Inimigos
Harry olhou em volta. O salão de reuniões da cúpula mundial de ministros da magia no Ministério da Magia de Londres estava lotado. Quando os sintomas da maldita Praga de Dracon começaram a despontar nas pessoas, os ministros resolveram ceder às pressões de Malfoy. Draco rapidamente enviou a Harry o contrato mágico que deveria ser assinado por pelo CM13. O CM13 era a Cúpula da Magia em que 13 ministérios representavam o mundo inteiro. Se eles assinassem, Malfoy tornar-se-ia o rei e teria o direito mágico de dominar o mundo mágico. Aquilo era uma verdadeira tragédia.
Quim, ao lado de Harry, parecia desolado. Só faltava a assinatura dele para fazer valer o contrato mágico. Em contrapartida, Draco sentado na ponta da mesa, sorria sarcasticamente, observando toda a cena. Maldito Malfoy!
- Eu não tenho todo o tempo do mundo, sabe? – falou Malfoy, olhando em volta. Você quer se tornar o responsável pela vida de milhões de pessoas, Quim? Posso chama-lo de Quim, não é?
Quim fez uma cara feia, mas em seguida assinou o contrato. Uma luz apareceu circundando as letras dos líderes do CM13. O contrato havia se interposto. Depois disso, simplesmente desapareceu no ar. Não havia nada no mundo que pudesse impedir Malfoy.
- Draconiatus Espernten... – proferiu Malfoy, entre os dentes. Harry sentiu um alívio imediato no seu corpo. Estava tentando não demonstrar, mas ele mesmo já havia sentido os sintomas. – Agora todos estão curados de uma vez por todas. Os corpos de todos vocês estão impenetráveis ao sintomas da praga de Dracon.
- E qual vai ser sua primeira ação como rei do mundo bruxo? – perguntou Jaques, do Ministério da Magia da França. Ele não fazia parte do CM13, pois a France era parte do aglomerado do Ministério da Inglaterra, mas tinha muita influência na política tanto da França quanto da Inglaterra.
- É... estamos todos curiosos. – falou Quim, despeitado. – Vai mandar fuzilar todos os nascidos trouxas? Ou vai aumentar os impostos até que todos morram de fome?
Malfoy fez um muxoxo, olhando com cinismo para todos em volta.
- Eu sei que vocês pensar que eu sou o inimigo. E sou mesmo, mas não sou o único.
- Do que está falando, Draco? Você sempre foi o maior inimigo que tivemos desde Voldemort.... é você quem tem colaborado para pessoas inocentes morrerem e outras se perderem – falou Harry, não aguentando ficar calado muito tempo.
- Eu sei disso. Por muito tempo foi só o que eu queria: destruir tudo e a todos. Meu ódio era imenso. Mas quando encontrei este livro – disse Malfoy, colocando o pesado compêndio de seu ancestral sobre a mesa. – Eu percebi que há outros males à espreita. A princípio, eu pensei em tirar vantagem da situação. Mas agora, eu percebi... Hermione me fez perceber... que é possível...
Malfoy parou de falar. E todos ficaram sem entender o que ele dizia. Naquele minuto, seu pensamento alçou voou. Ele lembrou-se do sorrido de Hermione, do jeito gracioso da mulher que ele admirara por tanto tempo em segredo e que agora precisava afastar de si.
- Precisamos ajudar uns aos outros. – falou Malfoy, por fim. – Haverá uma guerra, uma guerra como nunca antes. Uma guerra contra um inimigo infinitamente maior do que nós todos. E se não nos unirmos, sucumbiremos todos...
Malfoy continuou a explicar. Falou e falou e quando todos pensaram que ele acabaria, ele ainda falou mais. E todos escutavam atentamente, não só porque agora ele era o rei, mas porque poderia ter razão: ele era um inimigo, mas não era o único.
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Hermione acordou surpresa por estar numa cama. Adormecera na noite passada sob o jugo de algemas, alçada ao teto como se fosse um porco abatido. Seus pulsos estavam doloridos e machucados. Ela olhou em volta, mas não encontrou Draco em seu quarto. Sobre um criado-mudo, havia uma bandeja com torradas, frutas e suco que Hermione comeu com gosto. Estava faminta. Somente quando pegou a última torrada do prato é que Hermione percebeu que havia um bilhete com seu nome. Ela abriu a folha dobrada e leu o aviso:
“Você está livre para ir. Já consegui o que eu queria... Draco.”
Hermione não conseguiu mais comer. Sentiu uma tristeza no coração. Era verdade então o que ele lhe dissera na noite passada. Ela não passava de um objeto para Draco.
Hermione levantou-se e se dirigiu a porta. Desta vez, a porta estava aberta. Ela olhou pelo corredor para ver se o encontrava. Procurou em todos os aposentos. Estavam todos vazios, inclusive a cela onde ele a deixara na noite passada.
Finalmente, ela conseguiu achar a saída. Estava num prédio velho ainda em Londres. Assim que saiu, o prédio desapareceu entre dois outros prédios velhos. Aquele lugar era exatamente como Grimmauld Place. Com certeza, protegido por feitiços. Dali ela caminhou até seu apartamento.
Ela mal pode contar com o cansaço e foi direto para a quarto, imaginando poder descansar um pouco. Havia uma pilha de jornais sob a gaiola de sua coruja que ainda continuava viva apesar da ausência de Hermione. Ela smpere deixava uma fresta da janela de seu quarto aberta. Dessa forma, Kikins, como chamava a coruja, podia sair e caçar na sua ausência.
- Boa menina! – falou Hermione, fazendo um carinho na cabeça da coruja. Foi então que viu a capa do último Profeta Diário!
“Contrato mágico assinado: Draco Malfoy é o rei do mundo Bruxo.
Numa cerimônia que ocorreu em segredo, o CM13 assinou um contrato mágico que incumbe a Draco Malfoy a posição de Rei do Mundo. O novo rei anunciou medidas inesperadas como a promoção de Harry como vice-rei e o toque de recolher às 10 horas. A boa notícia é que, aparentemente, todos os que haviam sido acometidos com a Praga Dracon foram imediatamente curados, sem a obrigatoriedade de tomar a poção curativa que...”
- Harry... vice-rei??? – perguntou Hermione a si mesma, sem entender muita coisa. Política. Era assim mesmo: inimigos fazendo alianças para manter e aumentar o poder. O problema era ela estar no meio daquilo tudo.
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Dias depois Hermione estava chocada: o juiz-bruxo havia acabado de dar a sentença. Ela havia perdido a guarda dos filhos. Além disso, toda a sua fortuna que Hermione ganhou justamente com a venda de seus livros e com o seu trabalho havia ficado com Rony. E isso tudo sem apelação.
Hermione olhou para trás, onde Rony estava sentado junto com Rose e Hugo. Ela se aproximou, mas Rony se interpôs entre ela e os filhos.
- Não escutou não? – falou Rony, com raiva nos olhos. – Você perdeu... não vai ficar com meus filhos...
- São meus filhos também, Rony... são meus filhos – Hermione disse, sentindo uma lágrima rolar pelo seu rosto.
Rose passou pelo pai e se jogou nos braços da mãe. Hermione se ajoelhou e abraçou a filha.
- Mãe... tava com saudade! – falou Rose, com o rostinho coberto por lágrimas.
- Eu também, meu amor... eu também. – falou Hermione, secando o rosto da menina. – Mas você vai ficar com seu pai, agora. Assim que o juiz deixar, eu vou poder vê-la – falou Hermione, mas sabia que isso jamais seria possível. O juiz avisou que não haveria apelação.
Hermione levantou-se e tentou se aproximar de seu filho mais velho, mas quando ela fez menção em abraça-lo, ele saiu correndo e saiu do tribunal bruxo num dos andares do Ministério.
- Vai com seu irmão, Rose! – falou Rony e a menina obedeceu, saindo em sequencia do tribunal.
- Rony, nós precisamos conversar. Eu sei que o juiz te apoiou e eu fiz coisas que não deveria ter feito. Mas são meus filhos. Eu sempre os amei e sempre fui uma boa mãe para eles. Por favor, não me castigue assim. Nós sempre fomos amigos. Sempre fomos companheiros. Não deixe o que tivemos acabar dessa forma... – implorou ela, com os olhos vermelhos. Tentava se controlar, mas havia tanta coisa acontecendo que era impossível.
- Foi você que causou isso a si mesma! – sentenciou Rony e, em seguida, saiu também do tribunal.
Hermione ficou ali sozinha, tentando controlar a situação. Com tudo o que havia acontecido, Hermione havia perdido o foco de seus filhos. Rony aproveitou a situação e encaminhou provas de que Hermione já estava longe de casa há muito tempo. Depois usou o que Hermione fez no casamento de Harry, ficando do lado de Malfoy, como uma prova de caráter de Hermione. Ficou claro para os jurados de que Hermione era uma mulher vil, irresponsável e incapaz de criar filhos. Depois disso, a sentença do do juiz foi clara: a casa e a conta de Gringotes deveriam ser passadas para Rony. Hermione não se importou muito com aquilo, era uma batalhadora. Conseguiria tudo de novo trabalhando. Mas quando veio a segunda sentença: a de que perderia seus filhos, parecia que o mundo estava abrindo sua boca e mastigando-a viva.
Hermione saiu do tribunal. Andou pelo corredor até pegar um dos elevadores. Ela estava sozinha ali, por isso, não estava tentando segurar as lágrimas. Entretanto, sem que Hermione pudesse prever, o elevador de abriu no outro andar e Draco Malfoy apareceu.
Ela não sabia o que fazer e se sentia ainda mais humilhada por estar naquele estado.
Malfoy cerrou as sombrancelhas e entrou no elevador.
- O que diabos aconteceu? – falou ele, parecendo preocupado.
- Não lhe interessa... – falou Hermione baixinho, tentando sumir no canto do elevador.
- Alguma coisa aconteceu, o que é? – falou Malfoy, aproximando-se dela. – Por que está chorando?
- O que importa? – falou ela, levantando os olhos para ele. – O que importa que eu tenha perdido a guarda de meus filhos para sempre? Que importa que o juiz tenha dito que eu não poderei ver meus filhos para o bem deles? Você não se importa com quem esteja sofrendo ou morrendo. Você só importa em ser o rei, não é, Draco Malfoy, ou devo dizer, oh heil, king Malfoy...? – disse ela, despejando a amargura nele. – Eu não sirvo para mais nada agora que você já conseguiu o que queria...
Draco aproximou-se ainda mais dela e segurou seu braço. Hermione estava incomodada com aquela proximidade.
- Hermione, eu...
Hermione olhou para Draco. Ele parecia querer lhe dizer alguma coisa. Parecia que alguma coisa estava ali, prestes a sair
- Hermion....
A porta do elevador se abriu. Era Harry. Ele imediatamente notou que Hermione estava ali e olhava para os dois.
- Estou interrompendo algo...? – falou Harry, com um tom cínico.
- O que é? – falou Draco, ainda olhando para Hermione.
- Você precisa ver algo... AGORA!
Draco olhou para Harry. Hermione percebeu que havia alguma coisa entre os dois. Algo que era somente do entendimento deles.
Depois disso, Malfoy olhou novamente para ela.
- Rony é um bom pai. Seus filhos estarão bem...
Quando Draco saiu do elevador e a porta se fechou, Hermione teve vontade de esmurrar a porta. Ela já estava farta daquilo tudo. Farta de ser uma maldita bolinha de ping pong jogada de um lado a outro. Estava cansada de Harry, Rony e Draco. Cansada de ser uma maldita auror... cansada de ser uma maldita bruxa...
Comentários (1)
tadinha da herms :s , nao seria uma boa a hermione voltar a ter pelo menos uma amizade? ela tá tão sozinha
2012-10-03