Ten
Lily andava pelo corredor segurando os livros próximos ao peito, pensando no que fizera. Não devia tê-lo livrado daquele fardo, daquela culpa que lhe incitara. Não devia deixá-lo parar de sofrer. Contando o que sofrera por ele, era pouco o que fizera. Contando a quantidade de noites que chorara por ele, era fichinha as poucas noites que ele talvez tivera insônia perguntando-se se seria mesmo capaz de fazer algo daquele tipo. Porque ela sabia a resposta. Ele não era. James Potter não machucaria alguém fisicamente sem um bom motivo. Mas humilhava de todas as formas, magoava, torturava sem piedade. Ele era um destruidor de sonhos e dizimador de almas, e provavelmente, em sua arrogância e egocentrismo, nem sabia disso. Talvez tivesse boas intenções, talvez pensasse ser só brincadeira, talvez achasse que estava ajudando. Pois bem, de boas intenções o inferno estava cheio, então aquilo não fazia diferença. Não para ela.
Olhou para o lado e viu Sirius e Marlene no pátio, junto com Remo e Dorcas, Alice sentada no chão á frente deles. Atrás, de pé, estavam Emmeline e Edgar, também muito próximos. Pensou em ir lá perguntar qual era a da traição delas. Sirius e Marlene tudo bem, mas Dorcas e Emmeline ainda tinham vinganças á fazerem, não tinham? Não ia fazer aquilo. Mas sentiu-se traída, ah, isso sentiu. Sentiu como se estivesse mais uma vez sozinha em sua vontade de se vingar de alguém que tinha destroçado seus sonhos e seu coração. Odiava-o. Não, na realidade tinha raiva dele, mas uma raiva que era tão enorme que talvez fosse ódio. Queria que ele fosse humilhado e sofresse tanto quando ela mesma sofrera. Queria vê-lo implorando por clemência, queria ter certeza que ele nunca mais faria nada daquilo. E sofria, sofria sozinha com aquela raiva. Pensara ser compartilhada por todas as outras meninas, mas pelos rostos de felicidade delas, estivera enganada. Sentia-se só mais uma vez.
Sentia um pouco de inveja daquela felicidade despreocupada, inocente, sem pesos. Sentia o peso do sofrimento de anos em suas costas, não conseguia mais rir, ou chorar, ou fazer qualquer outra coisa que demonstrasse emoções que não sugerisse repúdio á James Potter. Sentia-se como em um inferno na terra, sem conseguir pensar em muita coisa mais além de se vingar.
Sabia que ainda amava o rapaz. Por mais que sentisse raiva dele, amava-o. Mas aquele amor só a fazia sofrer, então negava-o e escondia-o de si mesma o máximo que podia. E agora olhava para o lado novamente, e lá estava ele sorridente, envolvendo a cintura de uma morena bonita, olhando-a apaixonadamente, apresentando-a aos amigos. Aquilo não era normal, mas Lílian já sabia. Havia uma semana que ele saía com a mesma garota, e isso só podia indicar uma coisa: Namoro. James estava apaixonado por uma outra moça e agora introduzia-a ao círculo de amigos, as garotas recentemente incluídas no grupo pareciam adorar. Alice e Dorcas constantemente chamavam Lílian para sentar-se com eles, mas não podia admitir sentar-se perto de James Potter e sua nova namorada. Emmeline e Marlene acataram sua decisão após muita discussão.
Agora tomava café sozinha, almoçava sozinha, jantava sozinha. Passara á tomar somente uma xícara de café no desjejum, comer um pouco de purê de legumes no almoço e uma gelatina no jantar, sem ter mais vontade de comer mais nada. Vivia na biblioteca estudando, a bibliotecária já estava preocupada com ela. Mas não podia parar. Tinha que se concentrar, se dedicar, simplesmente ocupar a cabeça. Suas notas subiram, mas seu peso diminuíra consideravelmente. E, já que McGonagal aceitara seu pedido, agora dormia em um quarto separado das garotas, então estas nem tinham notícias suas. Ouvira Marlene dizer que, se ela queria ficar sozinha, ela sabia o que estava fazendo. Que deveria estar maquinando alguma coisa, ou então só precisando de um tempo para pensar.
Mas Lílian não estava. E pela segunda vez na vida não sabia o que fazer. Não sabia mais. E nem queria saber. Se pudesse se afogar no lago talvez as coisas melhorassem.
Aliás, aquela não era uma má idéia.
_____________________________________________________________________________________
Dorcas observou Lily passar sem dar oi, mais pálida e com mais olheiras do que o normal. Suas roupas agora estavam largas, a garota parecia estar em pele e osso. Recebendo um beijo do namorado na linha da mandíbula, tentou sorrir para ele, mas seu sorriso saiu triste.
-O que foi Dorcas? – Ele perguntou carinhosamente.
-Lílian – Respondeu-lhe sucinta – Eu estou preocupada com ela. Parece que não come ou dorme ou faz qualquer coisa além de estudar há semanas. Eu não sei se ficar longe dela está ajudando, Lene – Dirigiu-se á amiga, que estava sentada ao lado de Sirius no banco de pedra, ao seu lado. Marlene olhou para ela enquanto Sirius mantinha um braço sobre seus ombros.
-Eu também não sei, Dorcas. Eu achei no começo que isso seria o certo. Ela sempre foi tão forte e decidida. Mas agora Lílian parece uma boneca de porcelana com o humor de um dragão machucado. Eu juro que achei que era o certo, mas agora temo que tenha tomado a decisão errada e tenha prejudicado-a ainda mais – Disse, sua voz transparecendo o medo e a culpa facilmente. Sirius apertou o abraço, fazendo-a apoiar-se em seu peito, beijando o topo da cabeça.
-Não se culpe. Talvez fosse o certo naquela hora, mas agora não é mais. Lílian precisa de ajuda. Da nossa ajuda – Alice declarou vendo a ruiva desaparecer pelo corredor afora, a blusa realmente larga no corpo da garota. – Não sei se perceberam, aquela era a blusa que Emmeline diminuiu na última vez que bebemos firewhisky – Disse olhando para as amigas, que arregalaram os olhos.
-Céus... – Marlene murmurou aterrorizada.
-Aquela que fez o colégio todo torcer o pescoço para olhar vocês? Essas roupas não eram apertadas? – Sirius perguntou tentando fazer graça, mas voltando a ficar sério, entendendo que eram sim. E que, se agora estavam daquele jeito em Lílian, então ela estava decadente. E, para o próprio bem dela, ela precisava das amigas dela de volta. – Certo, esse é o plano. Eu e Remo vamos monitorar aonde ela vai, e vocês passam á “por acidente” encontrá-la por lá e introduzi-la nas conversas novamente. Porque pelo que eu sei ela é orgulhosa, e se vocês pedirem ela provavelmente não vão aceitar. Convidem-na e insistam para caminhar nos jardins, qualquer coisa. Talvez ela aceite só por cansaço de dizer “não” – Sugeriu vendo, se preocupando e se doendo com a expressão assustada e temerosa de Marlene. Não queria que ela sofresse, de algum jeito aquela semana com ela piorara ainda mais o que sentia por ela. Amava-a por demais. Só não sabia o quanto essa paz iria durar. Queria ajudá-la.
-É uma boa idéia. O que vocês acham? – A morena perguntou olhando para as amigas, que assentiram com a cabeça. – Certo. Começamos amanhã então. – Decidiu e as outras assentiram, voltando para suas posições iniciais e ficando absortas em seus próprios pensamentos, coisa que foi absolutamente aderida e respeitada pelos Marotos. Um amigo com problemas sempre era problema para todos. E elas, como eles fariam , teriam de resolver.
_____________________________________________________________________________________
-Lily! Tá estudando o que? Eu to precisando de ajuda em poções... – Dorcas chegou na mesa que a amiga ocupava na biblioteca animadamente, mordendo o lábio inferior de lado, olhando para a ruiva meio temerosa. Lílian olhou para ela e piscou, por um momento sem reação. Então indicou com a mão a cadeira vazia ao seu lado, fazendo a loira dar um largo sorriso e alguns pulinhos, beijando o rosto de Lílian. – Muito, muito, muito obrigada Lily, você é o máximo. – Disse sentando-se e colocando o livro de poções sobre a mesa.
-Marlene vai fazer um chá de bebê pras amigas. Vai ser sexta. Ela está tão animada... Nem parece a Marlene que abortou o primeiro bebê. Sirius comprou um berço branco e ela agora está exultante. Nunca pensei que ele fosse gostar tanto da idéia de ter responsabilidades pelo resto da vida – Revirou os olhos enquanto Lílian, mesmo olhando para o pergaminho á sua frente, milagrosamente sorria. Ficou ansiosa para fazê-la sorrir de novo.
– Você acha que vai ser menino ou menina? Eu sei que bruxas sempre sabem o sexo do bebê, mas Marlene diz que não teve nenhuma sensação ainda, então estamos fazendo um bolão. Sirius simplesmente detestou a idéia, e não vai participar, assim como Marlene, porque eles dizem que não importa o sexo do bebê, vão amá-lo de qualquer jeito. James também diz que não se importa, já que ele vai ser o padrinho de qualquer jeito – Primeiramente riu, mas logo viu a besteira que tinha feito ao citar o nome de James. Mas Lílian continuava sorrindo, agora mais largamente. Resolveu testar.
– Ele já está todo bobo com a idéia de ser padrinho. Já diz que sendo menino ou menina o primeiro presente vai ser uma mini vassoura para ensinar a criança a voar desde cedo. Marlene quase bateu nele quando ele falou isso, e Sirius disse que se ele realmente desse a vassourinha, iria guardá-la até a criança ter idade o suficiente. Mas ele é tão superprotetor que provavelmente nem quando tiver trinta anos – Riu e Lílian se virou para ela, os olhos pedindo mais informação.
- Quem ela vai escolher pra madrinha? – A ruiva não pôde conter a pergunta, regozijando-se da felicidade que Dorcas exalava ao contar cada uma daquelas novidades. Dorcas sorriu.
-Emmeline sugeriu que ela fizesse um sorteio, mas Marlene está decidida que a madrinha será você. Ninguém a culpou realmente por escolher uma de nós, já que ela anda com você desde o primeiro ano, e agente só se juntou a vocês um pouco depois – Dorcas riu, confirmando a proposta de “sem ressentimentos”. Mas Lílian parou de sorrir um pouco.
-E o casamento? Tem que ser o mais rápido o possível por causa da barriga – Disse meio preocupada, deixando-se levar por Dorcas.
-Isso são os pais de Sirius e Marlene que estão agendando. Agente nem sabe de nada. Mas eu desconfio que ele está pegando informações pra essa festa, porque ele vive perguntando pra gente coisas típicas sobre a Lene, como as flores preferidas dela, o tipo de bolo e tudo mais. Pelo que parece é Andrômeda, a prima dele, que ficou encarregada de organizar decoração, música, local e etc, então ele tem poder de opinar. – As duas riram como confidentes, mas foram interrompidas por alguém que arfava atrás delas. Viraram-se para se depararem com Sirius com os joelhos flexionados e as mãos neles, tentando recuperar a respiração.
-Eu não acredito… que eu esqueci… de você, Lily. Você nem sabe… o quanto eu me senti… burro quando pensei… que não vim falar… com você de primeira. Você, Lily, é meu pomo de ouro. Dorcas, eu vou roubar essa ruiva de você por alguns minutos. Eu tenho que falar com ela. – Sirius olhou para elas, os olhos azuis incrivelmente claros naquele dia parcialmente nublado. Dorcas assentiu com a cabeça, assustada, e ele pegou a mão de Lílian rapidamente, puxando-a para fora da biblioteca.
Seguiram de mãos entrelaçadas, ele na frente guiando, até a árvore embaixo da qual se beijaram na primeira vez nos jardins. Ele se sentou ali e fez com que ela se sentasse também, pegando do bolso um gravador trouxa preto. Apertou um botão e gravou “Baú da Lily”.
-Você está ficando louco, Sirius – Ela disse finalmente, e ele somente deu aquele sorriso divertido que sempre alegrava o dia de todos, como se dissesse “agora me diga algo que eu não saiba”.
-Certo, Lily, qual é a idéia de casamento perfeito da Marlene? – Perguntou e ela riu alto, entendendo tudo.
-É por isso que eu sou seu pomo de ouro? Tudo bem, por Marlene eu faço isso. – Pigarreou ao ver a expressão dele mostrando que estava gravando. – Marlene sempre quis que o casamento fosse no jardim da casa da avó materna dela. Ela me contava isso quando conversávamos sobre o futuro – Os convidados virados para o mar, á frente deles o altar branco com glicínias roxas e cravinas rosa-pálido emoldurando. O pôr do sol, os rostos emocionado de sua avó e sua prima, as únicas da família que não gostam de regras sociais – Riu fitando a grama, Sirius sentindo a tristeza da garota naquele som. Ela estava sofrendo, e ele não sabia por que, mas doía-se por isso. – O tapete branco, ela queria os bancos brancos também. É uma imagem bonita de se imaginar. Mas ela sempre me disse… - Ele olhou-a, tentando incentivá-la a falar.
-Ela sempre dizia...? – Incentivou-a agora com palavras. Ela pensava no quanto tinha sido idiota por ter se sentido traída, por ter sentido aquela invejinha das amigas. Poderia ter ficado com elas, ter participado da maioria das coisas, podia ter ficado feliz junto com Marlene. E se afastara.
-Ela sempre dizia que nada isso importaria se ela não visse nos olhos do noivo o que ela sempre quis ver. Ela quer ver amor nos seus olhos, Sirius. – Lílian disse, a mão delicada tocando o rosto do rapaz, que entendeu então. Ela estava percebendo o que perderia se continuasse afastada da vida das amigas, e o que se tornaria se o fizesse. – Por favor, não desaponte ela. Você sempre amou Marlene, mostre isso á ela no dia de seu casamento, senão provavelmente ela vai se forçar á ser infeliz pelo resto da vida – Continuou e ele abraçou-a então.
-Eu não vou desapontá-la, Lily. Nem á você, que teme tanto quanto eu pela felicidade de Marlene, e nem á ela. Eu prometo que nunca vou deixá-la ser infeliz, não enquanto eu viver. – Disse baixo, confortando a agora também sua amiga. Então ofereceu á ruiva um sorriso e deixou-a ali, voltando para o colégio para informar Andrômeda daquilo. A prima saberia fazer tudo mais que perfeito. Lily provavelmente precisava pensar.
-Sirius! – A ruiva chegou correndo por trás dele, um sorrisinho no rosto. Ele olhou-a e percebeu que ela parecia mais com a Lily de antes. – No dia ela vai dizer que não quer, vai ficar vermelha e tudo mais, mas não se engane. Marlene vai dar um jeito de usar ligas, e vai sim querer que você tire-as com a boca. Faça isso e a felicidade dela provavelmente vai aumentar consideravelmente. E a lua de mel de vocês também – Riu vendo a expressão estranha dele. Ele assentiu com a cabeça e ela voltou para aquela árvore, fitando o lago.
Pensou na felicidade que Marlene teria. Na felicidade que todos compartilhariam. E ela provavelmente não conseguiria ser muito tocada por aquilo. Mas oh, como queria aquilo. Como queria ser contagiada com aquela felicidade da qual ela provavelmente nunca desfrutaria. Não sabia se era capaz, se conseguiria amar e mostrar isso como Marlene agora estava fazendo. A amiga era corajosa. Lílian era corajosa para tudo, menos para mostrar seus sentimentos, que eram a coisa mais sensível de seu ser.
Viu-se com os olhos molhados e ouviu os próprios soluços para perceber que chorava. Não conseguia mais fazer aquilo. Estava esgotada, só queria poder contar á alguém o quanto sofria, queria poder dizer todas as coisas que fizera e ser acolhida sem ser julgada. Queria alguém que a acarinhasse e dissesse á ela que tudo ficaria bem, que cuidaria dela. Mas ninguém faz isso. Ninguém o faria.
-Evans? Lílian Evans? – Uma voz feminina fez-se presente perto da ruiva, que virou-se para ver quem era. Reconheceu a morena namorada de Potter e viu-a sentar-se ao seu lado, um sorriso suave no rosto.
-Sim. Você não é a namorada do Potter? O que faz aqui? – Perguntou fingindo que só conhecia James por sua popularidade. A morena colocou uma mão em seu ombro e Lílian estremeceu, incomodada.
-Não precisa fingir para mim, Lily. Eu já sei de tudo – A voz dela era melodiosa e suave. Quis revirar os olhos ao pensar no quanto ele deveria estar gostando da menininha doce, suave, ingênua, submissa e aparentemente encantadora. A garota deveria ser um anjo para todos.
-Sabe do que? Eu não sei do que você está falando, garota. – Não pôde evitar o tom de desprezo em sua voz. Ouviu a risada cristalina da outra.
-Eu já sei. Sabe, eu sempre respeitei amor verdadeiro, como o que os meus pais têm, como o que Marlene e Black compartilham. E eu sempre soube reconhecê-lo nas outras pessoas. – Lily deu um suspiro entediado. – Calma, me deixe terminar. Eu vejo esse amor verdadeiro em James. Esse amor que exala do olhar, como se nada pudesse ser mais importante ou melhor do que estar com quem ele ama. – Será que aquela garota estava lá para se vangloriar de seu amor por James Potter? Só podia ser piada.
-E o que eu tenho a ver com isso? – Perguntou, interrompendo a garota rudemente. Mas a outra não se deixou abalar.
-Os olhos dele brilham quando riem divertidos com alguma piada de Sirius. Os olhos dele brilham quando ele beija a testa de Marlene e coloca uma mão na barriga dela, dizendo em uma voz boba para o bebê que se chama James Potter e que é seu padrinho. Os olhos dele brilham quando ele sobe na vassoura e voa por aí em alta velocidade. Mas os olhos dele não brilham quando ele olha para mim. – Lily suspendeu a respiração por alguns instantes. - Não, os olhos dele brilham quando ele olha para você – Lílian então virou o rosto para a outra, espantada.
– É, Lily. Eu disse que reconheço o amor verdadeiro, e James te ama. Mais do que você pode imaginar. Eu não amo James, e ele sabe disso, assim como eu sei que ele não me ama. Mas ele está sofrendo vendo o seu estado, querida, e isso me dói também, como amiga dele. Você está se maltratando, e se maltratando você maltrata á ele também. – Declarou decidida.
“Seu coração está quebrado, isso é visível, mas ele esconde ao máximo que o coração dele se despedaça á cada instante que te vê triste. Lily, por favor, eu peço encarecidamente que você se recupere, que você cuide de si mesma, se precisar peça auxílio de qualquer um, até de mim. Só não se deixe sofrer assim, não deixe James sofrer assim com você. Ele esconde bem, mas não é difícil perceber quando se convive com ele.”
- Por favor. – A outra insistiu, tomando uma mão de Lílian por entre as suas. – É o que eu te peço. Agora que eu já disse o que tinha que dizer, já vou indo. Se cuide – A morena sorriu docemente para ela e levantou-se, virando-se de costas para ir embora.
Lílian permaneceu calada por um alguns instantes, as lágrimas enchendo seus olhos. Com os lábios tremendo fitou a grama, Kate – A namorada de James – relaxando os ombros como se não fosse mais caminhar, sorrindo brevemente. Sabia que Lílian iria falar á qualquer momento por sua respiração, que saía ruidosamente pela boca.
-Eu… eu o amo também. Eu o amo, o amo, amo mais do que poderia amar. Mas… ele me machucou, sabe? Eu o amava e ele não sabia, e ele me machucou. Muito. Sofri anos á fio por causa dele, e ainda sofro – Revelou á outra, falando baixinho, quase em um sussurro. Mas no jardim vazio e silencioso, era fácil para Kate ouvir. Sem perceber nada mais ao seu redor.
-Eu entendo, Lily. Mas ele a ama, então será que não é melhor só perdoar e esquecer? Você está jogando sua felicidade fora por mágoa, ressentimento. Eu entendo – Disse firmemente, virando-se para a ruiva, que agora chorava – Entendo que ele tenha te machucado demais. Que isso doa. Que você tenha raiva dele, que quase chegue á ódio. Isso tudo eu entendo. Só não entendo por que você não joga tudo isso fora e segue com a sua vida, aceita que ele tente reparar as coisas. A espada tem de ser largada para que os inimigos se dêem as mãos – Completou sabiamente, virando-se novamente para o castelo e caminhando decididamente até lá.
Quis ficar lá e abraçá-la, mas ela tinha que ficar sozinha para passar pelo processo de jogar o ódio e a mágoa fora, o processo de re-purificação de seus sentimentos. Esse era o momento que Lílian tinha de ser forte, mais forte do que jamais tinha sido.
Lílian chorou, chorou com uma dor aguda em seu peito, uma dor pior que a dor que sentira aqueles anos todos. Doía pensar no quanto estava perdendo, e doía de alguma forma tentar tirar aquele ódio e a mágoa que eram proteções para seu coração machucado. Naqueles anos todos tinha colocado band-aid em suas feridas, achando que iria melhorar. Mas precisava se curar, precisava de curativos, remédios reais. E tirar o ódio e a mágoa era como retirar esses band-aids e contemplar seus machucados, suas dores e fraqueza, e tentar achar remédio e curativos para eles. Doía ver-se naquele estado, vazia e desolada.
Deixou sua cabeça pender para o lado e sentiu que ela se apoiara em algo quente. Sentiu-se envolvida em um abraço então, e nem ao menos abriu os olhos para ver quem era. Ignorou o perfume conhecido que entrou por suas narinas. Não queria saber. Não queria pensar. Queria só aconchegar-se ao lugar quente e confortável, ser acolhida sem perguntas ou cobranças. Sentiu os lábios de James beijarem o topo de sua cabeça e a mão dele acariciar seus cabelos, balançando-se como se estivesse fazendo uma criança adormecer. Ela escondeu o rosto no peito dele sem se importar, molhando a camisa branca.
-O quanto você ouviu? – Perguntou meia hora depois já calma, sem mais lágrimas para chorar, ainda sendo embalada por ele. James suspirou.
-O suficiente. Eu volto do campo de quadribol por aqui sempre – Comentou, a voz grave e suave saindo como uma colcha de veludo macia para os ouvidos de Lílian. Poderia escutar a voz dele para sempre se não tivesse tanta raiva. Tentou esquecer aquele sentimento. – Me deixa tentar te ajudar á esquecer isso, Lily. Me deixa tentar te mostrar que eu mudei, que eu não sou mais o mesmo idiota que te magoou. Por favor – A boca dele estava perto de seu ouvido, e ela sentia arrepios passando por seu pescoço e se espalhando por seu corpo. Afastou-se dele, envolta na tentação que aqueles lábios exerciam.
-Não. Você não sabe, não tem idéia do quanto eu sofri por sua causa. Não vou deixar você me enganar agora, não vou dar o braço a torcer, não vou – Disse tentando se levantar, mas James abraçou-a mais uma vez, prendendo-a junto ao corpo com seus braços, ignorando os esforços da garota para se soltar.
Segurou o rosto dela com uma mão e beijou-a á força, porém com cuidado, primeiro segurando-a pelo queixo e depois deixando sua mão deslizar até a nuca dela, segurando algumas mechas do cabelo dela. Lílian remexeu-se e lutou, mas os lábios dele eram tão doces, e se sentia tão frágil… deixou-se beijar pelo rapaz, que assim que percebeu que ela não mais lutava pediu passagem com a língua por entre os lábios dela, suspirando fundo quando ela a concedeu.
O beijo dele foi cuidadoso, mas não deixou de ser intenso, como só ele conseguia fazer ser. Ele parecia conter seus ímpetos para satisfazê-la, oscilando entre a vontade de beijá-la mais intensamente e o desejo de cuidar dela, de não feri-la mais. Lílian percebeu aquilo e sentiu vontade de confiar nele. Nunca poderia. Não podia.
-Eu te amo mais do que qualquer coisa na vida. A sua felicidade é a minha felicidade. Isso não é o suficiente para você confiar em mim? – Ele perguntou, mais uma vez acariciando os cabelos dela, o topo de cabeça dela encaixado ao seu queixo. Ela suspirou.
-Eu te amo também, e isso me impediu de tramar contra você? Não James. Isso não vai acontecer nunca – Disse decidida. Seu rompante de fraqueza iria acabar, e ela voltaria a agir como sempre agira. Aquilo era o certo. Tinha de ser. Ficar desprotegida daquele jeito não podia ser certo. Abrir-se daquele jeito não podia ser normal. Não podia.
-Eu perdoei. Eu esqueci. Kate está certa, é melhor para todos. Perdoar e esquecer. Eu posso te ajudar, por favor… - Ele insistiu, mas Lílian se levantou do chão, dessa vez sem ser impedida. Ainda de costas, declarou:
-Só que além do meu ódio e do meu ressentimento está a minha desconfiança em você. Sempre foi o maior galinha de Hogwarts, quebrou o coração de inúmeras garotas, traiu-as, fez o diabo á quatro. Por quê eu seria diferente? – Perguntou virando o rosto para trás, então ele se levantou irritado.
-Porque eu te amo, será que é tão difícil de entender isso? – Retorquiu abismado. Será que ela não conseguia entender aquilo?
-Amor não é atestado de fidelidade, Potter. Eu não vou me entregar á um sentimento vulnerável como esse, que pode ser quebrado á qualquer momento. Não vou – Ignorando-o, foi para o castelo, deixando James ali com seus pensamentos. E foi onde ele ficou até o final do dia, voltando ao dormitório, tomando um banho e indo dormir.
Se Lílian fosse mais teimosa, seria uma mula.
_____________________________________________________________________________________
Alice espiava Lílian pela janela quando uma voz atrás de si a surpreendeu.
-Alice? Nunca te ensinaram que é feio espionar os outros? – Frank perguntou ao cruzar a esquina do corredor e vê-la abaixada, somente os olhos observando o lado de fora realmente curiosa.
-Já sim, mas minha mãe também me ensinou que pelos amigos, vale qualquer coisa – Disse distraída, um instante depois percebendo com quem estava falando. Frank já estava se abaixando ao seu lado, indo observar o que quer que seja que ela estivera olhando.
Alice ficou incomodada, mas não disse nada. Ele viu James e Lílian abraçados e entendeu o que ela estivera olhando.
-Eles estão… se acertando? Lílian cabeça-dura e James orgulhoso estão se acertando? Deve estar de brincadeira comigo – Ele comentou baixo para si mesmo, voltando-se para o chão e sacudindo a cabeça como se tentasse digerir aquilo.
-Ou quase. – Completou vendo a ruiva entrar no colégio sem nem ao menos perceber os dois. Levantaram-se assim que ela sumiu pelo corredor. – Acho que é bom para ela. Sei lá, está tão abatida...
-Mas James agora conseguiu uma namorada linda, simpática, meiga, doce. Ela é quase um anjo de tão boa. Por que exatamente ele trocaria Katharine pela Éris atual? – Perguntou sem entender muito a lógica daquilo.
-Talvez as pessoas não escolham por quem se apaixonam. – Alice ironizou, revirando os olhos.
-Talvez eu saiba disso – Ele replicou observando a face delicada da garota. Alice evitou os olhos dele deliberadamente, sabendo que o que veria a deixaria atordoada.
-Vamos logo, Potter está entrando – Ela avisou puxando Frank, temendo ser descoberta e/ou dedurada. Se esconderam em outro corredor vazio.
Alice olhou para frente e percebeu que o puxara com força demais. Agora estava encostada á parede de pedra com Frank colado ao seu corpo.
-Ali... – Ele começou, mas ela fez sinal para que ele se calasse. Frank olhou para a boca dela, muito próxima, enquanto ela nem parecia perceber, de tão preocupada que estava. Alice observou com cautela para onde se dirigiam os passos de James, e suspirou aliviada ao constatar que eles iam para o mesmo lado dos de Lílian, então eles não seriam pegos. Virou o rosto para frente com os olhos fechados e suspirou, expressando seu alívio. E no instante seguinte se tencionava novamente, estremecendo ao sentir o toque das mãos um tanto ásperas e frias de Frank.
-O que está fazendo? – Perguntou, sem conseguir atingir o tom de indignação que queria na voz. Ele tocou com delicadeza seu pescoço, a linha da mandíbula e a bochecha, fazendo esse trajeto várias vezes, bem lentamente, apreciando o movimento dos pêlos dela se arrepiando e descendo novamente ao seu toque.
-Estou tocando você. – Disse com naturalidade e simplicidade – Queria sentir se a sua pele novamente. Ver se a textura continua a mesma. Suave... – Demonstrou o que dizia acariciando-a mais uma vez, fazendo-a perder todos os sentidos, exceto o tato, por alguns instantes. Perdeu também a capacidade de pensar.
-Você não me odiava pelo que eu fiz com você? – Perguntou com a voz falha pelo desejo, sentindo os lábios dele substituírem a mão.
-Eu nunca poderia te odiar... nunca. – Mordiscou o lóbulo da orelha dela, fazendo-a suspirar. Ela afastou-o com as mãos em seus ombros, fechando os olhos por alguns segundos para se recuperar.
-Frank, o que é que você está dizendo? – Ela voltou a perguntar, dessa vez com mias veemência.
-Isso que você está ouvindo. Eu não te odeio. Nunca poderia te odiar. Eu posso sentir raiva de você, mas nunca ódio. – Explicou, mas ela não pareceu satisfeita.
-E por que não? Todo mundo odeia. Você pode odiar qualquer um, por que não pode me odiar? – Perguntou irritada, colocando as mãos na cintura. Ele se aproximou e colocou as mãos por cima das dela.
-Por causa disso – Beijou-a com toda a ternura que conseguiu reunir, desarmando-a. Alice circundou o pescoço dele com os braços, sentindo-se imensamente grata com aquela dose extra-grande de carinho que recebia naquele momento. Ele deu um longo suspiro e mordiscou o lábio dela com suavidade, instigando-a. Provou do gosto de caju dos lábios dela, acariciando os cabelos de sua nuca com cuidado. Ela suspirou.
-Eu… eu te amo, Alice. É... é estranho se apaixonar por alguém que primeiro me enganou e depois se vingou de mim por algo que eu nem sei o que foi – Frank declarou, sentindo-se estranho. – Mas como você mesma disse, as pessoas não escolhem por quem se apaixonam – Terminou se afastando um pouco dela, deixando-a pensar direito.
-É, não escolhem mesmo. – Ela olhou para o chão, tomando fôlego. – Eu me vinguei por que, apesar de você ter dito que gostava de mim, na noite seguinte você estava bêbado se agarrando com duas vadias na festa – Confessou, olhando para o chão, logo depois lançando um olhar á Frank e corando absurdamente. Ele riu.
-Então foi tudo por... ciúme? – Perguntou sorrindo e colocando as mãos na cintura dela novamente. Alice inclinou o rosto, a expressão confusa.
-Eu nunca vi por esse ponto. Mas acho que era ciúme sim, apesar de eu ter batizado como “sensação de ter sido traída” – Ela disse enquanto ele fazia seus braços envolverem o pescoço dele, voltando a abraçá-la pela cintura logo depois.
-Eu estava bêbado, Lice. E nós tínhamos terminado. Os garotos da corvinal sempre me disseram que é o melhor jeito de esquecer alguém, mas não adiantou muito. Eu sei que nada disso justifica, eu fiz besteira, mas eu peço perdão. E, mesmo que você não queira, já está perdoada por ter me enganado e por ter “se vingado” de mim. Digo, agora eu sei que eu mereci, então eu posso esquecer – Disse rindo e ela riu também. – Vamos começar de novo. Olá, meu nome é Frank Longbottom, eu acho que estou apaixonado por você. – Disse e Alice sorriu.
-Muito prazer, meu nome é Alice Fillibet, eu estou apaixonada por você faz tempo e só não percebia isso. Quase morri de ciúmes também. E, para constatar, eu quero muito que você cale essa maldita boca e me beije logo – Antes que ela concluísse efetivamente a frase os lábios dos dois já estavam colados. E assim ficariam para todo o sempre.
Até que a morte os separasse.
_____________________________________________________________________________________
“Baby, baby, somebody’s gonna cry tonight
Baby, baby, but it won’t be my tears tonight
So what you think about that? What you thing about that?
So what you think about that, what you think about it?”
Lily abriu os olhos, sentindo-se esgotada. Passara a noite tentando esclarecer as idéias, tudo que estava acontecendo era demais para a sua cabeça. Levantou-se da cama em um pulo e pegou a caixa de Hera, o desejo de vingança mais uma vez queimando em seu interior. Tinha de se vingar dele, e vingar bem feito. Precisava destruir James Potter, e não só por ele tê-la feito amar um completo idiota, mas para tentar destruir aquele amor junto. Não podia amá-lo. Não podia.
Lílian pensou ter ouvido uma risada ao abrir a caixa. E teve certeza quando essa risada se prolongou enquanto ela achava um pequeno relógio de ouro dentro dela.
-O que há? – Perguntou em voz alta, um tanto irritada com aquele assalto á sua paciência. A risada insistente então cessou devagar, e Lily pôde ouvir um suspiro.
-O destino sempre me surpreende, minha criança. E o seu está traçado desde que beijou aquele garoto. Seu destino sempre foi levá-lo á ruína... – A Deusa começou a falar, mas Lílian cortou-a.
-Que ótimo, mas vamos logo. Quer algo para acabar com ele de uma vez por todas – O relógio então começou a fazer um tic-tac insistente, e então Lílian pegou-o, abrindo. Não haviam ponteiros marcando horas naquele relógio. Não, havia uma espécie de espelho dentro, com uns ponteiros em formatos estranhos, como espirais. Lílian viu-se refletida naquele espelho, mas havia algo em seus braços naquela imagem. Uma criança. Um belo menininho, que tinha os seus olhos e os cabelos extremamente arrepiados. Como os de...
Lílian deixou o reloginho cair no chão, apavorada. Então jogou-o dentro da caixa e fechou-a novamente, ouvindo mais uma vez aquela risada irritante.
-Seu tempo está acabando, minha criança... você não perde por esperar – Lílian ouviu e deu um grito, tentando abafar aquela voz de dentro da sua cabeça. Continuou gritando de raiva, de ódio, e algumas meninas adentraram o dormitório assustadas com o barulho.
-Eu detesto fazer isso, mas você está descontrolada. ESTUPEFAÇA! – Uma monitora disse e estuporou a ruiva, que foi levada para a enfermaria.
-Madame Pomfrey, eu acho que ela... eu acho que ela pirou. Lílian tem estado muito tempo sozinha, não fala mais com as amigas, não come, vive chorando pelos cantos e falando sozinha. Tudo está muito estranho com ela. Talvez ela devesse ir para casa por algum tempo – A mesma monitora disse á Madame Pomfrey, que saiu da enfermaria para buscar Dumbledor e ver o que fazer. Lílian, acordada, pôde ouvir tudo o que eles conversavam.
-Mas senhor, as meninas afirmam que a garota Evans está enlouquecendo. Que não come, não bebe nada... – Madame Pomfrey insistiu, preocupada.
-Eu entendo, Madame Pomfrey. Entendo que elas achem isso, e que só queiram o bem da colega. Mas Lílian deve permanecer aqui, no colégio. – A mulher ia argumentar de novo, mas foi interrompida suavemente pelo diretor – Eu sei que só quer o melhor para as nossas alunas, Madame. Ainda assim devo insistir para mantê-la no colégio. Se ela estiver com alguma coisa do mundo mágico, os pais não poderão resolver – Ele argumentou e a enfermeira cedeu, derrotada.
“Lílian” uma voz chamou-a durante a noite, e Lílian acordou assustada. “Lílian, venha comigo. Me siga”
-Eu não estou te vendo – A ruiva argumentou, se sentindo meio molenga. Madame Pomfrey havia administrado calmantes em sua bebida, e a ruiva se sentia cada momento mais sonolenta.
“Eu vou te guiar. Me siga” a voz insistiu, e Lílian obedeceu ao impulso de se levantar da cama. Começou a ter flashes, vendo corredores do colégio, vendo o salão comunal da grifinória. Sentiu-se apagar ao ver a escada que levava aos dormitórios masculinos.
E a próxima coisa que ouviu foi um grito.
-LILY, NÃO! – Era Sirius quem gritava, e finalmente a ruiva conseguiu abrir os olhos. Ouviu o barulho de algo caindo no chão. Metal. Olhou para o lado e viu uma adaga extremamente afiada. Olhou para sua frente e viu James.
-Oh meu Merlin – Se esquivou tremendo ao perceber o que acontecia. Estava sobre James na cama dele segurando uma adaga. Estivera prestes á matá-lo. Estivera prestes á tirar a vida dele sob todos os olhares do dormitório masculino, já que nenhum deles chegaria á tempo de salvá-lo.
-Oh meu Merlin – Ela repetiu com lágrimas nos olhos, soluços nervosos brotando de seu estômago. Lily se encolheu no pé da cama, tentando entender o que a tinha levado àquilo. Aquela voz... só estivera seguindo o que a voz lhe dissera. Não se lembrava de nada. Todos no dormitório permaneciam paralisados.
Braços envolveram Lílian e começou a soluçar ainda mais.
-Eu não sei por que eu fiz isso – Ela disse por entre os soluços, nervosa. James a aninhou contra o peito por instinto, demorando alguns segundos para seu medo por ela cessar. Sirius e Remo se entreolharam.
Ele suspirou assustado. Remo já tinha visto aquilo antes no seu estudo dos trouxas. Mas... será que ela estava ficando louca? James teve de segurá-la, pois sua tremedeira passou dos limites. – Me solta Potter. Eu vou voltar pra enfermaria. – Ela disse e uma única coisa se passou pela mente de todos. Lílian parecia louca.
-Nós temos que contar para a Madame Pomfrey, Lily – Sirius informou-a enquanto James soltava ela, sonolento e amedrontado. Certo, ele quase fora morto pela garota que amava.
O olhar de Lílian se tornou apavorado.
-Ok. Eu... eu concordo. Eu realmente não sei o que houve, me desculpem. Em um momento estava dormindo, no seguinte uma voz me chamava e então eu estava aqui... é... é tudo tão confuso! Eu... Ja-Potter, eu não quis fazer isso. Eu realmente não quis fazer isso. M-me desculpe – Doía falar com ele ainda, mas Lílian entendia que era necessário. Precisava se acalmar e racionalizar as coisas, e estava começando a fazê-lo naquele momento.
-Eu detesto pedir isso, mas é uma boa idéia que alguém me leve para lá antes que me aconteça... isso de novo e eu acabe... – Ela não conseguiu terminar a frase, fitando o colchão e suspirando. Por mais que ela tentasse posar de forte, dava para notar com facilidade que Lílian não estava emocionalmente equilibrada. Ela estava apavorada.
-Agente te leva – Sirius se prontificou, mas James fez um sinal com as mãos colocando os óculos, sonolento.
-Eu levo ela. Sem discussões. – Ele colocou um ponto final na discussão quando algum Maroto foi argumentar. Lílian começou uma batalha interna. Mandava ele ficar, para a própria segurança dele, ou fingia que não ligava e deixava-o conduzi-la? Sua guarda estava tão baixa que a primeira vontade prevaleceu.
-E-eu não acho que seja certo... – Ela corou quando percebeu o que dizia, e em meio segundo caiu nos braços dele novamente, desmaiada.
-Tem algo muito estranho com ela. Você não deveria ir sozinho – Sirius advertiu-o, mas James já a tomava no colo e colocava a varinha no bolso do robe que jogou por sobre os ombros.
-Ela não fará nada contra mim, Sirius. Acredite em mim – James jogou-a sobre o ombro e saiu do dormitório silencioso.
-Eu espero que não, James. Eu realmente espero que não – Remo disse baixo enquanto pegava o mapa do Maroto. Realmente esperava.
________________________________________________________________________________
Desculpem a demora. MESMO. to fazendo um curso de matemática três vezes por semana, das sete ás nove da noite, então além de chegar podre de caansaço em casa, ainda fico com tarefas acumuladas por ter todas as tardes ocupadas com inglês, espanhol e tals. então mal tenho tempo de respirar TT. não é pra ter pena de mim, é só pra justificar a minha ausência, OK? juro que estou fazendo o que posso. desculpem \o
hmm... os próximos capítulos vão ser mais focados em lily/james. como vocês já perceberam, eu praticamente acabei com o resto dos problemas dos outros casais justamente pra me focar neste: que é o mais difícil e mais trabalhoso. é muito conflito, não? IUASHAOISH adoro fic assim. e esse deve ser... o penúltimo ou o antepenúltimo cap, ok? pode ser que não, mas eu acho que sim. tenho mais quatro projetos de fics longas - duas mais comédia, tipo irrésistible, e uma mais séria e outra mais dark, tipo a good girl gone bad. mas são só PROJETOS. algumas estão pela metade e eu travei.
ODEIO CRIATIVIDADE TRAVADA!. mas eu to me esforçando, juro. ela vem, tem que vir. TEM que vir ou EU vou ficar louca. yeah, sou uma viciada em escrever.
que aviso graaande ;D nunca faço assim. bom, espero que tenhamm gostado desse cap e eu PROMETO que vou fazer O MÁXIMO pra continuar. só que tá hard, povo. tá hard.
beijocas;
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!