A grande noite dos Segredos



Capitulo seis – A grande noite dos segredos


 


 


            O dia nasceu chuvoso e nublado em Hogwarts, apesar do dia aparentemente triste a maioria das garotas da Grifinória acordaram felizes e com suas línguas afiadíssimas e ouvidos abertos para a nova fofoca, a das ultimas semanas havia sido Lilian Evans, ao que tudo indicava, ela havia terminado com seu namorado e seduzido James Potter com um encanto. Afinal aquele seria o único jitó da baixinha ruiva estressada conquistar o príncipe dos sonhos de qualquer bruxa jovem e interesseira.


            Falando da parte humana, Marco Bass estava se aproveitando mais do que ninguém das novas fofocas, para se fazer de coitado e se agarrar com várias garotinhas em consolo, Sirius estava mais preocupado em planejar sua peça especial de fim de ano, e com escolher seu alvo, do que com realmente passar nas provas finas, Lilith havia descoberto que sua real vocação era ajudas Sirius a ir á detenção, Remus havia sumido nas ultimas semanas, parecia estar doente, não  ia as aula, em falar em não ir as aulas, James Potter estava faltando por várias vezes em suas detenções, o que deixava Lilian em parte desconfiada, e em parte angustiada, por não ter suas noites sagradas com ele.


            Peter já enroscado em suas provas finais, estava enfiado na biblioteca nos últimos dias pesquisando sobre a ascensão de você-sabe-quem, para tentar se recuperar na matéria de História da Magia.


            Mas tudo parecia tão longe quanto inóspito naquela tarde chuvosa para Lilian Evans, sentada em sua classe de poções ao lado de seu ex-melho-amigo Severo Snape, seu olhar  estava muito distante do quadro negro.


            - Lilian. – Tentou começar Snape, mas ela fez um gesto para que ele parasse.


            - Snape, não tente.


            - Eu não sei o que o Potter te disse...


            - Ele me disse exatamente o que você disse a ele.


            - Como sabe que é verdade?!


            - Por que ele não é um mentiroso pretensioso Sonserino cretino como você.


            - Lilian Evans! – Disse ele sem nem ao menos abrir a boca, cerrando a mandíbula.


            - O que há Snape? Você acha que eu não vi a mentira nos seus olhos quando  falou com a professora Minerva? O sorriso maldoso em você quando James Potter estava lascado?


            - É, você viu, me mate Evans. – Snape revirou os olhos, com uma frieza que a ruiva jamais havia visto antes. – Eu odeio o Potter, ele me humilhou os últimos sete anos da minha vida, eu quero mais é que ele morra, Lilian, não dou a mínima se ele está bem ou se ele esta mal, se ele estava certo ou errado, se depender de mim, ele sempre vai se dar mal.


            - Você provocou o James! Ele só estava me protegendo!


            - James? James? – Snape disse mais alto do que era preciso. – Então agora você se tornou mais uma tiete cretina do Potter?!


            - Não, Snape. – Lilian bateu na mesa, se levantando, e completou com um tom seco. – Eu sempre fui a vadia sangue ruim, lembra?


            O roto dele ficou púrpura em apenas um segundo, o ódio, a tristeza e a vergonha se misturaram tornando sua feição indescritível. Evitando todos os olhares, Lilian juntou todas as suas coisas e saiu de cabeça erguida da sala.


            - Perderam alguma coisa aqui? – Perguntou ele irritado, enquanto as pessoas disfarçavam, voltando a conversar em murmúrios. – Merda.


 


 


            - Espera, deixe-me ver se entendi certe; você além de estar dando uma chance ao Jay, deu um chute na bunda do idiota metido do Snape? – Perguntava Lilith, deitada em sua cama, com uma lista cheia de nomes nas mãos.


            - Não, e sim. – Disse a ruiva distraída enquanto arrumava suas malas, mesmo que seus diabretes – aqueles de sua barriga – ainda não estivessem totalmente clamos ela estava se divertindo demais com a idéia de voltar a Londres com James, e toda aquela idéia de apresentá-lo a sua irmã e seu pai. E no geral a toda sua família.


 


Duvido que a Petúnia não mude suas idéias sobre o  mundo bruxo depois de conhecer James, vai querer terminar com seu namorado na hora e ir correndo para os braços dele.


- Como assim, sim e não?


- Bom... Não; eu não estou dando chance nenhuma ao Potter, e sim, eu finalmente descobri o quanto Snape pode ser ruim, e não quero ouvir falar dele por um bom tempo.


- Espera! – Lilith estava com aquele sorriso que Lilian bem conhecia, era o sorriso de quando  ela tinha uma idéia que certamente a levaria a detenção ou a morte de alguém.


- Ah, não. O que foi, Ludov? Tome cuidado, não é só por que eu e James vamos viajar que você e seu novo amiguinho Black podem aprontar todas aqui em Hogwarts, ouviu?


- Qual é, Lilian, eu não sou o cérebro da operação e muito menos o calendário de eventos, comparou? Eu só escolho nomes. E esse era tão obvio que eu nem sei como já não tive essa idéia! – Lilian abriu a boca para falar, mas  Lilith ergueu o dedo indicador  em um gesto para que ela parasse. – Não, não, nem tente Evans, não vou te contar quem é.


- Sabe Lilith, você deveria ser presa, só por precaução.


- Sab o que eu estava pensando Lírio? – Disse Lilithrindo, riscando um nome após o outro em sua grande lista e guardando-a na gaveta do criado-mudo.


- Não me chame de  Lírio, garota.


- Certo, Evans, sabe o que eu estava pensado? – Lilian mexeu a cabeça como quem pergunta “o que” – Como vai apresentar o James para sua família?


- Ué, pai, Petúnia, esse é James Potter, que fez a gentileza de fazer companhia pra mim no seu maldito casamento.


- Não, Lilian, você não está raciocinando!


- Não estou?


- Não, não está, você deveria apresentar Jay com um trouxa.


- E por quê?


- Pense! Ele é lindo, divertido, inteligente, divino e-


- Eu já entendi, Ludov, prossiga. – Disse a ruiva, revirando os olhos.


- Então, qualquer garota, até a brutamentes da sua irmã se apaixonaria por ele. Agora se você contar para ela que ele é bruxo, ela irá negar sua paixão repentina e avassaladora por ele.


- Agora, se eu não contar... – Lilian finalmente entendia o plano de Lilith.


- Ela vai ficar doida por ele e então poderemos provar a ela que sua antipatia com bruxos é completamente infundada.


- Ou então podemos acabar com um noivado de três anos. – Lilian fechou a mala, não estava realmente levando a sério o que Lil dizia, ela nunca levava.


- Ou isso... O que também não seria uma lição de moral ruim.


- Você realmente deveria ser presa!


- Diga que não esta tentada, Evans...


- Eu vou te dizer uma coisa; não apronte enquanto eu estiver fora, se não vai ter a pior detenção da sua vida.


- Claro,claro. – Lil fez cara de inocente. - O que eu poderia fazer?


- Sua mente criminosa é um enigma para mim.


- Ahan, agora, essa mente criminosa aqui tem que dar uma passadinha ali para falar com Sirius.


- Se eu não conseguir te dar tchau antes de ir para Londres nunca mais olho na sua cara entendeu? – Disse Lilian indo ao banheiro dar uma ultima conferida em suas vestes trouxas.


- Você está tão raivosa esses dias, esta tomando seus remédios nos horário certos? – Disse Lilith antes de sair correndo do quarto.


- Idiota.- Ela pegou sua escova de cabelo, dando mais uma penteada em suas madeixas vermelhas, depois jogou sua escova dentro da bolsa. Uma coisa lhe chamou a atenção, um pedaço de pergaminho amarelado para fora da gaveta da amiga.


Ela mordeu o lábio inferior... Será que ela deveria?


Antes que pudesse controlar sua curiosidade já havia puxado a lista, quase todos os nomes estavam riscados, menos um, borrado pelo fato de ter sido escrito a pouco minutos, sublinhado.


JOHNATHAN GRAY


MARCO BASS


FELICIA PATTINSON


JOY KATERIN


SEVERO SNAPE (RANHOSO)


 


Lilian bufou, e agora? O que faria? Era só uma lista, nenhum motivo para fazer alarde com a Professora Minerva e muito menos para causar a faísca de bondade no coração da ruiva ao ponto de ir falar para Severo ter cuidado por onde andava.


Mas ela estava com uma sensação ruim em relação a sair de Hogwarts naquela noite, alguma coisa lhe dizia, que ela deveria ficar, assim como James.


- Ah, maldito sexto-sentido! – Disse ela guardando o pergaminho.


 


 


 


A ruiva desceu as escadas do dormitório perdida em seus pensamentos, o que poderia acontecer com Severo quando juntavam as mentes criminosas e inconseqüentes de Sirius e Lilith em um objetivo só? Com certeza uma coisa terrível, eles poderiam até matar o garoto sem querer, era bem a cara de Sirius, ir preso em Azkaban por uma coisa idiota como matar o coleguinha do colégio em uma peça estúpida.


- Ei, esta pronta, linda? – Perguntou James, ele estava engraçado em sua calça jeans e camisa social rosa.


- Não. – Lilian disse, olhando ao redor, procurando Sirius ou Lilith, ou até talvez mesmo Peter, que com certeza estava envolvido naquilo.


- O que há de errado, amor?


-Eu acho que vai acontecer uma coisa ruim essa noite.


- Ruim? Como?


- Sirius não te contou nada?


- Sobre o que exatamente esta falando?


-Sobre a incrível peça de fim de ano de Sirius Black, com participação especial de Lilith R. Ludov.


James riu.


- Eu ouvi falar qualquer coisa a respeito disso, mais isso não é motivo para não irmos a Londres!


- É sim, sabe quem é o alvo?


- Não Lilian, Sirius ainda estava pensando.


- Pois é, Lilith decidiu, é Snape.


- Oh. – James começava a entender a preocupação de Lilian.Reprimiu sua pontada de ciúmes. – Esta preocupado com seu amiguinho sonserino?


- Tanto quanto estaria com qualquer outra pessoa. – Lilian corou, não queria admitir que estava preocupada com aquele que trairá sua confiança.


- Sei. – James fez cara de quem acreditava. – Mas por que hoje?


- Confie em mim, James. Não avise a ninguém que vamos ficar. Vou avisar só a professora Minerva, dê o tempo de Sirius e Lilith começarem a fazer seja lá  o que foi preciso para o plano idiota deles. Estou temendo pela vida deles, e pela de Snape.


- E o que eu vou dizer a eles?!


 


 


- Ma-ma-ma-mas vocês vão ficar?- Sirius pigarreou, tentando assimilar suas idéias,mas a única coisa que passava por sua mente era “puta merda”.


- Pois é. – James estava colocando sua mala cheia de roupas debaixo da cama.


- Porque? – Perguntou Peter, tão assustada quanto Sirius.


- Ora, é a ultima lua cheia do ano letivo, pensei que poderia ficar com o Aluado.


- É muito gentil da sua parte, Pontas. – Remus sorriu, os últimos dias estavam o matando, noite após noite, aquela transformação em um bicho horrendo e monstruoso. Era uma sorte aquela ser a ultima transformação do ano letivo, depois de tantos anos as pessoas acabavam percebendo, seus sumiços repentinos, seus machucados inexplicáveis, sua face cada vez mais pálida e as olheiras mais aparentes. Não queria nem pensar no que aconteceria se alguém descobrisse o verdadeiro monstro que ele era.


Por sorte, nos últimos anos seus amigos o acompanhavam em suas formas animagas, tornando suas noites de tortura um pouco mais suportáveis.


- Tudo bem, Aluado, a Lilian entendeu, e disse que podemos muito bem sair amanhã bem cedo.


- Mas você tem certeza disso?! Quer dizer, amanhã vai estar tão em cima da hora!


- Imagine, Almofadinhas. O casamento da bendita irmã da Lilian é no domingo, amanhã é sábado ainda, chegaremos à casa dos pais dela no final da tarde. Fiquem tranqüilos.


- É... Bom... Então... Que bom que você vai ficar, Pontas. Eu vou... Ali... Falar com a Lilith... E... Você vem unto Rabicho? – Sirius tinha medo de deixar Peter sozinho com James, James pressioná-lo e Peter acabar contando toda a verdade para ele e Remus, os dois o matariam! Não se desespere Sirius Black, não é hora de pânico. Você ainda pode resolver isso tudo. Repetia Sirius como um mantra em seu cérebro, ele esperava realmente que ainda pudesse resolver isso.  


- Ca-ca-ca-ca – Sirius deu um tapa nas costas de Peter. – Claro, vamos.


Os dois saíram batendo a porta.


- Falando sério, Pontas, não ficou por minha causa.


- Não, mesmo que devesse, fiquei pelo Almofadinhas e a Lilith, agora vejo que o Rabicho também esta envolvido.


- Envolvido no que? – Remus franziu o cenho.


- Eu não sei, mas alguma coisa que deixou o sexto sentido de Lilian realmente atacado. Vou ficar com vocês essa noite, para garantir que Sirius e Peter estejam ocupados durante a noite.


 


 


Lilith estava andando pelos corredores – quase correndo – em direção ao salão comunal da grifinória, tinha que contar a Sirius que eles dois tinham sérios problemas.  


Assim que a morena soubera que Lilian e James ficariam no castelo, correu até o outro lado do castelo, a procura de Snape na porta do Salão Comunal, nas salas de aula, no pátio em todos os lugares, mas nada de encontrá-lo.


Estava bufando, quando ela esbarrou com Sirius, que corria.


- Ei, ei. Onde vai com tanta pressa, Sirius? E você Peter?- Ela perguntou cinicamente, colocando as mãos na cintura. Ela havia dito a ela que nada daria errado, que Lilian jamais descobrira o que eles fariam com Snape, que ela estaria fora dali. Sirius nem se deu ao trabalho de responder a provocação da morena, puxou-a para dentro do quartinho de vassouras.


- O que isso, malucos? – Peter bateu a porta em suas costas. – Sabe isso é meio indecente, eu e dois homens em um quartinho apertadinho, não sei se me sinto a vontade.


- Você tem razão. Sai Peter.- Sirius o empurrou,e bateu a porta quando o amigo estava prestes a dizer algo.Com um sorriso malicioso nos lábios puxou Lilith pela cintura. – Você está tão linda hoje, Lilith.


- Espera, Black, você me chamou aqui para me tarar?- Lilith empurrou Sirius, mas o espaço do armário era tão pequeno que não fez grande diferença na distancia entre eles.


- Não! – Sirius balançou a cabeça, tentando se concentrar. – É uma coisa muito grave e séria! Você sabia que  Lilian e James vão ficar em Hogwarts?


- Ah sim! Sim! Ela acabou de me contar na biblioteca. Isso é mesmo um problema! Ela me disse que estava mal, não vai ter problema, ela vai passar a noite toda no quarto, descansando.


- Isso é sim um problema! E... – Sirius parou, raciocinando o que Lilith havia acabado de lhe dizer. – Calma, você disse que ela estava doente?


- Foi o que ela me disse, que tinha ido na Ala Hospitalar, tomado uma poção, que ia descansar pra amanhã bem cedinho sair pra viajar.


- Mas... O James me disse outra coisa.


- O que ele disse? – Lilith achou mais estranho ainda.


- Ele disse... – Sirius encarou os olhos profundamente pretos de Lilith, assim com seus cabelos escuros escorridos, perdeu o foco novamente, aquele espaço tão pequeno estava o matando. Deu um tapa no próprio rosto.


- Ei, Sirius, você tem problemas?! – Ela perguntou chocada.


-Não, é então, não interessa o que ele disse... O que interessa é que ele mentiu pra mim, ou ele ou a Lilian mentiu pra você! E caramba! Você precisa mesmo ficar usando esses decotes por ai, Ludov?


- Por que, Black, isso lhe incomoda?- Disse ela chegando ainda mais perto dele.


- Sim, me desconcentra!- Sirius trocou de lado da parede com ela, fugindo tropeçou em algumas vassouras, ela riu.- E se ele mentiu para nós, é por que ele sabe.


 - Sabe que você vi pregar uma peça no Snape? Poxa, Sirius! Mas você fica dando bandeira por ai!


- Bandeira?! Sinceramente, Ludov, certamente você contou a sua amiguinha Evans! Eu sou um profissional, agora não sei no que estava pensando quando deixei você entrar nesse esquema. – Sirius deu uma boa olhada nela, e na saia com as duas cores da casa na barra. Engoliu a seco. –Bom, na verdade eu sei!


- Shiu! – Lilith colocou o dedo nos lábios dele, depois bateu com a mão na testa. – A lista!


- Onde você deixou a lista?


- Bom... Er... Na verdade.


- Onde deixou a lista, Ludov? – Ele repetiu irritado.


- No criado mudo do meu quarto. – Ela deu um sorriso amarelo.


- Merlin! Lilith! Você é amiga da super certinha monitora chefe e nunca pensou que ela poderia fuçar em suas coisas?


- Não! Ela é a super certinha monitora chefe, lembra?! Como eu iria imaginar que ela iria dar de maluca justo nessa hora?


- É, você tem razão. Mas vamos, onde esta o mapa?


- Ora, essa Sirius! Esta com o Snape caramba! Desde hoje a tarde! Assim que eu soube que Lilian iria ficar por aqui, tentei recuperá-lo mas não deu! – Ambos bufaram, encostando-se às paredes, desanimados.- Sirius, você esta ferrado.


- Epa, epa, epa. – Sirius riu. – Eu estou ferrado? Como assim, Lilith? Nós estamos ferrados mocinha.


- Certo, Black. Eu não vou pular fora.


- É bom mesmo.


- Mas lembre-se que eu não faço nem idéia do que você esta planejando. Eu só escolhi uma pessoa e entreguei um mapa idiota pra ela.


- Lilith Ludov! Nunca chame o mapa do maroto de idiota! – Disse ele apontando o dedo no rosto dela.


- Mapa, idiota. –Disse  ela segurando o dedo de Sirius.


- Eu só não te agarro por que eu estou em apuros e tenho que resolver todos esses problemas por nós dois Ludov.


- Cale a boca, Black. – Lilith o agarrou, jogando-o contra a parede do quartinho, Sirius não perdeu tempo, segurou a nuca dela e foi descendo seus beijos até o pescoço dela, fazendo-a rir. – Ai, Sirius, não sei como passei tanto tempo sem você.


 Os dois ouviram uma batida na porta.


- O que é Peter? – Perguntou Lilith irritada.


- Nada, Lililth. – Ele disse debochadamente. – Só avisa pro idiota do Sirius que já são quase nove horas, e o lobo tem que sair pra caçar.


- Ai Merlin! – Sirius já estava com os lábios no decote de Lilith, bem no meio dos seios dela. – Meu amor, eu tenho que ir.


- Tudo bem, dê um jeito em tudo. – Ela deu um ultimo beijo nos lábios dele, a muito já havia desistido de entender Sirius, o que ele fazia durante a noite, os códigos, os planos, ela só sabia que adorava ele, e era aqui que importava.


- Vou dar. E você vá vestir roupas decentes.


- Pode deixar, Black.


Ele abriu a porta do quartinho, pigarreando e se recompondo.


- Vamos Rabicho.


 


Quando Sirius e Peter voltaram ao Salão Comunal da Grifinória, apenas James e Lilian estavam sentados em frente a lareira, Lilian lia alguma coisa, enquanto James a encarava em silêncio. Peter apontou para a marca de bottom nos lábios de Sirius, ele esfregou com o punho, tirando a marca vermelha.


- Onde esta Remus? – Perguntou Sirius com a voz mais profunda e séria que pode.


- Ele saiu. – Disse James significativamente. – Eu estava esperando vocês, demoraram.


- Ah, certo, vamos lá?- Sugeriu Peter, James assentiu, se levantando.


- Já estou indo, tudo bem, linda?- Lilian abaixou o livro de Agatha Christie. Encarando-o, se pudesse, não o deixaria ir, seu coração estava tão apertado.


- Tudo bem, mas tome cuidado.- Ela segurou a mão dele, mordendo o lábio inferior.


- Eu vou tomar. –Ele se abaixou, selando os lábios dela, depois sussurrou em seu ouvido. – Mas terá de me jurar que tomara também.


- Eu –Lilian começou, ma foi interrompida.


- Tic Toc  James. Podemos ir?


- Prometa-me.- Continuou a pedir ele.


- Vá, James.- Ela sorriu, fingindo tranqüilidade, dando-lhe um beijo mais profundo.


O maroto saiu, ainda insatisfeito, puxado pelos dois amigos. Ainda era nove horas.


A noite estava só começando.


 


 


 


 


11:50


- Salão Comunal da Grifinória -


            Lilith chegou depois de meia hora, havia ficado vagando pelo colégio esperando que quando voltasse Lilian não estivesse mais lá. Sem sucesso, a ruiva estava imóvel, sentada no mesmo lugar que James a deixará.


            Ela tentou subir as escadas nas pontas dos pés.


            - Ludov, parada. – Lilian se virou, para olhá-la, Lilith suspirou, indo até a amiga com um grande sorriso.


            - Nossa, nem vi você ai! – Esta tudo bem, Sirius vai resolver tudo.


            -  É mesmo? Sente-se aqui, precisamos conversar.


            - O que foi, Lily, querida?


            - Diz agora; o que está havendo?


            - O que esta havendo onde? – Ela juntou as sobrancelhas.


            - Entre você, o Sirius, o Peter, Severo Snape eu não sei. – Lilian deu um longo suspiro.


            - Amiga, calma, esta tudo bem. Você deve estar nervosa. – Ela deu um abraço na ruiva, a desorientação dela era quase palpável. Aquilo dava a Lilith um tremendo alivio.


            - Me desculpe Lil, sabe, essa coisa toda de formatura, o James, o casamento, esta me deixando maluca. – Disse Lilian com um grande suspiro. – Ainda mais, estou tão decepcionada com Severo. Esperava esse tipo de coisa de qualquer pessoa, menos dele.


            - Olha, ruiva. – Lilith sentou-se ao lado de Lilian no sofá em frente a lareira, escondendo seu sorriso de alivio e felicidade por ter conseguido enrolar a amiga. Esperava que Sirius realmente desse um jeito em tudo, caso o contrário Lilian saberia na hora que ela havia mentido, e além do mais, compactuado com uma possível desgraça que o maroto estava armando. – Se quer minha opinião, Snape sempre foi apaixonado por você, pronto eu disse! – A garota levantou as mãos em rendição, ao ver os olhos de Lilian se arregalarem para ela; Severo Snape apaixonado por ela? Aquilo era um absurdo – Isso aqui é seu?


            A ruiva balançou a cabeça positivamente enquanto a morena pegava um sapo de chocolate, deu uma grande dentada e continuou a falar.


            - E ele só disse aquelas coisas para o Jay por que ele estava muito bravo de você estar de rolo com ele, quer dizer, ele passou sete anos apaixonado por você, ai você namora o Marco, e quando finalmente larga o garoto, o James entra na sua vida? Eu também ficaria  bem brava. – Lilith parou de repente, com um cara surpresa, encarando o fogo que queimava na lareira.


            Lilian a observou curiosa, e depois de um breve minuto em silêncio abriu um grande sorriso.


            - Certo, agora já que o assunto é o Severo, diga-me, o que você e Sirius andaram tramando?


            - Ah, é uma história engraçada. – Começou Lilith sorrindo bobamente. E logo após despejou toda a história em um fôlego só. – Os garotos fizeram uma coisa engraçada chamada mapa do maroto, que mostra todas as pessoas de Hogwarts e todos os lugares. – Lilian franziu o cenho. – Então Sirius pediu que eu entregasse o mapa a Severo, ai eu coloquei nas coisas dele durante a aula de Astronomia. A idéia é que Snape siga os garotos para fora do colégio depois do toque de recolher até a floresta proibida. E ai o Sirius disse que o Snape vai ter uma grande surpresa. – Lilith puxou o ar para dentro, como se quisesse puxar de volta cada palavra que ela deixará pairando no ar.


            - Uma... Grande Surpresa? – Lilian disse, preocupada. Lilith se levantou com uma feição irada. Seu rosto havia ficado púrpura.


            - Lilian Evans! Sua bruxa imunda! Como ousa usar Veritacium em mim?!


            - Como ousa colocar a vida de um aluno em risco? – Lilian ergueu o dedo, ainda mais irritada o que Lilith, fazendo-a se calar. – Você fique quietinha, e sentadinha aí. Não, não quero ouvir um piu. Você já esta suficientemente ferrada, não tente falar mais nada. – Lilian pegou sua jaqueta que estava sobre o sofá. – Se eu não voltar em 2 horas, se desespere e chame a professora Minerva.


            Lilian saiu como um jato pelo retrato da mulher gorda, ignorando a idéia de que  - dentro da floresta negra – em duas horas poderia morta.


 


 


 


11: 58


- Clareira da Floresta Proibida –


            James  Potter  já havia se transformado no belo cervo de pêlos escuros e olhos castanhos, e galopava pelos terrenos de Hogwarts ao lado do grande cão preto, de um pequeno rato de pelagem cinza,e da obscura figura do lobisomem, grotesco, com seus pêlos negros, olhos vermelhos e uivo capaz de gelar o sangue de qualquer um que por ali passasse. Felizmente para os amigos, o lobisomem não lhes oferecia qualquer risco enquanto estivessem em suas formas animagas. E era com isso que ele contava salvar Severo Snape, quando a meia noite o mapa despertasse o trouxesse para fora.


            Porém o cervo estava com uma sensação ruim que lhe apertava o peito, em sua mente uma certa ruiva não saia, ele estava com a impressão de que deveria voltar, se preocupar com ela, cuidar. Com a impressão de que até o fim daquela noite se arrependeria de tê-la deixado naquele sofá.


 


 


00:00


Dormitório Masculino da Sonserina


 


            Severo Snape estava deitado em sua cama no dormitório masculinho da Sonserina, olhando para o teto. O dormitório estava silencioso todos estavam adormecidos, mas sua briga com Lilian não o deixava adormecer. Estava mais do que na hora de ser franco com ela, e que fosse para o inferno sua vergonha, Lilian era perfeita demais, ele a amava desde os nove anos, sofrerá todo esse tempo por um fanatismo idiota. De repente ouviu algo cair no chão, de cima de sua cômoda. Olhou para o chão,  e para sua surpresa virá que o pergaminho que encontrará em meio aos seus cadernos  agora estava com algo escrito, curioso, pegou sua varinha, e ergueu o pergaminho.


            - Lumus. – Sua varinha se acendeu, e ele franziu o cenho ao ver a estranha frase escrita – Almofadinhas, Pontas, Aluado e Rabicho têm o orgulho de apresentar a você, “O mapa do maroto”.


            Para sua surpresa, ao abrir o pergaminho acabou por descobrir o mapa de Hogwarts, com cada detalhe e cada passagem do mesmo. Agora quatro pares de pés de tinta lhe chamaram a atenção. As mesmas pertenciam a James Potter, Sirius Black, Remus Lupin e Peter Petigrew. James Potter bem que merecia uma boa lição, mas algumas semanas de detenção, por ter delatado-o para Lilian. Ah, agora James Potter estava ferrado.


            Snape levantou-se de sua cama sem fazer nem um ruído. Vestiu suas vestes e saiu para onde o mapa apontava.


 


 


 


                                                                       00: 15


Corredores de Hogwarts


                        Lilian Evans havia acabado de estuporar Cedric Willians, monitor pela Lufa- Lufa encarregado de cuidar dos burladores do toque de recolher, caso mais tarde a perguntassem o que ela própria fazia ali, burlando-o, ela diria que havia tido denuncias sobre a omissão dos monitores novatos quanto as suas obrigações, e resolverá por si só fazer uma sondagem. E Cedric seria um ótimo exemplo disso.


            Isso é claro se ela estivesse viva até o momento em que alguém a encontrasse, com sua varinha em punho em um feitiço lumus a ruiva seguiu com segurança em direção ao breu próximo ao lago negro. Respirou fundo, tentando encontrar algo ao redor. Hogwarts podia ser bem assustadora na escuridão da  madrugada. As águas negras do lago se mexiam suavemente, Lilian sabia que de dentro dela algo espreitava-a. As árvores se mexiam, com a brisa suave da madrugada. Quando a grande lua cheia e brilhantes finalmente sairá de traz das árvores  pode ver tudo ao seu redor, a lua estava tão grande e tão brilhante como ela nunca virá. Ela sentiu alguém passando correndo em direção a clareira. Com um sobressalto e seu coração em mãos ela seguiu pelo mesmo caminho que pensará ver alguém.


            - Nox. – Sussurrou a ruiva, no que sua varinha se apagou, a luz branca da lua agora inundava toda a clareira. – Tem alguém ai?


            Ela perguntou em um sussurro, sem saber se queria realmente uma resposta, ou se gostava mais do silêncio sombrio e assustador.


            - Merda. – Ela acendeu sua varinha novamente, entrando na floresta negra, o vento ia contra ela, puxando-a de volta para fora, como quem avisava do grande perigo que ela estava prestes a correr. Mas sem dar ouvidos Lilian foi afundando cada vez mais na floresta, deixando para a segurança da luz da lua na clareira.


            Ela ouviu algo se quebrar, no silêncio da floresta parecia que alguém havia batido em um tambor, de tão alto.


             - Te-te-tem alguém ai? – Ela gaguejou novamente, caminhando para trás, onde uma árvore caída dava um pequeno espaço para a luz da lua. Ela pode ouvir algo correr em direção ao breu, cravou com todas as suas forças as unhas na árvore mais próxima, e a outra – mesmo que ainda trêmula – mantinha a varinha em punho, ela precisava manter a calma, mesmo que aquilo parecesse impossível, se não mantivesse a calma, não conseguiria atacar, e muito mesmo se proteger. – Sou Lilian Evans, estudante de Hogwarts, eu, eu, eu, estou a procura de outros alunos, que possivelmente estão perdidos aqui na floresta, eu não quero lhe fazer mal.


            Aos poucos os olhos da menina foram se acostumando com a escuridão, mas nem era preciso, ela viria aqueles dois olhos vermelhos ao longe, a criatura foi aos poucos chegando mais perto dela, rosnando. Lilian soltou um grito de pavor ao ver o lobisomem, com os caninos afiados pronto para matá-la. Esquecera-se completamente de tudo que ouvira em seus sete anos de estudo, começará a correr pela floresta o mais rápido que suas pernas permitiam, com o lobisomem a poucos metros dela.


            Então tropeçara em algo no chão, caiu, virou-se para ver onde a criatura estava bem a tempo de vê-la pulando sobre Lilian, com suas garras e seus dentes a mostra. A garota fechou os olhos, pronta para a morte eminente.


            Mas para sorte de nossa ruiva, um cervo – vindo da direção oposta a do lobisomem – também pulará sobre ela, acertando o lobisomem em cheio e jogando-o no chão. Lilian abriu os olhos quando ouviu o uivo do Lobisomem, para ver o grande cachorro negro sair correndo em direção a onde as outras duas criaturas haviam caído. O coração de Lilian estava muito acelerado e as lagrimas cegando-a. Ela se encolheu, o risco de morte havia a deixado atordoada, em choque. Nunca sentirá tanto medo em toda a sua vida.


            - Acalme-se Lilian, vai ficar tudo bem. – A ruiva abriu os olhos para ver Peter sentado ao seu lado, com sua varinha acesa, e outra mão no ombro da garota. Agora ela estava definitivamente perdida.


            - Peter? O que você – de onde , como? O que faz aqui?!


            - Você não me viu chegar por que não sou nem de longe grande como James, Sirius ou o Remus.


            - James, e Sirius? Remus? Estão aqui?!


            Peter fez cara de culpado, como quem diz algo que não deveria. Depois de um longo suspiro ele levantou, estendendo a mão para que Lilian fizesse o mesmo.


            - Vamos sair daqui, é mais seguro pra você.


            - Não, onde eles estão?! Não viu aquela criatura? Mataria os três! Precisamos achá-los.


            - Você já os viu, ruiva.


            Lilian balançou a cabeça, sua mente girava, ela não conseguia entender sobre o que Peter falava, o lobisomem, a morte, o cervo o cão... A menos que...


            - Não! – Lilian olhou na direção por onde o cervo e o Lobisomem haviam passado. Ela levou a mão á boca, em choque. – James, Sirius... E Remus é...


             Ela não conseguia completar a frase. A idéia de que Remus havia acabado de dentar matá-la não entrava em sua mente.


            - Lobisomem, e Sirius e James são animagos!- Peter parecia cansado, passava a mão em sua grande testa para afastar o suor, debaixo de seus olhos haviam profundas olheiras. Ele pegou Lilian pela mão, para tirá-la de lá – Pontas não vai conseguir segurá-lo para sempre.


            A idéia de James sendo machucado  fez seu coração doer de um jeito que quase fez suas pernas perderem a força, o único motivo para que isso não tenha acontecido foi o dever quase insano que brotou em seu peito de salvar o garoto.


            - Não! Peter, você não entende? James deve estar machucado, ele e Sirius podem até estarem mortos! Temos que ajudá-los!- A ruiva se desvencilhou dele, seguindo em direção a escuridão novamente.


            - Ah ótimo, então vá Evans, vá. Só não diga que eu não tentei te avisar depois. – Urrou Peter, no que a floresta tremeu, ela pode ouvir asas batendo com rapidez, os pássaros pareciam assustados. – Sua grande idiota.


            -Lumus – Disse Lilian, erguendo o dedo médio para Peter, ele balançou a cabeça, e em um segundo no lugar onde ele estava surgira um pequeno rato cinzento, que sairá correndo em uma rapidez assustadora e sumiu de vista.


            A garota respirou fundo, com a varinha em punho , a luz de sua varinha era fraca demais para toda aquela escuridão, a morte poderia vir de qualquer lado, haviam muito mais coisas a serem temidas do que só Remus.


            Ela parou um instante, em uma pequena clareira dentro da floresta, encostando-se em uma árvore, não havia  mais barulho nenhum, as lagrimas não deixavam que ela continuasse, que tipo de bruxa medíocre ela era? Que tipo de grifana ela era? Onde estava sua coragem? Lilian sabia que sua coragem era grande, tanto que ela se embrenhará na escuridão da floresta desconhecida em busca do rapaz. Mas havia algo bem maior de que sua coragem que não a deixava continuar. E ela foi atingida por aquilo como um raio, algo que sempre esteve na sua cara, mas ela não conseguia admitir, algo que agora era incontestável.


            Ela abriu os olhos ao sentir que algo se aproximava, era o cervo, seu coração disparou ao mirar aqueles olhos castanhos, pareciam tão assustados quanto os dela própria, quando o animal estava a poucos metros dela, se ergueu, e se transformou.


            - James. – Ela correu para abraçá-lo, agora despencara em lagrimas. James abraçou mais forte ainda, mais forte do que já abraçará qualquer pessoa em sua vida. A idéia de perder Lilian o consumia, fazendo seu coração se apertar, havia uma angustia tão grande dentro dele, que ele sabia, que se fosse preciso, morreria para proteger aquela que ele amava.


            - Lilian, sua maluca, maluca. Eu te disse para ter cuidado, eu te disse para ficar no castelo, você não deveria estar aqui. – Ele segurou o rosto dela, manchado pelas lágrimas, segurando-o firme. – Eu não acredito que eu quase perdi você, pelo amor de Merlin, o que está acontecendo!?


            - Oh, James. Meu deus. James, eu , eu, eu estou tão assustada. – Ela não conseguia encontrar as palavras certas. O moreno colocou o dedo sobre os lábios dela, encostando-a a uma árvore.


            - Tudo bem, lírio, eu estou aqui com você. Eu vou te proteger. – Ela disse em um sussurro, para depois segurá-la pela cintura e beijar-la. Mas aquele beijo foi muito mais rápido, e muito menos macio do que todos os outros, fora cortado por um barulho, as costas de James, ele imprensou Lilian contra a árvore, fazendo seu corpo de escudo a seja lá o que pudesse vir  a atacá-la. Mas se surpreendeu ao ver a feição de alivio tomar conta do rosto de Lilian, ela o empurrou, correndo na direção de Severo. Ele estava chocado, por encontrar Lilian ali, com James Potter, ela parecia tão assustada, e seu rosto todo molhado. Ele a abraçou, com a varinha em punho na direção de James,e sem conseguir tirar os olhos dele.


            - Snape!? – James perguntou sem entender nada, foi ainda mais surpreendido ao ver o pergaminho nas mãos do sonserino, era o mapa do maroto! – Mas o que?! Como?


            - Surpreso Potter? – Snape ainda abraçava Lilian, levantou o rosto dela. – O que houve Lily? O idiota do Potter fez alguma coisa para você? Me diga, se ele fez algo o mato agora mesmo.


            - Não seja ridículo, Snape. Eu não faria mal a Lilian.


            - Cale a boca Potter. – Snape apontou a varinha ameaçadoramente contra o peito do rapaz. Só então Lilian recobrou a fala.


            - Não, Severo, temos que ir embora. Sirius e Lilith fizeram uma coisa horrível, eles te trouxeram para cá só para te assustar com o... – Lilian parou de repente, sem saber como dizer.


            - Sirius, Lilith? Do que está falando, querida?


            - Por favor, vamos embora só isso, por favor. Vamos James.- Ela estendeu a mão para o maroto, que se apouco estava confuso agora não sabia nem o que dizer. Só então entenderá, Almofadinhas havia entregado o mapa a Ranhoso, esperando que ele o seguisse, e quando isso acontecesse ele se depararia com o lobisomem e fugira.


            - Que idiotice do Almofadinhas, eu vou matá-lo! – Gritou James, irritado. – Vamos temos que sair daqui antes que... O lobisomem volte. – Ele disse com um olhar significativo para a ruiva, como quem informava que ela não deveria dizer nem uma palavra sobre aquilo com o amigo.


            - Lobisomem? – Perguntou Severo, segurando o rosto de Lilian. Ele mirava aquele par de olhos verdes, que sempre haviam sido tão brilhantes e sorridentes, mas que agora estavam manchados pelas lagrimas e pelo pavor. Ele queria poder beijá-la e confortá-la. Mas quando Snape abriu a boca, para finalmente dizer a Lilian o quanto a amava ele viu o rosto de James, que se empalideceu ao ver o lobisomem se erguer e urrar as costas de Snape.


Na mente de Lilian tudo aquilo durou pouco mais de alguns segundos. Muito antes que a ruiva pudesse entender o que estava acontecendo ali, o Cervo já estava novamente sobre o lobisomem, e Severo foi arremessado com  toda a força da pata do animal peludo contra uma árvore, e cairá desfalecido no chão.


            Lilian desesperada correu na escuridão em direção aos gritos de dor de Severo, para socorrê-lo, quando tocou o ombro de Severo sentiu mais uma mão sobre a sua.


            - Calma, Evans. – Disse Sirius em meio a um grande suspiro. – Vai ficar tudo bem.


            - Black!? – Gritou ela para ele,  podia finalmente enxergar a cena com clareza. Seu rosto tornou-se púrpura, e o ódio fazia seu sangue ferver em suas veias, ela pensava que iria desmaiar. – Seu grande... Seu grande... Idiota! Irresponsável!


            Sirius abriu a boca para dizer algo em sua defesa, mas fora calado por um tapa de Lilian, em seu rosto. Os contornos da mão da ruiva ficariam marcados naquela face por um longo tempo. Enquanto Snape gritava com a dor – sentia ter quebrado algo – colocou o braço dele sobre o ombro dela e o ergueu.  Sirius não conseguia  realmente se lembrar em meio a toda aquela tensão o feitiço certo para levitação, e Lilian não queria nem pensar em que lugar escuro da floresta estava escondida sua varinha, seu único desejo era sair dali o mais rápido possível.


            Ambos andaram o mais rápido que puderam em direção a claridade da clareira, deixando para trás  os urros do lobisomem, os olhos da ruiva não paravam de lacrimejar, enquanto eles arrastavam o corpo quase inanimado de Snape pelo labirinto negro, ela não conseguia se concentrar no ódio que sentia por Sirius, pois seu coração estava apertado e sofrido demais imaginando a dor e o sofrimento que James estava passando.


             Quando finalmente chegaram a clareira, sobre a luz pálida da lua cheia, o estado de Snape era deplorável. Ambos o deixaram no chão, Lilian, em estado de choque, sentou-se no chão,  e com a cabeça entre as pernas debulhou-se em prantos, enquanto Sirius, voltando a forma do grande cachorro negro vigiava a saída da floresta.


            E assim ficaram, por longos e incontáveis minutos, com Severo já desmaiado ao chão, Lilian se aproximou dele, repetindo entre soluços que iria ficar tudo bem, que eles iam sair dessa.


            Já devia se passar em muito das duas horas da manhã quando a Professora Minerva chegou com a varinha em punho e Lilith em seus calcanhares ali na clareira. Lilian estava quase desmaiada com a cabeça sobre o corpo de Snape, Sirius, assustado, se escondeu entre as folhagens da entrada da floresta negra.


            Professora Minerva se assustará ao ver aquela cena,  agachou-se ao lado de Lilian, que mal conseguia  compreender o que a professora ralhava com ela.


            Apenas ouvirá uma coisa, dita por uma voz distante e consoladora. A ela, parecia quase o consolo de um anjo.


            -  Vai ficar tudo bem agora querida, acredite, vou cuidar de você.


  Oh sim, pensou Lilian, agora sim, tudo ficará bem.


 


 


Lilian Evans acordou totalmente destruída, cada articulação e músculo de seu corpo gemia de dor, seus cabelos estavam embaraçados , seus olhos ardiam. Mas algo fez com que ela tirasse força de seu intimo para levantar. Sentou-se na maca.


            - James!? – Ela chamou, no mais profundo desespero que já havia sentido em sua vida.


            - Amor? – James respondeu, na cadeira ao lado da maca de Lilian, sorrindo, seus lábios estavam cortados, haviam alguns arranhões em sua face, estava sem camisa – e a camisa dele, ela imaginava, deveria ser um amontoado de pano sujo e rasgado sobre a mesinha de cabeceira dela. – Você esta bem?!                      


            -Oh! James! Eu pensei que tinha te perdido! – Ela o abraçou, esquecendo-se completamente da dor que sentia, ele se levantou, sentando-se na maca dela, sem parar de abraçá-la. Afundou o rosto nos cabelos ruivos dela. – Você não deveria estar deitado? Olhe só para você!


            James deu um leve sorriso, passando a mão no cabelo dela.


            - Sabe que você não é a primeira pessoa a me dizer isso? Mas eu não iria conseguir dormir, desmaiar, ou morrer em paz, sem te ver acordar de novo, sem ver seus olhos verdes de novo. – James falava com os lábios encostados no pescoço de Lilian, o corpo inteiro da ruiva estava arrepiado. Ele subiu  a altura de seu ouvido direito, e sussurrou. – Sem poder ter beijar de novo.


            - James! – Lilian o empurrou, corada. James riu, arrepiando seus próprios cabelos.


            - Mas olhe só quem fala sobre meu estado, você também não esta  das melhores não viu, Evans?


            - Para, seu bobo. – Lilian disse corada, passando a mão pelos cabelos, tentando arrumá-los. Mas então Lilian, desprendendo-se do encanto dos olhos castanhos de James, lembrou-se do real motivo por estar ali, por ele estar ali daquele jeito. Levou a mão a boca, todas as informações daquela noite voltaram a sua cabeça como se fossem um punhal cravado em seu peito, agora sentia muito mais dor que antes. – Oh, pelo amor de Deus, James, como Sirius esta? Severo!? Remus!


            - Shiu, shiu. Amor, não pense nisso agora. – Ele disse, sorrindo, mesmo que em seu intimo soubesse a gravidade da situação, e soubesse que teria de inventar uma grande história a partir de agora, para proteger Remus, e Lilian, e até a ele mesmo. Mesmo assim, sorriu para ela, deitando-a  na cama. – Esta tudo bem, você só tem que descansar ok?


            Lilian assentiu, sem mais forças para lutar contra o descanso, nem contra James, sabia que quando acordasse no dia seguinte, conseguiria todas as explicações que precisava.


            - Boa noite querida, durma tranqüila. – E para a felicidade de Lilian, após aquilo ser dito, James deu-lhe um longo e carinhoso beijo, ele sentia-se realizado como se fosse a primeira vez que ele a beijava. E com um sorriso nos lábios Lilian adormeceu.


 


 

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