Capítulo II
O relatório que Crawlley passou para os dois jovens trazia informações completas sobre os fatos que antecederam ao roubo do Espelho. O objeto estava guardado na casa de Nicolau Flamel e eles só souberam de seu paradeiro na ocasião da morte da esposa do alquimista.
Quando o inventário foi aberto, ela havia deixado claro que o Espelho de Ojesed deveria ser devolvido para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Durante o transporte do Espelho, a comitiva que o levava foi abordada por homens encapuzados, que torturaram os transportadores e roubaram o objeto.
Não foi possível reconhecer nenhum dos assaltantes, mas não houve indícios de que fossem comensais. A única pista que tinham era a presença de um grupo de estrangeiros num hotel na periferia de Londres. Eles carregavam uma carga muito grande e não aceitaram guardá-la no depósito.
- O primeiro lugar que temos que ir é esse hotel – afirmou Hermione.
- Você vai passar a viagem inteira dando instruções?
- Claro! Sou sua supervisora esqueceu?
Malfoy balançou a cabeça em sinal de contrariedade, guardou a vassoura no malão de viagem e aparatou no Beco Diagonal. Hermione apareceu segundos depois e logo eles alcançaram o Caldeirão Furado.
- Ah, olá Tom! – disse Hermione procurando ser simpática. – Você pode conseguir um táxi trouxa para a gente?
O bruxo estranhou o pedido da garota, mas atendeu prontamente. Logo ele avisou que o táxi estava à espera na porta do bar.
- Táxi trouxa? – perguntou Malfoy indignado.
- Lógico! Ou você acha melhor aparatarmos no meio do hotel, assustando todo mundo e alertando os ladrões de que estamos por perto?
Draco emburrou e entrou no veículo ao lado de Hermione, demonstrando um claro desconforto por compartilhar um hábito trouxa. Ela deu o endereço para o motorista e quase 40 minutos depois eles chegavam a um beco mal-iluminado, com latas de lixo espalhadas e gatos por todos os lados.
- Realmente deplorável – comentou Malfoy com cara de nojo.
- É ali! – disse Hermione apontando para uma placa enferrujada em que há muito o nome do hotel esteve pintado.
Eles entraram no estabelecimento, puxando a pesada bagagem. O local estava praticamente vazio, a não ser por uns dois sujeitos sentados a um canto, conversando de um modo muito grosseiro.
- Com licença – falou Malfoy para o recepcionista. – Precisamos de um quarto!
O homem atrás do balcão tinha cara de poucos amigos. A barba por fazer e as olheiras profundas e escuras, contrastando com a pele amarelada e macilenta, davam ao sujeito uma aparência cansada e suja. Ele era o reflexo da espelunca em que teriam que passar a noite para proceder com as investigações.
Sem dizer muita coisa além do preço, ele indicou um lance de escadas e os dois jovens aurores subiram para o quarto de número 07, indicado no chaveiro de madeira meio carcomida.
Quando estavam na porta, o homem se ofereceu para guardar a bagagem pesada no depósito.
- Não precisa – Hermione apressou-se em dizer. – Gostamos de cuidar da nossa bagagem.
O homem deu de ombros e desceu para a recepção. Quando Hermione e Draco abriram a porta do quarto tiveram uma desagradável surpresa: só havia uma cama de casal. Sem poltronas, cadeiras ou almofadas extras. Apenas um armário velho, um espelho sujo e aquela cama.
Eles entraram no quarto sem dizer uma palavra. Obviamente o homem deduziu que eles eram um casal. Eles não explicaram nada e Malfoy simplesmente disse que precisavam de UM quarto.
Mudar de quarto àquela hora poderia chamar muita atenção e eles não precisavam disso. Hermione depositou a mala sobre a cama e com um gesto preciso de varinha, conjurou um belo saco de dormir.
Draco pegou o saco sobre a mala da moça, examinou atento e por fim falou com a voz arrastada, porém satisfeita:
- Obrigado! É muito confortável!
- Vo-você vai dormir no chão? – perguntou incrédula.
Um Malfoy dormindo no chão de uma espelunca, pensava a jovem, é um fato digno de ser registrado em todos os livros de História da Magia.
- Oras, Granger! Já dormi em lugares muito piores que este, mesmo antes do treinamento! Além disso, minha mãe me ensinou a ser um cavalheiro – retrucou zombeteiro e acrescentou - Apesar de não achar que você seja uma dama!
Hermione tacou o casaco embolado na cara do rapaz, que riu divertido da expressão de raiva que ela deixou transparecer. Ele estendeu o saco de dormir no chão, mas se sentou na cama, pensando no que fariam a seguir.
- Acho arriscado sair daqui. Nenhum trouxa se hospeda num hotel, por pior que seja, e já sai em seguida – comentou Hermione.
- Poderíamos rever o relatório da Crawlley e quem sabe procurar alguma pista no hotel. Nós teríamos que checar o livro de registros e conversar com hóspedes antigos e outros funcionários. Porque alguma coisa me diz que não é aquele cara lá embaixo que faz a arrumação daqui.
Hermione pegou o envelope e eles releram todas as informações, mas não encontraram nada de novo. Antes que Draco falasse qualquer coisa, Hermione pegou o telefone e acionou a recepção.
- Isso funciona? – perguntou Malfoy com um misto de brincadeira e dúvida.
A moça apenas acenou com a cabeça, enquanto na recepção o mesmo homem atendia ao telefone.
- Sim? – perguntou enfadonho.
- Precisamos de... – olhou apressada pelo quarto procurando alguma coisa para pedir.
- Água – murmurou Draco depois de seguir o olhar de Hermione.
- Precisamos de água aqui. Pode mandar alguém trazer?
O homem nem respondeu. Desligou o telefone na cara de Hermione e ela ficou sem entender se seria atendida ou não.
Pouco depois uma pancada na porta indicou que alguém levava a água. Hermione abriu a porta com seu mais amistoso sorriso e deu de cara com uma velha senhora, trajando um vestido cinza escuro e um avental que deixou de ser branco e limpo há muito tempo. A velha entregou a garrafa de água e já ia saindo quando Hermione agradeceu:
- Muito obrigada!
A velha parou na mesma hora e voltou para encarar melhor a jovem. Nunca em todos os anos que trabalhava naquele lugar alguém lhe agradecera. Hermione, por sua vez, teve a mesma simpatia para com a velha que tinha com os elfos domésticos.
- Qual é o seu nome? – perguntou para a senhora que continuava parada no corredor, o olhar fixo em Hermione.
- Elisa – respondeu com uma voz fraca, não de doente, mas de quem se acostumou a não ter com quem conversar.
- A senhora trabalha aqui há muito tempo, Dona Elisa? - perguntou sendo amável.
- Vinte e oito anos – respondeu com um longo suspiro, enquanto permitia se encostar à parede mofada – Há exatos vinte e oito anos que eu sou obrigada a agüentar o mau humor e as esquisitices das pessoas que se hospedam aqui. Vocês são o primeiro casal simpático que encontro.
- Se aqui é tão ruim, por que a senhora não mudou de emprego? – perguntou Malfoy, aproximando-se da porta e entrando na conversa com seu costumeiro jeito arrogante.
Hermione lançou-lhe um olhar de censura, mas a velha não se incomodou com a pergunta do rapaz, que agora esperava pela resposta com o cotovelo encostado no batente. Era tão difícil conversar com alguém, que a primeira pessoa que demonstrasse algum interesse em suas histórias poderia perguntar o que quisesse.
- Essa espelunca era do meu marido. Assim que casei vim trabalhar aqui e depois que ele morreu, já estava velha demais para mudar de vida. Só os jovens é que têm força para mudar! Os velhos já estão muito viciados em suas próprias rotinas.
Os três voltaram a ficar em silêncio. Um silêncio confortável, onde cada um pensava no que fazer depois. Foi Elisa quem falou primeiro:
- Vocês me parecem muito finos para estar num lugar como este.
- Gostamos de lugares mais simples – respondeu Hermione ainda mais amável.
- Ah querida, aqui não é um lugar simples... É um lugar sujo e pobre. Ponto de encontro de bêbados, moradores de rua quando ganham algum trocado e ladrões.
- Ladrões? – falou Malfoy, realmente preocupado em perder alguma de suas preciosas roupas confeccionadas nas melhores lojas bruxas.
- Ah, não se preocupe, meu rapaz. Eles vêm aqui para esconder suas tralhas e depois vão embora. Nunca levam nada. A não ser quando tem pulgas nas camas.
A velha deu uma risada asmática e sinistra, que logo se transformou numa tosse. Arrumou os fios de cabelo grisalho que teimavam em sair do coque torto no alto da cabeça e se preparou para sair, mas Hermione a chamou, dando à voz a fragilidade de um jarro de cristal que está para ser derrubado.
- A senhora tem certeza que não há perigo?
A velha olhou piedosa para Hermione e respondeu:
- Tenho, minha menina! Os ladrões dessa semana foram embora hoje pela manhã e já levaram tudo que esconderam no quarto 16. Até agora não entendo como couberam cinco pessoas e mais toda aquela bagagem no quarto.
- Era muita coisa? – insistiu a jovem mantendo as feições de moça frágil e indefesa.
- Ah, era sim! Cada coisa grande! Carregavam um baú cheio de objetos que faziam barulho. Acho que eram rádios. E um quadro enorme, com moldura dourada. Quer dizer, eu pensei que era um quadro, mas depois percebi que era um espelho.
- Um espelho?
- É, estranho não acham? Quem ia querer roubar um espelho?
- A senhora se olhou nele? – indagou novamente.
- Não! Eles nem me deixavam limpar o quarto na semana que estiveram aqui. E mesmo assim, mantiveram o espelho o tempo todo coberto. Agora eu preciso descer, se Eddie der pela minha ausência vai ser uma confusão!
A velha saiu arrastando os chinelos de pano pelo corredor e Hermione ainda se demorou um pouco antes de entrar. Trancou a porta e sentou na cama, encostando-se à cabeceira. Encolheu as pernas e abraçou-as junto ao corpo.
Malfoy não falou nada. Sabia que agora ela iria pensar. Era sempre assim. Quando saíam de uma aula interessante ou quando recebiam algum enigma para decifrar, Hermione voltava para o alojamento e sentava naquela mesma posição.
“Agora ela vai morder o canto direito do lábio inferior” – pensou o rapaz. – “Depois vai puxar uma mecha de cabelo com a mão esquerda e vai começar a enrolar entre os dedos.”
Olhou divertido vendo que Hermione realmente fazia sempre as mesmas coisas. Ela, assim como ele, era completamente previsível em suas atitudes. Mas há poucos instantes ela fez uma coisa que o deixou perturbado:mostrou-se frágil.
Apesar de ter convivido com ela inclusive nas aulas de “Simulação”, uma espécie de dramaturgia, que ensinava não só técnicas de disfarce, mas também de comportamento, ele nunca tinha visto “aquela Hermione”.
A única Hermione que conhecia era grifinória. A senhora sabe tudo, insuportavelmente inteligente, poderosa e corajosa.
Não falou nada. Enquanto ela estivesse raciocinando, ele poderia observá-la sem problemas. Ela não prestava atenção a mais nada além dos próprios pensamentos.
“Agora ela vai jogar a cabeça para trás e suspirar” – pensou, vendo em seguida que acertava as ações da companheira de missão mais uma vez. Deixou-se sorrir com o canto da boca diante da constatação.
- Uma verdadeira elfa-doméstica – bradou a jovem saltando da cama, num ato que Malfoy não conseguiu prever e que o sobressaltou.
- Do que está falando?
- Da Elisa. Você não viu como ela é? Para um elfo, só faltam as orelhas pontudas!
- Era na situação da velhota que você estava pensando esse tempo todo? Não acredito! – exasperou-se ele.
- Ora, eu posso muito bem pensar em duas coisas ao mesmo tempo!
- Claro que pode! Você pode tudo! É a Senhorita Hermione Perfeita Granger! Só podia mesmo ser a melhor amiga do Potter Perfeito.
- Por que você não deixa de ser um parasita e faz alguma coisa por conta própria ao invés de esperar que eu sempre tome a iniciativa?
- É exatamente o que eu vou fazer!
Ele deu as costas à moça e saiu do quarto batendo a porta. Hermione ainda deu um passo pensando em ir atrás dele, mas deteve-se. Malfoy já era um bruxo adulto e apesar de estar sob a sua supervisão, precisava aprender a ser menos impulsivo.
Aproveitou que ele não estava presente e colocou sua roupa de dormir. Uma camisola comprida, azul clara, de pano leve e alças de renda. Jogou-se na cama disposta a descansar um pouco.
O dia ainda estava alto, mas eles acordaram muito cedo e durante a noite precisariam estar prontos para partir assim que checassem os nomes usados nos livros de registros do hotel.
Por tudo o que leu no relatório, sabia que não estava lidando com profissionais. Eles pareciam ligeiramente displicentes em relação aos objetos que roubaram, como se não soubessem do real poder que se encerrava neles. Além disso, caso os ladrões fossem bruxos, teriam tido o cuidado de apagar a memória do pessoal do hotel.
Ela rolou na cama, inquieta. Fechou os olhos e procurou pensar em coisas agradáveis e relaxantes. Mas, por mais que se esforçasse, a imagem de Draco a chamando de Senhorita Perfeita e saindo irritado, batendo a porta atrás de si, teimava em voltar à sua mente.
- Ele está demorando! – comentou para o teto.
Em seguida, olhou o relógio. Draco estava fora há uma hora e meia. E isso não era um bom sinal. Levantou-se da cama, vestiu o roupão e desceu a procura do rapaz.
Andava silenciosa, como um auror deve andar, sem chamar a atenção de nada nem de ninguém. Alcançou a recepção, mas não viu nenhum sinal de Malfoy.
- Por favor – chamou o homem da recepção que agora ela sabia se chamar Eddie – O senhor por acaso viu o meu... “noivo”?
- Saiu faz algum tempo! – respondeu lançando um olhar malicioso para a moça de camisola em pleno hall.
Hermione reconheceu aquele olhar e tratou de cobrir o colo ainda mais com a gola do roupão. Eddie não pareceu se intimidar com a postura recatada da jovem e deu alguns passos, saindo de trás do balcão e aproximando-se com olhos ávidos.
A jovem sentiu o coração disparar. Pela primeira vez em muito tempo se sentia apavorada. Sabia enfrentar comensais e lobisomens, vampiros e dragões, mas ali teria que enfrentar um homem. Um simples trouxa que parecia não ter nenhum tipo de escrúpulo.
Ela notou que a porta e as janelas do hotel estavam convenientemente trancadas. E odiou Malfoy com toda a força de sua alma. Ele a deixara ali e agora era o responsável por aquela situação humilhante.
Estava desarmada, pois saiu do quarto sem levar a varinha. Suas roupas de dormir não tinham bolsos para escondê-la e a jovem acreditou que encontraria Malfoy na recepção, jogando conversa fora e tentando descobrir mais alguma informação. Não imaginou que ele fosse ser tão inconseqüente a ponto de fazer qualquer coisa fora do hotel.
As pernas tremiam e ela sentiu que se tentasse correr poderia acabar caindo. Agradeceu a informação de Eddie e virou-se apressada para as escadas.
- Para quê a pressa? – falou Eddie, puxando a garota pela faixa que prendia o roupão à cintura.
- Acho melhor você me soltar – respondeu aflita, tentando se desvencilhar dos braços fortes que procuravam envolvê-la.
- Sabe? Não é sempre que uma mocinha assim, tão nova e limpa, aparece por aqui. Ainda mais de camisola!
Os olhos de Hermione já estavam cheios de água. Ela sentia o cheiro ocre de tabaco e álcool que recendia da pele de Eddie e lhe provocava náuseas.
Tentou pensar numa maneira de se livrar daquela situação, mas nada lhe vinha à mente. Justo ela, Hermione Jane Granger, a melhor aluna do curso de aurores, não conseguia se defender de um simples trouxa.
Passou sua vida inteira estudando e decorando todos os livros que via pela frente. Aprendeu tudo o que uma bruxa deve aprender e muito mais. Mas sua educação falhou num único ponto: ensinar-lhe o quanto os homens podem ser inescrupulosos e violentos.
Eddie a enlaçara de tal jeito que ela não tinha como reagir. Enquanto procurava levantar-lhe a barra da camisola com uma mão, tapava a boca de Hermione com a outra. Empregava tanta brutalidade que a jovem logo começou a ficar sem ar.
Ela sentiu que não agüentaria por muito tempo e acabaria perdendo os sentidos. Mas, de repente, o homem simplesmente gemeu de dor e desabou, levando-a junto para o chão.
A porta do hotel estava escancarada e ali, recortado pela pouca iluminação que vinha da rua, estava Malfoy. O rapaz olhava Eddie com um ódio muito maior do que jamais sentiu por qualquer comensal. Ainda apontava a varinha para o homem caído, apesar de agora estar com as mãos trêmulas e os lábios crispados.
Quando se certificou que Eddie estava nocauteado, correu para onde estava caído e o tirou de cima de Hermione.
Ela chorava desgostosa e parecia não ter forças nem para se pôr de pé. Draco empurrou o corpo estuporado de Eddie para trás do balcão e sem pensar duas vezes, pegou Hermione no colo e subiu as escadas em direção ao quarto n° 07.
Colocou a companheira na cama e a cobriu até os ombros. Virou-se para a porta e trancou-a com mágica.
- Amanhã cedo vamos embora daqui! – falou determinado.
Hermione continuava soluçando, encolhida na cama. Sentia vergonha de ter falhado daquele jeito.
Draco pegou um copo com água e passou às mãos da garota. Quando ela aceitou a água que ele lhe oferecia, o rapaz baixou os olhos e disse:
- Me desculpa! Mesmo...
Hermione lançou o copo para longe da cama e pulou no pescoço de Malfoy com um daqueles abraços que até então só Harry e Rony conheciam. Um abraço de alívio, de agradecimento, de reconhecimento! Ficou ali soluçando alguns instantes, enquanto Draco não reagia, aparvalhado com a situação.
Por fim, retribuiu o abraço, e ficou ali, sentindo aquele cheiro doce, mistura de flores e frutas que sempre exalava da pele da moça. Definitivamente, ali estava uma outra Hermione que ele não conhecia. Uma capaz de se emocionar, de ser frágil de verdade, de precisar de ajuda e de saber como agradecer.
Sorriu pensando quantas “Hermiones” ainda conheceria ao longo da missão. Mas no fundo sabia que aquilo não fazia diferença. Poderiam ser mais 100 e todas elas teriam aquele mesmo cheiro.
Sem se desvencilhar do abraço da moça, deu um sorriso zombeteiro e falou:
- Espero que coloque isso no meu relatório, Granger! Quem sabe assim a Crawlley me livra de você de uma vez por todas!
Comentários (1)
Odorei o capitulo e estou adorando a fic! *-* Voce não tem ideia... espero poder termina-la ainda hje. ;) BeijosAngel_S
2011-08-21