CAPÍTULOS 12 E 13



CAPÍTULO 12: OS TESTES, SONHOS E A MALDITA
Chegando à Sala Comunal, vejo Fred, George, Rony, Harry e Gina conversando, mas, ao me verem, ficaram em silêncio. Passei por eles ignorando-os, mas ainda estava um pouco com raiva da Gina. Poxa, ela podia me convidar para fazer parte do time e tudo mais... Eu diria não, é óbvio, mas isso é um detalhe. Voltando a minha situação, ao pensar nisso, comecei a ficar com raiva, ódio, sei lá. Acho que esse é o meio que achei para expressá-la, já que ninguém sabe do resto.
“O que será que houve com ela?”, “Ela está embirutecendo, só pode”, “A Mione precisa de uma das guloseimas Weasley. Vou oferecê-las, mas antes vou colocar sonífero... Ela vai acabar com a Gina desse jeito.”, “Ela precisa de férias...”, “Ela anda muito estressada ultimamente...”. Os pensamentos são de Harry, Rony, Fred, George e Gina respectivamente. Conforme as perguntas foram aparecendo, resolvi respondê-las em voz alta (eu não estava em mim, sinceramente):
— Não te interessa, Harry. Biruta é você, Ronald. Não obrigada, Fred. Concordo, George. Pois é, Ginerva. Você ajuda um pouco. — ao responder, nem olhei para a cara deles. Só respondi caminhando para as escadas. Arrependi-me de ter respondido aos pensamentos deles ao chegar ao meio da escada. Mas que se dane, também! Fui preparar um banho para mim, mas antes disso, dei uma olhada em no espelho. Meus olhos estavam completa e estupidamente vermelhos. Nossa, eu parecia um zumbi! Que horror!
Após uma ducha, fui para jardim caminhar e pensar um pouco. Ao passar pela galera Weasley & Potter, eles ficaram me encarando. Estava passando pela porta até Harry me chamar:
— Mione, espere! — vir-me para ele, dei um sorriso fraco e sem graça e fitei a luz, até ela se apagar. Saí correndo.
Já estava no jardim (que estava completamente deserto) quando as luzes da Grifinória voltaram.
As pessoas têm uma facilidade para me encontrar por acaso que vou te contar. Viktor parecia até saber que eu estava indo para lá.
Ele veio sorrindo na minha direção. Sorri fraco e ele veio chegando cheio de charme e me deu um beijo. No começo foi bem calmo, mas ele (que fique bem claro que foi ELE) se empolgou, acho, e aprofundou o beijo e ficou passando suas mãos pelas minhas costas na minha coluna de cima para baixo, de baixo para cima. Separamos-nos. Ele estava todo ofegante, já eu, nem tanto.
O sinal de recolher foi tocado. Voltamos juntos para o castelo. Ninguém transitava nos corredores. Separamos-nos e fomos dormir. Quer dizer, ele foi dormir. Eu, no meio do caminho, encontrei meu irmão.
— Fala aí, mana.
— Oi, Ced. — disse não muito animada.
— Você está legal?
— Estou... — respondi caminhando agora com ele a tiracolo.
— Ah. Você ainda está brigada com a garotinha ruiva... Qual é mesmo o nome dela? Ah, Gina.
— Não só com a Gina, mas também com Fred, George, Rony e Harry. Eu expus meu “poder real”! Cara, eu sou tão idiota!
— Você fez isso porque algo a irritou mais do que Gina fez. O que foi?
— Ah, não foi nada... — ele me olhou sério. — Ta legal, ta legal, tem razão. É verdade. Ah, sei lá. Tipo, acho que tudo o que está acontecendo comigo... Eu poderia matar a Gina no sentido literal mesmo, se os Weasleys e Harry não me segurassem. Dá depois chegou o Malfoy me provocar e eu me enfezei. Uma onda saiu de dentro de mim, afastando todos de mim. Depois eu fui para a biblioteca naquela estante a qual eu nunca chegava muito perto e vi que todos os livros falavam da nossa família e logo após, você sabe o que eu fiz... — disse olhando para meus pés, envergonhada de tudo.
— Ah, Mione... — ele me deu um abraço de urso, o que fez sentir-me segura. Não consegui evitar o choro.
— Ai, Cedrico. Não sei o que eu faria sem você...
Depois disso, fomos cada um para sua cama e dormimos.


“Os artilheiros são os únicos, além do goleiro, autorizados a manter a posse da goles; sua função é marcar gols. Cada time possui três artilheiros. São sujeitos aos ataques dos balaços, por isso devem ter grande habilidade para se esquivar deles.
Manobras:


Manobra de Ploy
A Manobra de Ploy é uma manobra realizada por dois artilheiros para diminuir as defesas adversárias, colocando um ou mais artilheiro fora da jogada por alguns instantes, ela consiste na penetração do artilheiro com a goles na defesa adversária então ele sobe no intento de atrair um ou mais adversários a segui-lo então ele larga ou atira a goles para um artilheiro voando mais baixo, que vai ter um artilheiro a menos para se preocupar por um tempo.


Salto de Dyonisus
Um salto onde o artilheiro arremessa a goles para o alto, pula da vassoura e dá uma pancada de mão fechada na goles na direção de um dos aros de gol.


Salto Mortal de Chelmondiston
O artilheiro de posse da goles pula da vassoura dando um salto mortal para frente e quando chega a altura máxima possível se dobra e faz um arremesso de força contra os aros.


Pancada de Finbourgh
Este é um dos movimentos mais perigosos e eficientes que um artilheiro pode realizar. Primeiro ele se aproxima da área e pára por pouquíssimo segundos com a vassoura a 90º, então arremessa a bola para o alto e deixa ela atingir o ponto mais alto na sua trajetória de subida neste nano segundo em que a bola pára no ar ele desmonta de sua vassoura e a segura como um bastão de basebol e então acerta com força a goles (agora caindo),realizando um tiro quase indefensável para o goleiro adversário.


Roubada de Spellman
A roubada de Spellman é provavelmente a roubada de goles mais eficiente do quadribol. Ela é executada assim: Primeiro um artilheiro (sem a goles e, obviamente, adversário ao que tem a goles) se aproxima voando um pouco mais baixo em relação ao dono da goles e então (quando ele já estiver próximo o bastante) ele bota as mãos na parte de trás do cabo da vassoura e as pernas na parte frontal, então, salta apoiado com uma só mão na vassoura e acerta a goles na mão do adversário, recuperando-a mais a frente.


Roubada de Sabryn
Uma ótima forma de se apoderar da bola, onde um artilheiro sem a goles se aproxima a direita de outro que tem a posse da bola segura a goles da mão do adversário e salta para a esquerda (jogando a vassoura para o mesmo lado por baixo do adversário) passando por cima da cabeça rival e ficando com a posse da goles ao cair na vassoura a seguir.


Mergulho de D'Orazio
Movimento de roubada de bola onde o artilheiro salta para frente saindo da vassoura, dá dois mortais a frente e da uma pancada, com as pernas esticados e juntas, na goles que está nas mãos do adversário, pegando-a embaixo


Pinça de Parkin
Recebe esse nome em homenagem à equipe original dos Vagamundos de Wigtown, ao qual é atribuída a invenção desse movimento. Dois artilheiros assediam o artilheiro adversário, um de cada lado, enquanto um terceiro voa de frente diretamente contra ele ou ela


Ardil de Porskoff
O artilheiro de posse da goles voa para o alto, levando os artilheiros adversários a acreditarem que ele está tentando se livrar deles para marcar, e então atira a goles para outro artilheiro do seu time que já está à sua espera para agarrá-la. É essencial uma perfeita sincronia de tempo. O nome da manobra é uma homenagem à artilheira russa Petrova Porskoff.


Passe de Revés
Um artilheiro lança a goles por cima do ombro para um companheiro de time. É difícil acertar.
Meus olhos percorriam rapidamente pelo livro. Tudo o que eu necessitava saber sobre a minha posição de artilheira no Quadribol estava ali.”

Acordei bem disposta, apesar de serem 7h00min da manhã. Vesti minha roupa para os testes. Apesar de a McGonnagle me dizer aquilo, o time é quem decide se eu entrarei mesmo no time. Já que não dá para voltar atrás... Tudo bem. Harry havia deixado no meu quarto a minha roupa ontem à noite, pois, quando cheguei, ela estava lá.
Fui logo para o campo. Muitos alunos da Grifinória encontravam-se lá. Quando localizei certa ruiva, corri até lá. Ela começou a correr de mim, mas eu roubei a vassoura de Harry e saí voando atrás dela. Parei em sua frente e ela foi obrigada a fazer o mesmo. Desci da vassoura e dei um abraço nela
— Desculpe. — sussurrei. Meus olhos começaram a ficar molhados. — Tem tanta coisa acontecendo... Perdoe-me...
— Pode me contar, Mione. Sou sua amiga apesar de tudo. — sorri.
— Talvez, Gina. Ainda não é o momento certo...
— Tudo bem. Respeito o seu espaço.
Separamo-nos e percebi que ela também chorava. Sorrimos. Voltamos para onde Harry estava. Estávamos limpando as lágrimas quando Harry disse sorrindo, pegando sua vassoura:
— Ta. Chega de melação. Eu fico feliz por vocês se entenderem de novo. Espero que seja assim comigo e o resto da galera, viu Mione? Quem te deu o direito de pegar a minha vassoura? Ah: sua técnica de subir na vassoura enquanto corria atrás da Gina foi demais! Pouca gente consegue fazer isso. — abracei-o bem apertado.
— É claro que estou de bem com você, tolo. Apesar de tudo, você só queria proteger a Gina de... Mim? — nós três rimos.
— Muito bem, agora vamos fazer logo esses testes! — disse Harry ao nos afastarmos e o resto do povo lá que ia tentar se classificar para o time fez um “eeeeeeee!”.
OK. Tudo bem. A gente teve que “jogar”, digamos assim. Ta. Eu fiz gols em basicamente todas as tentativas. Olívio Wood estava se fazendo de besta ou era ruim mesmo. Não sei como, mas consegui fazer o “Mergulho de D'Orazio”! O melhor de tudo é que foi na Gina! E depois acertei a goles!
Depois de um tempinho, Harry já estava com a lista dos escolhidos para o time. Ele falou os nomes e todo mundo ficou tipo “já acabou” porque ele deu uma pausinha.
— E, por último, mas não menos importante — todos prenderam a respiração. Eu não. Mas devo confessar que, apesar de não gostar muito de Quadribol, fiquei com vontade de entrar no time — Mione. Parabéns. — e me deu um abraço.
— Obrigada Harry. — logo após sussurrei em seu ouvido — Não me classificou no time só porque a McGonnagle disse, né?
— Não. É porque você arrasou mesmo. Onde aprendeu a fazer o “Mergulho de D'Orazio”? Pensei que não gostasse de Quadribol.
— Pois é, mas eu ainda sei os movimentos dos artilheiros.
— Mas que amiga sabe-tudo mais dedicada eu tenho... — brincou ao nos afastarmos. Sorri.
— Mione, você foi demais! — gritou Gina ao pular nas minhas costas.
— Obrigada, Gi.
— Agora nós temos que arranjar uma vassoura pra ti!
— Tem razão. Usar a vassoura de Harry não foi legal...
— Por que não? — perguntou ele meio ofendido. — Eu fiz a bondade de te emprestar a minha vassoura e você fala isso dela... — agora ele estava fazendo carinho na vassoura.
— Ai, Harry. Não é isso. É que ela é muito rápida e eu já morro de medo de voar, rápido então...
Nós três rimos. Gina já me puxou para o vestiário, onde tomamos banho, nos trocamos e fomos até Hogsmeat, já que nos fins de semana nós podemos sair da escola pra ir até lá. O melhor lugar para comprar minha vassoura seria no Beco Diagonal, mas não temos permissão para ir até lá. Eu, como princesa, deveria exigir esse direito, mas já estou contente por ir com a Gi.
— Vamos logo, Hermione! — disse a ruiva me puxando para dentro da Broom’s London.
— Estou indo, estou indo. Ai, Gi. Eu não entendo nada de vassouras.
— Hermione Granger assumindo que não entende de alguma coisa? Nossa, fato inédito.
— Ta, Gina. Escolhe uma pra mim. QUE VOCÊ ACHE APROPRIADA PARA MIM, ouviu?
— Tudo bem, tudo bem.
Fiquei uns 10min escorada na parede observando as pessoas que entravam e saiam sem parar enquanto Gina escolhia a vassoura para a minha pessoa. Até que me deparei com uma cabeleira loira perto de uma ruiva. Coisa boa não poderia ser, afinal havia mais algum motivo para o Malfoy se aproximar da Gina a não ser chateá-la? Não pensei duas vezes e fui até lá.
— Ora, fêmea Weasley. Essa vassoura não pode ser para você... Convenhamos, você não tem nem onde cair morta, assim como todo o resto da sua família.
— Cale a boca, Malfoy. Tem razão, essa vassoura não é para mim, é para...
—... Mim. — disse saindo do meio de Crabbe e Goyle, que estavam atrás da Gina. — Mais alguma coisa, loiro aguado?
— Granger? O que faz aqui? — perguntou ele espantado.
— Te interessa? Oh, não. Nós não devemos explicações a ninguém, principalmente para uma doninha e seus seguidores.
— Não fale assim com ele, sangue-ruim. O que o Draquinho fez para você, hein?! — disse Pansy se pendurando no pescoço do Malfoy, que pareceu não gostar muito.
— Nasceu, Parkninson. Além do mais, quem te chamou? — ela calou a boca e começou a olhar para os seus pés. — Vem, Gi. A gente compra a vassoura outra hora, quando a loja não estiver contaminada por vermes.
— Mas, Mione. O Harry vai ficar uma fera quando ver que você está sem vassoura.
— Ui. O Potter cicatriz vai ficar brabinho, é? — Malfoy nunca perde a chance de se intrometer na conversa dos outros. Ai que ódio! Limitei a fuzilá-lo com os olhos. Ele se assustou. O que eu fiz de tão assustador? Puxei Gina para a porta.
— Mione, você está legal? Seus olhos estão com contorno laranja.
— Estou bem sim, Gina. — disse apertando os olhos e colocando a mão na cabeça. Uma leve tontura me atingiu.
— Aconteceu alguma coisa?
— Gina, você é a minha melhor amiga e eu preciso desabafar. Vem. — disse após respirar fundo e a puxei para a Dedos de Mel. Sentamo-nos em uma mesa vazia distanciada do resto da loja. Contei tudo o que estava oculto sobre Hermione Jane Granger. De vez em quando uma lágrima solitária corria pelo meu rosto. Ela ouviu tudo em silêncio. Quando terminei, ela disse:
— E agora? O que você vai fazer?
— Esse é o ponto, Gi. Não sei se volto para Forks, se saio da escola para salvar todos os alunos ou fico aqui e ponho todos em risco, se continuo impedindo Cedrico de participar do Torneio Tribruxo ou me conformo, se pesquiso sobre Amélia Reinaldi ou se descubro isso com o tempo, se desisto de cantar ou faço um CD... Não sei de mais nada. Minha vida está de cabeça para baixo! — dito isso, comecei a chorar.
— Calma, Mi. Tudo vai se ajeitar, vai ver.
— Tomara, Gi. Tomara. Então vamos logo comprar aquela vassoura, porque ficar aqui chorando de nada vai adiantar. — disse limpando o rosto com os dedos.
— É isso aí. Cabeça erguida.
Sorrimos e seguimos para a saída. Eis que vejo Cedrico lá. O que ele fazia? Ele estava se agarrando com uma garota!
“Vai com calma, senão vai engoli-la.”
“Não se meta, Mia”
“Caramba, até você me chama de Mia”. Isso fez ele sorrir durante o beijo.
“Desabafando com a garota que fez você artilheira do time de Quadribol da Grifinória... tsc, tsc, tsc.”
“Conversamos depois.” Ao terminar de transmitir a mensagem, esbarro em alguém.
— Caramba, Granger. Não olha por onde anda, não? — Merlin deve gostar muito de mim mesmo. Limitei-me a fuzilá-lo com os olhos e desviar dele.
Saí de lá e me deparei com Gina. Seguimos até a Broom’s London sem dizer uma palavra. Chegando lá, ela foi direto para uma vassoura de madeira escura puxada para o tom de chocolate. Sua escova era comprida e arroxeada. Era linda. E cara. Convenhamos, 625 galeões é caro. Ainda bem que, como princesa, tenho dinheiro. Pedi para colocar na conta de Alvo Dumbledore. No começo o atendente pensou que eu estivesse de brincadeira, mas, ao notar minha cara séria parou de rir. Para minha infelicidade, ele ainda não tinha se convencido. Entrei na mente dele e o convenci. Não sei como, mas acho que eu agi como uma vozinha da consciência.
Ao voltarmos para Hogwarts, senti que alguém nos seguia. Vasculhei o local com a mente e nada. Eu me sentia um pouco tonta. De repente, o Bichento sai do meio dos arbustos e vem na minha direção. O alívio percorreu meu corpo. Eu nunca amei tanto ver meu gato. Abaixei-me e abri os braços. Ele entendeu o recado e veio correndo e pulou em cima de mim.
Ao ver uma ruiva com um embrulho e uma morena com uma coisa peluda laranja no colo, Harry veio na nossa direção, sendo seguido pelo Rony, que me deu um abraço.
— Parabéns, Mione.
— Obrigada, Ron. — Bichento deve ter se sentido bem ameaçado, esmagado ou com ciúmes, porque cravou suas unhas no peito de Rony, o que fez o mesmo dar um pulo.
— Ai!
— Desculpe.
— Aprende a controlar esse seu porco peludo, ok?
— Ok. Gente, eu estou com fome. Gi, me acompanha para guardar minha vassoura? E vocês dois: encontramo-nos no Salão Comunal, mas antes, passem na biblioteca e entreguem esse livro para mim, por favor? — disse a Harry e Rony estendendo um livro grosso de Runas Antigas para Harry, que não se conteve e perguntou:
— Não vai mostrar a vassoura?
— Deixe para o jogo... — foi tudo o que respondi.
Seguimos para o meu quarto, onde escondi a vassoura dentro do roupeiro bem no fundo, atrás de um monte de casacos. Gina se jogou na minha cama e disse com um sorriso sapeca no rosto:
— Ok. Você só contou as coisas ruins. Agora me fala. Tem um gatinho na jogada que eu sei... — corei.
— Ta. Admito. Tem sim.
— Sabia! E ai? Quem é? Aposto que é da Durmstrang...
— Gina, você é vidente por acaso?
— Não. Só que na aula da professora Trelawney, minha xícara disse que minha melhor amiga está envolvida com alguém de outro lugar e, como Brexabouts não possuí estudantes masculinos, só pode ser da Durmstrang. E ai? Quem é?
— Bem, Viktor Krum... — respondi envergonhada. Ela deu um berro.
— Eu não acreditooooo! Vi... — bem na hora que ela ia falar o nome, eu tapei sua boca.
—Shhhhh. É, Gina, é verdade. — ela dava pulinhos e mais pulinhos de felicidade. — Mas não abra o bico para ninguém, ta?
Ela afirmou com a cabeça. Vi que ela já havia se acalmado, então a soltei. Ela sorria de orelha a orelha.
— E ai? Ele beija bem? Se ele beija tão gostoso quanto é, deve ser um mar de rosas... — não pude deixar de rir.
— Olha, beijar bem, bem mesmo ele não beija, mas está quase.
— Se você quiser dar ele para mim, eu não me importaria de ele não beijar bem. A beleza dele compensa.
— Acho que vou vomitar.
— Ele é um deus grego, Mione. Isso você não pode negar.
— Ele não é tão bonito assim... — baixei a cabeça e murmurei mais para mim mesma do que para Gina — O Edward é muito mais bonito... — que droga! A primeira lágrima caiu em cima da minha calça jeans, logo seguida pela segunda, terceira, quarta... Quando dei por mim, estava chorando calmamente (?) no ombro de Gina.
— Calma, Mi. Vai passar. Você vai ver.
— Tomara, Gi. Tomara. Bom, cabeça erguida. Se no passado eu sofri bastante e continuei confiante em mim mesma, por que não posso agora? Vamos descer logo. — disse secando o rosto meu.
— Essa é a minha amiga.
— Ô Gi. Você e o Harry não deveriam estar treinando não?
— Deveríamos... — ela começou envergonhada, mas logo após abriu um sorriso — Mas devemos escolher o artilheiro do time também e o único horário vago foi o do nosso treino mesmo. Mas vamos treinar amanhã às 8h25min.
— Bom, pelo menos é um horário mais razoável, mas mesmo assim, amanhã é DOMIGO! Vocês não descansam nunca?
Nós chegamos ao Salão Comunal rindo. Harry e Rony já nos esperavam. Fomos passear no jardim dos fundos. Pra variar, Malfoy estava lá. Estou começando a achar que esse garoto me persegue! Sentamos na grama e curtimos o sol de outono. O cheiro de grama cortada era incrivelmente bom. Eu estava sentada com os tornozelos cruzados, estava me segurando com as mãos atrás, com a cabeça erguida e olhos fechados. Um meio sorriso brotou em meus lábios. Como era boa aquela sensação, que eu não tinha faz algum tempo. Senti algo me puxar para trás e eu caí. Abri os olhos imediatamente. Olhei para cima e vi Malfoy rindo. Minhas íris devem ter ficado laranja de novo, pois tamanha era a minha fúria. Levantei-me e disse:
— Qual é a sua, Malfoy? Sua doninha ridícula. Não é capaz de me deixar em paz nem por 2 horas! Já me enchi disso. Não se meta comigo, loiro oxigenado, a não ser que queira levar mais um soco! — ele ficou assustado. Devo dizer que a cara dele foi hilária.
— Calma aí, Mi. Eu sei que você está estressada com tudo, mas não precisa sair por aí descarregando no primeiro idiota que ver. — não nos seguramos e começamos a rir. De repente, parei de rir, perdi um pouco do equilíbrio enquanto fitava o vazio. Apoiei-me no ombro de Rony. Um pensamento veio à minha mente. “Amélia, venha até meu gabinete, por favor. Cedrico precisa de ajuda.”
Voltei à consciência e vi que sete pares de olhos (um par verde, um azul, um cinza e quatro castanho-escuros) me encaravam com curiosidade.
— Eu tenho que ir. Já volto. — disse ainda meio tonta. — Harry, Rony e Gina: a gente se vê depois. — e saí correndo. Cheguei ao gabinete de vovô e me deparei com Cedrico deitado no sofá de couro preto que eu tinha desmaiado no começo do ano. Ele estava pálido e com aparência febril. Coloquei a mão em sua testa. Ele estava queimando em febre! Dava até para fritar um ovo na testa dele.
— O que aconteceu? — perguntei preocupada.
— Ele estava duelando com a Srta. Parkninson e foi atingido por um feitiço. O feitiço era inofensivo para o príncipe, mas efeitos colaterais acontecem... Amélia, aonde você vai? — perguntou vovô ao me ver ir direto para a porta.
— Já volto.
— Espere aí, moçinha. Só você sabe fazer o feitiço da cura para o seu irmão. Já tentei algumas vezes mas não funcionou.
— Nem eu sei o feitiço!
— É só colocar o dedo indicador e do meio da mão direita, os mesmos dedos da outra mão na sua testa e se concentrar em vê-lo bem novamente. Só terá que recitar as palavras “Scura, curatus”. — olhei-o com uma cara de “não vou dizer isso”, mas seu olhar severo me convenceu. Fiz exatamente o que ele disse e vi meu irmão dar uma melhorada. Vovô colocou a mão sobre o meu ombro e disse — Agora é só esperar três horas. É o tempo que ele vai levar para acordar. Muito bem. Dispensada.
— Obrigada.
Voltei ao jardim. Malfoy, Crabbe, Goyle, aquela filha-da-mãe, Harry, Gi e Rony ainda estavam lá, discutindo. Já cheguei sacando minha varinha e apontando-a para aquela vaca.
— Prepare-se, Parkninson. Desta vez você foi longe demais! — ela já havia sacado a varinha também. — Estupefaça! — ela voou longe. Um sorriso malvado brotou em meus lábios enquanto ela se levantava com um pouco de dificuldade. Alguns alunos se agrupavam a nossa volta olhando-nos curiosos. — Cansou já? Pense duas vezes antes de se meter comigo, então! Everte Statum! — ela voou longe novamente, dando piruetas no ar. Ela se levantou e disse:
— Cru...
— Impedimenta! — fui mais rápida que ela. Ela estava jogada no chão. Cheguei perto dela e disse — Isso é para você aprender a nunca mais mexer com o meu irmão. Se isso acontecer de novo, não vou ter peidade de você, Parkninson. — levantei-me e fui em direção aos meus três amigos que me encaravam com um brilho do olhar. Vi pela mente de alguém que Pansy estava se levantando e pronta para me atacar. Só apontei a varinha para trás, agitei-a na medida certa e conjurei — Expelliarmus! — a varinha dela foi parar no lago. Virei-me e sorri para ela. Um sorriso vencedor, mas meus olhos ameaçadores.
Passei por entre Harry e Rony. Gina estava ao lado de Harry. Entrelaçei meus braços, um no Harry e outro no Rony. Estávamos indo para o castelo, quando Gina perguntou, soltando-se de Harry e parando na nossa frente:
— Mas o que foi isso? Mione, você duela superhiperultramegablasterbem!
— Obrigada. Ninguém se mete comigo e sai bem na história.
— O que ela fez afinal?
— Harry, a curiosidade matou o gato sabia?
— Está dizendo que eu sou um gato? Eu sei que sou bonito... — brincou ele, passando a mão no cabelo fingindo arrumar o topete.
— Ai, Harry! Você me entendeu! — disse dando um pedala Robinho fraquinho nele.
— Ta, ta. Entendi. Eu sei que sou irresistível, mesmo. — todos nós rimos. Como era bom rir assim.


CAPÍTULO 13: LEITÕES TAMBÉM DORMEM
Uma semana se passou. Cedrico já estava bem. Parkninson nunca mais dirigiu a palavra à mim ou me provocou. Malfoy, Crabbe e Goyle perderam um pouco do interesse em chatear o “Trio de Ouro”. Viktor continuava babando em cima de mim na biblioteca e jogava olhares ameaçadores aos poucos alunos do Instituto Durmstrang que, assim como eu, passavam as tardes lá e vez que outra olhavam pra mim. Harry e Rony estavam uma frustração só: não haviam encontrado um par para o Baile de Inverno. Essa semana foi a semana dos garotos saírem à luta pelos seus pares. Não posso negar que fiquei surpresa com o número de bilhetes que achei dentro da minha mochila, todos me convidando para ser o par do autor. Me surpreendi ao achar uma caixa de bonbons da Dedos de Mel juntamente com uma carta (mas estava assinada “Do seu admirador secreto. Xx”), apesar de ter devolvido, juntamente com um pedido de desculpas, dizendo que já haviam me convidado.
Ontem mesmo encontrei um buquê de rosas vermelhas em cima da minha cama. Mas esse era de Viktor. O bilhete dizia: “Querida Hermione, essas rosa são para você. Nenhuma atingira o seu nível de beleza, mas elas irão alegrar os seus dias até murcharem e quero que, cada vez que olhe para elas, lembre-se de mim. Sempre seu, Viktor Krum.”. Não pude deixar de largar um suspiro e me s=deitar na cama agarrada às flores. Devo dizer que Viktor sabe ser romântico. Quando Gina soube disso disse que ele estava caidinho por mim e que se eu não fosse amiga dela, já teria arrumado um jeito de chamar a atenção do meu “namorado”, como ela o chama.
Cedrico, depois de saber da derrota da Parkninson (toda a escola já estava comentando) me deu uma bronca, mas disse que eu mandei benzão. Passamos os tempos livres que conseguíamos sem ter que nos encontrar com ninguém ou algo do tipo. Vou te contar. Nós parecemos um casal apaixonado! Nós conseguimos compor No Air, Someday We’ll Know (é a minha predileta), Promiscuous, Rehab, Broken Strings e Beautiful em uma semana! Fiquei boquiaberta. Ligamos para a gravadora e eles disseram que amanhã mesmo iríamos até lá e gravá-las. Aproveitei que estávamos só eu, Cedrico e um piano e o mostrei “Just a Little Girl”. Ele disse que estava ótimo e que queria se desculpar pela milésima vigésima segunda vez (1022ª). Naquele momento desejei mais do que tudo que aquele maldito torneio nunca existisse. Por que eu sempre tinha que lembrar da porcaria do torneio, caramba?
O dia passou rápido e a noite mais ainda. Acordei de excelente humor às 8h00min. Cedrico dorminhoco do jeito que é, só acordará às 9h00min porque tem que ir gravar (às 9h30min), senão ficaria na cama até às 14h50min no mínimo.
Levantei, tomei banho e fui escolher minha roupa. Não sabia o que vestir! Acabei pegando meus tênis brancos com detalhes em cor-de-rosa, minha calça jeans claro e uma regata branca meio justa. Deixei meus cabelos soltos, meus olhos ficaram levemente marcados e passei um batom cor-de-boca. Olhei-me no espelho. Faltava alguma coisa... Comecei a futricar nas minhas gavetas e achei uma meia de dedinhos listrada horizontalmente (branco, rosa e azul em tons berrantes) que eu não usava mais. Não pensei duas vezes: era exatamente aquilo que eu estava precisando. Com um leve movimento da varinha, cortei a ponta dos dedos e o começo da meia onde ficava o elástico, além de deixá-la um pouco mais justa, já que meu braço não é grosso. Coloquei as nos braços. Ficou uma espécie de luvas sem a cobertura dos dedos, comprida, indo quase até o cotovelo (4 dedos de distância). Desta vez, sorri satisfeita com o meu estado. O relógio marcava exatamente 8h45min. Peguei minha pasta onde havia depositado todas as minhas músicas, vesti minha capa preta (não tinha nenhum símbolo) e fui direto pra o dormitório da Lufa-Lufa. Chegando lá, digo a senha para o retrato do Homem Magro. Ele abriu imediatamente, para a minha surpresa. O Salão Comunal da Lufa-lufa era tão aconchegante quanto o da Grifinória. A diferença eram as cores (azul e amarelo) e o janeção que ocupava a parede inteira tinha uma vista linda de todo o jardim de Hogwarts. Logo que entrei, olhos curiosos vieram na minha direção. Me senti um peixe fora d’água. “Coragem, Hermione. Poderia ser pior. Você poderia estar no Salão Comunal da Sonserina.”, eu dizia para mim mesma.
Caminhei calmamente para as escadas sob o olhar de todos (medo de alguns, admiração de outros, nojo, inveja e repugnância). Subi rapidamente e não me senti culpada em entrar no dormitório masculino. Eu não sabia em que porta entrar, mas, ao escutar os roncos inconfundíveis do meu irmão, não tive mais dúvidas. Entrei no quarto onde ele dividia com mais dois garotos abobalhados com cara de sono. Era uma “sinfonia roncal” que vou te contar... Os três pareciam competir para ver quem é que roncava mais alto. Pareciam porcos.
Fui silenciosamente até a cama do meu irmão e sussurrei em seu ouvido:
— Acorda, Bela Adormecida. Pode parar de sonhar comigo porque eu já cheguei... — não tive tempo de dizer mais nada. Cedrico já havia me agarrado e me abraçado. Murmurava coisas intenligíveis. Me encheu de beijos. No começo, fiquei assustada, mas agora já havia me acalmado e tentava me desvencilhar de seus braços. Depois de muito esforço, me soltei.
Ele havia se virado de barriga para baixo. Sua coberta ia até o meio das costas. Pude notar que ele estava sem camisa. Poderia ele etar pelado? Seu pé esquerdo o denunciou. Ele estava para fora da cama a descoberto. Pude ver a barra da calça do pijama azul marinho que eu o havia presenteado. Conjurei uma pena e começei a passar na sola do pé de meu irmão. Ele morre de cosquinha. O estraga prazeres puxou-o de volta para debaixo das cobertas. Então, fui forçada a encomodar sua orelha. Ele se enfezou (mesmo dormindo) e conseguiu arrancar a pena das minhas mãos. Me irritei e cutuquei suas costelas. Ele deu um pulo da cama.
— Mas o que é isso? — gritou ele. Seus dois colegas sentaram-se na cama, assustados com o grito repentino. Arregalaram seus olhos ao me verem. Um deles até comentou:
— Nossa. Essa aí não é a Granger, amiguinha do Potter? Quem diria que a santinha iria invadir o dormitório masculino da Lufa-lufa para ver o Ced.
— Cale a boca, ouviu Sonic? — disse Cedrico furioso. Ele se virou para mim e me perguntou doce e gentilmente — Hermione, o que você está fazendo aqui?
— Cedrico, são 9h10min e você estava se enrolando! — respondi pacientemente como se isso fosse óbvio.
— Ah é. Eu prometi para você que iria junto né? — ele perguntou distraído e nem prestando atenção no que eu disse.
— Muito bem. Se é assim, pode deixar que eu vou sozinha. Provavelmente devem ter mil caras querendo gravar comigo. Pode voltar aos seus sonhos. — terminando de dizer isso, sai do quarto, passei pisando duro pelo Salão Comunal e recebi novamente os mesmos olhares. Já havia dobrado o corredor quando uma voz conhecida disse:
— Ora, ora, ora. Olhem quem temos aqui. Cadê o Potter Cicatriz e o Weasley Pobretão, sangue-ruim? — ah não. Justo agora Malfoy tinha que aparecer? Fingi que não o ouvi e segui em frente como se nada tivesse acontecido. — Hey, Granger! Não vai responder, não? — perguntou ele agora ao meu lado e ao lado dele estavam Pansy (obviamente pendirada em seu pescoço), Crabbe e Goyle.
— Até onde eu saiba, não te devo explicações, Malfoy. — respondi sem nem olhar para ele.
— Ui. Está brabinha, é? Ou como diz a fêmea Weasley, “Mione, Você anda muito estressada e blá, blá, blá”. — provocou, imitando uma voz de garota na frase que Gina havia me dito no jardim semana passada. Olhei para ele com uma cara entediada e depois voltei a olhar para frente. Eles continuaram no meu pé. Então resolvi, do nada, gurar os calcanhares me virar para o lado contrário e ir naquela direção. À passos largos, logo cheguei à esquina do corredor. Cedrico que vinha correndo, tombou em mim, fazendo-me perder o equilíbrio. Para evitar a minha queda, puxou a ponta da minha capa, que acabou por se soltar, me deixando quase cair no chão, se não fosse a mão de Cedrico pegar no meu braço.
— Maus ae, Mione...
— Tudo bem, Cedrico. — disse colocando a capa novamente e encarando o quarteto.  Pansy me olhava com uma cara de nojo, já Crabbe, Goyle e (acredite se quiser) Malfoy me olhavam de boca aberta.
— Vamos? — e me ofereçeu o braço. Aceitei sorrindo e dizendo:
— Vamos.
Passamos 7horas enfornados dentro daquela mesma sala ensaiando as músicas, gravando-as e melhorando-as. Volta e meia eu pegava Lars me encarando descaradamente e às vezes pegava Cedrico dando olhares assassinos em Lars. Coitado.

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