Capítulo 7
Dirigir rumo ao norte era como voltar atrás no tempo. A primavera estava atrasada em toda parte naquele ano, mas, em Londres, havia, pelo menos, alguns traços de verde aqui e ali; um princípio de folhagem que começava a surgir discretamente nos galhos secos das árvores do parque; ou os primeiros sinais amarelos das flores de açafrão pelos jardins; narcisos e pequenas Íris vermelhas que apareciam timidamente nas floreiras das calçadas. E havia ainda roupas de verão, coloridas e atraentes, nas imensas vitrines das grandes lojas da cidade, fazendo com que as pessoas pensassem nas férias, em cruzeiros maravilhosos, céus azuis e muito sol.
Mas o caminho que cortava o país em direção ao norte parecia uma fita escura que atravessava campos planos que, progressivamente, iam ficando cada vez mais cinzentos e frios, e pareciam totalmente improdutivos. Todas as estradas estavam molhadas e sujas. Cada caminhão que os ultrapassava - e o velho carro de Caleb era ultrapassado por praticamente todos os outros veículos - jogava abundantes quantidades de lama líquida marrom, que encobria a visão do pára-brisa, forçando os limpadores a se manterem em funcionamento o tempo inteiro. Para piorar o desconforto, nenhuma das janelas do veículo fechava direito, e o aquecedor estava enguiçado, ou então precisava de algum ajuste secreto que nem Jody nem Hermione conseguiram descobrir. Enfim, qualquer que fosse o motivo, o fato é que o aquecedor não funcionava.
Apesar disso tudo, Jody estava com o melhor dos estados de espírito. Lia o mapa, cantava, fazia cálculos complicados para descobrir qual a velocidade média que estavam conseguindo (infelizmente baixa) e controlava a quilometragem.
Já andamos um terço do caminho, ou Já estamos quase na metade. Então, a certa altura, disse:
- Mais oito quilômetros e chegaremos ao restaurante Cantinho da Escócia. Não sei por que colocaram esse nome, já que ele não fica na Escócia.
- Talvez as pessoas entrem ali e bebam uísque escocês.
Jody achou a resposta muito engraçada.
- Nunca estivemos na Escócia, nenhum de nós. Por que será que Angus resolveu ir para lá?
- Quando o encontrarmos poderemos perguntar a ele.
- É!... - disse Jody, animado, pensando em ver Angus. Recostou-se então na mochila que, prudentemente, tinham enchido de comida. Abriu-a e deu uma olhada lá dentro. - O que você vai querer? Sobraram um sanduíche de presunto, uma maçã meio machucada e uns biscoitos de chocolate.
- Não estou com fome. Não quero nada.
- Você se importa se eu comer o sanduíche de presunto?
- Claro que não!
Depois de passar diante do Cantinho da Escócia, entraram na Rodovia A-68, com o pequeno carro enfrentando valentemente as matas geladas do condado de Northumberland, já quase na fronteira norte do país, e depois através de Otterburn até Carter Bar. A estrada subia em curvas fazendo voltas, indo e voltando, em um ângulo de subida muito alto. Então, chegaram ao topo da última colina, passaram pelo marco de fronteira, e a Escócia apareceu diante de seus olhos.
- Chegamos! - disse Jody, com um tom de imensa satisfação. Hermione, porém, viu apenas uma extensão cinza de campos ondulados e ao longe montes brancos, totalmente cobertos de neve.
- Você acha que vai nevar? - perguntou ela, com alguma inquietação. - Está terrivelmente frio!
- Não... nessa época do ano não.
- Mas olhe para aqueles montes.
- Aquilo é neve que sobrou do inverno. Simplesmente ainda não derreteu.
- Mas o céu está muito escuro.
Jody franziu a testa. Estava realmente escuro.
- Faz diferença se nevar?
- Não sei. O problema é que nós não estamos com pneus para neve, e eu nunca dirigi com tempo muito ruim.
- Ah... Vai dar tudo certo! - disse Jody, depois de alguns instantes, pegando novamente o mapa. Agora, o próximo lugar por onde vamos passar é Edimburgo.
A essa altura já estava quase totalmente escuro, ventava muito e a cidade estava toda enfeitada com as luzes das ruas. Inevitavelmente, eles se perderam, mas conseguiram afinal encontrar a rua de mão única que era a correta e a que levava até o acesso à ponte. Pararam uma última vez antes de deixar a cidade, para colocar gasolina e completar o nível do óleo. Hermione saltou do carro para esticar as pernas, enquanto o frentista conferia também o nível da água para depois investir sobre o pára-brisa imundo com uma esponja molhada. Enquanto fazia isso, observou o pequeno carro muito usado e rodado, demonstrando algum interesse. Depois, voltou sua atenção para os ocupantes.
- Vocês vêm de muito longe?
- De Londres.
- E vão seguir em frente?
- Vamos até Strathcorrie. Em Perthshire.
- Tem vocês um longo caminho ainda a seguir.
- Sim, sabemos disso.
- E vão enfrentar um tempo muito bravo pela frente. - Jody gostou do jeito arrastado com que ele falou "bravo". Buuraavo... Ficou repetindo a palavra daquele modo engraçado, quase sussurrando.
- Vamos enfrentar?...
- Com certeza. Acabei de ouvir a previsão. Vem mais neve por aí. Vocês têm que ter cuidado. Seus pneus... - e chutou um deles com a ponta da bota -... não estão em bom estado, não!
- Vai dar tudo certo.
- Bem, se ficarem presos na neve, lembrem-se da regra de ouro: jamais saiam do carro.
- Não vamos esquecer.
Pagaram pelos serviços, agradeceram a gentileza e seguiram novamente adiante. O frentista do posto acompanhou-lhes a saída, balançando a cabeça pela irresponsabilidade deles, típica dos ingleses, de um modo geral, mas, na opinião dele, muito tolos.
A ponte Forth surgiu bem diante deles, com suas luzes de alerta acesas, que diziam em letras grandes: DEVAGAR. VENTOS FORTES. Pagaram o pedágio e foram seguindo lentamente, açoitados e castigados pelo vento. Do outro lado, a estrada seguia para o norte, mas estava tão escuro e o temporal tão forte que além da fraca iluminação dos faróis, não era possível ver mais nada à frente.
- Que pena!... - disse Jody. - Aqui estamos, na Escócia, e eu não consigo enxergar nada. Nem um simples e típico prato de haggis, genuinamente escocês.
Mas Hermione sequer chegou a ensaiar um, sorriso. Sentia muito frio, e estava cansada e temerosa, tanto pelo tempo quanto pela neve ameaçadora. Subitamente, a aventura deixara de ser divertida e se transformara simplesmente em um ato da mais completa estupidez.
A neve começou a cair mais forte, assim que e deixaram Relkirk para trás. Soprada forte pelo vento, ela vinha de encontro a eles, saindo do escuro como se fossem golpes de açoites brancos e ofuscantes.
- Parece artilharia antiaérea.
- Parece o quê?
- Artilharia antiaérea. Como nos filmes de guerra. É isso que essas rajadas de neve parecem.
A princípio, os flocos brancos não cobriam a estrada. Adiante, porém, subindo as colinas, a neve começou a se mostrar mais densa, empilhada em trincheiras e em diques, e transformada pelo sopro do vento em grandes pilhas brancas, que pareciam travesseiros. Grudada no vidro dianteiro, ela foi se amontoando sobre os limpadores de pára-brisa, até eles ficarem paralisados parando de funcionar por completo. Hermione foi obrigada a parar o carro, e Jody saltou para limpar, com uma luva velha, a neve acumulada sobre o vidro. Voltou para o carro logo em seguida, molhado e tremendo.
- Meus sapatos se encheram de neve. Está tudo congelando. - Eles seguiram em frente novamente.
- Quantos quilômetros ainda faltam? - A boca de Hermione estava seca de pavor, os dedos grampeados no volante. Pareciam estar em um descampado, sem nenhuma habitação por perto. Não se via uma luz sequer, nem outro carro, nem mesmo um caminhão na estrada.
Jody ligou a lanterna e estudou o mapa.
- Faltam mais ou menos doze quilômetros até Strathcorrie... Eu acho...
- E que horas são?
- Dez e meia. - Jody apontou a lanterna para o relógio.
Estavam no alto de uma colina, e a estrada adiante parecia descer morro abaixo, estreitando-se entre muralhas de neve. Hermione reduziu a marcha, engatando uma segunda, e, quando o carro ganhou velocidade, freou devagar, mas não devagar o suficiente. O carro derrapou para o lado e, em um instante de terror, Hermione sentiu que perdera a direção. Uma parede branca se agigantou diante deles, e as rodas da frente bateram com violência contra um banco de neve. O carro parou por completo. Com as mãos tremendo, ela tentou ligar de novo o motor. O carro pegou, e Hermione conseguiu girar o volante, fazendo as rodas virarem lentamente para fora da massa de neve. Conseguiram voltar à estrada, e seguiram a passo de lesma.
- Está muito perigoso, Mione?
- Sim, acho que sim. Se ao menos estivéssemos com pneus especiais para neve...
- Caleb não teria pneus especiais para neve nem mesmo se morasse no Ártico.
Estavam agora seguindo em direção a um vale profundo. A estrada tinha árvores dos dois lados, mas seguia ao lado de um despenhadeiro. Lá de baixo vinha o ruído de um rio, com a água borbulhando e correndo com um barulho mais alto do que o vento. Chegaram a uma ponte curta e íngreme, com o formato de uma corcunda. Não dava para ver do outro lado, e, com medo de não conseguir subir, Hermione acelerou subitamente. O carro subiu e, quando já descia do outro lado, ela viu, tarde demais, que no final da ponte havia uma curva fechada para a direita. À frente deles estavam apenas montes de neve e a superfície sólida de um muro de pedra.
Ela ouviu Jody gritar e girou o volante depressa, mas não deu tempo. O carrinho de repente adquirira vontade própria e seguiu direto contra o muro, mergulhando em um monte denso de neve, ao lado de uma vala. O motor morreu na hora, e eles ficaram ali, formando um ângulo de quarenta e cinco graus em relação à estrada e ainda por cima com as rodas traseiras para fora, mas sobre a pista. Os faróis e o radiador estavam completamente enterrados na neve.
Ficou escuro de repente, sem a luz dos faróis. Hermione esticou a mão para desligá-los e depois tirou a chave da ignição. Estava tremendo muito. Virou-se para Jody e perguntou:
- Você está bem?
- Dei uma cabeçada no vidro, mas não foi nada.
- Desculpe.
- Não foi nada. Você não pôde evitar.
- Talvez fosse melhor ter parado antes. Devíamos ter ficado em Relkirk.
- Sabe, acho que isso é uma nevasca. -Jody falava com bravura e empolgação, olhando para fora da janela do carro para a penumbra em redemoinho. - Nunca estive em uma nevasca. O homem do posto falou que nós temos que ficar dentro do carro.
- Não podemos. Está frio demais. Espere aqui, que eu vou sair um instantinho para dar uma olhada.
- Não vá se perder.
Hermione abotoou o casaco, pegou a lanterna e cuidadosamente saltou do carro, afundando a perna até o joelho no monte de neve, e tentando escalá-lo até conseguir encontrar o solo firme da estrada. O chão estava molhado e incrivelmente frio. Mesmo com a lanterna para guiá-la, a neve era ofuscante, e Hermione estava confusa. Seria muito fácil perder todo o senso de direção em uma situação como aquela.
Dando alguns passos à frente, na estrada, ela seguiu com a lanterna ao longo do muro de pedra que tinha sido o causador do imenso problema. Ele seguia ainda por uns dez metros e depois curvava-se para dentro, como se estivesse formando algum tipo de entrada. A morena avançou por ali, junto a ele, e chegou a um pórtico alto, com um portão de madeira que estava aberto. Havia uma placa. Apertando os olhos para enxergar melhor através da neve, ela virou o foco de luz da lanterna para cima e leu, com dificuldade: FAZENDA POTTER - PROPRIEDADE PARTICULAR.
Desligando a lanterna, olhou para dentro do terreno, através da escuridão que ficava além do portão. Parecia haver uma alameda com árvores dos dois lados, e era possível ouvir o barulho do vento passando através dos galhos secos bem acima. Então, através do redemoinho de flocos de neve conseguiu avistar bem ao longe, um ponto de luz.
Virou-se na mesma hora e voltou correndo, aos tropeços, para onde Jody estava, ainda dentro do carro. Abriu a porta com força.
- Estamos com sorte!
- Como assim?
- Este muro é de uma propriedade. Uma fazenda, ou algo desse tipo. Há uma espécie de entrada, com um portão e uma alameda comprida de acesso. E dá para ver uma luz lá longe. A casa não pode estar a mais de meio quilômetro.
- Mas o homem do posto falou que nós tínhamos que ficar dentro do carro.
- Se ficarmos, nós vamos morrer congelados! Vamos lá, a neve está muito espessa, mas acho que vamos conseguir. Não deve ser uma caminhada muito longa. Deixe a mochila para trás, pegue só as malas pequenas. E feche o seu casaco até em cima. Está muito frio, e vamos ter que nos molhar.
Jody fez o que ela disse, lutando para conseguir sair do carro, que ficara naquele ângulo estranho, com a neve se empilhando cada vez mais à sua volta. Hermione sabia que o mais importante agora era não desperdiçar tempo. Não havia um segundo a perder. Vestidos para a primavera de Londres, nenhum dos dois estava preparado para essas condições árticas. Usavam jeans e sapatos de sola fina. Hermione estava com um casaco de camurça e uma echarpe fina de algodão em torno do pescoço, que ela amarrou com força em torno da cabeça. A capa azul de Jody, porém, com um capuz para cobrir-lhe a cabeça, que estava sem a proteção de um gorro, era tristemente imprópria para aquela temperatura.
- Quer que eu coloque a minha echarpe para cobrir a sua cabeça? - As palavras eram atiradas longe pelo vento assim que lhe saíam da boca.
- Não! Claro que não! - Jody pareceu furioso com a idéia.
- Dá para você carregar a mala?
- Sim! Claro que dá!
Bateram a porta. O carro já juntara uma quantidade considerável de neve, e o seu contorno era indistinto na penumbra. Em pouco tempo, ele ficaria completamente coberto pela neve.
- Será que alguém vai perder a direção, como a gente, e bater nele, torto assim? - perguntou Jody.
- Acho que não. De qualquer modo, não há nada que possamos fazer. Se deixarmos a lanterna traseira ligada, a neve simplesmente vai cobri-la daqui a pouco. - E pegou a mão do irmão. - Vamos indo, não podemos ficar aqui conversando, temos que correr.
Ela o levou até o portão, seguindo as próprias pegadas irregulares, que já estavam desaparecendo. Além do portão, a escuridão se arrastava à frente, formando uma espécie de túnel cujo fundo tremulava devido à neve. A luz, porém, ainda estava lá. Apenas um pontinho luminoso, nada mais, e parecia bem distante... De mãos dadas, com as cabeças curvadas para a frente a fim de enfrentar o vento, começaram a caminhar na direção da luz.
Era uma aventura assustadora. Todos os elementos pareciam conspirar contra eles. Em poucos instantes, estavam ambos molhados até os ossos, e sentindo muito frio. As malas pequenas, que pareciam tão leves no princípio, ficavam mais pesadas a cada passo. A neve caía em cachoeira sobre eles, molhada, meio pastosa, grudando neles como um creme. Por sobre eles, na alameda, acima dos flocos, os galhos arqueados das árvores completamente desfolhadas crepitavam e estalavam de forma agourenta, rasgados pelo vento. De vez em quando era possível ouvir o som forte de um galho que se quebrava, seguido pelo barulho surdo do seu despedaçar no solo.
- Espero... - Jody estava tentando dizer algo, mas seus lábios estavam congelados, e os dentes tiritavam sem controle. Ele insistiu, porém, e conseguiu formar algumas palavras. - ... Só espero que uma dessas árvores não caia bem em cima da gente.
- Eu também.
- E o meu casaco era para ser impermeável!... Sua voz era de indignação. - Estou completamente encharcado!
- Isso é uma nevasca, Jody, não um temporal comum.
A luz ainda continuava acesa, talvez um pouco mais brilhante e um pouco mais perto, mas a essa altura Hermione sentiu como se já estivesse andando há séculos. Era como uma jornada sem fim através de um pesadelo, com uma luzinha que tremulava e dançava adiante deles, sempre fora do alcance. Ela já estava começando a perder a esperança de conseguir chegar a algum lugar quando, de repente, a escuridão pareceu ficar menos densa, o som dos galhos que se quebravam foi ficando para trás, e ela compreendeu que eles já estavam chegando na parte final da alameda. Nesse instante, a luz sumiu, atrás de uma massa de arbustos, talvez azáleas. Depois, porém, de rodearem esse obstáculo, a luz apareceu de novo, e agora estava bem mais próxima. Continuaram andando, trôpegos, e perderam o equilíbrio ao esbarrar com os pés em uma pequena protuberância do caminho. Jody quase caiu, mas Hermione o ajudou a se manter firme, e ele conseguiu ficar de pé novamente.
- Tudo bem. Estamos em um gramado, relva ou algo assim. Deve ser o pedaço de um jardim.
- Vamos em frente... - falou Jody. Foi tudo o que conseguiu dizer.
Agora, a luz tomava forma. Estava acesa em uma janela do andar de cima da casa, que felizmente tinha as cortinas abertas. Caminhavam agora por sobre um espaço aberto que ficava diante da construção e que se elevava à frente deles. Era impossível identificar a imagem borrada dos seus contornos através da neve que caía, mas eles conseguiram divisar outras luzes, com um brilho quase evanescente, por trás de grossas cortinas fechadas, nos aposentos do andar de baixo.
- É uma casa grande - sussurrou Jody. E era mesmo.
- Que bom. Tem mais espaço para nós... - Mas ela não sabia se Jody conseguira ouvir. Largou a mão dele e tateou de modo desengonçado, com os dedos congelados, procurando a lanterna no bolso. Conseguiu ligá-la, e o fraco feixe de luz indicou um lance de escadas com degraus de pedra, meio cobertos pela neve. A escada levava aos recantos escuros de uma espécie de varanda quadrada. Subiram os degraus e se viram, finalmente, sob a cobertura, a salvo da neve. A luz da lanterna brincava sobre o painel da porta e apontava para uma corrente de ferro trabalhado. Caroline pousou no chão a mala que carregava e esticou o braço para puxar a corrente. Era dura, pesada, e aparentemente não produziu nenhum resultado. Tentou novamente, puxando com um pouco mais de força dessa vez, e finalmente um sino soou, parecendo um eco distante, nos fundos da casa.
- Pelo menos está funcionando. - Hermione se virou para Jody e a luz da lanterna bateu sem querer no seu rosto. Foi quando ela viu que o irmão estava com um tom cinza-azulado, de tanto frio. O cabelo estava todo colado na cabeça, e seus dentes não paravam de bater. Desligando a lanterna, ela colocou o braço em torno dele e o apertou junto de si.
- Tudo vai ficar bem.
- Tomara que sim - disse Jody, com uma voz que parecia trêmula de nervoso e frio. - Espero que um mordomo medonho não apareça e pergunte, com voz cavernosa, "Tocou, senhor?", como sempre acontece nos filmes de terror.
Hermione esperava o mesmo. Estava na iminência de tocar o sino de novo quando ouviu o barulho de passos do lado de dentro. Um cão latiu e uma voz grave o mandou ficar quieto. Luzes se acenderam por trás das estreitas janelas com vidros dos dois lados da porta. Os passos pareceram mais próximos e, no instante seguinte, a porta se abriu e um homem apareceu, ao lado de um cão labrador amarelo que estava com os pêlos eriçados e rosnando.
- Quieta, Lisa! - disse o homem para o cão, e depois olhou para Hermione. - Sim?
Ela chegou a abrir a boca para falar, mas não conseguiu pensar em nada para dizer. Simplesmente ficou ali, com um braço apertado em volta de Jody. Talvez essa fosse a melhor coisa que poderia ter feito, no final das contas. Sem que nenhuma outra palavra precisasse ser dita, suas malas foram recolhidas do chão, e os dois foram puxados para dentro da casa. A grande e pesada porta foi então fechada, deixando a noite e a terrível tempestade lá fora.
O pesadelo acabara. A casa parecia maravilhosamente quente. Estavam salvos.
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n/a: Aêê!! \o/
Dois capitulos de uma vez só, hein?! E finalmente... O ENCONTRO!
quero mais comentários, gente! E me desculpem pela demora na atualização, mas minha vida está cada dia mais complicada... O.O
*Rezem por mim!*
Sim, qnt a Enquete sobre o livro da Nora Roberts...
aí vai:
No livro "Atrever-se a Amar", o protagonista (que no caso da adaptação, seria o Harry) tem 3 irmãos. Vcs acham q ficaria muito estranho imaginar um Draco Potter, Ronald Potter e Neville Potter?! Seria melhor manter o nome e a descrição dos irmãos como no livro original, ou adapta-los ao universo HP tb? O.O
Por favor, qnt mais cedo responderem, mais cedo virá a adaptação! ;D
Finalizando, bjos para todos e muitoooooooooooo obrigada pelos comentarios! São eles q me fizeram vir postar apesar de estar de pé desde as 7 da manhã... [e são 23:52 hrs agora! O.O)
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