Gritos na escuridão...



UM ANO DEPOIS


 


- NÃO SE ESQUEÇAM DE FAZER O TRABALHO SOBRE OS HIPOGRIFOS E AS ACROMÂNTULAS!!! – disse Hermione para seus alunos enquanto eles saíam da sala. Hermione pegou a sua bolsa e saiu por último quando todos já haviam saído.


Ela lecionava Mitologia Persa e Grega na LONDON UNIVERSITY.


Era estranho ensinar como mito aquilo que ela conhecia como verdadeiro, mas os trouxas jamais poderiam saber da verdade. O que seus alunos diriam se ela dissesse que já voou em um Hipogrifo e matou Acromantulas?


Ainda pensando nas aulas que havia dado, entrou distraída na sala dos professores do Departamento de História e sentou-se na mesa que costumava ocupar. Percebeu depois de um tempo que os colegas estavam concentrados ao redor da TV.


- Que coisa horrível – disse uma das professoras que ensinava História Egípcia. – Acho que eu morreria se algo assim acontecesse com meus filhos.


- O que aconteceu? – perguntou Hermione, levantando-se para se juntar ao grupo.


A jornalista narrava:


“Outra mãe desesperada reportou que seu filho desapareceu quando brincava no parque da cidade. É a 56ª pessoa desaparecida neste mês. A hipótese de seriais killers trabalhando em equipe tem despontado entre os policias...”


- Não soube dos casos de desaparecimento, Hermina? – a professora de História Egipcia sempre errava o nome de Hermione - Isso tem acontecido em escolas, creches, em todo lugar. Geralmente com crianças, mas já houve casos de jovens e até adultos desaparecerem como por magia.


“Pode muito bem ser por magia”, pensou Hermione, imaginando uma explicação para isso.


- E não é só em Londres... – falou outra professora – Minha irmã mora em Paris. Disse que lá já são 134 desaparecimentos. Uma mulher falou que viu um monstro arrastando seu filho para dentro do esgoto... que coisa horrível, não é?


“Monstro arrastando gente para o esgoto”, pensou Hermione, prestando atenção. Aquela história parecia cada vez mais esquisita.


Obviamente, se estive ainda no Ministério da Magia, ela logo instauraria um inquérito para investigar o caso, mas ela não era mais um auror e não trabalhava mais para o Ministério, para Harry ou Malfoy. Havia desistido de sua vocação bruxa para ser uma pessoa normal, longe de todas as tramoias de Malfoy e seu sorriso sedutor, de Harry e suas indecisões, de Rony e seu ciúme doentio ou qualquer outra ameaça.


Não havia cortado o cordão umbilical totalmente, é claro, ainda mantinha sua varinha que sempre trazia na bolsa e ainda recebia o Profeta Diário por onde recebia as notícias do mundo bruxo.


As notícias que transitavam pelo Profeta Diário ultimamente pareciam estar muito longe da verdade.  De malfeitor, Draco Malfoy passou a ser encarado como um herói: a peste de Dracon havia sido extinguida e ele fez alguns projetos que caíram na boa graça da população bruxa o que era esquisito para dizer o mínimo. Talvez Malfoy tivesse comprado o Profeta como o Ministério costumava fazer. Mas era realmente estranho: ele não tinha necessidade de ser ‘bonzinho’ agora que tinha um contrato mágico que o mantinha como rei.


Aquilo tudo era um retrocesso. Na época dos bruxos anciãos, havia reis e rainhas bruxos, mas então, Grifindor, Lufa-lufa, Sonserina e Corvinal se juntaram e destituíram os reis e a democracia se instaurou. Agora, tudo havia retornado ao que era antes. E o pior, era um Malfoy quem estava no poder. Não que fizesse alguma diferença. Harry não parecia ser uma melhor opção como vice-rei.


O profeta Diário, como a TV dos trouxas, também esteve noticiando estranhos desaparecimentos. Na maioria, os desaparecidos eram trouxas ou nascido-trouxas, o que era tão curioso quanto os desaparecimentos dos trouxas normais, sem nenhuma relação com a magia.


Ela sabia que Malfoy havia recuperado o livro de Draconiatus Malfoy. E se ele estivesse produzindo outro tipo de peste, uma peste que agora assolava nascido-trouxas?


Não importava. Os problemas bruxos agora não competiam mais a ela.


Foi para sua casa depois de encaminhar um artigo para a editora da Universidade.  Desde que começara a trabalhar na Universidade, Hermione havia comprado um carro e o dirigia agora, estacionando numa das vagas pertos do elevador do apartamento.


Era estranho essa vida de pessoa normal. Ela havia nascido dessa forma, era uma ‘sangue-ruim’, uma nascida-trouxa, mas assim mesmo sua relação com a magia era muito forte. Quando resolveu sumir do Ministério e de sua função como aurora e conselheira de Harry, ele a procurou. Veio a seu apartamento, dizendo que Malfoy o mandara. Ela não escutou o que ele tinha a dizer, simplesmente mandou-o embora. Depois disso, Harry nunc a mais voltou.


A única pessoa que ela realmente esperava era Rony, com alguma notícia de Rose e Hugo, mas ele não retornava suas corujas, nem permitia que Hermione se aproximasse da casa que ambos haviam comprado perto da Toca há quase 10 anos. Seu dinheiro em Gringotes também fora confiscado, mas ela tinha algumas reservas no banco de Trouxas e como logo passou a trabalhar, isso não seria realmente um problema. Afinal, o que havia acumulado em sua vida, com a venda de livros de magia e seu trabalho como aurora deveria mesmo ficar para seus filhos.


O problema era não poder vê-los. Aquilo esmagava o coração de Hermione cada vez que pensava sobre isso. Para quê foi ficar do lado de Malfoy publicamente. Para quê defende-lo naquele maldito casamento forçado que nunca chegou a se realizar. Foi isso que a fez perder os filhos e a possibilidade de apelação e, por fim, Malfoy finalmente revelou ser o que sempre disse ser: um homem cruel.


Entretanto, não havia um só dia em que não pensasse nele. Ela o amava e isso era ainda pior. Pois sabia o quanto ele representava para ela. As vezes, ela ainda tinha esperanças de que ele aparecesse em seus apartamento como por encanto e lhe dissesse que a amava. Isso jamais iria acontecer. Ele deixou bem claro que agora não precisava mais dela e que ela estava livre para ir.


Hermione abriu a porta do seu apartamento completamente exausta. Era como se sentia ultimamente. Tentou tomar banho, mas o chuveiro simplesmente não funcionava. Tentou abri r a torneira da pia, para pelo menos, poder lavar o rosto. Escutou um barulho de encanamento horrível, como se tivesse alguma coisa nos canos impedindo a agua de chegar até seu destino. Depois fechou a torneira, com medo de que saísse algum rato ou barata. Na manhã seguinte deveria falar com o senhorio para que ele cuidasse do encanamento.  Irritada, Hermione deitou-se na sua cama e, mesmo sem poder relaxar com o banho, adormeceu em seguida.


 


No meio da noite, acordou assustada. Havia escutado um grito. Meio sonolenta, zonza, levantou-se e caminhou até a janela, bocejando. Havia alguma coisa ali na viela. Um homem estava gritando, olhando para dentro de um bueiro.


- ALGUÉM ME AJUDE!!! POR FAVOR, ALGUÉM ME AJUDE!!! – gritava ele, em desespero – UMA COISA PEGOU MINHA MULHER...


Hermione tentou agir, mas seus pensamentos parecia anuviados. Ao longe escutou a sirene de um carro de polícia. “Eles vão ajudar, isso não compete mais a mim...”, pensou Hermione, virando-se e retornando para a cama. Estava cansada e logo adormeceu, mas ao longe outros gritos surgiram na escuridão e se espalharam pela noite...


 


 


 

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Comentários (1)

  • H. Granger Malfoy

    Gostei muito da historia!!! Quando a hermione vai reencontrar o malfoy??? Como sera que ele esta??? tou mt curiosa!!!! Espero q o prox cap nao demore... bjs!

    2012-10-04
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