One
♥ Corinne Bailey Rae - Till It Happens To You
”Went to the old flat
Guess I was trying to turn the clock back
How come that nothing feels the same now, when I’m with you?
We used to stay up all night in the kitchen
When our love was new
Oh, love I’m a fool to believe in you
‘Cause I don’t know, no I don’t know
Anymore...”
”Eu fui ao velho apartamento
Acho que estava tentando voltar no tempo
Como que nada parece igual quando estou com você?
Costumávamos ficar acordados a noite toda na cozinha
Quando nosso amor era novo
Oh, amor, sou uma tola por acreditar em você
Porque eu não sei, não, eu não sei
Não mais”
‘Til It Happends To You – Corinne Bailey Rae
-Lílian, fique quieta e relaxe, senão a costureira vai acabar te furando com um alfinete! – Marlene disse me colocando no lugar de novo, mas eu não conseguia ficar parada. Porque tipo, se ela não percebeu, eu to nervosa.
Claro, quem não estaria? Estou á cinco meses e meio de me casar. E essa é a primeira prova do vestido. Ainda assim eu to bem nervosa, sabe como é. Tipo, quero acertar o tecido, o sapato, a maquiagem, as jóias, ainda por cima tenho que ver o salão HOJE e almoçar com Dorcas e Alice, porque Emmeline está fora do país por alguns dias, mas logo volta e vem almoçar com agente. Talvez ela aparate aqui, mas nunca se sabe.
Dorcas é escritora. Seu novo Best-seller está dentre os onze mais há quatro meses e meio. Emmeline se tornou modelo fotográfica, viaja o mundo fazendo photoshoots por aí com artistas e modelos famosos. Alice casou-se com Frank e é decoradora de interiores de casas e escritórios. Já Marlene está comigo, ambas somos advogadas no mundo trouxa e no mundo bruxo, e repartirmos uma firma que ganhamos do nosso antigo chefe, como co-diretoras do império que ele construiu, sem deixar herdeiros.
A Marlene anda de namorado em namorado desde que saímos de Hogwarts. Já eu, bem, comecei a namorar com Amos Diggory na faculdade, e agora estamos noivos. E eu estou em cima de um daqueles banquinhos brancos, numa sala em um tom de creme, com uma costureira enfiando alfinetes no tecido finíssimo do vestido, enquanto eu me analiso no monte de espelhos que está na minha frente, e Marlene me manda ficar quieta pra ela fazer seu trabalho.
-Tá, Lene, mas você não acha que aquele outro modelo não estava melhor? – Perguntei fuçando as araras de vestidos com os olhos, e ela revirou os olhos azuis.
-Claro que não Lily, esse ta ótimo, pára de se mexer e deixa a costureira trabalhar! – Ela disse em tom de “filha, se comporta!” e eu fiquei quieta.
Porque tipo, eu to tão nervosa, tão ansiosa, com tanto medo de algo sair errado, que eu já mudei o modelo do vestido umas quinze vezes. Claro, quem paga o tecido sou eu, mas mesmo assim, é domaw.
._.
Noiva em crise, por favor, relevem.
-Pronto, ta feito. Agora você só volta aqui pra mais quatro provas, a próxima será daqui a três semanas. Boa tarde para as senhoritas! – A costureira com cara de vovó fofinha saiu sorrindo, apanhando os alfinetes dela e me deixando sozinha com a Lene pra tirar o vestido.
Lene fechou as cortinas e eu deslizei o zíper pra baixo com magia, me livrando daquele monte de pano branco-perolado que daqui á algumas pérolas, brilhos e fitas brilhantes iria ser meu vestido de casamento. Olhei pra Lene, que me encarava apoiada na parede pelas costas, de braços cruzados. Notei que os olhos dela iam num ponto fixo em mim, um pouquinho abaixo do meu pescoço.
Certo, acho que já sei o que ela vai falar.
-Quanto tempo faz que você não fala com ele mesmo? – Ela perguntou e eu segurei o colarzinho em forma de coração num impulso, como se quisesse ter certeza de que tava mesmo ali.
E tava ._. Seilá, me sinto protegida com essa paradinha no meu pescoço. Mesmo que ele não venha me salvar. Mesmo que ele tenha tirado o colar há vários anos.
-Não sei, Lene. Mas faz muito tempo – Suspirei, sacudindo a cabeça. – Não quero mais falar sobre isso. Vamos almoçar? – Perguntei tirando o vestido pelas pernas e vestindo o meu próprio, branco de tecido leve com umas flores vermelhas estampadas.
-Vamos – Ela me olhou desconfiada. Certo, odeio a Marlene desconfiada. Ela começa a fazer perguntas constrangedoras no restaurante. Claro, na frente das meninas não tem problema, mas não é pra todo o funcionário saber e ir direto para a cozinha fuxicar com os cheff’s pra eles acabarem colocando pimenta demais na minha comida.
É péssimo ._.
E quer saber? Não deu outra.
-Hey, Lily! Por que não conta de novo sobre a última vez que você falou com o Tiago? – Ela arqueou uma sobrancelha e eu fiquei vermelha.
Céus, á simples menção do nome dele eu ainda ajo como uma adolescente. Isso é um pesadelo.
-Lene, stop. Já. Vocês todas sabem que eu to NOIVA, então PAREM de imaginar que eu vou acabar casando com Tiago Potter e tendo filhinhos lindos dos quais vocês seriam as madrinhas. – Bebi um pouco do vinho branco – Acabou, é sério. Agora eu estou com Amos, o amo muito e nós vamos nos casar daqui há cinco meses e meio. Já está tudo marcado e nós vamos ser muito felizes sem nenhuma agitação, acordar todo o dia, dar beijos no rosto e construir um sentimento mais sólido com os dias.
-Mas você queria, não queria? – Emmeline disse e eu suspirei. Essa história de novo não, por favor... – Queria aquele frio na barriga, se sentir no céu com apenas um beijo, as surpresas que ele te traria... – Oh my gosh, to perdida – Você sente falta do Tiago, não sente?
P°##@ por que elas não podem me deixar em paz na minha vidinha perfeita?
-Porque ela não ta perfeita, Lil’s – Ops, acho que eu verbalizei meus pensamentos – Agente sabe. Agente sente isso, não ta tudo certo com você. Seus olhos não tem aquele brilho do apaixonamento – Alice insistiu e eu suspirei fundo, apertando o guardanapo na mão.
-Gente, parem, okay? Minha vida ta perfeita, eu tenho o casamento perfeito, o noivo perfeito, o vestido perfeito, o emprego perfeito, as amigas perfeitas. Não preciso de mais nada. Frio na barriga, olhos brilhando, isso é coisa de adolescente. Sou uma mulher madura e não preciso mais do que um homem confiável que me dê carinho, é só o que eu quero no momento – Eu disse decidida e bebi mais vinho, comendo mais um pouco do meu salmão.
-Você quer um casamento á moda antiga? Sem amor, acabando por ficar pensando a vida inteira como seria ter casado com outro? – Lene insistiu, e eu revirei os olhos.
-Desculpem – Eu disse quando meu celular começou a tocar. Deve ser minha mãe ou Amos, só eles sabem usar aparelhos trouxas direito.
Me levantei da mesa e saí do restaurante para atender o telefone.
-Alo? – Eu disse e ouvi um suspiro aliviado.
-Nossa Lily, que bom que você está bem. Tive um pressentimento estranho hoje – Sim, é minha mãe. Ela é tão fofa *.*
-Mas não aconteceu nada, mãe. Pode ficar descan... – Foi aí que eu vi. E eu quase deixei o celular cair no chão, mas o segurei a tempo, algum canto da minha mente registrando vagamente os “alo? Filha, fala comigo, não me deixa preocupada” que a minha mãe dizia ao celular.
Na rua do restaurante, vinham cinco homens de terno e gravata, com as mãos nos bolsos, falando alto e rindo. E, adivinhem? Sim, eu conheço eles >.<
Tiago Potter, Sirius Black, Remo Lupin, Edgar Bones e Frank Longbottom.
Entrei no restaurante correndo.
-Alice! – Eu a chamei e ela riu – Por que não me contou? – Ela deu mais uma risadinha e cruzou os braços.
-Você não perguntou... – Ela deu de língua e sorriu.
-Contou o que? Do que vocês estão falando? – A cara da Lene é tipo O_o°
-Eles estão na cidade. E pelo que eu sei, eu os convidei para almoçarmos com agente hoje – A malina disse.
Okay, é oficial. Eu odeio Alice Longbottom.
E como odeio ¬¬°
-Mas o que diabos...? – A frase da Lene ficou pela metade, solta no ar, assim que eles entraram no lugar, rindo. Tiago vestia um terno de cor tipo bege, o Sirius um preto, Remo um marrom, Edgar (que é um amigo deles, vi no jornal isso) um azul bem escuro e Frank um preto também.
Frank logo viu a Alice e foi ao encontro dela, beijando-a levemente e indicando a mesa que ela {NÓS} estava{MOS}. Foi aí que o sorriso do Tiago se apagou.
-Sentem-se meninos, nossa, quanto tempo! – Alice beijou cada um deles no rosto. Eu sei que ela deve conviver com eles constantemente, já que é casada com o Frank e eles são amigos. Mas convidar eles pra cá foi sacanagem dela, de certeza.
Dorcas foi cumprimentada por eles com abraços e Lene com beijos no rosto (Só Tiago que a ergueu do chão e girou-a, fazendo-a rir. Claro, eles são quase irmãos).
Remo, Sirius e Frank me deram abraços bem apertados, e Edgar, que eu não conheço muito bem, beijou minha mão.
Nisso foi a vez de Tiago. Ele olhou bem pra mim, e depois o olhar dele desceu um pouco. Eu sabia que ele tava olhando pro colar. Eu senti isso. Como sempre.
Então ele pegou a minha mão. Achei que ele ia beijá-la, sabe. Normal, como um bom galanteador desconhecido faria. Mas não. Ele me puxou e me fez levantar, e por um momento eu perdi a voz. Deu uns passos pra trás, ficando mais longe do povo. Meldels. Ele me abraçou forte, com uma mão na cintura e outra na nuca, afundando o rosto no meu ombro.
-Senti saudades – Ele sussurrou. E estranhou quando eu não me arrepiei.
-Sabe que eu não? – Eu respondi - Você só olha pro que você quer mesmo, né? – Eu perguntei e ele me soltou, mas permanecendo próximo. Fez cara de confuso.
-Hun? – Então eu levantei um pouco minha mão, e ele viu o anel. Um solitário lindo num anel prateado, no dedo anelar da mão direita. E, sabe, isso significa compromisso, apesar de eu achar que ele não sabe o que é isso.
Ele ficou pálido, e a boca dele de repente ficou seca. Ele tem que sentir que não pode mais chegar me abraçando. Tipo assim, sou noiva agora. E não sou noiva dele. (HH’)
-Caham caham – Sim, isso foi uma tentativa de tossidinha forçada por parte do Sirius, que viu que agente tava com... Problemas. Então ele se afastou de mim corou, fitando o chão, passando as mãos naquele maldito cabelo assanhado.
Nos sentamos então para comer. Já tínhamos comido a entrada, já que não sabíamos que eles viriam, mas ainda assim eles não ligaram, foram direto para o prato principal. Comida vai, vinho vem, sobremesa fica e já estávamos com as novidades em dia, rindo e conversando como nas tardes de Hogwarts logo após eu começar a namorar o Potter. O sétimo ano foi bem legal até, mas aí teve a formatura e agente se brigou, nem sei porque. Acho que foi algo bem idiota, sabe.
Foi aí que agente se separou. Cada um fez uma faculdade diferente, eu e as meninas mantemos contato e, pelo jeito, eles também mantiveram. Alice e Frank se casaram porque começaram a namorar na mesma época que eu com Amos, eles mantiveram contato também. E casaram! ;D e eu fui dama de honra ;DD
Bom, em todo caso. Agente conversou, conversou e conversou até que Sirius olhou no relógio e suspirou.
-Tá na hora da minha reunião, gente. Vo vazar – Ele se levantou e deu um tchau pra todo mundo, daí a Lene olhou também.
-Pra onde que ‘cê vai? – Ela perguntou se levantando, e ele arqueou uma sobrancelha.
-Eu vou pro Two Towers, porquê? – Ele perguntou e ela suspirou.
-Me dá carona? To atrasada pro meu encontro com o dono da Lawers Inc. – Ela disse e eu vi um sorriso malicioso sombrear a falsa cordialidade dele.
-Mas eu vou de moto – Lene engoliu em seco. Ela não podia se atrasar, mas o dono da Lawers Inc. é trouxa, não teria como ir aparatando ou algo do gênero.
-Okay, tudo bem – Ela disse e eu me entreolhei com as meninas. Nossas expressões não se modificaram, mas nossos olhos diziam tudo.
A Lene ta perdida.
Os dois saíram e eu vi a moto do Sirius aparecer do nada. Acho que só agente, bruxos, que pode ver isso. Os trouxas podem ver a moto, mas não notam que ela não tava ali á dois segundos atrás.
Eu ri. Por dentro, claro. Mas eu gargalhei. Vai voltar tudo como antes entre os dois, de certeza. Ela nunca esqueceu ele e fica pulando de namorado em namorado por causa disso. Eu sempre soube. E acho que as meninas também, porque os olhos delas dizem que tão rindo junto comigo.
-E aí? Quanto tempo vocês apostam que eles ficam juntos? – Remo começou sorrindo, jogando uma moeda pra cima com um sorriso malicioso. Merlim, me segure *.* Sécsy Remmie, não?
-Eu acho que eles ficam juntos até o casamento da Lily! – A Lice disse e o sorriso do traste sumiu de novo. Mas daí ele sorriu de novo.
-Que nada. Não dou dois meses – Edgar disse rindo e eu ri também.
-Um mês e meio pra eles se irem para a cama – Eu falei colocando três galeões em cima da mesa, enquanto o povo fazia “uuuh” rindo. Tipo, como se fizesse falta pra mim agora >.<’’
Tiago olhou pra mim rindo malicioso, meio desafiante, e colocou três galeões também. Claro, nós dois não iríamos apostar muito mais do que isso, mas ainda assim é bem considerável pra uma apostinha como essas.
-Eu concordo com a Lílian. Quem mais entra nessa? – Ele olhou pra todo mundo e tipo, a Lice botou dois galeões, a Remo também, apostando que eles demoram o mesmo tempo pra só se beijarem, e não pra irem pra cama. Já o Frank, o Edgar, a Emmy e a Dorcas botaram um galeão cada um apostando que eles só ficavam juntos no meu casamento.
-Apostas feitas. Agora basta esperar – Tiago disse e colocou tudo dentro de um saco, enfeitiçando pra que quando qualquer uma das coisas citadas acontecesse, o dinheiro aparecesse dividido pras pessoas que ganharam.
-Okay, temos que ir também – A Lice disse e deu um olharzinho cúmplice pro Frank, que conteve um sorriso.
-Meldels, acho que deveríamos apostar pra onde vocês vão também – Eu disse e eles riram.
-Eu aposto que é pra casa! Sozinhos, claro – Dorcas riu e Alice corou.
-Invejosas, ele é meu ta? – Ela agarrou o Frank e ele se desvencilhou dos braços dela, me abraçando.
-Que nada, eu sou da Lílian – A Lice cruzou os braços fazendo bico e ele deu de língua pra ela, me dando um beijo bem estalado no rosto.
-Iih Frank, acho que não hein. O único que pertence á Lily aqui sou eeu - Meu noivo chegou pela porta dizendo isso, bem brincalhão, como sempre. Então ele cumprimentou todo mundo com aquele sorriso lin-do no rosto e me puxou pra que eu levantasse, me amparando pelas costas naquela pose de final de dança, me dando O beijo cinematográfico.
-Lily, assim você acaba comigo – Ele me beijou no rosto e eu ri. – Você tem que ir mais cedo pro tranalho pra compensar porque agente tem que ir pra você escolher o salão ainda, esqueceu? – Puts, esqueci mesmo. ._. – Só não esquece a cabeça porque ta grudada – Ele riu e me beijou na testa, colocando uma mão na minha cintura.
Eu sorri.
-Alguma de vocês quer vir junto, meninas? – Ele perguntou mexendo naqueles cabelos perfeitamente loiros e lisos combinando com os olhos perfeitamente azuis e lindos. Meu noivo é um gato >.<
Mas aí eu notei uma nuvenzinha negra em cima de alguém. O Potter tava amassando o guardanapo por baixo da mesa, eu pude ver por estar em pé.
Mas amassando mesmo. Tava esmagando o pobre papel. A expressão dele era amena, mas eu sentia que por dentro ele queimava. Aquilo emanava até mim, mas os outros não pareciam notar.
Então que eu vi a corrente brilhando. No pescoço dele.
Ele olhou pra mim no momento que eu notei aquele brilhinho no pescoço dele. Então ele sorriu pra mim, e eu notei que os olhos dele diziam tipo “sim, é claro que eu não tirei a corrente” vendo a minha cara que deve estar uma coisa de doido, de tão pasma.
Agora eu entendi porque que to sentindo que sei tudo o que ta acontecendo com ele.
Ouvi a voz dele na minha cabeça.
”É ele mesmo que você quer, Lílian? Tem certeza da tua escolha?”
Petulante. Acha que pode mudar minhas escolhas assim, só porque voltou. Idiota ¬¬°
”Claro que é, Potter. Ele é tudo o que eu sempre quis e muito mais. É sincero, confiável, carinhoso, divertido, gentil, nobre. E você não tem nada que opinar nas minhas escolhas, entendeu?
Eu respondi e ele riu.
”Certo, certo, não está mais aqui quem falou...” E fiz um hunf, na vida real, e ele riu mais uma vez na minha cabeça.
”Mas ele não tem qualidades demais não? Você sempre gostou dos meninos mais... Errados, por assim dizer” Esse maldito tá com um puta sorriso malicioso na cara.
”Bom, Potter, isso foi na adolescência. Agora sou uma mulher madura e um homem carinhoso e confiável pra mim já é o suficiente. Arrebatamento é para garotinhas” Eu repliquei.
”Mas ás vezes pode ficar enfadonho, não?” Eu o olhei com cara de brava e ele sorriu mais ainda.
”Não vou parar de falar com você, se é o que você quer. Recoloquei esse colar hoje de manhã, quero testá-lo mais um pouco antes de dá-lo ao seu... Noivo” Eu parei um pouco pra pensar, mas logo balancei a cabeça.
”Você não daria esse colar pro Amos. Não faria isso”
”Por que, Lily? Está com medo que ele descubra os seus segredos?” Uma mão desceu pela minha cintura, mas não era a mão do Amos. Era a mão invisível que o colar dava a possibilidade pro Tiago tocar em mim. Fuzilei-o com o olhar. ”Com medo que ele descubra as suas fantasias, as quais boa parte eu já realizei?” Tá certo, isso ta indo longe demais, seu cretino.
”E se for? Assim que eu me casar com ele, eu vou mudar e me adequar ao que ele quer de mim, de todo o modo” Respondi, sabendo que mesmo que quisesse mentir pra ele, ele leria minha mente, meus pensamentos, assim como leio os dele.
”Quer dizer que vocês só foram até o papai-mamãe?” Eu corei imediatamente. Então a expressão do Potter se modificou. ”Não me diga que vocês nunca...” Corei mais ainda com a pergunta dele.
”Mas ele foi seu primeiro namorado depois de mim! Isso quer dizer que...” Eu li os pensamentos dele e assenti.
”É, Potter. Se é o que você quer saber, foi o único que me tocou até agora” Juro que vi um brilho nos olhos dele.
Ignorei os protestos do Potter dentro da minha cabeça e olhei para o Amos, que discutia quadribol com o resto do pessoal. Só eu e Tiago estávamos alheios á aquilo.
-Vamos, meu bem? – Perguntei baixinho pro meu futuro marido e ele sorriu discretamente, assentindo com a cabeça.
-Nós já vamos indo – Ele se levantou comigo e sorriu, se despedindo de todo mundo.
Quando deu um abraço amigável no Potter, notei que ele falou algo, bem baixo. E que a cara do Potter se fechou logo depois, e ele olhou pra mim com ódio.
Meldels ...___...
Eu saí dali com o Amos e nós tomamos um táxi para a minha empresa, nos despedindo com um selinho, e ele comandou para o taxista ir para a empresa dele logo depois de me deixar na porta da minha.
Ai ai. Meu noivo além de tudo é cavalheiro, vocês viram?
Éééé :D
amomeunoivoperfeito.com.br
é isso ae \\o
Entrei na empresa. Dei oi pra recepcionista. Entrei no elevador.
Okay, até agora deu tudo certo.
-Posso ir junto? Quero conhecer o lugar que você trabalha. – Uma voz disse e eu parei, fechando os olhos com raiva.
Okay, agora não está nada certo.
Pra que diabos eu fui falar?
-Eu não sei como você entrou, mas a partir de hoje vou providenciar que a segurança deste prédio seja redobrada – Eu disse seca, e ele entrou sorrindo, as mãos nos bolsos do paletó claro, um sorriso casual no rosto.
-Você sabe que mesmo com a melhor segurança do mundo, com esse colar, entraria em qualquer lugar que você estivesse – A voz dele era normal, mas eu sabia que ele tava tentando me provocar.
E quase conseguiria, se eu não fosse uma mulher madura e centrada, noiva, com uma carreira sólida e um casamento marcado pra daqui a cinco meses e meio.
Isso me lembrou algo Õ_o
-Tiago, o que que o Amos falou pra você aquela hora no final do almoço, que você fechou a cara? – Eu perguntei genuinamente curiosa. Claro, tudo fingimento, principalmente aquele “Tiago”.
Mas, claro, ele notou isso.
-Não interessa. – Tá bom, estúpido. Cruzei os braços, irritada, e logo chegamos ao meu escritório, que era dividido com a Marlene. Eu estava enfezada mesmo. Ele não precisava ser grosso daquele jeito.
Logo ele se escorou na porta do escritório, com as mãos nos bolsos e um sorriso no rosto, meio que bravo consigo mesmo. Ele riu.
-Eu senti sua falta – Ele disse, e eu senti a intensidade daquelas palavras porque a voz dele tremeu um pouco. Suspirei, racionalizando. Aquele devia ser o truque mais velho do mundo.
-É, Potter? Que engraçado, eu não senti a sua! – Eu disse com ironia e me soltei na cadeira de couro executiva, a fazendo girar.
Ele suspirou e riu de novo.
-Eu não perguntei isso. Eu disse que senti sua falta. Só. – Mas os olhos dele estavam brilhando. Certo, eu sempre soube que ele era bom ator, mas aquilo? Não sei.
-Potter, não me venha com isso, ta bom? – Eu comecei a falar, mas quando me virei notei que ele estava muito próximo. – E sai de perto de mim! – Eu disse e me levantei da cadeira, saindo de perto dele muito rápido. Ele suspirou.
-Voltamos á estaca zero então, Lily? – Ele perguntou e, pela primeira vez desde que eu me separei dele, eu senti um calorzinho no peito, e meu coração pulou uma batida. Como nos dias em que ele me fazia surpresas nos jardins, ou quando ele me beijava no escuro de algum corredor, de madrugada.
E esse calorzinho foi emanando, e meu coração voltou a bater. Mais rápido, mais forte. E eu conhecia aquela reação. Aquela que só ele podia causar.
Aquela da qual eu tinha que fugir com todas as minhas forças.
-Nunca saímos daí, Potter. Você é passado, entende? Morto e enterrado. Não sinto mais nada. – Eu menti com convicção, como qualquer bom advogado conseguiria fazer.
-Nem uma pontinha de nada? – Ele perguntou, e ficou bem gay falando no diminutivo.
-Não. Nada. Acabou, Potter. Entende isso – Eu continuei, mas um nó desgraçado foi se instalando na minha garganta, acho que minha voz não vai mais sair.
Que droga. Que droga mesmo. Deve ser um remanescente da loucura-Potter que me dominou enquanto eu namorei com ele. Digo, tem que ser louca pra namorar um traste desses.
Bom, vai passar.
-Ah, Lily, eu esqueci de te dizer que... Ah, olá chefe – Era Amos que entrara pelo meu elevador, e dissera aquilo ao ver Potter, que só acenou com a cabeça.
Hun? Chefe?
-Chefe? – Eu olhei de um para o outro confusa, mas meu noivo se adiantou:
-É, Lily. Eu sou diretor da filial Inglesa da M&M Inc., eu já havia lhe dito isso – Ele se aproximou da minha cadeira, me dando um beijo no rosto.
Ele ta certo. Ele disse mesmo isso. Eu só não associei o que ele disse ao nome do império de hotéis M&M, que, agora juntando as pecinhas, deve ser o império que o Potter construiu.
Oh céus ._. Até parece que ele é poderoso quando eu falo assim ¬__¬ Mas ele não é. Que fique anotado. Ò.Ó
Bom, de um jeito ou de outro, Amos continuou a falar:
-Eu esqueci de te perguntar se você quer ir no jantar beneficente da empresa, Lil’s – Ele disse e pude ouvir um leve suspiro de alívio.
-Pode ser. Quando que é? – Eu perguntei olhando de relance para Tiago, que sorria.
-Na sexta – Certo, hoje é quarta – Te pego ás oito ou você vai lá pra casa? – Ele perguntou e minhas orelhas esquentaram um pouco por baixo dos cabelos devido ao olhar que notei que o Potter dirigia á mim.
-Talvez eu vá – Eu disse discreta, mas sorrindo insinuantemente – Me deve uma massagem, Sr. Diggory – Ele piscou pra mim, fofo.
-Seu desejo é uma ordem, Sra. Diggory – Ele falou por fim e nós rimos, ele me beijou, cumprimentou o Potter e foi embora.
-Seu noivo sabe que serão sorteadas algumas moças e alguns rapazes para passarem duas semanas em hotéis pelo mundo para depois fazerem criticas, certo? – Ele me disse e eu fiquei tipo O.O
-Isso é armação, não é? – Tipo, essa história de ficar um casal sorteado em um hotel durante duas semanas pra depois fazer critica.
-Não. Na realidade serão sorteados vários nomes e então dispostos de acordo com um feitiço inteiramente aleatório, que, se você quer mesmo saber, nem fui eu que fiz – Ele me garantiu e eu concordei. Ele não sabe mentir pra mim, os olhos dele o denunciam.
– E não há como controlar. Por causa dos supostos tarados, pelo jeito as meninas também colocaram um feitiço que faz os casais serem, no mínimo, um pouco compatíveis. Ou seja, se houver algum tarado, o par dessa pessoa vai ser uma tarada, e assim por diante – Eu quis rir. Se não fosse tão trágico.
-Certo... Tem certeza que Amos sabe disso? – Eu perguntei. Ele sabe que eu não gosto desse tipo de coisa.
-Absoluta. Ele recebeu um memorando sobre isso na mesa dele, minha secretária e a organizadora desse negócio ficaram a tarde inteira mandando memorandos pra todo mundo da empresa. – Ele disse e eu fiquei pensativa – Talvez ele esteja contando com a vantagem de ser seu noivo. Se os dois forem sorteados, nada mais natural que os papéis se arranjarem para que fiquem juntos, não? – Eu assenti com a cabeça, tranqüilizada.
Certo, acho que, apesar de tudo, como amigo ele ainda me conhece bem.
-Bom, se esse feitiço não estiver com defeito ou mal realizado, agente vai ficar junto sim – Eu disse convicta, remexendo meus papéis na mesa, tentando achar as fotos do salão que Amos mais gostou para avaliar novamente.
Sabe, ele gostou de tudo diferente de mim.
Tudo.
Ele quer toalhas de linho, eu prefiro uma normal com uma de renda por cima.
Ele queria que fosse num salão, meu sonho é que fosse realizado em uma praia, assim como a casa da lua de mel. Já ele, pra lua de mel, quer ir á Paris.
E no final, pra não magoá-lo, acabo fazendo suas vontades. Sinto-me mal em ser egoísta. Tudo bem, eu sonho em fazer um casamento em um jardim desde que me entendo por gente, mas á um sonho infantil, não?
Nada comparado á promoção que ele pode ter se convidar o supervisor dele para o nosso casamento em algum salão chique da cidade.
-Pensei que quisesse se casar na praia – Eu ouvi a voz atrás de mim e notei que Tiago havia se locomovido para trás de mim, e agora analisava as fotos dos salões comigo.
-É, mas Amos quer que seja em algum salão para poder convidar os amigos executivos dele... – Omiti a parte da promoção, claro. Tipo, ele também não aceita que os amigos executivos vão á um casamento “de pobre” que nem um na praia. E é verdade. O que eles pensariam de nós?
-Qual dos dois? – Eu perguntei estendendo as fotos do salão que eu gostei, perto de um jardim lindíssimo, e o de Amos, com um interior requintado e amplo, com piso de mármore e tudo.
-Esse aqui – Ele apontou pro meu salão e eu suspirei. Raios, eu nunca vou conseguir decidir isso.
-Qual o problema? – Ò.Ó
-Você escolheu o que eu queria, mas Amos quer o outro, e eu me sinto culpada de ser egoísta não querendo o que ele escolheu por precisar, por causa dos amigos executivos e tals – Eu expliquei e ele riu.
-Lily Lily, sempre querendo agradar gregos e troianos – Eu ri junto – Relaxa. Esse devia ser um momento de vocês dois, e não de trabalho dele. Entrem em um consenso. Talvez haja algum lugar requintado como ele quer na beira da praia, quem sabe? – Ele tentou me tranqüilizar, botando uma mão em meu ombro, e eu sorri, meio triste. Sabia que seria do jeito que Amos queria, porque eu daria tudo por ele. Mas ele pensa no futuro. E eu só tenho sonhos bobos.
-Não sei se vai dar certo. To nervosa – Eu confessei baixinho, e ele se agachou, ficando na minha frente e virando a minha cadeira para ele, para que eu o fitasse.
-Lily, eu já disse, relaxa. Vai dar tudo certo. Além do mais, qualquer coisa, você pode voltar pra mim – Ele disse rindo divertido e eu ri junto. Sério, ele sempre me faz rir, mesmo quando eu to tendo um colapso nervoso. E, aliás, só ele sabe quando eu to tendo um colapso nervoso.
-Brigada – Eu disse sabendo que ele tava tentando me ajudar. Certo, até parece que ele ta com segundas intenções, mas eu sei que não. Porque ele notou que eu fiquei tensa olhando as coisas do casamento, então, pelo jeito, se tornou solidário. É sempre assim, sempre foi.
-De nada Lily – Um arrepio quase desceu pela minha espinha. Mas eu o contive.
Não, isso de novo não. Eu me recuso.
-Bom, agora será que o Sr. Pode me dar licença pra eu poder trabalhar, senhor visitante? – Perguntei colocando as mãos na cintura e ele colocou as suas para cima, em sinal de rendição.
-Okay Srta. Evans – Isso lembrou Hoggy, quando eu colocava detenções nele mesmo enquanto agente namorava – Já estou indo. Mas qualquer coisa, me liga – Ele disse sério e eu assenti. Tiago Potter sabe ser amigo quando agente precisa.
Assim que ele saiu eu joguei minha cabeça para trás, descansando. Eu realmente espero que as pretensões de Amos se realizem, porque eu não quero ir pra um hotel no meio do nada com algum tarado psicopata.
Tá, eu sei que meu medo não é esse. Me medo é acabar indo com algum dos Marotos e confessar algo que não devia, como esses negócios do Amos e eu termos gostos muitos diferentes. Talvez eles interpretem mal.
Agente se completa, certo? Não precisamos ter gostos parecidos.
É, é isso. Anyway, seilá.
Vo trabalhar e ocupar minha cabeça, Afinal, isso é só daqui há dois dias, não adianta sofrer por antecipação.
Beijos
Xoxo Lily
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