O feitiço de morte




Capítulo 3: O feitiço de morte



Sala de interrogatório número seis, Ministério da Magia, Londres, Inglaterra.

Aos poucos os olhos foram se abrindo, a claridade não era forte, mas havia passado tanto tempo desacordado que precisava de um tempo para se acostumar com a luz. John foi começando a ver o que havia em volta. Uma mesa de madeira, tochas nas paredes e uma sala toda em pedra, mas com um ar de tranqüilidade; a última coisa que viu foi um vulto sentado à sua frente.

- Você está bem John? – perguntou Kingsley, na voz, um tom amigável.

John achou melhor não responder, visto que ainda não estava completamente situado, a cabeça permanecia tonta e os sentidos estavam meio confusos.

Após alguns instantes começou a conseguir entender melhor o que poderia estar acontecendo ali. Seu olhar se voltou para as tochas nas paredes e logo estranhou que elas pareciam iluminar mais do que o fariam normalmente. Não era difícil prever o que iria acontecer. A disposição de tudo na sala lembrava a John as cenas de filmes, onde um policial interroga algum acusado, quase sempre atrás de uma mesa.

Agora percebia nitidamente as feições marcantes no rosto do homem negro e alto que o observava. As roupas um tanto estranhas de tecidos estampados em cores de terra e avermelhados. Na cabeça, uma espécie de boina ou touca, combinando com as vestes.

Kingsley se levantou, andou em direção à porta lentamente, olhando para o chão; parecia preocupado e pensativo. Alguns poucos passos depois, parou e se virou de frente para John, seu rosto sério, mas ao mesmo tempo sereno.

- Meu nome é Kingsley Shacklebolt. Temos muito que conversar sobre seus estudos, John.

Os dois se olharam fixamente por alguns instantes, sabiam que muita coisa aconteceria naquela sala, só ainda não sabiam o que estavam prestes a descobrir.



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A goles fora lançada para o alto, Ottah Namur rebateu-a primeiro, fazendo-a voar até a mão de seu companheiro. Os artilheiros do Chudley Cannons avançavam em direção aos aros do adversário, mas a goles fora tomada facilmente pelos Puddlemere. No entanto, era sempre um alívio saber que Namur estava no time.

- Namur com a bola. Avança pela esquerda, se desvia de O’Brien, de Miers, corta pelo meio; olha o balaço... uuuuhhh, essa foi por pouco. Namur ergue o braço, vai lançar ao gol... ai! Que pancada! – impressionou-se Lino Jordan - De onde veio esse balaço? Nem mesmo daqui eu vi se aproximar; coitado do Namur.

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Na arquibancada, Ronald Weasley estava quase sem unhas, de tanto roê-las nervosamente.

- Vai Namur! Marca logo! Vai Namur! – gritava quase em desespero, esperando ver pela primeira vez na sua vida o seu time de quadribol em primeiro lugar – Me passe mais desses bolinhos aí Harry, estou morrendo de fome.

O garoto ao seu lado lhe passou um bolinho de caldeirão que tirara de dentro de uma sacola cheia de comida.

- Não faz nem duas horas que comemos toda aquela comida que sua mãe serviu. Não sei como você consegue.

- Quadribol me dá fome. – respondeu Rony com a boca suja de bolo - E com os Cannons jogando uma partida tão importante...

Harry olhou para o amigo e sorriu.
- Tudo lhe dá fome, Rony.
- Mu dhê ôthu molinhu aú. – pediu o amigo sem desgrudar os olhos do jogo.
Harry meteu a mão na sacola e entregou mais um bolo ao amigo.

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- E o que você tem a nos dizer sobre esse início de jogo, Roger?

- Bem, Lino, o jogo está travado no meio, a goles vai e volta e nenhum dos dois times teve uma boa oportunidade até agora. Ottah Namur está apagado, graças aos batedores do Puddlemere; como batem forte esses dois, não dão nenhum espaço. Olívio Wood também ainda não apareceu no jogo, simplesmente acompanha o jogo como qualquer outra pessoa da arquibancada.

- Ao menos ele não pagou ingresso. Mas com certeza, conhecendo o Olívio, ele deve estar se roendo por dentro; e o mais estranho é que ainda nem está gritando com os jogadores. E lá vão os Puddlemere pela esquerda... ai! Que jogo complicado! O artilheiro dos Cannons, Jones, acaba de bater de frente com O’Brien, que carregava a goles rumo ao ataque; e é falta marcada pelo juiz. Lá vai O’Brien para a cobrança... e é ponto para o time do Puddlemere United. – disse Lino um tanto desanimado - O placar agora é de dez e zero.

Mesmo depois do gol o jogo não pareceu ter nenhuma mudança significativa. A bola continuava a ir e vir pelo meio, passando pela mão de todos os artilheiros enquanto os goleiros esperavam aflitos por uma escapulida ou um ataque repentino. A falta de emoção já começava a invadir o público que viera para prestigiar a partida; nem mesmo os esbarrões alegravam mais. O que era pra ser um dos jogos mais emocionantes do ano estava sendo o mais sem graça. A multidão olhava para os apanhadores, esperançosos que o jogo acabasse logo, mas nenhum dos dois times tinha se movimentado muito até então.

Ottah Namur não conseguia avançar até os aros, pois os batedores eram muito bons, rebatiam a goles com uma força sobrenatural. Um plano começou a tomar forma na mente de Namur, mas para dar certo, iria precisar da ajuda dos outros jogadores, e isso por si só já era uma grande dificuldade a ser vencida.

Foi pedido tempo e os dois times se reuniram na beira do campo. De cada lado Olívio e Namur falavam com o time; mesmo não sendo o capitão, Ottah Namur, tomava a frente do time para expor sua idéia.

O jogo recomeçara, e dois minutos depois o placar apontava vinte a zero para os Pudlemere. Olívio, ao contrário de antes, não parava de gritar com o time, parecia tentar movimentar cada jogador apenas com a voz. Mas logo depois os Cannons reagiram com uma nova estratégia, que deixara todos na arquibancada boquiabertos. Namur e mais um batedor recuaram, os outros dois artilheiros e o outro batedor ficaram na frente.

A jogada rendeu três pontos para os Chudley Cannons. Ottah Namur armava a jogada e esperava que os outros dois artilheiros se posicionassem bem, então passava a goles a eles, restando-lhes apenas conseguir marcar em Olívio. O goleiro deu certo trabalho, mas a vantagem de dois artilheiros contra um goleiro levou o placar a vinte a trinta. Após cada ataque dos Puddlemere, Namur se encarregava de roubar a bola com a ajuda do batedor ao seu lado. O batedor que estava adiantado se encarregava de proteger os dois artilheiros e de mandar os balaços para o outro batedor poder atingir os artilheiros do time oposto.

Uma estratégia que superava a de Olívio, que visava principalmente manter Namur longe do jogo com os ótimos batedores que tinham e procurar espalhar o time para que a goles não se mantivesse em apenas um lugar do campo. Mas Olívio Wood era muito astuto, e ao perceber que sua estratégia havia sido superada, procurou um novo plano. Logo de primeira, pediu que um artilheiro recuasse para perto da área, para ajudá-lo na defesa, o que foi suficiente para impedir qualquer outro gol em seus aros.

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- Olhe só o Olívio, Harry. – Rony sacudia o amigo freneticamente, na outra mão o resto de um sanduíche – Ele está jogando muito bem. Você viu só aquela defesa que ele fez?

- Claro que vi Rony, pra isso que estou aqui.

- Você não me entendeu. Eu queria saber se prestou atenção em como ele se apoiou na vassoura. Pareceu que estava de joelhos nela.

O rosto de Rony se torceu, parecia chateado.

- Eu queria que o Olívio jogasse para os Cannons. Ele e o Namur jogando juntos seriam imbatíveis.

Ao lado de Harry, a sacola de comida ocupava um lugar; mas naquele instante, alguém estava sentando exatamente ali.

- Oi gente!

- Oi. – Harry agora exibia um sorriso abobalhado – Você demorou.

- Ei! Você sentou em cima da minha comida. – retorquiu Rony, tirando o olho do jogo pela primeira vez.

Gina levantou-se rapidamente.

- Que comida? Você se refere a essa sacola seca? – respondeu entregando uma sacola vazia ao irmão – Ah Rony, vai procurar outra pessoa pra chatear.

Rony, contrariado, virou a sacola de cabeça pra baixo, na esperança de cair mais um bolinho de caldeirão.

- Desculpe a demora, namoradinho, é que o treino de hoje foi bem mais puxado.

Gina se agarrou no pescoço de Harry, dando beijos estalados em sua bochecha. Apesar de já estarem namorando há bastante tempo, Harry ainda não se acostumara completamente com certos carinhos de Gina em público. Entretanto, acima de qualquer coisa, ele adorava sentir o calor daquela ruivinha.

- Ei! Será que vocês podem dar um tempo? Eu tô ficando sem graça. – Rony reclamou olhando de soslaio na direção do casal.

- Mais sem graça do que você já é? Acho difícil.

Rony fez uma careta, botando a língua de fora, em resposta à irmã.

- E a Mione não vem mesmo? – perguntou Gina.

- Trabalho extra no ministério; sabe como ela é. – respondeu Rony com um olhar frustrado.

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- ... mas que balaço incrível! Namur quase rodou em cima da vassoura. O Puddlemere United vai retomando o controle do jogo. – bradou Lino Jordan em seu megafone mágico.

- E outra coisa Lino, com essa tentativa de domínio os Cannons estão se apagando no jogo; nenhuma outra jogada foi formulada até agora e isso...

- E é ponto para os Puddlemere. Trinta a trinta! Tudo igual aqui no Estádio Nacional de Quadribol Alvo Dumbledore.

- Aí está justamente sobre o que eu ia dizer, Lino. Com o time do Cannons todo neutralizado, a tendência agora é o Puddlemere crescer no jogo.

- Olha lá, Roger. Outra vez o... não! Quarenta a trinta. Namur sumiu no jogo e o restante do time laranja apenas voltou a jogar como sempre. E os apanhadores Roger? Você tem acompanhado seus movimentos?

- Claro Lino, e por incrível pareça, ainda não houve qualquer reação de nenhum dos dois apanhadores. Apenas voam de um lugar para outro, sem muitas perspectivas.

- De novo? Cinqüenta a trinta! – disse Lino tentando se manter imparcial, embora sua voz denunciasse certa decepção - O Puddlemere está implacável, sem qualquer sinal de misericórdia. Mas é isso mesmo, vale liderança do campeonato. Só temos que tomar cuidado, claro, porque já percebi que não podemos desgrudar um segundo sequer do jogo se não quisermos perder um novo gol.

- Uma informação, Lino. Há quase noventa e cinco anos o time do Chudley Cannons não tem um público tão grande como hoje. E justamente hoje, após um ótimo início de temporada, voltam a dar vergonha aos seus torcedores.

- O quadro, no momento, é exatamente esse Roger. Mas, vamos continuar esperando um jogo com mais emoção. Opa! Setenta a trinta? Acho que perdemos algo por aqui Roger.

No campo, Ottah Namur olhava o jogo acontecer, já quase sem esperanças. O time adversário tinha ótimos batedores e os seus artilheiros não conseguiam carregar a goles por mais de dois metros. Aliás, nem ele. Porém, se o time fosse mais bem preparado, poderiam se unir e tentar uma reação mais sólida. A derrota era iminente a não ser que o pomo fosse apanhado o quanto antes. O apanhador era a única chance do Chudley Cannons.

Oitenta, noventa, cem, cento e dez, cento e vinte, cento e trinta, cento e quarenta, cento e cinqüenta... O placar aumentava cada vez mais para o lado do Puddlemere United. Já o seu adversário, não marcava há mais de meia hora de jogo. No momento, o placar apontava: cento e oitenta a trinta.

“Se o nosso apanhador pegar o pomo nesse momento, o jogo termina empatado”, pensou Namur. “Mas a qualquer momento, eles marcarão outro ponto e depois outro, então será tarde para nós”, concluiu.

Todos viram Namur voar para o alto, riscando o céu, para fora do jogo.

- Craig, você precisa, mais do que nunca, pegar o pomo. Vou tentar ganhar tempo lá em baixo. – falou assim que se aproximou do apanhador dos Cannons.

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- Olhe Harry. O que será que o Namur disse para o Craig? – perguntou um Rony eufórico, depois de quase meia hora sem falar nada, apenas resmungando impropérios ao time laranja.

- Não sei! Quem sabe ele tenha ido lembrar ao apanhador o quanto ele precisa apanhar o pomo agora.

Rony olhou para Harry com um sorriso incrédulo e cheio de sarcasmo no rosto.

- Você às vezes diz cada coisa sem sentido, Harry. – disse, no que Harry deu de ombros.

Os dois jogadores deram-se as mãos, lá no alto. Rony, Harry e Gina puderam ouvir os dois gritarem: “Cannons”, e logo depois o artilheiro mergulhou de volta ao jogo, uma força diferente parecia emanar dele.

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Namur desceu à toda. O artilheiro do Puddlemere, Miers, estava prestes a invadir a área quando Ottah Namur o surpreendeu, aparecendo por cima e tomando a goles.

O artilheiro driblou a todos espetacularmente. Balaços, artilheiros, nada o segurava; invadiu a área e arremessou a goles no aro da esquerda. Olívio fez um movimento confuso em cima da vassoura, e um segundo depois seus dedos desviavam a goles da direção do aro.

A bola vermelha começou a cair, mas Wood a apanhou no ar e a arremessou bem à frente. Daí em diante foi fácil para o artilheiro dos Puddlemere marcar mais um gol. Cento e noventa a trinta.

A arquibancada toda gritou eufórica. Não pelo gol. Todos apontavam para cima enquanto os olhos seguiam algo de um lado para o outro.

- Vejam todos! O apanhador do Puddlemere United avistou algo e agora está correndo a toda velocidade para o outro lado do campo.

- Veja Lino, o apanhador do Chudley Cannons está logo atrás.

Os dois apanhadores mudavam de direção constantemente. Não demorou e os dois se empurravam em busca do pomo. O brilhante objeto dourado corria bem à frente deles.

O juiz deu continuidade ao jogo. Namur foi praticamente buscar a goles das mãos do goleiro e partiu em outra investida alucinada contra o Puddlemere. Os dois batedores adversários se armaram, o alvo era Namur. O batedor que estava mais distante rebateu a goles para o outro que estava mais próximo do artilheiro do Cannons.

Ottah Namur olhou para o lado, avistou o apanhador de seu time quase tocando o pomo. Seria praticamente impossível não o capturá-lo, pois o outro apanhador havia ficado pra trás. Ele só precisava marcar esse ponto e o jogo terminaria empatado, o que era um bom resultado, diga-se de passagem.

Pressentindo estar sendo perseguido por um balaço, olhou para trás. O pouco tempo que teve foi suficiente para se esquivar o mínimo que precisava; o balaço ainda raspou em suas vestes.

Olívio Wood, ao ver que o apanhador do Cannons pegaria o pomo, voou na direção de Namur com toda velocidade que conseguiu impor à sua vassoura. A esquiva repentina do artilheiro laranja fez o goleiro não ter tempo de desviar. O balaço o atingiu no rosto.

Namur, agora já atento, desviou de outro balaço que havia sido rebatido com tanta força que pôde ouvir o assovio do vento sendo cortado. Bastante tonto e rodando a vassoura sem direção certa, o goleiro Wood nem sabia o que acontecia quando o outro balaço o atingiu na nuca.

Olívio deslizou pelo lado da vassoura; começava a despencar em direção ao chão, de cabeça.

Ottah Namur, em poucos segundo olhou o apanhador com a mão já triscando no pomo, os aros à sua frente livres, esperando apenas uma pequena aproximação e um arremesso seu, enquanto Olívio ia ganhando velocidade em uma queda com desfecho certo.

Largando a goles, o artilheiro se pôs em um mergulho vertical. Todos na arquibancada se levantaram, e gritos de medo ecoaram.

Duas grandes capturas fizeram todos no estádio voltarem a respirar e começarem uma gritaria ensurdecedora. Vitória para o Puddlemere United.

- Que jogo incrível! – comentou Lino com excessiva excitação na voz - Mesmo com um massacre por parte de um dos times, o jogo ainda não estava definido. Meus caros amigos que me ouvem neste instante, o clima aqui é de total exaltação. Ninguém consegue ficar sem gritar. Acabamos de ver Namur, artilheiro do Chudley Cannons, salvar o goleiro do time adversário em um mergulho incrível, tudo isso depois de abster o time do empate.

Craig, apanhador do Cannons, olhava para o placar incrédulo. Vira Namur prestes a fazer o gol e agora havia setenciado de uma vez por todas a derrota.

Ottah Namur pousou na grama verde e bem cuidada, deitando Olívio ali com cuidado, ainda desacordado. Os outros jogadores começaram a se aglomerar em volta, mas logo os medibruxos que faziam o apoio ao jogo chegaram e pediram para que todos se afastassem um pouco. Ninguém ainda havia comemorado em campo.

Olívio abriu os olhos, ainda muito tonto e com um olhar confuso, provavelmente se esforçando pra entender o que acontecia em volta.

Os jogadores do Puddlemere, um por um, se debruçaram sobre si mesmos em uma grata reverência à Namur. Quando o artilheiro dos Cannons percebeu aquilo em sua volta, surpreendeu-se e ficou sem jeito. Talvez os demais não pudessem ver muito bem sua vergonha devido o tom escuro de sua pele, onde o rubor que o envolvia tornava-se quase imperceptível. Aos poucos todo o estádio parecia está-lo venerando, pois aplaudiam entusiasticamente enquanto gritavam seu nome. Ottah Namur sentiu as pernas bambearem e o coração acelerar em disparada.

Mesmo com todo o tempo que passara dedicando-se ao quadribol, Namur ainda não se sentia vivendo aquela vida; era difícil não pensar naqueles que havia deixado para trás, nos que ainda deveriam estar sofrendo sob o peso de uma injusta realidade, enquanto todos ali, ao seu redor, pareciam felizes demais desfrutando de suas vidas cheias de conforto. Mas, naquele exato instante, o jogador de modos simples e coração modesto se rendia ao esplendor dos acontecimentos e ao respeito que havia conquistado desde que chegara à Inglaterra. Agora era diferente; não fora uma bela jogada ou uma grande vitória contra o time rival que levava todas aquelas pessoas a reverenciá-lo. Não. Era justamente o fato dele ter escolhido não ser um herói no quadribol, mas ter dado prioridade a uma vida, ao bem estar de uma pessoa ao invés de uma melhor colocação de seu time no campeonato.

- Eu posso ser mais do que um jogador de quadribol. – disse baixinho para si mesmo, com os olhos correndo pelas arquibancadas lotadas de torcedores eufóricos.

A partir daquele momento, Ottah Namur se deu conta de que poderia fazer muitas coisas através do quadribol, coisas que poderiam ir muito além do que apenas arremessar goles através dos aros adversários. Talvez ele pudesse ser um referencial não só no esporte, mas na vida moral das pessoas que o assistiam. “É assim que farei com que todos vejam o que existe além de seus próprios narizes”, pensou, pela primeira vez sentindo que havia encontrado seu lugar naquela nova vida.

O quadribol continuava a cumprir seus objetivos, mesmo depois de todo sofrimento que aquele povo vivera. Era a chama a reascender a esperança na alma das pessoas, o pulsar de incentivo a cada coração com o ensejo de viver em paz, de ser feliz.




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Frank e Luisa conversavam em um restaurante sentados em uma mesa próxima à calçada. O céu estrelado daquela noite iluminava a Inglaterra de norte a sul.

- Quando iremos retornar para casa? – perguntou Luisa.

- Ainda não sei, estou preocupado com esse desaparecimento do John. Estive pensando em esperarmos mais alguns dias enquanto procuramos por algum sinal dele. Caso seja necessário, daremos parte à polícia.

- Eu quero apenas que ele possa estar bem e que voltemos para casa, para nossa vida. Só espero que as coisas sejam diferentes pra nós dois a partir de agora; sem brigas, sem desentendimentos. Frank, temos que nos entender dessa vez...

- E nós vamos, Luisa. Tudo isso que aconteceu nos despertou para o que realmente é importante para nós. Vamos conseguir superar tudo isso, meu amor, você vai ver; apesar de tudo que vinha acontecendo, o amor que nos une é muito forte, precisamos deixar ser maior que nosso egoísmo. Eu estou disposto a isso, é o que eu quero. – Frank tomou as mãos de Luisa nas suas e olhou-a carinhosamente – Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal; Nietzsche escreveu isso no passado e agora nós iremos vivenciar a cada dia de nosso presente.

Algumas lágrimas rolaram silenciosas pelo rosto de Luisa; o sorriso cheio de felicidade e a confiança nas palavras de seu marido davam a ela uma força inabalável, mas também a emocionavam. Há muito tempo que eles dois não viviam um momento como aquele. Naquele instante pareciam poder vencer qualquer coisa.

- Nunca o vi assim, Frank. Está tão romântico.

- Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o amor toma conta dele; palavras de Platão.

Os dois riram com as declarações de Frank, mais felizes que nunca.

- Parece que você me ama mesmo, não é? – perguntou Luisa lançando um olhar ao marido.

- Sim, amo.

- E qual o tamanho do seu amor?

- É um amor pobre aquele que se pode medir; Shakespeare.

Tudo estava acontecendo como sempre sonharam; era como se tivessem renascido e pudessem escolher um ao outro novamente.

- Acho que você poderia desmaiar mais vezes na rua, isso parece te fazer muito bem.

Frank forçou uma risada para acompanhar a esposa. Foi inevitável lembrar-se da luz vermelha lançada por aquele objeto estranho e do homem de meia idade vestido de maneira incomum. Ainda não contara nada a Luisa, mas talvez essa fosse uma boa hora, não podia e nem deveria continuar escondendo uma coisa assim, seria uma péssima forma de começar uma nova fase em seu casamento.

Enquanto pensava sobre isso e levava o garfo à boca, com um delicioso pedaço de frango ao molho, olhou para os lados, despreocupado, e mirou a rua pouco movimentada, o que era comum aquele horário.

Um susto. O frango caiu em sua roupa, sujando-a com molho vermelho. Luisa não percebera o sobressalto do marido graças à fatia de frango que cortava no momento.

- Você sujou sua roupa, querido. – ela disse assim que percebeu a mancha de molho na camisa dele - Vá ao banheiro se limpar.

- Não. Depois que acabarmos eu darei um jeito. – respondeu nervoso, tentando disfarçar a mão que tremia intensamente.

Era o mesmo homem. Era noite e a distância considerável, mas tinha quase certeza absoluta de que acabara de ver a mesma pessoa que lançara aquela luz em seu peito. Não arriscaria ir ao banheiro e deixar Luisa sozinha ali fora. O que será que ele pretende?

Queria arriscar outra olhada, mas tinha receio de que seu olhar se cruzasse com o do homem. E se for ele realmente, o que farei?

Do outro lado da rua, Proudfoot se escondia atrás de uma larga árvore. Sabia que o trouxa o vira e, pela cara assustada e impressionada que fez, pareceu tê-lo reconhecido. Não havia outra explicação para que ele tenha se assustado tanto.

- Maldito Marlowe! Se o trouxa realmente me reconheceu, só pode haver uma explicação: Marlowe não alterou a mente dele, ao menos não como deveria. – disse entredentes, indignado com a própria constatação.

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Em um beco escuro uma pessoa materializou-se tão repentinamente quanto um breve piscar de olhos. A noite estava sem lua, mas bastante estrelada.
Com a pele bastante pálida e um pingente em forma de “Q” balançando em seu pescoço, Murdovus estava tomado de raiva; se atrasara tentando conseguir a localização do tal trouxa que havia saído do hospital, e tempo era um bem muito precioso no momento. Talvez o auror, que a feiticeira havia mencionado, já estivesse na cola de sua vítima, o que poderia complicar bastante as coisas.

Saiu pela rua com passos apressados. O plano era simples, como sempre: chegar, matar e sair.

Murdovus avistou seu alvo sentado em um restaurante; as informações haviam sido precisas. Olhou mais uma vez para a foto, tinha que ter certeza de que era a pessoa certa. Colocou a mão dentro das vestes e segurou firmemente a varinha, pronto para atacar.

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Frank se levantou, decidiu que não iria ficar ali esperando que o homem estranho viesse até ele e fizesse o mesmo que antes, ou até pior.

- Luisa, temos que ir agora. – disse tentando se mostrar calmo enquanto colocava o dinheiro da conta em cima da mesa.

- Mas ainda não acabamos de comer, querido.

- Eu sei, mas não há tempo para explicar agora; no caminho vou lhe contando.
A mulher se levantou assustada e sem saber o que pensar. Frank segurou sua mão puxando-a, evitando olhar para o outro lado da rua.

Proudfoot estava atrás da árvore com a cabeça encostada no tronco, tentando decidir o que fazer. Agora tudo mudara, estava confuso sobre qual decisão tomar. Talvez insistir em continuar a seguir o touxa fosse precipitado. Começou a achar que voltar ao ministério e relatar tudo a Kingsley poderia ser mais sensato. Olhou de volta para o restaurante e nesse instante o sangue pareceu ter sido sugado de seu rosto ao constatar que Frank não estava mais lá. Seu olhar correu desesperado por todos os lados e, mais adiante, viu um homem encapuzado caminhar apressado com o olhar fixo à frente e a mão parecendo segurar algo por dentro das vestes, numa atitude bastante familiar para o auror. Com a preocupação acentuando-se em cada traço de seu rosto, Proudfoot tentou seguir o olhar do estranho encapuzado e encontrou Frank e a esposa alcançando a esquina, os dois caminhando com pressa, visivelmente fugindo. Não pensou duas vezes e apressou o passo atrás do casal, preguejando baixinho pelo fato de tudo ter saído completamente do que havia sido planejado.

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- Mas o que está acontecendo, Frank? – perguntou Luisa apreensiva com a atitude repentina do marido.

- Tem um homem nos seguindo, mas não olhe para trás. – explicou Frank com firmeza - Se me lembro bem, foi ele quem me atacou na noite em que desmaiei.

- Atacou? Mas, como? Por quê? – indagou a mulher, agora com um misto de confusão e desespero na voz.

- Não sei, mas é melhor nós despistarmos ele o mais rápido possível. – disse segurando com mais firmeza a mão da esposa.

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Proudfoot quase corria em direção ao casal, mas sua atenção não era exclusiva deles agora; não conseguia tirar por muito tempo os olhos do homem encapuzado. Ou estava muito enganado, ou ele também estava perseguindo o trouxa. Seus instintos, lapidados por alguns bons anos de experiência, o diziam para se manter a tento aos movimentos daquele homem, no qual tinha sérias desconfianças de que poderia ser um bruxo. Novamente olhou para frente, a tempo de ver o casal de trouxas atravessar a rua.

Murdovus se aproximava cada vez mais, seu coração batia descompassado, estava nervoso; não se lembrava da última vez em que um sentimento, seja qual fosse, tivesse tomado conta dele. “Os sentimentos atrapalham nas decisões da mente”, sempre repetia a si mesmo. Estranhou-se por estar sentindo aquilo, mas não se preocupou. Continuou caminhando no encalço do trouxa tentando se aproximar o máximo possível, pois, somente assim, poderia acertá-lo o feitiço mais difarçadamente. Lentamente, foi puxando sua varinha para fora do casaco.

Ao chegar ao outro lado da rua, Frank olhou para trás. Tinha de saber se ainda estava sendo seguido e a qual distância; ele havia se dado conta de que não deveria fugir de costas, exposto a mais um daqueles raios estranhos. Luisa acompanhou o olhar do marido e se virou também. Um homem alto e suspeito, vestido com uma capa escura, estendia o braço; na mão um objeto pontiagudo apontava na direção deles.

Proudfoot acompanhava todos os movimentos do outro lado da rua e a confirmação de suas suspeitas acerca do homem estranho fez seu coração disparar assim o viu tirar uma varinha das vestes e apontá-la na direção dos trouxas. Sua reação foi quase instintiva: Expelliarmus, gritou assim que sacou sua varinha com um movimento brusco.

De longe, Frank e Luisa viram uma luz cruzar a rua, no quarteirão anterior, atingindo a mão do homem de capa. Quem a lançara, Frank via agora, havia sido justamente o homem de meia idade que o atacara há alguns dias, o que fez-lo abrir a boca de incredulidade. Somente agora havia percebido que estavam sendo seguidos por duas pessoas, e pior, por duas pessoas que possuiam aquelas coisas esquisitas que soltavam luzes perigosas. Uma confusão momentânea anuviou seus pensamentos por breves instantes, pois, se os dois os estavam seguindo, porque o homem que o atacara certa vez, investira contra o encapuzado? Frank sentiu a mão de Luisa tremer sob a sua e olhou para ela; estava mais branca que o comum, e o medo era visível em seus olhos. A visão amedrontada de sua esposa fez Frank esquecer de qualquer coisa que não fosse a preocupação de tirá-la dali. Um pânico foi tomando-os aos poucos, como se seu sangue estivesse sendo substituído por uma grande quantidade de água gelada.

- Corra Luisa, vamos! – gritou puxando a esposa com urgência.

Proudffot correu na direção do casal, que agora sumia do outro lado da rua. Quando foi atressar o cruzamento um carro freiou bruscamente, os pneus gritavam enquanto deslizavam pelo asfalto.

TAM.

Proudoot não evitou a colisão e rolou por cima do capô, se estatelando no chão, pelo lado do carro. Olhou para o céu, as estrelas de uma noite sem lua brilhavam intensamente. Seu corpo doía em todos os lugares. Para sua sorte, o carro já o atingira com pouca velocidade, o que lhe deu tempo para saltar para cima do carro.

O auror se levantou com dificuldade e instintivamente olhou para trás, bem em tempo de ver uma luz verde correr em sua direção; a porta do carro que o atropelara abriu-se, o motorista desceu preocupado com quem acabara de bater. Proudfoot jogou-se por cima do capô novamente para se desviar do feitiço lançado. Mais à frente, em um automóvel que havia parado por causa do acidente, um homem perdia a vida. O auror acompanhava tudo sem conseguir esboçar reação. O motorista de um carro preto jazia, e os olhos vidrados e sem vida eram vistos pelo retrovisor do lado direito.

Assustado, Proudfoot olhou por debaixo do carro, mas os pés do bruxo que o atacara já iam sumindo. Ele vai atrás dos dois trouxas, concluiu temeroso, tentando ignorar a forte dor. Preciso fazer alguma coisa, é o meu dever como auror.

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- Droga! Aquele deve ser o tal auror. – resmungava Murdovus enquanto corria no encalço do casal, os passos firmes e o corpo cada vez mais dominado pelo nervosismo – Que impertinente. As coisas estão indo longe demais.

Enquanto atravessava mais uma rua, decidiu parar, mirou a varinha e outro jato verde irrompeu pela noite. O feitiço atravessou todo o quarteirão e pouco antes de atingir o alvo, Frank e Luisa dobraram a esquina buscando despistar o perseguidor; o feitiço parou em uma árvore, que no mesmo instante murchou.

Frank e Luisa olharam para trás, um barulho estranho havia chamado a atenção deles. Uma árvore murchava aos poucos na outra esquina.

- O que está acontecendo Frank? – Luisa tremia, seu rosto estava marcado por lágrimas e o medo acentuava-se ainda mais em seus olhos castanhos.

- Eu não sei querida, vamos correr, não podemos parar! Daremos a volta no quarteirão, talvez assim nos livremos de quem quer que seja.

Enquanto corriam, Frank puxou a mão de Luisa e depositou um beijo ali, na tentativa de passar a ela uma confiança que ele estava longe de sentir.

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Mais atrás, Murdovus dobrou a esquina bem em tempo de ver a direção que o casal tomava. Enquanto corria pelo quarteirão, uma velha senhora de bengala na mão pulou em sua frente.

- Você está perseguindo aquele casal. – não era uma pergunta – Não irei permitir que passe de mim, vou ligar para a polícia e...

Murdovus levantou o braço bruscamente, atingindo o queixo da velha senhora impiedosamente e com tanta força que a fez sair do chão alguns centímetros antes de cair desmaiada.

Proudfoot corria pelas calçadas com a mente ainda aturdida, olhando para todos os lados à procura de alguma pista de onde os trouxas e o bruxo misterioso poderiam ter ido. Ainda tinha que prestar atenção nos carros que passavam pela rua, havia aprendido. Um sinal não tardou a aparecer. Não apenas um sinal, mas o próprio trouxa que ele espionava aquela noite.

Mais uma vez, Frank e Luisa irrompiam por uma esquina, só que dessa vez estancaram. Pararam com a respiração ofegante e as pernas trêmulas pelo medo e pelo cansaço da corrida. Seus olhos fixavam a figura de Proudfoot, parado do outro lado do quarteirão, no meio da avenida, olhando para eles. Se viraram para fugir pelo outro lado, mas Murdovus aparecera ali; o rosto sério e esbranquiçado, agora não mais oculto pela capa, estava fracamente iluminado pela luz de um poste.

Inesperadamente, Proudfoot, o bruxo vestido com um sobretudo azul, se materializara entre o casal e Murdovus. Outra vez um feitiço de desarme partiu na direção do bruxo desconhecido, mas uma barreira invisível, conjurada por ele, a deteve.

Murdovus estava mais nervoso que nunca e isso começou a preocupá-lo, pois acabaria por afetar seus planos. Conseguira se proteger contra o auror bem a tempo, mas se perguntava: “até quando?”

Frank e Luisa olhavam, apavorados, de um bruxo para outro; nenhum dos dois conseguia tomar a iniciativa de reiniciar uma tentativa de fuga; o pavor fazia seus pés parecem pesados como chumbo. O bruxo de pele pálida sumiu repentinamente com um barulho estranho, mas reapareceu tão próximo deles que ambos pularam de susto, recuando alguns passos.

O auror olhou para trás e viu, com desespero, a varinha de Murdovus se erguendo mais uma vez. Proudfoot correu mas, antes de alcançar o alvo, este o desferiu um grande soco no rosto fazendo sangue respingar no asfalto escuro. Logo em seguida sentiu seu braço esquerdo sendo agarrado e puxado bruscamente. Seu corpo foi inundado por uma pressão e uma dor insuportável o fez esquecer-se da boca machucada.

A visão que Frank e Luisa tiveram foi macabra, aterrorizante; pareciam estar em uma sala de cinema assistindo o mais novo filme de terror do ano.

Murdovus puxara o braço de Proudfoot e logo depois sumira. Em seguida reaparecera mais ao lado com o antebraço do auror na mão. Achavam que o grito de dor poderia ter sido ouvido inclusive nas estrelas que brilhavam despreocupoadas no céu.

No mesmo instante, sirenes de carros da polícia tomaram o local. Murdovus olhava de um lado a outro da rua, entendendo muito bem o que estava acontecendo; sabia como funcionava o mundo dos trouxas. Quando virou novamente para Fank, erguendo a varinha, ele e a esposa já iam correndo em direção às viaturas. Mas Murdovus já movia os lábios, o feitiço de morte estava sendo lançado. Não tardou e Proudfoot desaparatou bem em sua frente, empurrando seu braço no instante que o raio verde fora libertado.

Os dois se empurraram, um de frente para o outro. Olhavam-se fixamente.

“Aqui é a polícia, coloquem suas mãos para o alto.”

- Se quiser matá-los, terá que fazer isso comigo antes. – Proudfoot falava com muita dificuldade, quase desmaiando, o rosto vermelho e suado estava cheio de lágrimas e a grande quantidade de sangue que escorria pelo seu cotovelo, onde, agora, era o fim de seu membro, deixava-o tonto – Mas aviso-lhe logo: não pense que será fácil.

O nervosismo havia feito Murdovus tomar todas as decisões erradamente, agora sabia disso. Agira instintivamente, estragara tudo. Havia estrunchado um auror por pura raiva, matara um trouxa e o pior de tudo: chamara mais atenção do que poderia. Era hora de rever os planos e livrar todo e qualquer sentimento de dentro de si; só então poderia continuar a agir.

O auror arquejava sem parar, sua visão insistia em escurecer enquanto fazia um esforço sobre humano para ficar em pé e fingir que poderia enfrentar o bruxo à sua frente. Murdovus iniciou um leve giro de corpo, Proudfoot se preparou para morrer, era seu fim. Oh, Merlim!, murmurou sem esperanças. Um segundo depois o outro homem sumira, seguido de um leve estampido.

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO!

Proudfoot virou-se rapidamente ao ouvir o grito. Frank, ajoelhado no meio da rua, segurava Luisa em seus braços. Os olhos da moça estavam opacos, sem nenhum vestígio de vida. Ela fora atingida pelo feitiço de morte. Policiais corriam por todas as direções, ajudando-o a se apoiar, verificando o pulso de Luisa... Talvez até o algemassem, mas um de seus braços estava logo ali, no chão. Seu corpo foi perdendo forças, a escuridão foi tomando conta de tudo; sua visão foi ficando cada vez mais turva, mas ainda pôde notar a imagem difusa de alguém familiar; viu Arthur Weasley se aproximar e fazer um sinal em sua direção e isso, de certa forma, fez-lo se sentir mais tranqüilo; só então, Proudfoot se deixou vencer pela dor e entregou-se a escuridão.




********************



John olhava do chão para o homem à sua frente. O porte imponente que Kingsley carregava consigo o fazia sentir-se inibido, mas estava decidido a não demonstrar qualquer reação que o fizesse parecer amedrontado. John sabia muito bem que, assim como os animais, as pessoas usam a fraqueza do outro para controlá-lo.

- Quem é você? Trabalha para a New Scotland Yard? – John indagou em tom acusativo - Acho que não, essa roupa não é típica de um inglês; já é um caso para Interpol?

John resolvera atacar para se proteger.

- Não John. Sou de uma sociedade diferente, coisa que irei lhe explicar depois que você me responder algumas perguntas; mas não se preocupe, você está bem seguro aqui e nada irá lhe acontecer de ruim. Tente relaxar um pouco mais.

A desconfiança ainda imperava dentro de John Held, mas sentia-se inexplicavelmente mais tranqüilo.

- Bem, o que você acha de começar falando sobre os estudos que vêm desenvolvendo ultimamente?

Kingsley agradecia, em silêncio, o tempo que passara em contato com os trouxas, ao lado do primeiro ministro como seu segurança. Agora, sabia utilizar bem as palavras que os trouxas usam e como ser bastante educado e convincente.

- Eu desenvolvo vários estudos, sobre qual você tem interesse? Ano passado fiz um ótimo trabalho com lesmas e seus vários modos subjetivos de se comportarem.

O sorriso de esperteza no rosto de John indicava ao ministro bruxo o que aquele homem pretendia. Fingir não saber de nada era uma boa forma de forçá-lo a dizer exatamente o que ele queria saber, e mostrar o quanto tem conhecimento sobre os estudos.

- Hum, lesmas. Claro. - Kingsley aceitou fazer o jogo do trouxa, para começar - E que tal você falar antes sobre uma teoria chamada Combinacionismo?

Por alguns minutos o silêncio sustentava o olhar entre os dois homens.

- Esses estudos ainda não foram divulgados, precisam ser feitas algumas conclusões antes se ter uma resposta concreta. – John respondeu muito sério - Por esse motivo, apenas na semana quem vem é que irei divulgar algumas considerações e respostas acerca do tema.

Ambos percebiam um muro espesso dentro do outro, e logo ficou claro que não seria uma conversa fácil. Kingsley, então, decidiu ajudar John a entender um pouco mais a situação em que estava inserido.

- Como eu havia dito, sou de uma sociedade diferente. Nessa sociedade, todos fazem coisas que para vocês, pessoas normais, são muito estranhas. Com certeza você já ouviu falar de nós, tanto que até se disfarçam como nós, algumas vezes.

- Você é um E.T? – perguntou John assustado.

Kingsley riu. Já ouvira falar sobre homens verdes que voavam em um tipo de avião redondo, que os trouxas chamavam de disco voadores.

- Não, não sou um E.T! Na verdade, sou um bruxo. – explicou com simplicidade.
John ficou paralisado, processando em sua cabeça o que acabara de escutar; talvez fosse mais fácil se o homem dissesse que era um E.T mesmo.

- Isso tudo só pode ser uma grande brincadeira, não é?

- Talvez fosse mais simples pensar que fosse, mas nem sempre o caminho verdadeiro é o mais fácil.

- Se você é um bruxo realmente, então prove.

- Acho que já ouvi uma história parecida, mas tudo bem.

Kingsley puxou a varinha, fez um leve movimento e no instante seguinte a mesa entre os dois queimava em chamas. Após quase um minuto, o fogo cessou e para a surpresa de John, a mesa estava intacta.

- Está convencido ou é pouco para você?

A resposta não veio. John estava paralisado; as lembranças tomavam sua mente com a mesma sutileza de uma bala de canhão sendo disparada. Acordou tão aturdido que nem se deu conta do que havia lhe acontecido; parecia ter sido há um ano a noite que viu seu amigo Frank sendo atingido por um raio vermelho e caindo no chão morto. Lembrou-se também da perseguição que sofrera e do homem vestido estranhamente que havia se materializado à sua frente.

Agora, voltando à sala, sentiu vontade de perguntar sobre seu amigo, mas estava receoso. Não sabia se podia confiar neles, fossem bruxos ou extraterrestres.

- Estou bastante convencido, devo dizer. Mas ainda assim não entendo nada. Como podem existir bruxos?

- Isso faz parte de outra longa história. No momento, vamos nos ater às nossas; sei que é pedir um pouco demais por enquanto, mas preciso entender algumas coisas sobre seus estudos, depois destacarei alguém para lhe dar as devidas explicações e tirar algumas de suas dúvidas.

John acenou positivamente. Kingsley puxou uma cadeira, que estava junto à mesa, e sentou-se.

- Então John, você pode me contar sobre o que fala esse seu estudo?

- Tudo bem Sr. Kingsley, se insiste...

Inesperadamente, alguém bateu à porta. Kingsley pediu licença e levantou-se.
A porta se abriu e John pôde ver um homem com roupas verdes do outro lado da porta. Seja lá o que essas pessoas fossem, se vestiam muito mal.

- Eu não pedi para não me incomodarem?! Desculpe Morond, é que... bem deixa pra lá, diga o que aconteceu.

- Senhor, acharam o trouxa importante lá. – disse com uma voz urgente o homem magro e de cabelos crespos que estava parado do lado de fora da porta.

- Você está falando do presidente da ONU? – perguntou Kingsley, agora visivelmente mais interessado na notícia.

- Sim senhor, esse mesmo. O problema é que foi um trouxa quem o achou, aqui em Londres mesmo.

- Como? Bem embaixo do nosso nariz?

Kingsley estava um pouco exaltado; desde o sumiço do presidente ONU, não conseguia sossegar completamente. Sempre achou que esse fato poderia ter o envolvimento de alguma varinha mágica. Agora, a certeza vinha mais crua do que imaginara. Encostou um pouco a porta para que John não ouvisse.

- Isso mesmo. O acharam no Big Ben, em cima dele, pra ser mais preciso.

- Algum sinal visível da causa da morte?

- Sim senhor. – disse o bruxo empolgado, parecendo contente com a própria eficiência, por dar a notícia completa ao ministro - Uma faca em sua cabeça.

- Tudo bem. Deixe isso por conta dos trouxas, por enquanto; mas fiquem atentos a qualquer outra informação. Obrigado por avisar.

- Sim senhor.

Kingsley se virou para continuar sua conversa com John. Então, tudo ocorrera repentinamente. Mal havia se virado e uma cadeira voou em sua direção.

John viu o homem puxar a varinha novamente, só que agora com uma velocidade incrível. A varinha faiscou e a cadeira pareceu ter batido em uma barreira invisível. Sabia que isso poderia acontecer; na verdade isso era apenas uma forma de ganhar tempo, pois agora, John corria na direção de Kingsley. Os punhos fechados prontos para desferirem socos violentos e garantirem sua vida.

Mas o ministro fora mais rápido. Um leve aceno de varinha e as pernas de John se prenderam. O baque foi seco e, um segundo depois o nariz do trouxa quase cheirava os pés do bruxo.

- Não torne as coisas mais difíceis, John. – alertou Kingsley em tom amigável - Vou lhe dar outra chance e espero que você possa se acalmar.

As pernas de John se afrouxaram, e no instante seguinte ele estava em pé com a respiração ofegante.

Kingsley percebeu que a confiança de John iria custar algumas boas explicações sobre a magia e a convivência entre bruxos e trouxas. Não se atreveria a dominá-lo pelo medo, pois isso poderia significar a verdade se esvaindo pelo ralo da raiva de opressão e desconfiança heróica.

- Sente-se! Tenho que lhe contar algumas coisas que você precisa saber sobre o que está acontecendo. – Kingsley sabia que a curiosidade humana é uma arma contra a própria espécie e que fazer uso dela, neste momento, poderia significar a obtenção de algumas colaborações – Quando você souber de certos fatos, vai entender por que seu estudo é tão importante pra nós.

[...]

- ... então, quer dizer que vocês fazem tudo isso só para esconder de nós que vocês existem? – perguntou John com ceticismo, após ouvir calado, por vários minutos, uma longa explicação sobre a existência do mundo mágico.

- Exatamente. – confirmou Shacklebolt.

- Então você admite que mente para todos as pessoas do planeta e ainda quer que eu confie em você?

Kingsley se levantou e caminhou pela sala enquanto mirava o chão.

- Não estou pedindo sua confiança. Não totalmente. Só quero que você nos ajude a entender algumas coisas sobre seu estudo, como por exemplo, aquele pergaminho estranho que achamos em suas coisas.

- Espere um pouco, se bem me lembro você disse que apaga a mente das pessoas quando alguma coisa escapa.

- Isso mesmo.

- E o que me garante que você não irá fazer o mesmo comigo? – indagou John desconfiado, disposto a encontrar uma brecha que lhe garantisse alguma segurança no meio de toda aquela loucura.

- Nada! – respondeu Kingsley claramente - E só ainda não o fiz por considerar a alternativa de que você possa redescobrir tudo novamente.

- Então, o que você quer é saber sobre o que eu sei para poder apagar minha mente sem deixar vestígios pra mim mesmo. – afirmou John lentamente, fazendo um esforço para entender o máximo possível.

- Exatamente, John.

- E como ainda pode esperar que eu o ajude?

- Simples: porque no final das contas, sem nossa ajuda, você não poderá chegar a uma resposta. Entenda, não quero que se sinta forçado a fazer nada, o que não significa que, mesmo assim, as coisas não sejam como você queria que fossem. Estou sendo franco com você; se eu quisesse poderia ter dado a você uma poção que o obrigaria e dizer-me qualquer coisa que eu desejasse saber. Mas ao invés disso, estou explicando sobre história da magia e várias outras coisas.

- E se eu decidir não ajudar? Você vai usar essa tal poção pra me obrigar a falar?

- Não, John. Porque sei que você vai decidir o que é melhor.

- E como você pode saber que o que você quer é o melhor?

Kingsley voltou à cadeira e se sentou, olhou nos olhos de John firmemente.

- Eu perdi muitas pessoas queridas nos últimos anos, John. E a posição que conquistei com o povo, me permite entender o que sejam coisas boas e ruins.

- Como assim perdeu várias pessoas? Você não é um bruxo? Poderia muito bem ter tudo que quisesse.

- Não! Não posso, John! O último bruxo que tentou fazer isso foi responsável pela morte de várias pessoas, bruxos e não-bruxos. Em tudo deve haver limites, inclusive na magia. O egoísmo, mesmo no mundo bruxo pode ser muito ruim.

John baixou a cabeça, parecia confuso.

- Algo nos preocupou nas informações que colhemos em seus estudos. – continuou Kingsley com sua voz grave - Mas, para entender o que pode estar acontecendo, precisamos que você nos explique. Tudo era mais simples antes de descobrirmos o tal pergaminho através de imagens de sua mente, mas agora você precisa nos explicar do que se trata tudo isso.

John olhou pra frente, tinha no rosto uma expressão determinada. Não estava feliz, mas havia tomado uma decisão.

- Tudo bem. – disse por fim - Quem sabe eu não me torne tão importante para tudo isso ou para os bruxos, que você decida não apagar minha memória, não é?

Kingsley deu um leve sorriso de satisfação.

- Estou contente por você ter tomado essa decisão, John. Não esperava menos de uma pessoa tão inteligente.

- Por onde você quer que eu comece?

- Comece dizendo do que tratam seus estudos.

- Os meus estudos, são, se é que posso assim dizer, um modo alternativo na tentativa de explicar como...

Alguém batia à porta outra vez.

- Pode entrar. – respondeu o ministro.

Um homem atarracado colocou a cabeça para dentro e fez sinal para Kingsley quando o avistou.

- Senhor. – foi dizendo o bruxo com um cara triste antes de Kingsley chegar à porta – Senhor, não tenho boas notícias.

John olhava para os dois da cadeira; ficou imaginando a que cargo pertencia aquele Kingsley, já que havia dito antes algo sobre a posição que conquistara. De alguma forma ele não se sentia mais ameaçado, nem receoso; uma confiança misturada à tranqüilidade livrou sua mente de qualquer medo.

Kingsley já havia dispensado o homem que os interrompera e estava fechando a porta, porém, pareceu lembrar-se de algo e tornou a abrí-la.

- E entre em contato com Harry, sigilosamente. – disse em tom imperativo, fazendo o homem atarracado aparecer na soleira da porta novamente - O quero imediatamente em minha sala. Se não me engano, ele deve estar no jogo de quadribol em Godrics Hollow.

- Quem não queria estar... – respondeu o homem baixo fazendo sinal de positivo com a cabeça.

John franziu o cenho. Havia ouvido algumas palavras nada conhecidas, mas os termos: jogo de quadribol, o fizeram pensar que talvez fosse algum tipo de protocolo usado por eles.

- John, teremos que dar uma pausa em nossa conversa; uma emergência me aguarda. – o sorriso no rosto do ministro mostrava gentileza, mas escondia o desconforto que sentia – Vou lhe levar a uma sala onde possa ficar até eu terminar de resolver tudo.

John não teve outra alternativa a não ser concordar.




********************



A velha feiticeira descia as escadas com pressa. Dos quadros pendurados nas paredes, pessoas a acompanhavam com os olhos, curiosas, cochichando entre si. Adentrou em uma sala mal iluminada, e dirigiu-se para uma porta à direita. Ao chegar em uma cozinha, que mais parecia um depósito velho e abandonado, a velha abriu a portinhola de um armário localizado bem embaixo da pia.

Com muita dificuldade, ela se abaixou e entrou no armário.

“Lumus”, ordenou.

A ponta da varinha ganhou luz e iluminou precariamente uma velha escada de madeira que parecia terminar em um grande salão. Descendo vagarosamente sob os rangidos dos degraus velhos e gastos, a feiticeira apertava os olhos, tentando observar melhor o lugar enquanto afastava algumas teias de aranhas de seu rosto.

O amplo salão, decorado de cima a baixo por centenas de quadros, produziam um efeito incrível; era como se não possuísse paredes, e no lugar delas houvessem apenas os quadros empoeirados; parecia mais uma biblioteca de arte. Algumas das telas estavam cobertas por tecidos puídos e sujos, e outras até amarradas. Aproximando-se de uma das paredes, onde todos os quadros tinham a moldura arredondada em formato de “Q”, a feiticeira observou com certo pesar. Depois, mirou um dos retratos e aproximou-se.

- Quirinus. – chamou.

Ao som de sua voz, muitas pessoas nos quadros vizinhos não se preocuparam em esconder a curiosidade e algumas das telas que estavam amarradas começaram a tremer.

- Quirinus. – tornou a chamar, desta vez com mais energia.

- O-o-olá. – respondeu uma voz vinda do retrato.

- Murdovus veio aqui, queria lhe ver.

No quadro, um homem pálido de cabelos curtos e negros respondeu nervoso:

- N-n-não deixe! Não d-deixe ele me v-v-v-ver! - agora, além de nervosismo havia medo, tanto em sua voz quanto em seu rosto - Não p-permita mamãe! Não deixe e-e-ele machucar Harry Potter, n-n-não d-deixe mamãe!

- Ele não irá, meu filho. O que ele quer fazer não tem a haver com Harry Potter.

- Não c-conte nada a e-e-ele. Não conte m-m-mamãe.

- Não se preocupe Quirinus, ele não saberá!




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N.B:

Olá pessoal! Enfim, e aqui os corais ecoam Hozanna nas alturas e os anjos entoam Haleluijah, o capítulo saiu! Mas, como eu bem sei, nosso querido e talentoso autor estava cheio de responsabilidades de cunho pessoal, sabem... Infelizmente temos uma vida extra-mágica! É duro viver entre os trouxas.*suspiro de lamentação*

Mas vamos falar de coisas boas! *sorri* A espera valeu muito a pena! O capítulo foi simplesmente perfeito! Mais mistérios, morte (SNIF), algumas explicações (muito poucas na verdade), mais mistérios, e como se não bastasse a trama densa e bem produzida, nossos personagens queridos finalmente apareceram...*ouve a torcida do flamengo gritar “VIVA”!!* Bom, foi uma aparição discreta, mas me acho no direito de dizer que no próximo teremos muito mais deles! Well, acho que por hora é só! Espero que vocês tenham curtido o capítulo tanto quanto eu.

E que venha o próximo! E RÁPIDO!

Beijoks

♥ Lore Weasley Potter ♥



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N.A.:

Olá a todos! Mais um capítulo postado, depois de tanto tempo........... ufa! Vcs n sabem como eu tava com saudades de postar um capitulo aqui!! Mas veio, aqui está. E o maior até agora, diga-se de passagem!! Bem, uma morte ocorreu, e acho que um sentimento de tristeza e indignação e talvez até raiva tenha passado por vcs, eu sei. Foi duro fazer isso, ou melhor, ter que fazer isso. É, pq essa morte tem uma relevância tremenda para a historia, mas é claro, não posso falar mais nada. A feiticeira reapareceu! Quanto mistério, heim!! Bem, espero que tenham gostado bastante desse capitulo; se gostaram metade do que eu gostei de escreve-lo então ta ótimo. Uma outra boa notícia é que o outro capitulo não vai demorar; já estou começando e em breve estará aqui postado. Harry e companhia quase não apareceram tanto, mas o próximo será repleto deles (como já disse a salve salve beta Lore Weasley Potter). Um grande abraço, comentem, deixem suas opiniões, seus pensamentos, mandem um oi, o que quiserem!!! Obrigado a todos!

E para finalizar, queria agradecer a todos por estarem participando da Fic, principalmente a incrível beta pelo ótimo trabalho (o que seria dessa Fic sem vc?)!! A Fic tá crescendo, e que continuemos contribuindo para isso!!! Valew

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