Three
-E aí eu bati nele, vê se pode... – Alice terminou, rindo.
-Recebi uma carta dos meus pais de novo – Emmeline anunciou, sentando-se na mesa da biblioteca em que as amigas estavam e largando seus livros – Vão me transferir para Beuxbatons. Eles pensam que isso vai trazer a ‘anjinha responsável’ deles de volta – A loira completou, estendendo a carta para as amigas.
-E o que você vai fazer? – Lílian perguntou com um sorriso malino, observando a amiga, enquanto as outras liam a carta.
Emmeline retribuiu o sorriso de Lílian da mesma forma, cruzando as longas pernas sobre a mesa.
-Vou ser expulsa de lá. – E então todas sorriram.
-Temos que bolar uma lista de coisas pra você fazer por lá, então, aproveitando que nunca mais voltará para lá – Marlene disse, rindo, mas logo notou algo estranho no pescoço de Lílian. – Hey, Lil’s, what the fuckin’ hell is this...? – Ela perguntou, mas ao ver Lílian sorrindo entendeu tudo.
-Com quem você andou se atracando, sua ruiva... – Elas sorriram largamente, enquanto Lílian se aproximava para não deixar alunos das outras mesas escutarem.
-O Potter quis se vingar de mim, por aquela história lá do Snape – Ela disse sorrindo, sentindo a empolgação antecipada das outras – Só que ele achou que iria ser um castigo pra mim ter um... Bem... – Ela fingiu-se de envergonhada – Um amasso com ele. Vê se pode? – E nisso elas sorriram mais largamente, Alice se jogando na cadeira.
-Heeey, parece que alguém aqui ta viajando... – Lice disse olhando para Dorcas, que suspirou.
-Eu quero aquele garoto pra mim – Ela disse olhando para a entrada da biblioteca, no que todas se espicharam para olhar.
-Quem? Edgar Bones? – Lílian perguntou olhando para os dois loiros que vinham na direção delas para sentar-se numa mesa um pouco atrás.
-Não. Remo Lupin - Ela disse e as outras sorriram.
-O que ‘cê tá esperando pra chegar nele? – Lene perguntou, mas a loirinha sorriu.
-Que nada. Ele é do tipo certinho, tem que ser devagar, começando como amiga dele. – Ela disse sorrindo sonhadoramente – Só não dou jeito de conseguir ficar amiga do maldito! Ele é muito tímido e muito fechado, não consigo entrar naquela muralha sem quebrar as paredes, droga! – Ela riu de seu próprio nervosismo.
-Eiita que esse loirinho ta fazendo a Dorquitas pegadora tremer na base, heim? – Emmeline disse sorrindo, vendo a cara da amiga.
-Ele é diferente. Sei lá, nunca estive com um cara fofo, daqueles que abre portas e tudo mais – Ela disse e levantou-se, decidida. – Quem vai me ajudar nessa? – Ela perguntou e todas se levantaram.
-E, se vocês querem mesmo saber, acho que eu tenho uma idéia... – Lílian disse sorrindo maliciosamente, e então todas saíram dali e foram para o dormitório feminino, para ouvir e colocar em prática a idéia de Lílian.
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Remo caminhava com Edgar pelo corredor, ambos discutindo que time de quadribol que é melhor, quando ouviram um grito feminino vindo de perto do lago.
-Ouviu isso? - Remo perguntou no que Edgar se apressou.
-Vamos lá ver – O garoto disse e ambos correram para lá.
-AH MEU MERLIM! – Dorcas gritou, perguntando-se se aquele plano de Lílian daria certo. “Para você não precisar ficar amiga dele, o que demoraria muito, e apressarmos o plano, é só despertar o instinto protetor dele e a coragem, que são melhores que a de um lobo” Foi o que a ruiva disse, convencendo-a a assim a fazer aquilo. Mas ela ainda não estava muito certa de que iria funcionar.
Mesmo assim, lá estava ela, com cortes, arranhões e hematomas forjados por todo o corpo, correndo para fora da Floresta Proibida, com lágrimas nos olhos e sua melhor expressão de desespero e medo.
Remo e Edgar correram em sua direção, ela agarrou o pescoço de Remo tendo como desculpa o pavor que transbordava em seu olhos, enquanto Edgar verificava se vinha saindo algo da floresta.
-O que aconteceu? – O loiro perguntou para a morena que chorava compulsivamente, aninhada ao seu peito, consolando-a com uma das mãos em sua cabeça e outra em suas costas protetoramente.
-T-tinha algo me perseguindo, não sei o que era, e-era grande e negro, e me at-tacou – Ela disse por entre os soluços, então Remo confortou-a.
-Shh... Fique calma, vou te levar pra enfermaria, vem, mais ninguém vai te fazer mal, ta? – Ele disse tentando acalmá-la um pouco, se abaixando um pouco para ficar na altura dela e secando suas lágrimas com as duas mãos, enquanto ela assentia com a cabeça – Acha que pode andar? – Ela assentiu novamente – Ótimo. Vamos – Remo só não pôde ver a comemoração das meninas, que estavam escondidas em um arbusto um pouco longe deles, mas com perfeita visão para a cena. E nem pôde ver o pequeno sorriso que perpassou pelos lábios da loira, agora em seu colo, “com o pé torcido pela corrida desesperada”.
“Você é que ainda vai se desesperar para fugir, Remo...” Ela pensou enquanto enlaçava o pescoço do rapaz, que agora a levava para a enfermaria. “Me aguarde”.
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Dorcas deixou-se ser levada no colo até a enfermaria, achando até fofo quando Remo a depositou com cuidado sobre a maca, para não machucá-la ainda mais.
-Sr. Lupin! O que aconteceu com essa menina?! – A enfermeira chegou, com cara de espanto.
-Eu não tenho certeza, Madame Pomfrey. Ela deve contar-lhe quando melhorar, saiu correndo desabalada para... – Ele olhou-a. Perguntariam á ela o que ela fazia na Floresta, e provavelmente ela não iria querer contar. Hesitou. – ...para a minha direção, eu estava com Edgar andando pelo corredor quando ela chegou correndo pelo pátio, já toda machucada e soluçando, parecia temer algo – Ele disse e viu um relance de alívio nos olhos da loira, que ainda chorava, mas agora as lágrimas só escorriam silenciosamente por seus olhos. Sorriu levemente para ela, que lhe agradeceu a mentira com o olhar.
-Fique aqui, Srita. Meadowes, vou tratá-la dos arranhões e dar-lhe um calmante que pode fazê-la dormir por algumas horas, tudo bem? - A enfermeira perguntou andando para lá e para cá com vários frascos coloridos nas mãos. Dorcas somente maneou afirmativamente a cabeça. Bebeu as duas poções, a cicatrizante e a calmante, e deitou-se como lhe foi indicado. Remo olhou-a.
-Eu acho que está na hora de eu ir, você provavelmente não me quer mais aqui, certo? – Ele perguntou sem jeito virando-se para a porta, mas a garota segurou-lhe a mão com a sua machucada.
-Não, por favor... Fica – Nos olhos dela havia uma súplica por proteção da qual ele não pôde fugir. Sorriu levemente e sentou-se na cadeira ao lado da maca, mantendo as mãos de ambos entrelaçadas.
-Okay, eu fico até você dormir, pode ser? – Ele pergunto e ela acenou afirmativamente com a cabeça. Lá pelas tantas ele adormeceu, acariciando a mão dela levemente.
“Por Merlim, isso está sendo fácil” Ela pensou, abrindo os olhos levemente e contemplando o rosto do rapaz adormecido “Ele é simplesmente perfeito de mais” Dorcas então virou-se na maca para o lado onde ele estava e adormeceu novamente, tomada por um conforto e serenidade que o rosto dele expressava.
-Remo – Dorcas chamou, balançando-o levemente – Remo! Acorda! – Ele resmungou alguma coisa e a garota desistiu-, levantando-se da maca e se aproximando dele.
-Remo! Acorda logo! – Ela chocalhou-o e ele abriu os olhos lentamente, sem entender nada.
-Você está bem? Eu dormi aqui? O que foi? – Ela simplesmente sorriu misteriosamente e puxou-o pela mão, saindo da enfermaria sorrateiramente.
-Garota, aonde está me levando? – Ele perguntou e ela fez sinal para que se calasse e a seguisse. Ele assim o fez e logo eles estavam abrindo as grandes portas do colégio e indo para os jardins, vendo somente estrelas no céu, por ser Lua nova.
-Tudo bem, agora me diga, o que quer? – Ele perguntou colocando as mãos na cintura, e ela riu.
-Queria tomar um ar com você, só isso – Ela disse caminhando em direção aos portões do colégio, sorrindo inocentemente – Detesto enfermarias. Blargh – Agora eles estavam na frente dos portões, e Remo desconfiou de mais alguma coisa.
-Você quer mais do que só tomar um ar nos jardins, certo? – Ele perguntou vendo-a sorrir mais largamente.
-Talvez eu queira ir com você para Hogsmeade. Escondido – Ela sussurrou a última palavra, num tom meio infantil, mas divertido.
-Talvez fosse só você pedir – Ele disse rindo – Não precisava me puxar daquele jeito, e nem mesmo dizer que só queria tomar um ar.
-Eu gosto assim – Ela disse marotamente – Com esse clima de mistério – E olhou para o garoto, que ainda sorria.
-Você tem prática nisso, heim? – Ele comentou de olhos arregalados, vendo a garota pular o portão da escola com facilidade.
Dorcas piscou para Remo, que a encarou aturdido.
-Oras, Remmie, acha que eu sou quem? – Ela perguntou, ajeitando a saia um tanto levantada – Madre Tereza de Calcutá? – Sob o olhar confuso dele, suspirou – Esquece. Venha logo. Quer ajuda? – Ela perguntou, vendo-o se esgueirar subindo pelas grades antigas e um tanto desgastadas com dificuldade.
-Não, sem problemas – Ele disse, mas a camisa ficou presa em uma das hastes do portão de ferro. Dorcas riu, ajudando-o com um feitiço, e Remo corou envergonhado.
-Okay, isso fica entre nós, assim como sua explicação para a M. Pomfrey hoje, pode ser? – Ela perguntou e ele coçou a cabeça, sorrindo timidamente.
-Pode ser então – E assim eles foram para Hogsmeade, conversando sobre coisas banais, bebendo cervejas amanteigadas, comprando um punhado de doces e outro de travessuras. E acabaram a noite descobrindo que tinham muito em comum, até mesmo a casa...
-Você é de que casa? – Ele perguntou já dentro do colégio, vendo que o uniforme dela (insinuante, pelo que constatara) não dava sinal de casa alguma. Ela abriu um pacote de balas de goma.
-Grifinória, e você? – Ela ofereceu a bala e ele pegou uma, surpreendendo-se.
-Eu também! Então vamos juntos, certo? – Ele perguntou e ela disse que sim, sorrindo, mas com a boca cheia e os lábios sujos de açúcar.
-Você está toda suja – Ele disse parando de andar, no que ela acompanhou-o, vendo-o observar-lhe sob a luz do archote sobre eles.
-Aonde? - Perguntou sorrindo, sentindo um arrepio quando ele tocou-lhe a face com uma mão, os dedos roçando-lhe os lábios levemente.
-Bem aqui – E dizendo isso ele aproximou o rosto do dela, beijando-a.
“Pelo amor de Merlim” Algum recanto consciente da mente dela pensou enquanto largava os doces no chão e segurava-o pelos antebraços, as mãos dele em seu rosto, os corpos se aproximando inconscientemente.
“Só espero não me envolver” Dorcas pensou ao sorrir para ele quando ele a soltou, sorrindo também. E então foram juntos e satisfeitos para o salão comunal, se despedindo com um rápido beijo. O qual não tinham idéia de que mais alguém havia visto.
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