovem corou furiosamente antes de tartamudear por um minuto e, por fim, bufar meneando a cabeça.

-Quero dizer – começou firmemente desta vez. - Se não acharmos uma solução, digo. Nós deveríamos tentar.

-Mione... – a encarou com uma expressão de tamanha culpa, que a morena desejou colocá-lo em seus braços e acalentá-lo. – Não posso permitir que se contente com a segunda "melhor" opção. Eu...

Apertou as mãos nas do amigo, permitindo desta vez que os choques lhes atingisse. Harry tentou se afastar, a garota fechou com mais força o enlaço. Quando o moreno a encarou, Hermione sustentou o olhar calmamente, apenas afrouxando o aperto quando teve certeza que ele não se afastaria.

Ela o observava atentamente, guardando cada mudança em seu rosto: o prazer em seus olhos e em sua boca entreaberta. O rubor em suas bochechas e o choque ao não permiti-lo se afastar. Observou, divertida, sua respiração escalando e quando finalmente Harry desviou o olhar.

Eu não estava imune às sensações e, provavelmente, represento ao momento cada parte de uma "adolescente hormonal", mas estava fascinada com as reações dele para me importar com decoro.

-Isto parece apenas um "excede às expectativas", Harry?

Com um esgar, Harry tornou o olhar para mim. Parecia... horrorizado. Pacientemente, esperei uma resposta, nunca permitindo que nossas mãos se afastassem.

-Mione... por favor – implorou roucamente, seus olhos estavam escuros e atormentados.

-Por favor, o quê?

-Deixe-me – umedeceu os lábios nervosamente. – Eu não posso-

Harry respirou em alivio quando a jovem retirou por fim sua mão das dele, mas quase desmaiou quando Hermione resolveu deslizar para seu colo. Suas unhas movendo-se para o colarinho dele, arrastando-se até sua nuca e acariciando o local com delicadeza.

-Oh meu Deus, eu não consigo pensar – Harry praticamente choramingou, suas mãos se agitando no ar, como se incertas de onde tocar meu corpo. Ri ligeiramente, me movendo para me por mais confortável sobre ele. O que me rendeu um olhar assassino e suas mãos voando em meus quadris me impedindo de mover – Não se atreva – resmungou entre dentes.

-Então... apenas um excede às expectativas?

Ele estava a ponto de fazer um beicinho quando voltou a me encarar. Era tão adorável.

-Por que está fazendo isso comigo?

-Nós devemos pensar em todas as alternativas - retrucou racionalmente.

Harry se perguntava "como?". Honestamente estava perdido no efeito do Miosótis, tentando não reagir e Hermione o encarava com uma calmaria enervante – tudo bem, ela tinha a face corada e a respiração difícil, mas ainda o fitava como se fosse o mais interessante dos estudos de caso. Ia matá-lo.

Harry bufou. – Está bem, se não conseguirmos encontrar uma solução – e eu ainda não desisti – nós podemos... tentar.

A morena virou os olhos. – Meu Merlin, Harry! Da forma como fala parece que vou forçá-lo a isto. Mas o que realmente desejo é que pense nessa possibilidade. Se tudo der errado – ela suspirou.

-Bem, é reconfortante – resmungou sarcasticamente.

-Sei que se sente culpado e frustrado. Mesmo quando não há razão para tal – Harry abriu a boca para protestar, sendo prontamente ignorado. – Sob o miosótis, você é meu e eu sou sua – afirmou suavemente. – E apesar de nosso passado recente ter sido, oh, tão diferente-

-Você quer dizer meses atrás quando ia se casar com Ron? – indagou amargamente.

-Eu não ia me casar com ele!

-Mas poderia, se quisesse! Agora está presa comigo, até segunda ordem.

-Harry...

-Não posso aceitar que não tenhamos escolha! – desviou novamente o olhar. - O pior é saber que se não houvesse essa maldita planta em nosso caminho... Isso, "nós", seria irrelevante.

Hermione prendeu a respiração.

Obviamente Harry estava certo. Sem a maldição - se nunca tivéssemos sido apanhados por ela - eventualmente Ron e eu teríamos contornado toda aquela situação constrangedora do pedido de casamento frustrado. Provavelmente estaríamos nos engalfinhando entre tarefas escolares e os deveres de monitoria.

A ideia ao momento me aterrorizava. Todo meu corpo repele o pensamento enquanto volto a tocar Harry, atrás de consolo.

Era... estranho. Mesmo sob a perspectiva de que poderia nunca ter experimentado cada amarga dose de possessão, nem perdido controle de minha mente, boca ou membros. Perder todas as outras pequenas doces memórias que compartilhávamos estava fora de cogitação.

E Deus, eu desejava saber com certeza que parte de mim sentia fisicamente dor sob o pensamento. Porque, racionalmente, eu não deveria desejar que tudo nunca tivesse acontecido? Quero dizer, mesmo se conseguirmos quebrar essa tradição, estaremos indo ao encontro de mais um belo desastre – não se pode apagar o que foi dito e feito. E Merlin sabe o quanto Harry e eu "partilhamos" – por falta de melhor palavra.

Mas então novamente não se pode voltar no tempo e alterar suas próprias ações, não é mesmo?

Apesar de tudo que rondava minha mente, afirmei apenas:

-Esta ainda é a nossa realidade. Não estou dizendo que desisti de encontrar uma saída. Apenas devemos estar preparados.

-Sabe o que mais me apavora? Você nunca vai poder me odiar. Não realmente.

Ou mesmo me amar.

Zombeteira, Hermione ergueu a sobrancelha. – Por que Harry? Está planejando fazer algo indizível contra mim?

Harry ergueu a vista para ela, nada divertido; e morena espirou.

-Não há nada dizendo que não posso odiá-lo, mas eu espero não o fazer. Você é e sempre será meu melhor amigo, miosótis ou não. E Deus sabe que essa flor nos causou tantos problemas que diariamente me pergunto como ainda somos amigos.

-Não saberia o que fazer sem você.

-Oh Harry... – incapaz de conter a si mesma, Hermione deslizou as mãos para envolvê-lo num abraço.

-Isso tudo é uma bagunça, nós estamos uma bagunça. E eu não... eu estou grato que tenha sido você, Mione – Harry confessou baixinho.

Ainda sobre Harry, ela depositou o queixo sobre o ombro do rapaz apertando-o no abraço com mais força. – Eu não teria aceitado aquela flor de mais ninguém.

Foi quando me dei conta da verdade.

Eu sabia o que significava aceitar um miosótis (mesmo que não soubesse que este gesto era o selamento de um feitiço arcaico real aparentemente sem volta). E este conhecimento teria me feito recuar um passo, girar sobre meus próprios pés e voltar ao castelo como se nada tivesse acontecido – com qualquer outra pessoa.

Com qualquer outra pessoa, eu não teria aceitado o presente. De maneira nenhuma. Nem mesmo por brincadeira.

O que isso faz de Harry?

-Oh, bom, vocês ainda estão ai!

Hermione suspirou, lentamente afrouxando seu aperto sobre Harry e ergueu a vista para encontrar Luna. A garota loira sorria, movendo-se para alcançá-los.

Às costas de Harry, Luna parou e se agachou, sua mão deslizando para o lado do pescoço do rapaz, que quase conseguiu um torcicolo ao virar bruscamente para encará-la. – Alguma coisa?

Harry negou com a cabeça. Mas antes que pudesse elaborar mais, Hermione estapeou a mão da loira, movendo a sua no mesmo lugar, como se quisesse apagar seu toque.

Harry tornou de imediato para a melhor amiga, estremecendo. Rindo suavemente, Hermione afastou as mãos, postando-as sobre a camisa do rapaz. Dessa forma cessando os choques.

Sem parecer ofendida pela atitude da grifinória, Luna comentou:

-Estava intrigada sobre a ligação que Harry e eu compartilhamos, então fiz uma pequena pesquisa. Infelizmente não encontrei o que buscava, por isso fui atrás da professora McGonagall. Depois de tê-la explicado brevemente o... "problema", não fiquei surpresa por ela conhecer uma solução: vocês não podem em hipótese alguma evitar o toque. Aparentemente, isso permite que as pessoas mais próximas ao casal lhes afetem. E, eventualmente, qualquer pessoa irá lhes afetar.

-Você quer dizer que para evitarmos mais problemas, por assim dizer, devemos nos tocar todo tempo?

-Bem... basicamente sim. Pelo menos até fase dos choques passar. Ou se não querem compartilhar a sensação com outras pessoas.

-Genial.

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N/a: Sinto tanto. Tanto. Por este capítulo, ele me irritou tanto que eu não queria postá-lo, mas eu não conseguia pensar em outra linha que não fosse essa.

Então, yeah, a teimosia da minha ideia prevaleceu.

Desculpem os erros, repetições, capítulo não betado...

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