Two
-Lily, achei seu sapato! – Oh, graças á Merlin! Amos trouxe minha sandália dourada e eu coloquei-as rapidamente. Pra variar, acabamos nos distraindo no chuveiro e... Hun... Bem, agora agente ta bem na correria pra conseguir se arrumar a tempo. Devem faltar uns 40 minutos e eu nem coloquei maquiagem ainda.
Ok, no final agente conseguiu se arrumar a tempo. Chegamos no salão chique da empresa, todo decorado em creme e vermelho com dourado, até achei estranho, mas aí lembrei que o Potter e os outros eram grifinórios também ;D Digo, na escola.
Pois é. Eu estava com um vestido verde bem escuro de seda comprido, com uns paetês discretos. Cumprimentamos todo mundo. Tipo, eu acho desnecessário dizer que Amos estava de terno preto e tals. Um gato, mas é meu, por isso você não precisa saber ;*
Logo começou um showzinho num pequeno palco na frente das mesas e tals. E então, como o previsto, começou aquele sorteio idiota que a secretária do Potter tava fazendo. Tipo, eu gelei. Mas logo relaxei, tipo. Deve acontecer como Amos está prevendo. Ele é ótimo planejando e testando reações e tals. As probabilidades devem estar mesmo do nosso lado.
Eu acho que foi a secretária do Potter que subiu no palco. Sorri. Era uma senhora! Muito fofa por sinal. Vestia um conjuntinho saia-terno bordô, bem escuro, que combinava certinho com os cabelos meio grisalhos dela, dava um toque... Diferente. Ela sorriu com os olhinhos azuis brilhando e pegou um microfone, sorrindo matreira.
-Senhoras e senhores, como devem saber, hoje acontecerá o sorteio para as “cobaias” de um experimento que é um projeto meu e de minha amiga, que estamos nesta empresa desde que ela começou. Serão selecionados, dentre todos os convidados desta noite, aleatoriamente, vinte casais para irem passar duas semanas nos principais hotéis da companhia M&M’s Inc. e avaliarem seu atendimento, conforto, aposentos, e tudo mais. – A senhora falou e eu senti uma pontada. Olhei para trás e vi o Potter não sentado, mas apoiado em um pilar logo atrás da minha mesa, olhando para a senhora.
-Agora eu quero agradecer ao Sr. Potter, que me permitiu realizar este projeto esta noite – Um foco de luz passou por mim e ficou em cima do Potter, que corou um pouco e acenou sorrindo para que tirassem a luz de cima dele. Mas a velhinha parecia determinada, e fez sinal para que ele fosse ao palco.
Quando ele chegou lá abraçou ela e tirou-a do chão. Ela o tratava como um filho, pelo que parece.
-Bom, minha madrinha disse tudo – Certo, ta explicado. – O que vai acontecer. E eu quero ressaltar que essas duas aí, minha madrinha e a amiga, são umas doidas. Elas fizeram um zilhão de feitiços em cima dessa caixa com os nomes, então não briguem comigo se acabarem indo dois homens pra um quarto com uma cama de casal. Muito obrigado – Ele disse e todo mundo riu.
-Certo, hora de escolher os casais, caixinha! – Ela acenou vigorosamente com a varinha em cima da caixa de madeira toda trabalhada. A caixa se abriu e então dois papéis, em meio a um bando que voava e se embaralhava, pararam na mão da velhinha.
Ela sorriu maliciosa e aproximou o microfone da boca:
-Joyce McHallis e Eric Trent – Ela anunciou e uma moça com cabelos cor de cobre se entreolhou com um homem moreno, meio entediado. Mas a senhora no palco não parou por aí:
-John Webster e Linda Jones – Ela anunciou e um casal se beijou numa mesa ao canto. Certo, eles são noivos, então...
-Lílian Evans e Tiago Potter – O salão inteiro riu e aplaudiu, como nos outros casais. Mas eu não escutei nada.
O Potter me olhou e Amos segurou o meu braço possessivamente. Céus, dentro de mim parece que o mundo vai ruir em pedacinhos. Mas não tem como fugir, seria deseducado. Além do mais, faria a maior vergonha para os amigos de Amos.
Ainda sentada me senti ser puxada pelo umbigo e logo me vi na porta da minha casa. Ele abriu a porta e me jogou para dentro, sentando-se comigo no sofá, nervoso.Logo Amos se levantou rapidamente, e pela primeira vez vi a face dele contorcida de fúria. Ele se levantou rapidamente e entendi que ele tinha nos aparatado ali.
-Lílian, você não vai. NÃO VAI PARA UM HOTEL SOZINHA COM AQUELE ORDINÁRIO! – A voz dele era só cólera, enquanto berrava e jogava um porta retrato meu de vidro no chão, estilhaçando-o. Engoli um soluço de susto com aquele ataque de raiva e observei bem a cara de Amos.
O que era aquilo agora?
-Amos, por favor, seja razoável...
-RAZOÁVEL UMA OVA! VOCÊ NÃO VAI PARA UM HOTEL COM AQUELE ORDINÁRIO DE UMA FIGA! NÃO VAI! – Ele avançou contra mim e eu me encolhi, me protegendo com os braços. Mas nada disso foi preciso, pois a porta da minha casa abriu com um estrondo, e o corpo de Amos, que já estava sobre o meu, quase me batendo, foi afastado.
Quando consegui abrir os olhos era Remo que havia tirado Amos de cima de mim, e agora o estuporava facilmente. Então ele desviou a atenção para mim e primeiro me avaliou para ver se não haviam estragos, e depois me abraçou, no que eu soltei um soluço alto.
-Vai ficar tudo bem, Lily, calma... – Ele acariciava meu cabelo, mas, se eu pudesse falar, diria-lhe que não. Que não aceitava aquilo, que não acreditava que meu noivo quase me agredira dentro da minha própria casa. Mas só o que eu consegui balbuciar foi:
-C-como...?
-Eu vim para cá logo depois que aparataram. Quando notei que não estavam mais na mesa, presumi que Amos a traria ou para cá ou para a casa dele. Que bom que eu chutei certo o lugar, senão nem imagino o que poderia ter acontecido com você – Ele continuava me abraçando, e balançou a cabeça para afastar aquele pensamento.
-L-leva ele pra casa? – Eu pedi quando ele me soltou, então Remo olhou com desprezo para o chão.
-Eu o colocaria em Azkaban. Mas se insiste... – Ele se ajoelhou perto do corpo de Amos.
-E-ele já tinha bebido bastante... E estava com ciúmes, claro, isso é normal – Tentei convencer Remo, tentei me convencer. Mas ele não parecia tão convicto quanto eu.
-Se você diz... – Então ele desapareceu, e eu caí no chão, as lágrimas descendo pelos olhos. Com algum esforço consegui trancar a porta de casa, mas não saí dali. Escorreguei até o chão e fiquei chorando ali até adormecer.
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-Lily! Lily acorda por favor! – Uma voz me chamou batendo insistentemente na porta.
Merda, quem será á essa hora?
Esfreguei os olhos e me levantei do chão. Sério, eu devo estar com a cara mais amassada que a da noiva do Farankstein.
Em todo caso, abri a porta. Era Amos, em um terno bege, ajoelhado na minha porta com um buquê de flores.
-Me perdoa? Eu não acredito, não consigo acreditar no que eu fiz ontem. Foi selvagem, desumano. Já tinha bebido de mais e fiquei cego pelo ciúme, mas mesmo assim isso não é desculpa. – Ele disse parecendo inconsolável. Os cabelos dele estavam bagunçados, pelo jeito ele andou para lá e para cá procurando uma floricultura para comprar essas flores. E ainda por cima ele está com olheiras, ou seja, ele não dormiu bem.
-Claro que eu te perdôo – Eu disse. Ele se levantou feliz da vida e me deu um daqueles beijos que diz “eu te amo” em todas as línguas. E nas nossas.
Você se pergunta, como assim, você perdoou ele? Ele é um canalha, quase te bateu!
Claro que é. Eu sei disso. Mas foi um momento de descontrole. Eu o amo, e quem ama perdoa sim. E, além de tudo, isso não vai acontecer mais, porque o meu noivo é perfeito, invejosinha :3
-Então eu posso ir? Para não dar vexame, se alguém na sua empresa souber disso, você está ferrado Amos – Eu disse preocupada. Sério. Vai dar merda se eu não for, ele vai ser taxado de ciumento possessivo e outras coisas mais, e vai ser péssimo para a carreira.
Ele fez cara de triste, mas assentiu.
-Certo. Mas eu vou ficar duas semanas sem ver você? – Ele perguntou brincalhão e manhoso, enquanto me puxava para perto pela cintura novamente.
-É necessário – Ele sorriu e me beijou de novo.
-Okay, te pego então pra te levar pro aeroporto, ta? – Ele disse e me beijou no rosto – AH! Esqueci de te contar. Hoje na empresa me disseram que eu fui sorteado também, logo depois de você. – Ele fez carinha de triste – Eu vou com a secretária de alguém aí. Me disseram que ela é velhinha, coitada. Eu espero não ter que achar a dentadura dela – Ele gracejou e eu ri. Então nos despedimos e eu fechei a porta.
Tomei um banho calmamente e me arrumei com um vestido leve. Havia uma passagem na minha cabeceira, que mostrava uma praia paradisíaca. Olhei o horário do vôo e passei a arrumar minhas malas calmamente.
Afinal, aquelas seriam longas duas semanas...
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