Capítulo dois
- capítulo dois: beijos, fantasmas e conversas
Narrado por: Marlene McKinnon Fazendo: Rabiscando o caderno de história Ouvindo: Alguma coisa sobre a Segunda Guerra Mundial
Eu não estou interessada em Hitler e muito menos em quantos países ele devastou em sua fúria assassina na busca de matar Harry Potter e dominar o mundo bruxo dominar o mundo todo e acabar com os judeus. Não é por nada não, mas um problema muito mais próximo e importante me assola agora mesmo: meu celular. Nas mãos do Mark. Há 24 horas.
Vou morrer.
Eu nunca fiquei mais do que 2 horas longe do Ted. E, sim, meu celular tem nome, e o seu? Eu vou matar o Mark! Lenta e dolorosamente, ah se vou. Quem ele pensa que é? Me beija e ainda rouba meu celular! E ainda por cima descobre minha senha. Vou esfolar a cara dele no asfalto.
- Senhorita McKinnon? – chamou o professor. Olhei pra cara dele em um pulo, porque a Lily me cutucou. O que ele disse? Acho que tinha me esquecido que estava na sala de aula.
Droga.
- Sim?
- A senhorita pode, por favor, nos dizer a resposta da questão três? – falou apontando pro quadro. Ali estava a atividade que eu devia ter copiado enquanto escutava a preleção dele. Mas como alguém pode prestar atenção numa coisa dessas imaginado o que o pobre Ted está sofrendo nas mãos daquele canalha?
- McKinnon? – certo, questão três. Eu posso fazer isso!
- Hmmm... – ok, calma. Quais as principais razões que decorreram a segunda guerra mundial? Beleza, como eu vou saber disso? Olhei pro lado e a Dorcas escrevia alguma coisa no caderno. Será a resposta? Ah, não, ela está escrevendo detalhadamente a nova coreografia das cheerleaders. Ótimo. A Lily tá aqui terminando de copiar, sem nem ao menos se importar com a minha aflição. Quase posso ler a mente dela, dizendo: “não prestou atenção na aula porquê não quis”. Grande amiga! E nenhum loser ali da frente está virado pra me dar a resposta. Droga.
O que eu vou fazer agora?
- McKinnon? – repetiu ele.
- Bom… - comecei – As principais razões. Das quais decorreram. A segunda guerra mundial.
- Perfeitamente, ótima leitura da questão – ele me cortou. Descarado! – A resposta.
TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIM
Aaaaaaaaaaah, que maravilha. Nunca na vida eu gostei tanto desse sinal! Olhei pro professor descaradamente e sorri:
- Bom, vai ter que ficar pra amanhã, Sr. Conner.
E ele ficou lá me olhando com aquela cara de quem comeu e não gostou. Mas eu estou pouco me lixando pra ele agora, porque eu vou atrás do Mark e pegar meu celular de volta, pra poder ter um pouco de paz na vida.
- Hey. – chamei - MARK!
Ele estava lá, parado na frente do armário, conversando com os amigos dele. Porque, sabe como é, um cara bonito NUNCA anda sozinho. Não que eu esteja reclamando! Enquanto isso, babacas como o ex da Lily ficam rodeando ele. E o ex da Lily é na verdade um loser tão loser quanto aquele cara esquisito com a camisa dos Caça-Fantasmas ali do lado. Credo.
Por falar nisso, esse cara ficou me encarando o dia todo. Eu reparei nele. Quer dizer, tem como não reparar nessa coisa feia? Eu ein. Será que tem alguma coisa verde no meu dente?
- Mark! – falei, batendo no ombro dele, passando a língua nos dentes só por precaução.
- E ai, pequeno pônei - ele sorriu o meu sorriso preferido e... Pequeno pônei?
Eu não acredito que ele leu as mensagens que o meu pai fica me enviando! Não acredito que ele me chamou de pequeno pônei! Sério, eu vou me jogar da ponte assim que recuperar meu Ted. Depois vou bloquear toda e qualquer interação do meu pai com meu telefone. Sério.
Dá pra fazer isso?
- Ah, seu cachorro! – apertei os olhos – Como você teve coragem de ficar fuçando nas minhas mensagens?
- Relaxa, pequeno pônei – ele riu e eu fechei a cara – Vem, vamos sair daqui.
Opa.
- Porque? Pra onde você está me levando? - me leva! Me leva! Sou toda sua.
- É logo ali. – ele riu. Não dá pra acreditar que o Mark está me levando pro matinho que tem atrás da quadra de basquete!
O matinho!!
- Porque você está me levando pra aí? – falei. Ele parou. Meu Deus! Será que é essa hora que ele vai tirar uma faca do bolso e me matar? Eu não quero morrer.
- Você sabe o que fazer – ele riu. Tipo?
- O que? Você não está esperando que eu te dê um beijo, está? – eu ri. Ele não deveria ME beijar? Onde foi parar o romantismo da coisa?
- Se você quer passar mais um dia longe do seu querido celular...
E foi pensando no Ted, só nele sozinho e esquecido no armário do Mark por mais um dia, que eu revirei os olhos e me aproximei dele. Juro que foi só porque eu queria o meu Ted de volta que eu fiquei lá me agarrando com o Mark. Só por isso.
Sério.
[…]
- Marlene! – disse Lily 15 minutos depois, quando eu peguei minha bandeja e coloquei ao seu lado na nossa mesa – Onde você se meteu?
- Estava pegando meu celular – falei. Depois dei uma pausa enquanto ela e a Dorcas riam feito duas idiotas enquanto eu tento abrir a minha lata de coca. Muito legal. Eu estou tremendo.
- Pegando seu celular ou o Mark? – a Lily riu. – Porque, sério, eu realmente queria saber a diferença nesse caso.
- Um pouco dos dois – sorri de lado. Foi impossível não sorrir! Mas tudo pelo Ted, claro. Imagine se eu ia deixar ele lá, com aquele cara, no escuro, sozinho... nunca!
- Temos aula do que agora? – perguntei.
- Eu tenho Cálculo Avançado, e vocês? – disse Lily.
Eu nunca na vida vou perdoar a Lily por fazer Cálculo Avançado, sério mesmo. Ela faz essa aula idiota junto com aqueles losers – incluindo o da camisa dos Caça-Fantasmas – e algumas nerds que não chegam a ser losers. Quero dizer, ela é LILY EVANS. Porque precisa fazer uma aula daquelas? Ninguém entende. O pior é que ela gosta. O que ninguém entende mais ainda.
- Não sei porque você não pode ficar na aula de matemática normal - reclamou a Dorcas – Essa somente já é ruim o bastante.
Lily revirou os olhos. Ela não gosta muito quando tocamos no assunto.
- Não vejo nenhum problema com Cálculo Avançado – a Lily terminou de beber o suco dela, tranquila. Bom, é claro que ela não vê, mas nós vemos, e muito. Quero dizer, a Lily é a garota mais legal do colégio. Então porque tem que gostar de matemática? Não é normal.
- Bom, eu tenho aula de Informática – a Dorcas olhou pro horário dela – E você, Lene?
Oh, droga! Tenho aula de sociologia. Quem merece aula de sociologia? Ninguém, é o que eu te digo. A professora fica quarenta e cinco minutos fazendo uma preleção sobre Charles Darwin e eu juro que vou me matar. E eu nem sei porquê ela tem que ficar fazendo discursos sobre ele na aula de sociologia. Não deveria ser na de biologia? Na verdade, bem vindos a Darwin High... Aimeudeus, mais um discurso sobre a teoria da adaptação e eu me afogo na privada!
Porque todo mundo só fica falando sobre esse cara?
Narrado por: Sirius Black Fazendo: Trancado no banheiro tentando tirar molho de tomate da camisa Ouvindo: O James fazer a mesma coisa no box ao lado
Eu não me importo que riam de mim. Eu não me importo que me chutem ou me façam tropeçar. Eu não me importo que as garotas me dêem foras na internet quando conversam comigo pela webcam, me deletando, me bloqueando ou o que for. Eu também não me importo realmente que joguem comida em mim quando eu passo pelo refeitório, já que, no futuro, eu vou ser chefe de todos eles. Mas, mexeu com a minha camiseta dos Caça-Fantasmas... mexeu comigo.
- Conseguiu tirar o molho do cabelo? – disse o James saindo do box, pelo que eu ouvi.
- Não acertaram no meu cabelo – falei, saindo também.
Eles todos vão ver só quando eu estiver me formando em Harvard com vinte propostas de emprego nos melhores lugares do mundo, com duas loiras siliconadas do lado e um Porsche carrera gt na garagem.
- E te acertaram aonde? – perguntou.
Foi então que o bobão olhou pra minha camisa. Eu sou a única pessoa do mundo, provavelmente, que tem essa camisa, porque eu herdei ela do meu avó. Ele ganhou na estréia do filme, e, possivelmente, foi o único que guardou, porque ela foi considerada a pior camisa de estréias de filmes, mas eu não acho, porque, além do filme ser o melhor de todos os tempos em matéria de filmes de fantasmas, a camiseta é muito sexy e estilosa.
- Uau, esse molho de tomate realmente realçou os olhos do Gasparzinho – ele riu quando eu não respondi.
- Não. É. O. Gasparzinho. – falei pausadamente. Ninguém me compreende, vou me matar.
- Vem, vamos pra aula – ele abriu a porta do banheiro.
Mas como eu vou sair assim nos corredores do colégio com metade da camisa suja de molho de tomate? Eu não sei porque os populares tem essa mania ridícula de ficar jogando comida na gente depois do almoço. Bando de trogloditas infelizes e sexualmente inativos.
- Estão praticamente atrasados, meninos! – falou a professora quando eu e o James entramos na aula de Cálculo Avançado. Como se ela fosse reclamar com a gente, ela simplesmente me adora.
E, não, eu não tenho tara pela professora de Cálculo Avançado, a Sra. Goldstein. Ela é completamente do Remus, total. E eu acho que a professora de Sociologia é bem mais… avantajada, se é que você me entende. Sentamos no nosso lugar de costume, na frente. Remus já estava com o material na mesa, enquanto os outros alunos ainda tiravam algumas coisas das mochilas. As aulas “avançadas” são as mais justas por aqui, porque nenhum débil mental do time de futebol tem capacidade mental pra entrar, e também nenhuma daquelas cheerleaders frescas que gritam no meio da sala que quebraram uma unha. Aliás, a única pessoa popular dessa sala é Lily Evans, que se senta na última cadeira mas parece tão antenada quanto o James.
Ou mais, já que quando ela está na sala, James mal consegue respirar.
- Caramba, ela está aqui de novo! – falou o James, assombrado, virando pra trás na cadeira. Ele é completamente obcecado por ela desde a quinta série, nunca superou isso.
- Ela está como todos os dias, James – Moony revirou os olhos – Você já devia estar acostumado a isso.
Ele olhou pra Lily mais uma vez – como faz todos os dias – e se virou pra olhar o que a professora colocava no quadro. A Lily é a menina mais legal da escola. Ela, a Lene (suspira) e a Dorcas. Mas não é muito legal porque, como “meninas mais legais da escola” elas fazem parte de um nível social a que eu, James e Remus – os caras mais impopulares e não-legais (?) da escola - nunca vamos poder chegar nem perto.
O que, é claro, dá um enorme sentimento de revolta, porque nós somos excluídos somente pelo fato de gostarmos de maratona Dragon Ball GT. Qual é o problema nisso? Todo mundo adora Dragon Ball GT!
- Sabe que aula temos depois dessa aqui? – cochichou o James no meu ouvido.
- Não, qual? – murmurei de volta.
- Educação Física – ele respondeu e eu gemi. Oh, não.
Não acredito que educação física é o próximo período! Simplesmente não dá pra acreditar, não rola. Aliás, a única coisa que rola por aquele ginásio são os meus óculos. Eu preferia estar em casa conversando com os donos do blog onde eu leio fanfic do Senhor dos Anéis. Eles não ligam pra minha aparência. Mas eu sou lindo, ninguém aqui sabe apreciar minha beleza como a Mandy¹.
[…]
- Não pode ter nada no mundo pior do que isso – reclamei, me enfiando no uniforme de educação física. Pelo menos hoje é apenas aquelas coisas de ficar subindo em cordas, eu odeio de verdade quando é queimada ou futebol, que todo mundo fica colocando o pé pra eu cair, ou tacando bolas na minha cabeça.
- Poderia ser pior – avaliou Remus – Poderíamos ter que fazer alongamentos ou coisas parecidas. É, poderia ser pior. Mas não vamos contar tanto assim com a sorte. Não nós sendo os três caras mais azarados de todo o colégio.
- Deixe como está… Nós vamos ser os Vampiratas e dominar os mares na nossa Ranger marinha – disse o James. Vampiratas?
- Na nossa... O quê? – perguntei. Tipo, qual o problema desse garoto? - Jay, você tomou seu medicamento direitinho hoje?
- Não, Pads, mas ouvi Justin Bibier. Dizem que é um sucesso com as meninas. I just need somebody to loooooooooooooooooooove oooh.
- Não cante, o aparelho te faz cuspir! - Moony falou com o olho arregalado. Coitado, se soubesse o efeito que isso tem com lentes de oito centímetros não faria isso nunca mais.
Às vezes eu acho que o James bateu a cabeça no berço quando era pequeno e ficou com graves sequelas, porque ele não pode ser normal, cara. Ele é muito… loser! E, tudo bem, eu também sou um loser. Mas ninguém é tão loser quando o James. Entende? Não? Ah, esquece.
- Vocês três ai! – disse o treinador, no que o James, que ainda cantava Justin Bieber, se assustou e deixou cair o pote de gel que tinha tirado da mochila – Larguem de moleza e venham logo pra quadra!
Oh, hora de começar a tortura!
Narrado por: Lily Evans Fazendo: Tentando ir pro meu quarto Ouvindo: Mamãe reclamando
Odeio quando minha mãe está em casa quando eu volto do colégio. É completamente frustrante. Tudo bem que é realmente algo raro de acontecer, mas porque ela não podia ser como o papai e simplesmente dizer: “olá, querida, como foi o seu dia?” Ele fica muito feliz me ouvindo dizer que foi bom mas que preciso fazer o dever de casa. Mas minha mãe não. Ela nunca se dá por satisfeita com uma resposta simples e direta.
- Volte aqui, mocinha! – disse. Eu só estava tentando me esgueirar pela escada depois de ter dito “oi, mãe”. Mas, é claro, não funcionou. Como eu bem sabia que não funcionaria. Mas não custava nada tentar.
- Oi, mãe – falei.
- Olá, Lily Evans – chamou pelo nome todo, pressinto problemas – Eu estou ótima, obrigada por perguntar.
Cara, minha mãe consegue ser tão dramática!
- Mãe, eu tenho dever de casa e… - tentei.
Se funciona com o papai porque não pode funcionar com ela?
- Mas o seu dever de casa certamente poderia esperar pelo menos você dizer boa noite à sua mãe, não?
Eu realmente acredito que minha mãe sofre de sérios problemas de insegurança e necessidade de reafirmação emocional. Eu só fico aqui me perguntando se o meu pai tem que ficar dizendo “eu te amo, querida” de cinco em cinco minutos. Ou talvez seja só a menopausa.
- Ok, mãe, desculpe – dei um beijo na bochecha dela – Como foi o seu dia?
Eu estava completamente louca pra ir pro meu quarto e ligar o computador ou dormir um pouco. Mas nããããão, eu preciso ficar aqui lembrando à minha mãe que ela é amada. Onde está Petúnia numa hora dessas?
- Ah, foi realmente cansativo, querida – ela alisou meus cabelos – E o seu?
- Realmente cansativo – respondi de uma maneira original. Sabe como é.
- Muito dever de casa? – fiz uma força tremenda pra não revirar os olhos.
- Muito – o que, sinceramente, nem é tão verdade assim, só tem umas questões de história e uma lista de Cálculo Avançado, eu posso fazer isso depois de entrar no msn.
- Ok, vá fazê-los então – ela sorriu – Quando o jantar estiver pronto eu mando a Jen ir te chamar.
Sério, eu não entendo minha mãe. Não seria bem mais produtivo ela me responder “oi, filha” do que fazer toda essa cena de “eu preciso de amor, me amem!”. Minha mãe tem problemas.
Meu celular tocou assim que eu entrei no quarto.
- Oi Lenezitcha do meu coração – falei, finalmente me jogando na cama depois de ligar meu computador.
- Lily! Você não sabe como é bom ter o Ted aqui de volta!.
Sim, o celular da Lene realmente se chama Ted, não é de brincadeira. Às vezes eu acho que ela é meio loser.
- E ai, ficaram de novo depois do intervalo? – perguntei.
- Credo, Lily, que imagem você faz de mim?
- A de alguém que fica se agarrando no matinho atrás da quadra com Mark Hale – eu ri – Me conte... Qual o babado, bitch?
- Idiota!! Não conto nada!!
- Abre logo essa matraca! – Olha só... o Amos está online no msn.
- Ok, então pára de falar do matinho - ela riu - Te liguei porque estou completamente entediada aqui. Vamos sair?
- Lene, eu acabei de chegar do colégio. E você também! – falei – Além do mais, temos dever de casa!
- É, eu sei. Mas não quero ficar em casa. E que se dane o dever de casa!
Ora, mas que absurdo!
- Porque?
- Porque daqui a pouco minha mãe vai chegar e eu vou ter quatrocentas mil coisas pra fazer.
- Sua mãe nunca te manda fazer quatrocentas mil coisas, Lene – revirei os olhos.
- É, eu sei, mas hoje ela vai mandar… - falou toda misteriosa - Você sabe… semana de provas.
E eu reclamando que minha mãe se sente carente! Se tivesse que corrigir um monte de provas de guris melequentos, me jogaria da ponte. A mãe da Lene adora pedir que ela corrija provas pra adiantar o trabalho.
- Aaaaah Lene, não to a fim de sair não – eu sei, sou uma péssima amiga – Mas vem aqui pra casa.
Resolvemos dois problemas com uma equação só. Eu vou parar de ser nerd, juro. Um dia. Quando eu for dona do Google.
- Aaaaaaaah, jura? *-* to indo pra ai agorinha. - tu tu tu. A Lene tem essa mania insuportável de desligar o telefone na cara das pessoa.
AAAAAAAAAU UMA JANELINHA!
Dorcas - whoaa! - says: @:
Lily E. - and if you listen to me: I miss you - says: Olá... Qual o seu problema?
Dorcas - whoaa! - says: Amanhã tem jogo.
Lily E. - and if you listen to me: I miss you - says: E desde quando isso é um problema pra você? Achei que você adorasse ficar lá agitando aqueles pompons durante os jogos, enquanto as pessoas normais comem os maiores cachorros-quentes do mundo.
Delícia! Que fome.
Dorcas - whoaa! - says: Eu sei disso, e realmente adoro! Mas eu ia sair com um cara amanhã.
Lily E. - and if you listen to me: I miss you - says: Sua traíra! E nem pra me contar!
Dorcas - whoaa! - says: Deixe de drama, Lily. Eu só ia dar uma volta com ele, mal tinha acabado de marcar quando o aviso do jogo de amanhã foi lançado. Esse colégio é uma bosta! Cadê o grêmio estudantil nessas horas? Hã?
Lily E. - and if you listen to me: I miss you - says: O que o grêmio estudantil tem a ver com os avisos dos jogos? Você é uma líder de torcida! Deveria saber disso!
Dorcas - whoaa! - says: Acontece que os avisos ficam por conta do grêmio, eles que veiculam pela escola. Não é? E eu tinha me esquecido disso... e provavelmente o Gid também.
Lily E. - and if you listen to me: I miss you - says: VOCÊ IA SAIR COM GIDEÃO PREWET? SUA EXIBIDA! hahahahaha
Dorcas - whoaa! - says: Ia. Mas ele, como também é jogador do time, deveria saber. Mas esqueceu. Foi quando estávamos marcando que passamos pelo aviso. Btw, esse seu sub não está meio... Matt?
Lily E. - and if you listen to me: I miss you - says: DEUS ME LIVRE E GUARDE!
- Lily! – a Jen me chamou lá de baixo – A Marlene está aqui.
Nossa, quase me esqueci que a Lene estava vindo pra cá!
- Ok, Jen, fala pra ela subir.
E, a próxima coisa que eu senti foi um vulto pulando em cima de mim e me jogando da cadeira.
- Oi, Lene – falei entediada. Essa cena também não é nenhuma novidade.
- OI AMIGA!
- Pode sair de cima de mim agora?
- Eu estava com saudades – ela falou me cutucando. A Lene é muito chata. Muito, muito, muito chata.
- Você me viu tem meia hora – revirei os olhos me levantando.
- Mas deu saudade, posso?
Tan dan. Tam dan. Tam dan. Tam dan. Te odeio, msn.
- Falando com quem? – a Lene perguntou.
- Com a Dorcas.
Ok, agora nós estamos fofocando alegremente sobre a Dorcas que ia sair com o Gid, então você não vai querer ficar aqui, certo?
Mas, vou te dizer uma coisa, eu estou me sentindo muito encalhada no momento. Alguma coisa tem que me acontecer. Alguma coisa tem mesmo que mudar pra mim, porque eu não posso ficar com a sombra do Matt no meu caminho.
Fato.
Narrado por: Remus Lupin Fazendo: Estrangulando o Prongs enquanto sinto um ódio profundo e absoluto Ouvindo: Ele berrar
Eu. Vou. Matar. James. Potter. Lenta. Lenta e muito, muito dolorosamente. Porque aquele idiota definitivamente merece uma morte assim. Ele simplesmente, SIMPLESMENTE, veio na minha casa, ligou meu computador, ficou mexendo nas minhas pastas e deletou - DELETOU COMPLETAMENTE - o meu The Sims. Você tem alguma ideia do que é isso? EU PERDI TUDO! Minhas famílias, minhas casas, tudo!!! Morreram todos! Eu estou completamente em pânico. Quero dizer, pra uma pessoa que tem a vida social de uma lagarta, The Sims era a única coisa que eu fazia quando não tinha mais dever de casa. Eu levei meses pra deixar meu jogo perfeitinho e do jeito que eu queria. Aí vem a droga do James e deleta meu jogo. Eu vou esganar esse idiota.
- Remus! – arquejou ele – Foi… foi um acidente!
- E eu lá quero saber de acidentes? Quero saber das suas tripas saindo pelos seus olhos! – falei com a voz esganiçada, mas soltei ele. Quero dizer, meu braço estava doendo! – Eu vou matar você, Prongs.
Ele riu. Desgraçado.
- Relaxa. Você pode baixar de novo, e é sempre bom começar tudo do zero – ele riu, ainda mexendo no meu computador. Isso é porque, há um minuto atrás, ele me suplicava pela vida dizendo que era um acidente.
- Delete mais alguma coisa aí e você vai se arrepender de ter nascido – avisei. Eu vou arrancar página por página daquele livrinho ridículo que ele deixa na cabeceira, o Vampiratas². Ele vai morrer de ódio, mas eu não estou nem ligando. - Afinal, o que você veio fazer aqui, Jay? – perguntei.
Não que eu tenha me recuperado pela minha perda. Na verdade, eu ainda estou arquitetando uma maneira cruel e desalmada de vingança. Talvez algo que envolva Lily Evans.
E molho de tomate.
- Não tinha nada pra fazer em casa, eu fiz meus deveres no período livre de hoje de manhã – coçou o queixo – E o Sirius estava ainda respondendo o questionário de história… então vim te ver.
Ok, ele fala isso como se fosse a maior alegria do mundo.
- Então. Me viu E estragou minha vida. Agora pode ir embora. – falei.
- Bah, deixa de ser dramático – ele riu – Hey, quem de interessante tem online no seu msn? Eu ri.
- Bom, se você tiver deixado o msn ligado em casa… suponho que uma. Ou duas, se Sirius tiver também – ele riu da resposta. Não posso fazer nada, amigo, se eu não sou uma dessas pessoas que tem 600 contatos na lista de amigos. Eu só tenho dois. Três, se você contar comigo, que me adicionei (n/a: é, eu fiz isso também n/b: eeeerm...cof cof...eu também...cof cof). E mais dois ou três que fazem Cálculo Avançado comigo.
Fazer o quê? Vida badalada, sabe como é.
- Não, não deixei o msn aberto em casa – ele falou olhando pra tela – E nem o Sirius está online. Só uma guria aqui, mas o nick dela é tão cheio de presepada que eu não consigo ler.
E, realmente, ele estava franzindo a testa a dois centímetros da tela.
- Você não vai entender – falei – Nem ela entende, aposto.
Olhei pela janela. Eu moro realmente num lugar impróprio. Quero dizer. James mora ao meu lado. Na frente do James mora Lily Evans (sim, Lily Evans) e ao lado dela mora Marlene McKinnon, que eu vi tem pouco tempo indo pra casa da Lily Evans. E, dentre todo mundo no colégio que mataria para ser vizinho de Lily Evans e Marlene McKinnon, quem acabou nesse posto fui eu, Remus Lupin, loser, nerd e cdf, ruim nos esportes, que adora química, que não passeia com o cachorro e nem sai com 25 meninas por semana. Mas pelo menos eu não sou como o James, que espera um “bom dia” da Lily todo dia quando sai de casa. Mas acho que ele esquece que, na maioria das vezes, ela vai pra escola com as amigas, rindo da vida alegre dela, então nunca vê o James, que é obrigado a voltar pra dentro e esperar a mãe terminar o café e dar carona pra ele. E, geralmente, pra mim. Ainda bem que eu não sou assim. Meu mundo não depende de Dorcas Meadowes sorrir pra mim no corredor.
Narrado por: James Potter Fazendo: Pegando os livros no armário Ouvindo: O sinal pra aula de geometria avançada bater
Quê? Você não sabia? Bom, vou te contar: eu também estou em Geometria Avançada. E essa matéria é realmente complicada, porque não exige as bobagens que pedem em geometria normal. Aliás, o Sirius entrou por muito pouco nessa aula. Por muito pouco mesmo.
- Pára de se gabar por isso, James – era o que ele dizia.
Mas, já que eu sou da classe dos esculachados e humilhados da escola, posso ficar me vangloriando da minha inteligência à vontade. Porque, ao contrário de muitos caras aqui, eu sei a diferença entre camelos e dromedários.
- Jay, porque você não pode simplesmente calar a boca um pouco? – reclamou Sirius, quando eu entoava pela décima vez naquele dia o meu discurso de: “Olha-Eu-Sei-Que-Você-É-Ruim-Em-Geometria-Avançada-Mas-Posso-Te-Ajudar”.
- Tudo bem, desculpe – murmurei a caminho da sala – É inevitável.
A gente não pega essa aula com o Remus. O que é raro, porque as nossas aulas quase sempre coincidem. Agora ele tá em literatura. E, sinceramente, eu não o invejo. Porque o professor passa incontáveis minutos da sua aula falando sobre o livro que ele acabou de lançar. É um saco. Um completo saco.
- Só espero que essa múmia velha…
- E você já ouviu falar em múmia nova? - interrompi.
- ...Não passe muita coisa – ele continuou falando como se eu não tivesse dito nada – Não depois da aula de inglês. Você tem noção do que é ter que escrever nossa própria gramática sobre os temas que ela deu?
É. Era ligeiramente assustador. Mas eu gosto de inglês. Faço isso de olhos fechados.
- Eu gosto de inglês – falei o que tinha pensado. Talvez isso seja um pouco redundante – Nem vai ser tão ruim assim, sabe.
- É, sei… - reclamou, se largando na cadeira.
Não sei porque o Sirius reclama tanto. Ele não tem absolutamente nada pra fazer em casa, então todo o dever que puder fazer lá devia ser bem vindo. Ah, tudo bem, ele queria ficar naquela porcaria de site pornô fajuto. Tudo bem, eu esqueci desse detalhe.
E olha só quem está ali atrás: Lily Evans. Uma das razões pra eu amar as minhas matérias avançadas é que ela sempre está nelas também. Porque, ao contrário de muitas dessas meninas populares, a Lily tem cérebro. Cérebro e corpo. E muito corpo. Não que, sabe, eu ainda nutra alguma paixão obsessiva por ela, como eu tinha na quinta série. Totalmente impossível! Até mesmo porque, haha, até parece que Lily Evans um dia olharia pra mim!
- James? – disse minha mãe. Ugh, porque ela tinha que estar em casa de novo?
Não, eu não vou ficar contando como foi o meu dia de aula. Você sabe, eu tive aulas e aulas são para prestar atenção e não ficar fazendo narrações.
- Oi, mãe – respondi.
- O Remus te ligou, querido – ela disse. É, ótimo. Ele mora do lado da minha casa, estuda comigo e a primeira coisa que faz quando chega em casa é ligar pra mim. Realmente ótimo.
- O que ele queria?
- Pediu pra você entrar no msn.
- Obrigado, mãe – subi as escadas.
Eu não sei qual é o problema do Remus. Ele sabe que eu vou ligar o computador pra ver, como todos os dias, se atualizaram meu blog preferido de ficção científica. Então pra que fica me ligando? Eu odeio falar no telefone. Deixa minha voz... esquisita.
Ou talvez seja o aparelho.
James P. - says: Que é que você quer comigo?
Remus Moony - says: Oi pra você também.
Acho que ele já me perdoou pela coisa do jogo, sabe.
James P. - says: Sério, só você mesmo pra me ligar cinco minutos depois da escola.
Remus Moony - says: Eu estava entediado, não pode?
James P. - says: Me ligar? Não! Ligue para prostitutas e seja feliz.
Remus Moony - says: Vou colocar o Sirius na conversa, ele pelo menos me entende.
James P. - says: Sirius não entende nada, nunca. Mas seja feliz...
[email protected] está na conversa
James P. - - says: Sirius? O que é isso? O_O
[email protected] - says: O que? O_O
Remus Moony - says: HAHAHAHAHAHAHAHHAHA
James P. - says: Muda esse nome! Que coisa ridícula!
[email protected] - says: Qual o seu problema? Eu gosto dele ok.
James P. - says: Seu esquisito!
Remus Moony - says: Isso nem mesmo É um nome. É um e-mail.
[email protected] - says: O nick do Remus é idiota. O meu é legal.
Remus Moony - says: Seu e-mail, você quer dizer...
[email protected] - says: E dai? Eu gosto do meu e-mail, pode ser?
Bom, o que mais se pode esperar de Sirius Black?
**
n/a: Aah, eu curti essse capítulo. Sirius seduz todo mundo. Bom, me seduziu pelo menos. Hahahahaha.
¹ - Mandy, o htinho100sual é para sempre seu <3
² - Gente, eu não tenho nada contra o Vampiratas. Nunca nem mesmo li. Só acho nome curioso e engraçado, pro isso resolvi usar.
Beijos, Deb.
n/b: aí pessoal, se tiver algum erro, desculpem. Mas e aí? O que acharam do capítulo? Eu sempre dou risada com o SS (Sirius Sensual) e seu e-mail UHAUAHUAHUAHUAHAUHAUHAUHAUHAUHA. Esperamos comentários! <3
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