CAPÍTULOS 10 E 11
CAPÍTULO 10: MALDITO CEDRICO
Passei as últimas semanas bem. Fiquei enfornada na biblioteca durante todos os horários vagos e, por mais que tentasse, não conseguia parar de pensar em todos os problemas que havia causado e quanta besteira eu fiz, como, por exemplo, terminar com Edward e deixá-lo em Forks ou deixar Cedrico competir naquela porcaria de torneio.
Como havíamos 30min depois do jantar até o toque de recolher, Viktor e eu havíamos combinado de nos encontrar na frente do lago perto do castelo para realizarmos um piquenique hoje. Desta vez não fiquei na biblioteca, e sim, no quarto escolhendo minha roupa e deixando tudo pronto para quando eu subisse para me arrumar, não demorar tanto. Estava em dúvida entre usar cores sóbrias ou vivas. Resolvi bater os dois no liquidificador e ver no que dava. Peguei uma calça jeans azul neutro (nem claro nem escuro), botas de cano alto (cinco dedos abaixo do joelho) marrons por cima da calça e uma bata verde clarinho com flores em um leve tom de rosa e azul. Por fim, resolvi passar um rímel e um gloss rosa, além do meu habitual perfume de sândalo.
Depois do jantar, voei para o quarto me arrumar. Bati um recorde: 7min para me arrumar. Saindo do dormitório, encontrei Krum me esperando na frente da porta com uma rosa branca nas mãos, que ele colocou no meu cabelo. Apesar de achar que ler mentes é uma agressão à privacidade do povo e meu esforço em tentar não ler as mentes de toda essa fubazada, não resisti e li a mente dele para ver como eu estava. Para mim, eu estava legal, na mente dele, eu estava linda. Ta, né!
E lá estávamos nós, tendo um piquenique na frente do lago ao pôr-do-sol. Ele tirou uma uva do cacho e colocou em minha boca. Enquanto comia aquela uva (que estava bem docinha, por sinal) fechei os olhos. Ao terminar, senti sua respiração em mim e abri os olhos. Seu rosto estava a menos de cinco cm do meu. Ele não perdeu tempo: já me beijou em 2 segundos. Seu beijo era cauteloso, gostoso, calmo e doce. É claro que eu ainda não havia esquecido Edward. No mínimo uma vez por semana eu tinha que me lembrar dele e chorar oceanos de lágrimas. Pensei em para de beijá-lo e explicar que não podia fazer aquilo, mas lembrei que não estava mais comprometida.
— Hermione Granger! — uma voz conhecida interrompeu nosso beijo na hora certa, pois não sabia o que iria fazer e também porque eu estava ficando com falta de ar. Virei-me para ver de quem era aquela voz, apesar de já saber quem era o dono dela, e vi a familiar figura de meu irmão, mas nunca tinha o visto tão bravo. Ele marchava na nossa direção e, pelo jeito, estava a fim de dar uns sopapos no Viktor.
— Eu tenho que ir — disse para a criatura ao meu lado e fui em direção à Cedrico para evitar confusão, deixando Viktor ali sozinho.
— Qual o seu problema, hein?! — disse fula da vida depois de sairmos da vista de Krum. Eu chequei na mente dele.
— Qual o MEU problema? Qual o SEU problema? Francamente Hermione, com o idiota do Krum?
— Cedrico, eu não implico com as garotas as quais você sai, então não se meta na minha vida.
— Olha aqui, você é minha irmã mais nova, só uma garotinha e não vou deixar você estragar a sua vida assim.
Um formigamento começou na ponta dos meus dedos e foi subindo pelo me corpo. Ao chegar ao topo, explodi furiosamente:
— Em primeiro lugar, EU NÃO SOU mais uma garotinha, caramba! Segundo, você já começou com o processo de estragar a minha vida participando daquele torneio idiota. E terceiro, fala sério, Cedrico. Não se meta mais na minha vida! — acabando de dizer isso, sai marchando em direção ao castelo.
Chegando ao meu quarto, tentei ver todas as maneiras possíveis de ver no ponto de vista de Cedrico e lhe dar razão, mas não consegui. Se Viktor tivesse me chamado de “apenas uma garotinha”, até daria para entender porque ele nem me conhece direito e eu o azararia ou algo do tipo, mas não. Foi o meu irmão que havia dito aquilo. E além do mais, até parece que ele enfrenta muitas coisas ruins, piores do que eu tenho que agüentar... Foi pensando assim que acabei compondo a música “Just a little girl”.
As semanas passaram e eu evitei meu irmão. Viktor me perdoou e resolveu que iria ficar comigo na biblioteca todo santo dia me vendo estudar. Não conversávamos nem dizíamos nada. Era meio chato... Meio? Era COMPLETAMENTE chato! Aquilo era um porre. Quer coisa mias chata que tentar se concentrar nos estudos com um cara (devo admitir: muito gato. Mas isso não compensa) te olhando com uma cara de abestalhado?
Hoje, terminei de jantar mais cedo e fui para o meu quarto. Estava sem ânimo pra nada. Quando entro no meu quarto, me deparo com meu irmão lá, MEXENDO NAS MINHAS COISAS???????? O que é isso?
— Cedrico Diggory! — falei alto, em bom tom e irritadíssima! — Qual é a sua? — ao dizer isso, estalei os dedos e a caixinha preta na qual ele futricava foi parar nas minhas mãos.
Logo reconheci a tal caixa negra de veludo. Era a caixa onde eu guardava um álbum de fotos minha com a família Cullen, Charlie e Renée, os bilhetes de meu amado, algumas fotos só minhas com ele, e algumas letras de músicas dobradas de qualquer jeito (“Bella’s lullaby”, “Just a little girl” e “I’m not a girl, not yet a woman”), que eu havia dado um jeito para parecer que era velho e sem muita importância. O choro quis vir, mas o engoli. Não sei de onde tirei coragem (talvez estivesse tão oculta que nem eu sabia que a possuía), mas respirei fundo e falei para ele:
— Com que direito você acha que pode mexer assim nas minhas coisas sem mais nem menos? Eu fico invadindo a sua privacidade desse jeito? NÃO! Então se é para você ficar por aí xeretando em tudo que é meu, se metendo na minha vida pessoal e social e me decepcionando cada vez mais, é melhor se tocar, se mandar daqui agora e, se tiver um pingo de vergonha na cara, nunca mais se dirija a mim ou olhe para mim achando que pode mandar e desmandar em mim, e se tiver algo para dizer, diga agora e não pelas minhas costas. — a cada palavra eu ficava mais furiosa e sentia meu sangue pulsar mais forte e borbulhar. Como ele não disse nada, empurrei-o para fora do quarto. Depois que bati a porta, a tranquei com um feitiço que somente eu poderia desfazê-lo. Encostei as costas na porta e escorreguei devagar até o chão. Não sei quanto tempo fiquei ali sentada no chão com as costas na porta, a testa apoiada nos braços que estavam cruzados sobre os joelhos encolhidos. Pela primeira vez na vida, desejei nunca ter conhecido Edward, Cedrico ou ter vindo à Hogwarts.
CAPÍTULO 11: QUADRIBOL?
Depois de dar aquele “momento emo”, resolvi que não iria adiantar nada ficar chorando por aí e percebi que chorar foi o jeito que encontrei para descarregar toda a tristeza, mágoa, raiva dentro de mim. Lavei o rosto e me senti bem melhor. Fui dar uma volta pela escola e, como ainda faltavam 30min para o toque de recolher, os alunos estavam passeando por ai. Depois de alguns minutos zanzando por ai, a professora McGonnagle disse que queria falar seriamente comigo e me conduziu até a sua sala. O que eu havia feito de errado? Nada. Então, por que será que ela estava me chamando para conversar? Sentei-me na cadeira oferecida por ela. Dois segundos depois, Harry apareceu todo esbaforido, mas, mesmo assim, falou ofegante:
— Des... Desculpe a demora, pro... Professora... A... A senhora... Queria... Falar... Comigo?
— Sente-se, Sr. Potter. E acalme-se, por favor. — ele obedeceu e só então notou minha presença. Olhou para mim com uma cara do tipo “O que está havendo” e eu respondi com um olhar de “Não sei”. — Bem, vocês devem estar se perguntando por que eu os chamei aqui. O time de Quadribol da Grifinória está sem um artilheiro desde que o Sr. Thomas saiu do time. A Srta. Granger parece ser uma ótima candidata. Aliás, a melhor da lista.
— O quê? Perai, professora. Eu não me inscrevi. Eu não quero fazer parte do time. — Alou! Dá pra alguém me explicar? Porque eu boiei legal.
— A Srta. Weasley a inscreveu dizendo que você havia pedido à ela. Agora não se pode voltar atrás. Você participará dos treinos e fará parte do time. — eu juro que algum dia eu ainda mato uma ruiva! — O Sr. Potter como capitão do time, a ajudará com tudo.
— Mas...
— Sem discussão, Sr. Potter. Dispensados.
— Eu não acredito nisso! — disse ao sairmos da sala de Minerva.
— Calma, Mione. Eu vou te ajudar. Não se preocupe. Amanhã, o treino já está marcado para às 7h30min da manhã, ok? — Harry
— O quê? Fala sério. Amanhã é sábado. Não tem aula...
— Levamos nossos treinos muito a sério. — disse severa e secamente.
— Ai ta. Só vou fazer isso porque sou obrigada e também porque não quero todos os alunos da Grifinória em cima de mim depois.
— Não se esqueça.
— Ok.
Dirigi-me ao dormitório, pois algo me dizia que Gina estava lá.
— Ginerva Molly Weasley, prepare-se para morrer! — disse ao entrar no quarto quase quebrando a porta.
— O que foi, Mione? — ela perguntou numa calma, se fazendo de desentendida.
— Como é que você me coloca no time de Quadribol sem me consultar? — disse furiosamente correndo atrás dela. Agora estávamos nessa ordem: eu, a mesa e ela. “Nossa. Ela ficou braba mesmo. Eu me sinto uma presa sendo observada pelo caçador, no caso, caçadora”. Não pude deixar de escapar um sorrisinho de lado que passou despercebido por ela.
— Ah, Mione. Eu não queria ficar no time sozinha...
— Como sozinha? Tem o Harry e a Cátia.
— Ai, Mione. Fala sério. O Harry é o apanhador, portanto fica de um lado para o outro feito uma barata tonta atrás do Pomo de Ouro e a Cátia é artilheira, mas joga no lado oposto ao meu da quadra, sem contar que nem somos muito amigas.
— Mas isso não justifica! — disse furiosamente correndo atrás dela, que correu de mim. Demos uma volta na mesa.
— É melhor se acalmar, Mione. Antes que você faça bobagem...
— Olha quem falando. — desta vez demos uma volta e meia na mesa. — Volte aqui, Ginerva! — dessa vez a danada ficou com o lado da mesa no qual a porta se localizava mais perto. E saiu por lá. — Ginerva Weasley, volte aqui! Eu ainda te mato, guria! — ao dizer isso, saí correndo atrás dela.
Ela saiu feito uma louca correndo pelos corredores, derrubando livros e pergaminhos dos outros. Se ela não passasse antes de mim e derrubasse as pessoas, eu as faria voar longe. A infeliz achou Harry e Rony no meio do caminho e se escondeu atrás deles.
— Não é porque você está atrás de Harry e Rony que vai conseguir fugir de mim, Ginerva! — disse para o pequeno espaço entre Harry e Rony que pude vê-la.
— O-o! Ginerva não é um bom sinal, Gina. — disse Harry.
— Não, Harry. Não é um bom sinal, é um péssimo sinal!
— Ou, ou, ou, ou, ou. Peralá, Hermione. Você não tem o direito de querer sair por aí tentando cometer um assassinato na minha irmã.
— Não se meta, Ronald. — vi que a desgraçada começou a rir baixinho. Não me agüentei. Joguei-me no espaço entre Harry e Rony para alcançá-la. E teria conseguido, mas Harry e Rony tinham que se meter e me segurar. Consegui me soltar e Gina saiu correndo e eu saí atrás dela e logo atrás de mim, Harry e Rony. Ou essa garota tem muita sorte, ou eu tenho muito azar. Desta vez, ela encontrou Fred e George no meio do caminho e fez como fez com Harry e Rony. Já de longe gritei:
— Frederico e George Weasley: nem ousem protegê-la! — mas eles fizeram justamente o contrário e me seguraram, mas eles eram duas vezes mais fortes que Harry e Rony. Tentei me desvencilhar, mas bem na hora em que estava conseguindo, Harry e Rony chegaram e me impediram. Aproveitando a situação, Fred e George me seguraram mais forte. Gina me olhava com uma cara de apavorada agora. Ela nunca imaginou que eu pudesse ter tanta fúria dentro de mim. Eu me encontrava assim: Fred e George segurando minha cintura, um de cada lado, Rony meu braço esquerdo e Harry o direito. — Me soltem, caramba! Mas que saco! Saiam da minha frente! Façam o que eu digo, Cacilda!
— Não. — disse Fred.
— Você ainda não se acalmou, Mione. — completou George.
— Só a soltaremos quando você prometer voltar a ser aquela garota inofensiva que não faz mal a uma mosca. — disse Harry.
— É! — disse Rony com um tom de criança quando concorda com tudo que os outros dizem só para ver o irmão se ferrar. Gina continuava com aquele olhar de apavorada.
— Pena que isso nunca vai acontecer com o Riddle atrás de mim... — murmurei para mim mesma.
— O que disse? — perguntou Rony.
— Nada. Agora me soltem, pô! — ficamos nesse joguinho por mais uns 5 segundos, até Malfoy e sua “gangue” chegar.
— Ora, ora, ora, ora. Vejam o que temos aqui... A... Granger chegou a esse ponto de fúria? — Malfoy ficou realmente espantado.
— Nossa... Coitadinha... — disse Pansy irônica, como sempre.
— Eu cuido disso. — e dizendo isso, o loiro veio na minha direção. Todos meus amigos estavam espantados e cansados demais para se mexer. Chegando até mim, ele colocou o dedo em baixo do meu queixo, levantando-o me fazendo olhá-lo. Ele era realmente muito bonito, devo admitir, apesar de ser um completo idiota. Tirei meu queixo de seu apoio bruscamente.
— Agora chega! Chega de brincadeira. — disse e, ao fazer isso, fechei os olhos bem apertados e me concentrei bem. Uma força veio de dentro de mim e uma onda jogou todos que me seguravam e ou estavam próximos de mim, voarem longe. Abri os olhos, analisei o local por 2 segundos. Merlin! Eu era mesmo poderosa. Saí de lá correndo o máximo que minhas pernas agüentavam. Eu não sabia para onde ir. À biblioteca era o melhor local. Eu sei que ia muito até lá, mas era o único lugar onde ninguém poderia me incomodar e havia uma parte daquele lugar que ninguém ia, nem mesmo a bibliotecária: a parte Norte, que possuía livros velhos, que nem mesmo eu havia me atrevido a chegar perto para ler os títulos. Mas, como hoje eu estava a fim de liquidar certa garota ruiva, tudo era possível.
Entrei correndo e recebi um aviso da Sra. Pince que não se deve correr na biblioteca. Fui direto até lá, mas, chegando até a última estante que eu me atrevia a chegar, comecei a sentir um calafrio que veio da ponta do pé e foi percorrendo o meu corpo rapidamente até chegar ao último fio de cabelo. Eu teria coragem de me esconder ali? Mandei às favas com o medo e fui parar lá, entre as duas estantes recheadas de livros empoeirados com cheiro de mofo.
A curiosidade me venceu e eu peguei um livro qualquer e li o seu nome: “A família real”, outro dizia “Amélia, a salvação” e um dizia “Monarquia bruxa”. Aquilo era algum tipo de brincadeira? Sentei no chão e comecei a folhear o primeiro, até que me deparei com uma foto bem grande na qual eu aparecia, Cedrico e vovô também. Mas havia mais dois componentes. Havia um homem, que me era familiar, mas não sei de onde e uma mulher com cabelos de vassoura, como se diz. Até pareciam os meus. Deduzi que eram meu pai e minha mãe. Na legenda dizia: Robert Reinaldi, Cedrico Reinaldi, John Reinaldi, Clarissa Reinaldi e Amélia Reinaldi. Deduzi que Robert era Dumbledore, Cedrico ficou com o mesmo nome, John e Clarissa eram meus pais.
Abri o segundo e dei uma olhada no índice. Havia um monte de passeatas e movimentos marcantes na história que EU havia realizado. Até várias estátuas distribuídas pelo mundo em minha homenagem. Merlin. O terceiro falava mais sobre a união da família Reinaldi com a família Riddle. Estremeci. De repente, imagens nítidas vieram à tona em minha mente. Eu levando um tapa na cara de um moreno que, pelo que vi em algumas fotos, era Tom Riddle; eu sendo trancada pelo mesmo em um lugar sujo e assustador;eu lutando contra... VOVÔ? O que era aquilo? Eu e ele duelando! Meu Merlin! Eu sou uma pessoa horrível. Duelei contra meu próprio avô!
Lágrimas começaram a rolar desesperadamente pelo meu rosto, encharcando-o. Não tinha vontade de me mexer nem de viver. Coisas horríveis ocorreram em meu passado, coisas que eu jamais poderia imaginar. Mas a pergunta que não queria calar era: o que meu futuro me aguardava? Ah! Que se dane o futuro! Não acredito em Adivinhação ou Quiromancia ou nada do tipo mesmo.
Uma idéia repentina surgiu na minha cabeça. Levantei dali, com um aceno elegante com a varinha, os livros voltaram aos seus respectivos lugares e sai dali correndo, recebendo novamente um aviso da Sra. Pince que não devemos correr na biblioteca. Rumei para o estoque de poções do professor Snape.
— Alohomora. — sussurrei para a fechadura com a varinha nas mãos e a porta se abriu. Como os professores são tapados! Assim qualquer um pode abrir a porta. Ok. Enfim, eu entrei e encostei a porta. Agora éramos eu e os milhões de vidros de todo o tipo de poções para todas as utilidades. Mas, apesar da quantidade, achei a que desejava bem rápido. Antes de tomá-la, eu peguei mais uns 3 exemplares da mesma para guardá-los comigo.
Retirei a tampa do frasco e o líquido verde-musgo começou a borbulhar. Virei o vidro para despejar o conteúdo dentro da minha boca, mas bem na hora em que meus lábios estavam quase se encostando àquela água verde, alguém me segurou por trás e puxou meus braços para baixo. Comecei a chorar. A pessoa me virou para ver meu rosto e dei de cara com meu irmão.
— Ficou louca? Bebendo veneno, Hermione! — me afastei dele, mas ele se aproximou de novo e me abraçou e, apesar de meu esforço para me livrar dele, não consegui. Eu consigo me livrar de um Harry e um Rony juntos ou até de um Fred e um George juntos, mas não consigo de um Cedrico sozinho. Cansei de tentar me desvencilhar dele sem sucesso e retribui ao abraço dele, chorando muito.
— Eu sou uma pessoa horrível. Eu não mereço viver. — disse soluçando e então as lágrimas vieram mais fortes. Eu parecia uma catarata.
— Não, não é. Algum dia você verá que estava errada a seu respeito. Desculpe-me por tudo. Estou te fazendo sofrer muito, mana. Perdoe-me. É que eu estou tão ansioso com o torneio e também estou descobrindo muita coisa sobre nós que, um detalhezinho bobo que seja, pode colocar-nos em risco de vida ou morte.
— Cedrico, pode me contar o que houve, se quiser. Estarei sempre do seu lado. — ele me abraçou bem forte — Desculpe-me. Acontece que ainda estou muito abalada por causa do Edward e ainda não me conformei direito com você nesse torneio e eu li coisas sobre a família real na biblioteca e imagens me vieram à mente. Foi horrível. Além de agora eu estar brava com meus amigos e... Não sei se eles iriam me perdoar.
— Mana, você sabe que eu sempre estarei ao seu lado também. Para o que der e vier. O que houve com seus amigos? Que história é essa?
— Ai, a Gina me inscreveu para ser a artilheira do time de Quadribol da Grifinória, já que o Dino saiu.
— Mas isso é ótimo! Por que ficou tão brava?
— Você esqueceu um detalhezinho pequenininho: eu morro de medo de altura e, com esse medo, como vou me equilibrar na vassoura, tentar fazer gols e me esquivar dos balaços ao mesmo tempo? É fisicamente impossível para Hermione Granger! Sem falar que vou ter que jogar contra você e comemorar se ganharmos da Lufa-lufa.
— Ah, Hermione Jane Granger! Você não está falando sério. Isso não é nada comparado ao que você já enfrentou. Você jogou Xadrez de Bruxo gigante onde uma das peças era você, libertou pa... Sirius e enfrentou um vampiro sedento pelo seu sangue. Quer mais?
Fingi que não notei a hora em que ele ia dizer que eu libertei alguma coisa e depois concertou com a palavra Sirius. Tudo bem. Eu estava feliz por ele estar feliz e por estarmos de bem de novo. Só agora percebi que ainda estávamos abraçados no estoque de poções do Professor Snape. Me separei dele e disse:
— É melhor irmos andando. Ficar aqui no depósito de poções do Professor Snape não é uma boa idéia.
— Concordo.
Após dizer isso, saímos cautelosamente daquela salinha, trancando-a. Senti os frascos de veneno queimarem dentro do bolso do meu casaco. Mas eu estava feliz. Finalmente havia me entendido com meu irmão. Isso era o que me importava no momento.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!