Capítulo três



- capítulo três: trabalhos em equipe, nerds e chuva.


 


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Narrado por: Lily Evans Fazendo: Chegando muito atrasada na escola Ouvindo: os pingos de chuva baterem no telhado da escola


 


Eu realmente detesto chegar atrasada na escola, mas a culpa definitivamente não foi minha. Está chovendo realmente forte hoje, e não tem melhor coisa do que dormir com chuva, ainda mais se você for uma pessoa preguiçosa como eu. Juro por Deus que se não tivéssemos prova de cálculo avançado, eu nem viria à escola, está chovendo horrores!


Bati na porta da sala e entrei, pedindo licença para a professora e olhando em volta. A prova era em dupla. Merda.


Como nem Marlene nem Dorcas estavam em cálculo avançado, eu quase nunca tinha dupla para fazer coisa alguma. Tinha uma menina CDF bem legal que sentava do meu lado, mas ela já estava fazendo dupla com outra garota igualmente nerd. OMG.


E agora, o que eu faço?


- Desculpe o atraso, professora – murmurei, chegando em sua mesa. Todo mundo da sala olhava para mim. Ainda mais do que o normal, quer dizer.


E esse era o bacana de você fazer aulas em turmas avançadas. E não, eu não estou falando do fato de que aqui todo mundo olha pra mim ainda mais do que quando eu ando pelas pessoas “normais” da escola. Estou falando do fato de que a professora pode sair da sala e ninguém, ninguém mesmo, vai colar. Ou seja, não tem ninguém pra pedir a minha prova ou importunar os losers da primeira fila. Enfim, isso me deixa feliz.


- Chegou muito atrasada, Srta. Evans – ela me olhou, rabugenta.


Velha chata!


- Eu sei professora, me desculpe mesmo – respondi. – Eu tive que esperar minha mãe chegar para me trazer à escola, estava chovendo muito.


O que era tecnicamente verdade, porque minha mãe não estava em casa, tinha ido levar Petúnia pra faculdade antes já que ela “não pode nunca se atrasar”. Se ela tivesse em casa, não teria me deixado dormir mais tempo do que deveria. Mas minha professora não precisava saber disso.


- Se arrumar uma dupla – disse, me olhando com reprovação. E esse foi um trocadilho barato para o estado que vou estar se não achar alguém para fazer a prova comigo: reprovada – Poderá fazer sua prova.


Olhei para a sala. Eu faria essa prova com qualquer um. Mas o problema é que não tinha uma viva alma sozinha nessa sala idiota. Pelo visto eu iria ter que fazer uma recuperação, pela primeira vez na vida, porque essa bruxa velha não queria me deixar fazer a prova sozinha.


- Oh, parece que está com sorte, senhorita Evans – ela deu um sorrisinho desprovido de qualquer humor. Estava na cara que ela queria me reprovar.


Eu não tinha ouvido a porta da sala se abrir, mas tinha entrado na sala um menino magricela com o cabelo cheio de gel, que provavelmente se atrasara pelo mesmo motivo que eu. Sua cara estava um pouquinho amassada e eu podia ver a marca do travesseiro.


Droga, será que minha cara tá com a marca do travesseiro também?


- Desculpe o atraso professora, eu... – ele começou a se desculpar do mesmo jeito que eu tinha feito há um segundo atrás.


Eu conhecia esse garoto: ele era um dos losers mais losers da escola, eu me lembrava dele das vezes que o Matt jogava seu purê de batatas em alguém na hora do almoço. Eu não me lembrava o seu nome, mas ele estava na mesma sala que eu em diversas matérias.


Antes que a professora pudesse acabar com ele também, eu peguei uma prova da mão dela e falei animada:


- Oi, parece que vamos ser colegas de prova hoje! – sorri – Prazer, Lily Evans.


Então ele olhou pra mim pela primeira vez. Seus olhos ficavam miudinhos por detrás da lente muito grossa dos seus óculos remendados com fita adesiva (muito provavelmente pelo número de vezes que alguém os quebrou, tirando da cara dele e jogando no chão), e eu não conseguia ver a cor dos seus olhos por causa disso. Sua boca se abriu em um perfeito O e eu fiz muita força para não rir.


- O-oi – ele gaguejou, e piscou muitas vezes – Ja-James Potte-r.


Ele falou isso muito rápido e gaguejou muito, fazendo a professora revirar os olhos e nos mandar sentar logo, sua voz saiu tão tremida quanto sua mão, quando ele apertou a minha. Ao contrário de quase todos os meninos que tinham calos nas mão de tanto malhar, as suas eram macias e geladinhas.


Achei tão bonitinho.


Durante a prova toda, ele ficou tremendo e me olhando, como se realmente não acreditasse que isso estivesse acontecendo. Isso me deixou um pouco irritada. As pessoas faziam isso com Dorcas porque ela era uma líder de torcida. Faziam com Marlene porque ela tem aquele jeito espontâneo e divertido. Mas eu não, eu só era popular por que… Bom, porque era. Eu fiz a minha parte da prova totalmente em silêncio, o que era bem estranho, porque eu sempre conversava durante as provas. Depois entreguei a prova para ele, que respondeu em igual silêncio.


- Terminei – disse depois de alguns minutos. Ele tinha sido mais rápido do que eu. Sua voz, fiquei feliz em constatar, parecia um pouco mais calma.


- Se importa se eu verificar? – perguntei, mais por afronta do que por qualquer outra coisa. Ele disse que não.


Sua letra era realmente ilegível. Mesmo assim chequei todos os cálculos e não tinha nada errado. Droga, eu teria adorado corrigir o Sr. Rápido Demais.


- Algum erro? – ele perguntou.


O que era engraçado, porque ele ergueu uma das sobrancelhas e sua voz voltou quase ao que eu podia chamar de normal, porque era muito abafada pelo aparelho enorme que ele usava. Ainda assim pude sentir uma dose e ironia.


- Nenhum – sorri – Não quer verificar minha parte?


Tínhamos acabado antes de qualquer dupla.


- É perda de tempo – ele pegou a prova e entregou pra a professora.


Depois saiu, simplesmente, e me deixou plantada na cadeira com cara de idiota! Que tipo de garoto faz uma coisa dessas?  Ainda mais comigo! Ele praticamente me deixou ali falando sozinha! Fui atrás dele.


- Ei! – chamei – Não é muito gentil fazer isso, sabia?


Ele pulou de susto, quase como se não esperasse que eu fosse atrás dele. Mas, caramba, ele me irritou! Primeiro ficou me olhando como se eu fosse de outro mundo, e depois me ignorou? Que tipo de loser ele era?


- Fazer o quê? – ele gaguejou de novo, mas um pouco menos.


- Me deixar falando sozinha! – comecei a andar ao lado dele. Tínhamos acabado a prova realmente muito cedo, mesmo tendo chegado atrasados, e não tinha ninguém nos corredores do colégio. Eu não tinha nenhum trabalho atrasado para fazer na biblioteca e, pelo jeito, ele também não.


- Porque você quer falar comigo? – ele franziu uma sobrancelha.


- Porque eu não falaria? – franzi também.


- Você nunca falou comigo antes! – ele corou.


- Nem você!


Eu acho bonitinho meninos que coram. Sabe, esses brutamontes da escola nunca ficam corados, eles só estão interessados em meter a língua dentro da sua garganta ou o que mais você deixar que eles façam. Talvez esse tenha sido um dos motivos pelos quais eu terminei com o Matt.


- Fazendo caridade, Evans? – falou o próprio Matt, saindo do nada de um corredor. Provavelmente estava matando aula.


Tomei um baita susto, a gente não se via desde que eu dei um pé na bunda dele. E vou te falar uma coisa, meninos como o Matt não aceitam muito bem quando você chuta a bunda deles, não mesmo. Enfim.


- Não, Matt, fiz isso quando saí com você – o que, sinceramente, era a maior verdade. Eu não tinha absolutamente motivo nenhum para ter saído com o Matt – Vamos, James.


Peguei o menino pelo braço (muito feliz de que fosse mais grosso que o meu, sinceramente) e saí de lá, porque não estava a fim de ficar olhando para a cara de idiota que o Matt fazia, principalmente por me ver ao lado do Janot.


Ai, acho que errei o nome do menino.


- Ele não era seu… namorado? – perguntou o Janot de um jeito bem tímido.


- Não, não é mais – sorri para ele. James! O nome do menino é James.


Eu tenho que lembrar do nome das pessoas com quem eu falo, sério mesmo! Se isso continuar assim, eu vou acabar pagando maior mico. Teve um dia que eu chamei o namorado da Petúnia de Barney, e ele achou que a Petty tinha um outro namorado. Tadinha, mal consegue manter um, que dirá dois! Enfim.


- Bom, vou para a minha próxima aula, James – sorri quando o sinal tocou – Até mais.


- A-até – ele gaguejou de novo e eu sai.


Carinha engraçado esse loser.


 


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Narrado por: Dorcas Meadowes Fazendo: tentando tirar a água da chuva dos cabelos Ouvindo: Os pingos caírem no chão!


 


EU – ODEIO – DIAS – DE – CHUVA!


Não acredito, porque diabos está chovendo tanto?! Eu gastei horas na frente do espelho, penteando e alisando o meu cabelo até que ele ficasse devidamente perfeito, e agora simplesmente chove? A chuva vem e leva toda uma noite de preparativos? Não acredito!


Eu estava andando, calmamente, quando vi uma menina da equipe treinando na chuva com os uniformes que usamos nas finais, e ele não pode molhar. Aquela idiota! Simplesmente entrei lá para reclamar com ela e me esqueci que a chuva que molhava o meu querido uniforme também estaria ME molhando.


Ou melhor, me encharcando!


Agora eu estava sentada no refeitório, secando os cabelos com uma toalhinha mínima. Pelo menos tudo estava deserto e ninguém iria ficar me perguntando o que estava acontecendo ou porque eu estava toda molhada!


- Oi? – disse uma vozinha fina e hesitante ali do lado.


Claro, quando a esmola é grande demais o santo desconfia!


- O que foi agora? – me virei, grossa.


Olhei pra quem tinha me incomodado e... PQP!


Era aquele loser loirinho que sempre me dava cola. Mas, visto de perto, ele era ainda pior! Era alto, meio gordinho, tinha muitas espinhas e o óculos enorme. Meu Deus, que menino horroroso! Porque ele está falando comigo?


Então eu vi que ele me oferecia uma toalha branca, bem grande. Fiquei um pouco envergonhada pelo que tinha pensado dele (mas só um pouquinho). Ainda que ele fosse feio, estava sendo muito gentil de oferecer sua toalha (que eu nem sabia porque ele tinha uma) para uma menina que ele nem conhecia.


Ah, espera, conhecia sim. Todo mundo me conhece. Bom, sendo assim, não é nada mais do que a obrigação dele!


- Ah, obrigada! – peguei a toalha, largando a coisinha mínima e encharcada com que eu tentava secar o cabelo. – Muito obrigada!


- Por nada – ele disse, se virando.


- Ei, espere! – chamei – Qual o seu nome?


Perguntei porque me parecia extremamente mal-educado aceitar a toalha do menino sem nem saber o nome dele. E também porque eu não saberia como devolvê-la depois de lavar.


- Remus Lupin – respondeu.


- Prazer, Dorcas Meadowes – sorri.


Ele apertou minha mão, mas não disse o rotineiro “eu sei, bela performance no jogo passado”. Mas tudo bem, ele era um loser, talvez não visse os jogos.


- E muito obrigada mesmo pela toalha – acrescentei – Você salvou minha vida.


- Por nada – ele sorriu e o efeito era pavoroso – Eu sempre trago uma na bolsa em dias de chuva.


- É uma ótima idéia – sorri – Me diga onde eu posso devolvê-la à você depois.


- Eu sou da sua classe. – disse – Pode me devolver qualquer dia da semana.


- Ah – sorri, um pouco sem graça. Eu não reparo em todo mundo que estuda na minha sala. Principalmente se forem losers feios como ele – Ok, então, obrigada.


Ele sumiu tão depressa quanto apareceu. Talvez fosse mania de loser, ou o costume de ser ignorado e ser invisível. Pelo menos agora eu tinha uma toalha e podia secar o meu cabelo dignamente, já que todos os banheiros da escola estavam interditados por causa de um vazamento.


[...]


Lily says: Nem te vi direito na escola, Dorcas!!


Dorcas M. (: says: Aaaaaaf, choveu no meu cabelo!!! E depois não tivemos as mesmas aulas, e aquele intervalo estava apinhado de gente! 


Lily says: Viu a Lene, pelo menos? A gente se desencontrou também!


Dorcas M. (: says: Não vi ninguém, vocês me abandonaram hoje ):


E essa é mais uma razão pela qual eu odeio dias de chuva: você nunca vê ninguém! Os corredores ficam tão apinhados de gente que é mega difícil encontrar alguém com quem você possa conversar, ou suas amigas. Mesmo que a cor do cabelo de Lily seja facilmente identificável.


Agora eu estava em casa e estava chovendo mais forte do nunca, o que minava toda e qualquer possibilidade de sair.


Lene está na conversa


Lene says: Oi meninas *-* que saudade! A gente nem se viu hoje!


Lily says: Conheci um menino hoje...


Lene says: uau, já? Você é mesmo fogo!


Dorcas M. (: says: Eu também. Mas era um loser, então não conta.


Lene says: Não conheci ninguém de novo. Mas contem-me suas experiências! hahaha


Lily says: O nome dele é James Potter, fiz prova de cálculo com ele, ele é loser também...


Lene says: que pena. Achei que era alguém digno de investimento!


Lily says: Não fala assim, Lene :/


Eu ein!


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Narrado por: Lily Evans Fazendo: Conversando no MSN com as meninas Ouvindo: o tan-dan chato que ele faz


 


Olhei pra tela, nem sei porque tinha contado às meninas sobre o tal do James Potter. Ele era só um loser comum, nada fora do padrão. Eu estava acostumada a lidar com esses meninos que só sabem ficar jogando Cabal no computador.


Geralmente era só ignorar qualquer movimento deles, já que eu não pego cola.


Mas ainda assim alguma coisa me fazia ficar lembrando das mãos macias e galadas dele, ficando com vontade de segurá-las de novo.


Talvez eu estivesse ficando louca.


 
** 


n/a: Hello, everybody! Eu costumo sentir nesse capítulo como se as coisas realmente começassem a acontecer! Nem preciso dizer, portanto, que o adoro completamente, certo? Alguém mais se apaixona pelo James em cada cena que ele aparece ou sou só eu? Haha. Lembrem do comentário, ok? É bom saber o que vocês estão achando da fic! – Ainda mais com a nova versão! Beijos, Deb.


n/b: Erros, por favor, avisem! :) e não Deb, você não é a única que se apaixona cada vez mais por ele :~  UAHUAHAUHAUHAUHAUHAUA. Comentem! <3

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Comentários (1)

  • Polie

    James! <3 (depois comento decentemente na página principal.)

    2011-10-06
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