A viagem e a emoção que não se
Os sete garotos se reuniram bem cedo na Toca. Combinaram de dizer aos pais que fariam apenas uma pequena viagem de lazer, os sete, e não encontraram obstáculos, pois a ameaça eminente que se chamara voldemort, estava derrotado e morto e o grande bruxo que o havia vencido estaria ali, pra proteger a todos.
Assim não tiveram problema algum. Só precisaram evitar falar sobre o destino real na frente dos outros, e tomaram um delicioso café da manhã preparado especialmente por Molly Weasley, e logo depois, usando a famosa bolsa mágica de Hermione, reuniram toda a bagagem, enfiaram pelo minúsculo orifício da bolsinha de contas, e se prepararam pra desaparatar.
Combinaram de aparatar diante da capelinha, pois só Harry e Hermione conheciam a exata localização dos escombros que fora outrora a casa dos pais de Harry. Portanto poderiam se desencontrar.
Em alguns minutos estavam os sete amigos diante da capelinha e decidiram passear pelo cemitério para mostrar aos outros os túmulos curiosos e históricos que encontraram ali.
Passaram pelo tumulo que tinha entalhado na lápide o sobrenome Abbott, foram até o tumulo dos Dumbledore, onde Harry lamentou sinceramente pelo destino cruel que vivera a pequena irmã do seu estimado amigo Alvo, passaram pelo tumulo desgastado em que mal se podia distinguir o nome ‘Ignoto Peverell’, e uma insígnia já bem conhecida de todos, um triangulo, com um círculo ao centro e entrecortado por uma reta: a capa, a pedra e a varinha. Desta vez Harry olhou mais atentamente, com uma nova emoção. Aquele era o túmulo de seu mais antigo ancestral conhecido. Outrora sua querida capa de invisibilidade fora deste homem há muito sepultado ali. E foram ao tumulo de Tiago e Lílian Potter. Ali ficaram um tempo a mais e todos perceberam que Harry, ao invés de se contrair em dor, estava com um leve sorriso nos lábios, e compreenderam que Harry estava se comunicando com eles de alguma forma, lá no íntimo, e por isso durante esse tempo diante daquele túmulo, o silêncio imperou.
Depois voltaram, passaram pela pracinha e puderam ver a enorme estátua de um casal de bruxos com um bonito bebê aos braços. O Tributo aos Potter. E seguiram até a antiga casinha destruída, ao pé da afastada e deserta estrada.
Ao atingir o destino com o olhar, Harry não pode mais se conter. E se entregou ás lágrimas de emoção. Não eram exatamente de dor, e todos podiam perceber isso. Havia sim algo de lamento pela vida que o rapaz foi coibido de viver, pelos desmandos e mesquinharias de Tom Servolo Riddle. Mas Harry chorava aos soluços e aos sorrisos, com um semblante inigualável que descrevia todo o alivio de saber que Voldemort estava morto por suas mãos e a vida de seus pais vingada.
Mas passado o momento de emoção em que as lágrimas que correram faces não foram somente as de Harry, mas de todos os sete, decidiram que entrariam na casinha. Sabiam que estavam ali por um motivo, não sabiam qual, mas sabiam que este existia.
Logo no espaço que outrora seria a sala Harry para de sobressalto. Todo rasgado e com sinais nítidos de um fogo que o consumira ao leve, estava o sofá que Harry vira quando acessara a memória de Voldemort relativa ao dia da morte de seus pais.
Sabia que ali, debaixo dos estofados, o pai havia escondido a varinha, pois estava decidido a não reagir ao lord. Por isso, morrera sem reagir, o que garantiu boa parte da magia antiga que protegeu Harry pelos primeiros dezessete anos de sua vida.
Andou lentamente e passou a mão por debaixo da almofada. Exatamente a que ele vira seu pai colocando a varinha, e ela estava ali, incrivelmente intacta. Será que encontraria a varinha de sua mãe também? Que outros tesouros Harry encontraria ali.
Imaginou por alguns segundos que talvez bruxos que amaram seus pais, como Dumbledore por exemplo, teriam tentado restaurar o edifício, mas porque não conseguiram?
Harry propôs aos outros que tentassem, todos assentiram, mas não tiveram muito sucesso. Talvez o poder das trevas emanado outrora no lugar estivesse impedindo qualquer magia boa de funcionar. Desistiu por hora. No futuro tentaria novamente, mas agora a curiosidade, a ansiedade, e o instinto tão confiável de Harry o mandava prosseguir a busca. Ele sabia que deveria continuar procurando porque havia alguma coisa ali, algo de extrema importância que ele precisava encontrar.
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