A verdade sobre Severo Snape



Capitulo Quatro –  A verdade sobre  Severo Snape


 


         - Senhor Potter! – A professora Minerva bateu com toda sua força sobre a mesa de carvalho de sua sala. Os olhos de James se fecharam, sobressaltado, agora sim ele estava perdido. – Você acha que esta agindo certo jogando feitiços em quem bem entende? Pois acho que está suficientemente equivocado. Esta varinha foi entregue ao senhor não como um brinquedo, mas sim para que o senhor usasse com sabedoria, entendeu? E definitivamente não é isso que o senhor esta fazendo! Eu sinto muito, mas Potter, me entregue a sua varinha.


         Os olhos de James se abriram ao mesmo tempo que os de Lilian se arregalaram, ela tiraria a varinha de James! Severo rio levemente, só não estava em um acesso de riso porque seu corte nos lábios doeria demais.


         Lilian respirou profundamente, não era hora de sentir pena de James Potter, não mesmo, não depois de tudo que ele havia feito para ela. Depois daquela briga com Severo, Lilian havia entendido que James era exatamente o mesmo de sete anos atrás; presunçoso, egocêntrico, que pensa que pode azarar qualquer pessoa que atravessar o seu caminho pelo simples fato dela existir. Ela bufou, ele era patético.


         - Mas professora – Minerva o cortou com um gesto, estendeu-lhe a mão, ainda esperando a varinha. James respirou fundo, tirando-a do bolso e entregando com certa hesitação nas mãos da professora – Eu só queria te dizer que não fui batendo no Ran- Digo no Snape sem nenhum motivo, ele me provocou.


         James estava dizendo aquilo muito mais para Lilian do que para a Professora, que se exploda a detenção, a varinha e a formatura! Ele estava preocupado que depois de toda aquela confusão ela não quisesse nunca mais olhá-lo nos olhos. Droga!, pensou James, Eu estava tão perto!


         - Senhor Snape – Os olhos da professora recaíram com desprezo sobre o outro garota ali sentado, que com rapidez fez seu sorriso desaparecer dos lábios, ele ergueu os olhos com a maior – Isto procede?


         - É claro que não! – Disse o rapaz em sua defesa, fazendo os olhos de James se arregalarem. – Eu estava passando e James Potter como um louco me atacou.


         Lilian mordeu o lábio inferior, conhecia a feição de Severo quando ele mentia, e ela estava estampada do rosto dele nesse exato momento. Ela fechou os olhos, lembrando-se do que havia acontecido na ultima hora.


         “ – James Isaac Potter o que você pensa que esta fazendo?!- Lilian já adentrou ao pátio aos gritos, fazendo grande parte do grupo que estava ao redor da briga se dissipar com uma rapidez impressionante.


         - Lilian? - James teve um dejavu, um nada agradável, ele esqueceu que Snape estava suspenso – sem as calças – por um feitiço e simplesmente escondeu sua varinha. Como se isso fosse ajudar, seu idiota – pensava Lily, enquanto Severo caia com um baque no chão, com a boca cortada pelo soco que tinha levado de James.


         - Lilian, eu não. – James tentou começar de novo, olhando  a  ruiva abaixada perto do maldito sonserino.  Remus deu um soco no braço de Sirius.


         - Ai, o que você queria que eu fizesse, maldito?! – Perguntou Sirius em choque. – Como se a culpa fosse minha!


         - Saí, Lilian, não preciso de ajuda. – Severo empurrou a garota, ela respirou fundo, ele estava ferido, mais no ego do que em qualquer outro lugar.


         - Olha aqui, seu grande idiota – James apontou o dedo na cara de Severo, mas dessa vez foi Lilian que o empurrou.


         - Olha aqui você Potter. – Lilian estava se controlando para não gritar – Qual o seu problema? Eu pensei que você tivesse crescido só um pouquinho mais pelo visto ainda é o mesmo moleque de sempre, que não sabe medir as conseqüências do que faz. Qual o seu problema?!


         - O meu problema?! – James perguntou indignado – Olha Lilian, quando eu estou errado, eu aceito na boa ser punido, mas ser punido quando eu não fiz nada, é uma tremenda de uma injustiça!


         - Injustiça?! Potter! Você acha que eu não vi o que estava acontecendo aqui?!


         - Você já pensou em se dar ao trabalho de perguntar?!


         - Ah, James Potter, poupe-me de suas  mentiras, vamos, vamos agora falar com a professora Minerva que você merece uma boa detenção!”


         - Senhorita Evans, por favor? – Chamou a professora Minerva pela vigésima vez.


         - Perdão? – Ela perguntou distraída.


         - A senhorita se encarregará da Detenção do senhor Potter, está certo?


         - O quê? Não! Eu...


         James sorriu, finalmente alguma coisa boa naquela tarde.


         - A senhorita não está entendendo, Evans, só tenho quatro monitores, Snape, que esta envolvido na briga, o senhor Potter, um péssimo exemplo de monitor chefe, o senhor Lupin, o qual não confio para aplicar uma detenção no próprio amigo, e a senhorita, portanto.


         Merda.


         - Tudo bem, professora. – Ela disse vencida, fazendo o sorriso de James se alargar mais ainda, então havia uma chance. – E você, pode ir tirando esse sorrisinho cretino da cara.


         Sem mais o que dizer, Lilian saiu pisando duro.


***


         - Vocês viram só? Até quando eu erro, eu acerto! Eu sou demais. – Se gabava Sirius, sentado debaixo de uma árvore perto do lago.


         - Cale a boca, Black. – James o fulminou com os olhos – Tem noção do quanto poderia ter me ferrado com a ruiva?


         - Ah, Pontas, foi sem querer, você não pode ficar bravo comigo pra sempre! Eu já me perdoei, você deveria fazer o mesmo! Como iria saber que estava de rolo com a ruiva se você fica escondendo o jogo pra gente?


         - O idiota do Almofadinhas tem razão, mesmo que ele tenha feito uma grande idiotice...


         - Novidade – Disse Peter.


         - Ei, ei, calado. – Disse Sirius dando um tapa na cabeça de Peter.


         - Você não contou pra gente que estava de rolo com a Evans.


         - E afinal de contas, por que depois de tanto tempo voltou a se encrencar com o Ranhoso?


         James respirou fundo.


         - Ele veio tirar satisfações sobre eu estar – James parou para pensar bem no que exatamente era sua relação com Lilian, e por mais que aquilo parecesse clichê, ele não encontrava uma palavra melhor – Cortejando a Lilian, chamou-a de sangue ruim, e disse que nós nos merecíamos.


         - Ele falou cortejando?! – Perguntou Peter, enquanto Sirius caia na risada.


         - Ta bom, Pontas, isso foi uma coisa horrível, mas você não podia sair descendo a mão no cara. Você é monitor chefe, tem um exemplo pra dar.


         - Olha pela primeira vez na minha vida, eu concordo com os comentários super certinhos do aluado. Cara, se você esta cortejando Lilian Evans, tem que saber se comportar ao nível de Lilian Evans! Quer dizer as gatas adoram todo esse lance de cara descolado, apanhador e tudo mais. Mas você sabe como a Evans é.  Ela tem probleminhas. – Concluiu Sirius em uma voz tão séria que James não pode deixar de rir, a primeira vez no dia desde a briga com o sonserino.


         - Quando eu me esqueço o por que sou amigo desse cão do inferno, ele me lembra rapidinho.


         - Nós somos uma trupe cara. – Sirius deu um soquinho no ombro de James.


***


         - Você sabia que Snape estava mentindo, você sabia que o James iria ser punido injustamente, e você simplesmente ficou lá parada olhando?! – Lilith perguntou indignada.


         - É, o que queria que eu fizesse Lilith? James não é nenhum injustiçado, ele esta sendo punido por brigar, e ele brigou não é mesmo? Ou o Severo se bateu sozinho? – Lilian revirou os olhos enquanto colocava um livro de História da Magia no lugar certo.


         - Mas... Ele brigou, e brigou sozinho? James cresceu muito nos últimos anos, e ele não atacaria o Sonserinozinho por nada, alguma coisa ele fez pro Jay!


         - Por que todos vocês ficam defendendo o Potter?! Droga, Lilith, ele estava errado, admitam isso, eu fiz a coisa certa, levei-o até a professora Minerva, a propósito, o Sonserinozinho  foi levado junto,  se a professora não quis dar uma detenção para ele também, eu não tenho nada com isso.


         - Ta, eu já entendi Evans. – Lilith disse irritada. – Mas acho que deveria pelo menos procurar saber o que houve.


         - Tudo bem, Ludov. Eu vou dar detenção hoje para o Potter, eu prometo perguntar. Esta mais feliz agora?!


         - Muito mais Evans. – Lilith abriu um grande sorriso, enquanto Lilian bufava, descendo da escada de madeira.


         - A propósito, qual é o horário da detenção do James mesmo?


         - Sete.


         - São Sete horas, Lilian.


         - O que?! – A ruiva gritou exasperada, para receber vários olhares de reprovação. Ela saiu correndo da biblioteca com seu livro de Transfiguração.


         - Por Merlin, ruiva. Pensei que não viesse mais! – Disse James risonho enquanto Lily entrava completamente descabelada e ofegante.


         - Cale-se, Potter, não se preocupe, não vai perder nem um segundo de sua detenção; se necessário ficaremos aqui até mais tarde.


         - Tudo bem, Evans. – Ele ergueu as mãos em sinal de rendição. – Posso saber por que se atrasou?


         - Não, não pode. – Lilian puxou uma cadeira e sentou-se, conjurou um balde com água cheio de detergente e uma esponja. James olhou descrente para ela.


         - Você está brincando, lírio?


         - Estou com cara de quem está brincado, Potter? – Ela levantou a sobrancelha. – E não me chame de lírio, ou de ruiva, meu nome é Lilian, pra você, Evans. – Sua vontade era de rir, mas soube que aquilo não condizia com sua posição.


         - Tudo bem, Evans. – Ele se agachou pegando a esponja. – Você é má ruiva, muito má, espero que goste disso.


         - Resmungue menos Potter, estou tentando ler. – Ela puxou seu livro de transfiguração.


         - Ah claro.  James se sentou no chão para limpar o troféu da primeira estante. -  Ótimo, só faltam 10300.


         - Nós temos um mês de detenção ainda, não se preocupe.


         - Ah é, obrigada pelo consolo, Evans.


         Essa foi a última coisa que James disse pelas ultimas três horas. Quando o relógio bateu três horas dez horas ela começou a ficar seriamente irritada com aquilo.       


         A ruiva ainda estava com livro aberto nos braços, observando James limpando as coisas, toda aquela água na blusa branca colada ao corpo moreno dele.


         - Ei, ruiva. Ruiva! – Irritado, James jogou a esponja molhada nela.


         Lilian se levantou sobressaltada.


         - James Isaac Potter! – Ela jogou o livro em cima da cadeira, ele riu, riu pra valer, praticamente rolando no chão de tanto rir. Ela parou com as mãos na cintura, bem em frente a ele.


         - Me desculpe. – Ele respirou fundo, pigarreando. – Eu só queria te dizer que a água acabou.


         - Acabou foi, Potter? – Ela puxou a varinha. – Então tome, Aguament.- Ela apontou a varinha contra seu peito, e um jato de água vôo nele, espirrando para todo o lado.


         James estava completamente chocada, tossiu várias vezes, ela quase o afogou!


         - Lilian, sua maluca, psicopata! Vem aqui. - Ele a puxou pelo braço, jogando-a no chão.


         - Potter não! – Ele a segurou com uma mão.  Puxou o balde e jogou o resto de água que havia nele.        


         - Peça Perdão Evans!


         - Nunca! – Ela estava rindo descontroladamente. O chão estava todo molhado pelo feitiço que havia jogado em James, seus cabelos estavam ensopados e suas vestes também.


         - Ah é? – Ele começou a passar a esponja molhada e suja de detergente no rosto dela. Ela cuspiu detergente, rindo ainda mais.


         Ele parou de repente, observando os olhos verdes dela.  Lilian mordeu o lábio inferior parando de se debater.


         - Você é bonita demais, Lilian Ellen Evans.


         - Mesmo? – Ela perguntou com um sorriso maroto nos lábios. Ele balançou a cabeça positivamente soltando os braços dela e a beijando.


         James Potter tinha o melhor beijo do mundo para ela, os lábios dele eram macios e quentes. E muito antes que ela pudesse conter-se suas mãos já estavam entrelaçadas aos cabelos lisos, castanhos escuros e molhados dele. Lilian mordeu o lábio superior de James. Um arrepio passou pela espinha do rapaz.


         - Evans. – Ele disse com a voz tremula se afastando só um centímetro dela. Ela podia ver as pequenas gotículas de água pingando do cabelo dele. – Não me provoque, não agora, não esta em posição para isso.


         Lilian captou rapidamente a mensagem, empurrou James para trás, se levantando.


         - Bom, James, acabou a detenção por hoje. – Ela pigarreou, vermelho e tentando aprumar suas vestes molhadas. Apontou a varinha para si mesma, secando-se com um feitiço e limpando toda a bagunça que eles haviam feito.


         James a observou, nunca a vira sorrindo tanto.


         - Ei, vai me deixar molhado mesmo? – Disse ele, com as mãos na cintura fingindo irritação.


         - É claro, Potter, você está em detenção, tem que sofrer!


         - O que vamos fazer agora, lírio? – Ele a puxou pela cintura.


         - Você eu não sei, mas eu vou dormir. – Ela empurrou levemente o moreno.


         - Não é isso que eu estou falando. – Ele segurou o punho de Lilian.


         - Shiuu. – Fez ela, com o dedo na boca dele, pegou em sua mão  e saiu caminhando em direção ao salão comunal.


         No caminho lembrou-se que tinha prometido a Lilith que perguntaria a James sobre a briga com Snape, só não sabia se depois daquela noite maravilhosa com James gostaria mesmo de saber.


         Só decidiu quando chegaram a porta do SCG, ela respirou fundo.


         - Jay. – Ela começou de vagar.


         - Sim?


         - Eu fiquei de te perguntar... Você disse que Severo te provocou, o que ele fez?


         James ergueu a sobrancelha, aquela não era o tipo de pergunta que esperava dela aquela pergunta. Lilian se sentou, e James se sentou logo em seguida, mesmo molhado.


         - Você não acredita sonserinozinho maldito –


         - James! – Repreendeu a ruiva.


         - Ok, ok! Você não acredita no seu amiguinho Severo Snape?


         - Não. – Lilian corou. – Eu sei quando Severo está mentindo, e aquela era definitivamente uma daquelas vezes.


         James a olhou fingindo estar ultrajado.


         - E por que você não disse nada na hora, Evans? A menos que... – Ele fez uma pausa dramática, fingindo estar pensando. – Você tenha bolado esse plano todo como uma desculpa pra passar a noite todinha sozinha comigo!


         - Ah, cale a boca Potter. E diga-me de uma vez o que houve.


         - Ele me disse umas idiotices, foi só isso.


         - Que tipo de idiotices?


         - O tipo de coisa que os sonserinos puritanos não se cansam de dizer, sobre sangue puro e tudo mais.


         - Mas... – Lilian parou pra pensar. – Por que isso te incomodaria? Além de muito bem resolvido...


         - Obrigado.


         - Você tem sangue puro!


         James passou a mão pelos cabelos, nervoso.


         - O fato, Lírio, era que o Snape não estava falando sobre mim.


         - Sobre quem então? – Lilian franziu o cenho.


         - Bom... Sobre você.


         - Sobre mim?!- Repetiu ela alarmada.


         - É, ele me disse que eu estava manchando o sangue da minha família, me esfregando por ai com – Ele parou, Lilian conseguia sentir o ódio queimando dentro dele, ela pensava que mesmo agora, ele ainda poderia ir até a sala comunal da sonserina e “cair no fight”, como diria Sirius, com Snape.


         - Diga James.


         - Com a vadia sangue ruim. E que eu e o Sirius éramos a desgraçada da sociedade bruxa. – Ele deu um riso debochado.


Lilian  se recostou no encosto do sofá, seu ar havia fugido, e as lágrimas escorriam de seu rosto.


– Ei, ei, lírio, está chorando?! Ai que pergunta idiota é claro que você esta chorando.


         - Não, não estou. – Lilian secou suas lagrimas, ela estava com ódio de Severo, como ele pudera dizer aquilo sobre sua única e verdadeira amiga.


         Vadia sangue ruim, aquilo não saia da mente de Lilian, como ele se atrevia?


         - Ei, Lily, não chore, não, vem aqui. – James a abraçou, já estava arrependido de ter contado a ela – Não ligue para o que Severo Snape diz, você é a melhor pessoa do mundo! E foi por isso que briguei com ele hoje.


         Lilian escondeu o rosto no ombro de James, ficando com o corpo ainda mais colado do dele, mesmo que ele ainda estivesse um tanto molhado.


         - É que – Lilian ficou em duvida se deveria contar ou não, se enchendo de ódio – Esse idiota era o meu melhor amigo.


         - Ei, ei, andou cheirando cola trouxa foi?- Ele disse risonho fazendo-a sorrir levemente – O Ranhoso não é amigo de ninguém... De outras casas.


         - Eu o conheci antes de Hogwarts. – Ela balançou a cabeça, chorando ainda mais.


         - Tudo bem, tudo bem, amor, esqueça.


         - É. – Ela tentou se levantar, mas James continuou a segurá-la. – Potter.


         - Fica, Evans. – Ele a puxou, deitando-a no sofá, ela não protestou. – Dorme aqui.


         - Vou acordar toda doida e resfriada.


         - Não vai não. – Ele se aproximou do ouvido dela – Eu vou te beijar tanto quando acordar que nem vai se lembrar.


         - Potter. – Ela riu se aconchegando nos braços dele.


                   Eram três horas da manhã quando Lilian acordou, se levantou com com cuidado, para não acordar James. Observou dormir, sorrindo deu-lhe um beijo na bochecha, fazendo-o se revirar.


         - Almofadinhas, desgraçado, largue o texugo.


         Lilian sorriu, subindo as escadas para o dormitório feminino.


         - Ei, Pontas, acorda seu viadinho vagabundo.


         - O amor entre vocês me assusta.


         - Pois é, já esta ficando meio gay.


         - James Potter. Acorda logo. – Sirius deu um tapa no braço do rapaz.


         - O quê? Onde está? – James acordou em um salto.


         - Cadê o quê? Sua vergonha na cara? Ah vi fugir faz uns 10 anos, por que esta dormindo no sofá da sala comunal?


         -Meu lírio - James colocou seus óculos – Digo, a Lilian.


         -Esta me procurando, Potter? – Os quatro se viraram para o topo da escadaria.


         - Sim.  – James disse bobo com ela mais uma vez, seus cabelos longos e ruivos estavam encaracolados e com duas grandes presilhas que prendiam uma mexa do seu cabelo. Seu sorriso parecia ainda mais bonito e seus olhos mais brilhantes do que nunca.


         - Bom, eu estou aqui.


         - Você deveria estar aqui. – James apontou para o sofá.


         - Eu disse que ia acordar toda doída.


         - E eu lhe prometi um monte de beijos.


         - Vá tomar um banho, Potter, literalmente. – Disse ela, puxando Lilith risonha.


         - O que foi isso?- Perguntou Peter confuso.


         - Isso, caro Rabicho, foi a manifestação da loucura de James Potter!- Sirius deu um tapinha nas costas de Peter.


         - Ele falou sobre Lilian, falou com ela, disse que eles deveriam ter dormido junto, e ainda por cima disse que à havia prometido beijos... E não houve nem um grito ou mesmo um tapa. – Categorizou Remus assustado.


         - Pois é, nobres marotos, Lilian Evans me ama!


         - Ahh, cale a boca, e vá tomar um banho. – Disse Remus dando um tapa na cabeça dele.


***


                  Lilian estava sentada na mesa do salão Principal, tomando seu café despreocupadamente quando as corujas começaram a voar por todos os lados, como nunca estava esperando nenhuma carta nem ligava para o mar de corujas coloridas que voavam tão perto das mesas que muitas vezes até derrubavam as coisas, jogando pacotes pardos e vermelhos dentro de pratos de comida e copos de suco.


         Nesse momento porém estava observando James Potter entrar pela porta do Salão Principal, até seus atrasos rotineiros de repente haviam ganhado um charme especial, seus cabelos arrepiados e seus olhos castanhos escuros. De repente, na verdade, quando Lilian o via seu coração se derretia como manteiga em pão quente.


         Era como se diabretes estivessem voando desesperadas em sua barriga como se estivessem presas em uma gaiola. Até suas grossas lentes com aros pretos e grossos estavam mais bonitos essa manhã, e ela se demorava a olhar seus lábios, aqueles lábios que a beijaram com tanto amor na noite passada. Não estou apaixonada por James Potter, repetia ela mentalmente, só estou sentindo uma atração muito forte por ele, muito forte mesmo!


         Foi quando o ovo mexido vôo para todo lado.


         - Droga de coruja maldita! – Disse Lilith, limpando ovo mexido em seu nariz. – Ei, é pra você  Evans.


         Lilian pegou com a ponta dos dedos, balançando a carta e jogando-a em um lugar seguro, para depois limpar sua blusa. James sentou-se ao seu lado, junto com Remus, Sirius e Peter.


         - Aleluia! Comida! – Disse Peter, pegando uma travessa de bacon. – Quem andou desperdiçando comida aqui?


         Perguntou ele indignado, pegando com a colher o que estava na mesa.


         - Quem precisa de um banho agora Lilian? – Perguntou James no ouvido de Lilian, que o empurrou, corada.


         Pegou sua carta.


         - É da Petúnia. – Disse ela boquiaberta.


         - Sua irmã? – Disseram os cinco.


         - Ei, ei. – Disse Lilian, fechando a carta. – Privacidade, por favor?


         “ Evans, eu não sei como vai receber essa carta nesse lugar horrível onde vive, mas papai me disse que daria um jeito, eu espero que ele não dê. Mas caso receba essa carta o recado é o seguinte; No próximo final de semana irei me casar, é. Com Valter, um homem normal e humano, diferente de você. Não gostaria de te convidar, mas papai insistiu, e além do mais, antes de morrer mamãe me fez jurar que minha “irmãzinha” mais nova seria minha madrinha de casamento. Nunca gostei de você então não sei onde estava com a cabeça quando aceitei isso. Mas agora já está feito, e além de mais mamãe não tem culpa de ter tido uma filha aberração como você.


         Enfim, entendeu o convite não é? Eu e o Valter concordamos que não castigaremos um dos nossos amigos a passar todo o tempo ao lado de você, por isso daremos a você o direito de escolher um padrinho para te acompanhar.


         Escolha alguém o mais normal possível, por favor.


                                            Petúnia e Valter”


         Lilian riu, a muito as cartas e as palavras ríspidas de Petunia não lhe afetavam, hoje em dia ela apenas ria da mediocridade da irmã. Ergueu os olhos para as feições  curiosas das pessoas que estavam ao seu redor, e ao longe encontrou um olhar ainda mais interessado Severo Snape. Ela semi cerrou os olhos para ele, fazendo engolir a seco, nunca havia sentido tanto ódio de alguém, ela sempre achará que Severo era diferente, excepcional, um amigo. Por muitos anos Severo a jogará contra James e seus amigos, agora finalmente entendia quem estava errado, quem era o vilão dessa história, sem pestanejar nem um segundo, disse em alto e bom som.


         - James, leia isso. – Passou a carta para James, que leu com um sorriso brincando nos lábios.


         - Que amor sua irmã é, Lirio, agora sei a quem você puxou.- Ele dobrou a carta sem mostrar a mais ninguém.


         -Ah, qual é, eles estão de brincadeira? – Perguntou Sirius irritado.


         - O que houve? – Peter perguntou com uma bola de pão na boca.


         - Arg, Peter, não houve nada, coma. – Disse Lilith enojada.


         Peter deu de ombros.


         - O que houve, James? – Perguntou Remus, ele sorria, achava estranhíssimo chamá-lo pelo nome.


         - Eu não sei exatamente. – Disse James, estava preocupado em estar tirando conclusões precipitadas das ações de Lilian, mas estava ciente como mais ninguém de duas coisas; Da áurea de ódio que envolvia Lilian e de que o Ranhoso os observava. – O que está havendo Lily?


         - Quero que você seja padrinho do casamento da minha irmã junto comigo. E você vai.


         - Nossa, isso seria uma ordem, Ruiva?


         - Isso seria uma ordem.


         - Então tudo bem. – Ele ergueu os braços em sinal de rendição. – Só vai haver um problema, voltarmos casados de Londres.


         Lilian riu, sem observar todos os olhares chocados na mesa da Grifinoria, e um em especial na mesa da Sonserina.


         - O mundo definitivamente está perdido. – Disse Sirius. – Lilith, casa comigo?


         - O mundo não enlouqueceu tanto assim ainda. – Eles riram mais ainda, enquanto James e Lily trocavam olhares de cúmplices.

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