Os Conselheiros
Em seu gabinete Alvo Dumbledore andava de um lado para outro extraindo de suas têmporas vários fios prateados que depositava em frascos recém invocados. Sabia que de agora em diante precisaria reavaliar todos seus pensamentos e lembranças para elaborar uma estratégia segura de defesa para Hogwarts, contra a iminente invasão que se prenunciava.
Há uma semana andava recluso, a examinar sozinho todas as perspectivas que surgiram diante dele, perante as novas informações adquiridas. Até então Lord Voldemort não ousara ameaçar o Castelo de Hogwarts e ainda demonstrava seriamente o temor a Dumbledore, um temor justamente devido. Mas agora era momento de se contra as novas pretenções de Lord Voldemort.
Pretencioso ele? Com certeza, contudo, não era o tipo de rival que se podia subestimar tão facilmente.
O tempo não esperaria ninguém. Não esperaria a Ordem da Fenix se organizar para permitir que os fatos ocorressem. Mas também não esperaria os exercitos de Comensais da morte se organizarem para o ataque.
Providências precisavam ser tomadas e não havia prazo.
Sabia que a situação era delicada e começou a estudar as listas de membros da Ordem da Fênix até então recrutados, e suas habilidades. Precisaria, sabia, organiza-los como a um exército, e pra isso precisaria de auxílio. Era uma pena que, apesar de a Ordem já poder contar com vários membros do comando de aurores do ministério, ainda não podia contar com o apoio do chefe de execução das leis mágicas, nem com o comandante dos batalhões de aurores, nem mesmo com o próprio ministro.
Portanto a Ordem da Fênix ainda era, não apenas uma sociedade secreta, como clandestina também. E isso não deixava de ser um sério contratempo, principalmente agora, na iminência da ação.
Mas Dumbledore andava de um lado para o outro em seu gabinete, desviando aqui e acolá de mesinhas repletas de instrumentos exóticos. Vez ou outra pegava uma corneta dourada e a aproximava do ouvido, outra hora ajustava os ponteiros de uma balança estranha que parecia estar medindo constantemente algo invisível. Vários daqueles objetos auxiliavam o diretor em suas funções na escola, outros porém eram detectores de magia negra, acessórios contra as artes das trevas, alguns eram oráculos astronômicos, adquiridos (a duras penas, sob protestos de todo o resto do grupo) diretamente de um centauro seu amigo. Misteriosos objetos. Nenhum deles mais fascinante do que a penseira, que estava estrategicamente localizada no centro da sala, e onde vez ou outra o diretor derramava o conteúdo prateado de algum frasquinho cuidadosamente escolhido em um armário repleto de tantos outros iguais ao que ele selecionava, e logo depois mergulhava no instrumento, ressurgindo no solo do gabinete minutos depois.
Depois de alguns minutos, sentando-se um tanto exausto em sua escrivaninha, pena e pergaminho em punho, começava a traçar sua fina e levemente tombada no pergaminho:
“Querida Minerva.
Tenho novidades um tanto temerárias, que nos impele à necessidade de agirmos rápido. Gostaria de vê-la ao amanhecer, na primeira hora. Preciso, acima de tudo arquitetar, com seu auxílio, a convocação extraordinária de uma reunião da Ordem da Fênix.
E esses assuntos precisam ser cuidadosamente analisados e uma pauta muito cautelosa e clara precisa ser elaborada.
Contando com seu perene apoio e bom senso espero você ao amanhecer, em companhia de Hagrid que também está sendo avisado neste instante.
Grato
AD”
Enrolou carinhosa e confiantemente o pergaminho, e o colocou de lado, preparando novo pedaço para um novo bilhete, com o texto muito similar ao primeiro, mas desta vez tendo Hagrid como destinatário.
Segurando os pergaminhos, um em cada mão, cerrou os olhos com energia e em alguns segundos o pergaminho em sua mão esquerda, o que se destinava a Hagrid esvaiu-se em meio a uma chama prateada tão alva quanto os cabelos e as barbas do remetente. Sem abrir os olhos, deu um novo impulso ao fluxo mental que estava realizando e em seguida o pergaminho da mão direita se comportou de forma idêntica ao primeiro
Quase que instantaneamente os dois amigos mais queridos de Alvo Dumbledore estavam testemunhando um fogo prateado se materializar do nada sobre suas respectivas mesas, uma escrivaninha em cedro delicadamente esculpida com alto-relevo em forma de felinos, em um gabinete refinado, porém modesto, e uma mesa de proporções superlativas e um tanto rústicas na choupana que se localizava nas orlas da floresta proibida.
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